sábado, 28 de abril de 2007

Densa e frágil

Tinha olhos mais fatais que aqueles inventados por Machado de Assis para Capitú. Na época em que as boates eram espaços privilegiados de cultura musical, reinou absoluta com sua voz singular, elegância e forte presença cênica.
Maysa viveu intensamente. Com a paixão das tragédias das grandes divas fez história, vivida quase sempre só numa multidão de amores.
Um acidente mortal na ponte Rio-Niterói separou-a para sempre dos microfones e dos palcos; do filho, o futuro diretor de cinema e televisão Jaime Monjardim, e libertou-a em definitivo das angústias existenciais e do etilismo que tanto a maltrataram e lhe inspiraram o canto.
A biografia honesta desta grande cantora brasileira está entre os mais importantes lançamentos do ano. Sem dúvida, imperdível.

2 comentários:

  1. Maysa - Ne Me Quitte Pas (tradução)

    Ne Me Quitte Pas.
    Não me Deixes (Tradução).

    (Jacques Brel).

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    É preciso esquecer,
    Tudo se pode esquecer
    Que já para trás ficou.
    Esquecer o tempo dos mal-entendidos
    E o tempo perdido a querer saber como
    Esquecer essas horas,
    Que de tantos porquês,
    Por vezes matavam a última felicidade.

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes.
    Te oferecerei
    Pérolas de chuva
    Vindas de países
    Onde nunca chove;
    Escavarei a terra
    Até depois da morte,
    Para cobrir teu corpo
    Com ouro, com luzes.
    Criarei um país
    Onde o amor será rei,
    Onde o amor será lei
    E você a rainha.

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes.
    Te Inventarei
    Palavras absurdas
    Que você compreenderá;
    Te falarei
    Daqueles amantes
    Que viram de novo
    Seus corações ateados;
    Te contarei
    A história daquele rei,
    Que morreu por não ter
    Podido te conhecer.

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes.
    Quantas vezes não se reacendeu o fogo
    Do antigo vulcão
    Que julgávamos velho?
    Até há quem fale
    De terras queimadas
    A produzir mais trigo;
    Que a melhor primavera
    É quando a tarde cai,
    Vê como o vermelho e o negro
    Se casam
    Para que o céu se inflame.

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes.
    Não vou chorar mais,
    Não vou falar mais,
    Escondo-me aqui
    Para te ver
    Dançar e sorrir,
    Para te ouvir
    Cantar e rir.
    Deixa-me ser a sombra da tua sombra,
    A sombra da tua mão,
    A sombra do teu cão.

    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes,
    Não me deixes.

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  2. Sim, Cris. Bem lembrada a Ne me quitte pas, grande sucesso de Maysa. Obrigado.

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