Chico
Chaminé tossiu o próprio sangue. No meio da chapa tinha uma mancha, tinha uma
mancha no meio da chapa. Arrancaram-lhe o pulmão esquerdo e depois aplicaram Mostarda
Nitrogenada na veia até cair sua vasta cabeleira. Desde então se tornou ateu e passou
a duvidar de extraterrestres, chupa-cabra, Mapinguari e comunistas; também perdera
o glamour por Sinhá. Após seis anos sem deitar pro lado esquerdo sucumbiu na noite de sono. A autopsia não acusou a mancha,
porém um vasto espaço no lado esquerdo do peito, onde morava um pulmão. Laudo final: coração quando não tolera vazio abandona o dono no meio da noite; faltou-lhe o pulmão-travesseiro.
Vazios esvaziam a vida de qualquer sujeito dito "saudável". Quanto mais os que não conseguem, em tempo, tapar seus buracos-ausências. Amores e crenças, mesmo com todos efeitos colaterais, alimentam, sustentam...
ResponderExcluirValeu!
Muito bom
ResponderExcluirAbel, concordo. A solidão nos apregoa dessas.
ResponderExcluirObrigado, Edyr. Sexta-feira tem mais.
ResponderExcluirCirúrgico, Dr. Roger!
ResponderExcluirO maior vasio, Roger! É o vasio da alma!
ResponderExcluirÉ uma enfermidade que punge e martiriza, que mata aos poucos...
Vai-se o ser humano, fica apenas a solidão devastadora...
Elias Amorim
Então sexta tem mais golpe no peito, Cilão,
ResponderExcluirElias, esse vazio figurativo pode ser preenchido com a prosa/poesia. Portanto, meu caro D. Elias de Pindaré, eu vivo vazio...
ResponderExcluir