segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Eleição e cidadania

A uma semana do primeiro turno das eleições municipais, a "força da grana que ergue e destrói coisas belas" se faz sentir: os bandeiraços, carros-som, cartazes e outros meios de divulgação maciça do nome do candidato surtiram efeito e Duciomar Costa, o atual prefeito de Belém, caminha para o segundo turno com larga vantagem.

Como disse a blogueira Bia, em comentário ao post Bandeira pouca é bobagem, o povo não tem o governo que merece. A elite sim, vai continuar a ter, talvez, o governo que lhe convém. Complemento dizendo que, como já afirmei em outra postagem (parodiando o senador Cristóvam Buarque), só um choque de educação incluirá o eleitor na categoria de cidadão.

Afinal, cidadania não se limita ao direito de votar. Esclarecer-se sobre, questionar e interpretar os candidatos, suas intenções, as garantias e a plataforma de governo que apresentam, sim, transformam o eleitor em cidadão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Embora eu também tenha uma outra preferencia eleitoral, me atrai muito mais tentar entender o movimento e as mudanças no humor do eleitor.
Que pode mudar repentinamente sim
(lembra o "sem-vintém" Edmilson, na primeira vez que se elegeu?)
Você seria capaz de arriscar algumas motivações do eleitor, sem desrespeitar a decisão que ele tomou?
A explicação de que está ganhando no grito, não me convençe.
Acha que a conclusão de parte do Portal da Amazonia chegou a fazer alguma diferença?
A campanha dele na tv estava bem feita?
Os outros estão errando muito na comunicação?
Por favor, menos tragico, menos adjetivo.
Eu também gostaria de entender. Mas pouco me adianta a lamentação da torcida contrariada (embora eu também faça parte dela..rs).

Francisco Rocha Junior disse...

Caro anônimo,
Antes de mais nada, sua crítica não procede: o texto não é nada adjetivo. Leia com atenção e tenho por certo que concordará comigo: não há adjetivações. Há a descrição de uma realidade, que para mim decorre do aumento da propaganda maciça feita nas ruas da cidade, desde o anúncio da penúltima pesquisa.
Fora isso, há um lamento pela opção do eleitor, cujos fundamentos são muito claros: as ações e inquéritos por improbidade administrativa que têm o prefeito como alvo; o trabalho na prefeitura, que só começou há 1 ano, ano e meio; o tipo de trabalho levado a efeito, limitado ao asfaltamento - velha tática que ainda causa efeito, em uma cidade sem saneamento básico e com milhares de baixadas; o caos na saúde pública, que vitimou vários habitantes de Belém por dengue, inclusive hemorrágica, e que repercutiu na morte de pacientes na porta de hospitais (crianças, dentre elas); a companhia de velhos e novos conhecidos dos prontuários policiais.
Por tudo isso e muito mais, não há como negar que Duciomar não esteja fazendo uma administração desastrosa à frente da prefeitura de Belém. O que o credencia à reeleição, portanto? Não creio que o Portal da Amazônia tenha impacto para tanto.
Por isso, acredito piamente que é a falta de discussão do seu "projeto de governo" e o uso maciço da propaganda, com um destinatário certo - que não são os formadores de opinião desta cidade.

Francisco Rocha Junior disse...

Ah, sim, e mais um detalhe: Duciomar deita e rola na inapetência de alguns candidatos e no vazio de outros. Medíocre por medíocre, o eleitor prefere ficar com quem está fazendo algo, ainda que somente neste período.