quarta-feira, 21 de março de 2012

3 vezes 21



Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de Down e desde cedo venho lendo e assistindo matérias sobre a inclusão dos portadores nas escolas e sobre rapazes e moças com a síndrome que chegam à universidade e ao mercado de trabalho.
Como irmão de um Down, aliás o mais bonito e meigo que jamais vi, acabei ficando um pouco ressentido com o foco excessivo nas exceções e a falta de menções sobre a regra.
O dia-a-dia de um Down e de sua família não é tão fácil quanto o de todo mundo, pois as dificuldades e os obstáculos tornam-se mais íngremes e o olhar velado do preconceito ainda mina no caminho do cotidiano. As preocupações conscientes e inconscientes jamais abandonam as mentes de seus pais e parentes.
A grande maioria não consegue se alfabetizar, não importa qual a metodologia empregada, por um limite neurológico, assim como a possibilidade de uma vida independente é extremamente remota.
O aprendizado se faz por repetição exaustiva e a estrutura familiar é a base de todo o psiquismo de um Down.
Aliás, hoje deveria ser comemorado também o dia das famílias dos portadores da Síndrome de Down, grupos de pessoas abençoadas pela chance de convivência com anjos sem asas e de olhinhos puxados.

7 comentários:

  1. Scylla, quanta sinceridade na sua escrita! Muito bom ler isso de um neurologista.

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  2. Que lindo, Scylla!
    Parabéns, então, por ser irmão de um anjo sem asas e com olhinhos puxados!



    ==
    PS: Sigo em minha companha: tirem esse verificador de palavras insuportável!

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  3. Obrigado a vocês pelas bondosas palavras,
    Eu esqueci de mencionar no post que a data foi escolhida em 2006 por ser 21/3, ou 3/21, em inglês uma analogia a 3 cromossomas 21.
    Legal, né?!
    Abraços.

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  4. Que texto lindo, quanta doçura.

    E verdade que a maioria das pessoas esquecem que ao lado de pessoas "diferentes ou especiais" tem sempre uma familia que luta unida.

    Fiquei mui triste quando soube que o meu filho tinha uma problema de saude grave... passei anos sem pisar numa igreja... Mas hoje sei que estas diferenças nos fazem crescer e ter uma visao mais positiva da vida.

    E a luta continua...

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  5. Obrigado, Andrea.
    Como você bem escreveu, só nos resta viver.
    E bem!
    Abs.

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  6. You are sweet, Honey!
    That´s why I love you!
    Kss.

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