Eu sempre gostei de filmes com temas pós-apocalípticos, desde os velhos tempos de Mad Max até os novos tempos de A Estrada e O Livro de Eli.
Mas confesso ter tido uma enorme repulsa inicial pela série televisiva The Walking Dead, exibida no Brasil pelo canal por assinatura Fox e agora pela Band.Talvez por odiar blockbusters, ou por gostar muito da graphic novel que deu origem à série, acabei por me "esconder" dos walkers o quanto pude.
Mas eles me morderam...
Bastou assistir a um episódio da terceira (e atual) temporada e acabei correndo atrás do atraso e vendo em DVD as duas primeiras temporadas.
O que me seduziu na série eu não sei exatamente, mas adoro a situação de "torpor" residual que persiste martelando a mente após o término de cada episódio e que às vezes invade a manhã do dia seguinte.
O comportamento humano em situações absolutamente adversas, de risco real de vida, de luta surda pela sobrevivência, nos leva a atitudes que oscilam entre o nosso "pior" ao nosso "melhor" em um átimo. Quem somos e quem deixamos de ser vêm à tona simultaneamente, formando uma dicotomia bem semelhante àquela com a qual convivemos em nosso dia-a-dia de forma sub-liminar, imperceptível a nós mesmos.
Afinal, qual a diferença entre "re-matar" um walker ou tomar decisões contra outros seres humanos?!
O paraíso e o pós-apocalipse são aqui e agora.
"They say that life's a carrousel,
Spinnig fast, you gotta ride it well.
The world's full of kings and queens,
Who blind your eyes, who steal your dreams.
It's Heaven and Hell!"
Apocalypce Now do Coppola, sinto a mesma coisa; moro? Rs.
ResponderExcluirYes, Marise, é a mesma sensação obtida de bons filmes de guerra, como Cartas de Iwo Jima, do Eastwood, ou de O Sobrevivente, de Herzog, por exemplo.
ResponderExcluirArg, Scylla, vc de walker fica péssimo!!!
ResponderExcluirI'm no walker, Silvina.
ResponderExcluirI'm a siloker!
Rss.
Kkkkk
ResponderExcluirNao gosto da serie. Mas os outros 2 filmes q vc citou são maravilhosos, Scylloker!
Gosto muito do gênero terror, mas por alguma razão tenho implicância com zumbis. Aflige-me, por alguma razão que não sei explicar, o mote adotado por todos os muitos filmes sobre o tema, de que a situação é irreversível e vamos todos virar comida dos mordedores. E novos mordedores, claro.
ResponderExcluirMinha esposa estava empolgadíssima quando TWD ia estrear. E eu, hesitante. Assisti ao piloto incomodado e fui ficando. Vemos juntos até hoje, mas não posso dizer que gosto. Acho bem interessante.
Estórias como essa precisam ser entendidas como metáforas. É nesse perspectiva que procuro entender as dinâmicas ali mostradas. É nela que busco alguma plausibilidade para o roteiro. Vale a pena o exercício.
No mais, se um dia ocorrer um apocalipse zumbi, sei que não durarei nada. Aí eu devo me perguntar: para onde vão as almas dos que sucumbiram a um destino muito pior do que a morte?
Boa pergunta, Yúdice.
ResponderExcluirTalvez as almas apenas fiquem vagando, como "walking souls"...