sexta-feira, 15 de junho de 2012

Que diabo é 10?

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Livros são livros. Pessoas são pessoas. Gatos são gatos: e política não é o fim. Não é não. É mais, muito mais que o fim. É quase o começo. E pode ser o meio. Mas sem mais:  penso que do jeito que vamos: vamos que vamos é prá  bancarrota blues!  É este  o nosso novo destino! De saco cheio da Rio+20,  e com montanhas de problemas de pesquisa - que, aliás, não são meus! - decreto o fim da política, e parto dessa prá melhor. Mas retorno; sei disso; tenho tais convicções. E mais montanhas de sonhos; nenhuma ilusão; e algumas contas prá pagar. Não vou prá Pasárgada por um único motivo: não sou amiga do Rei. E, neste mundo, precisamos de ter umas amizades consideradas lá por cima: com os tais dos reis. Com os tais dos donos. E com os que tudo sabem. São mais conhecidos como  grandes irmãos, os brothers, os que resolvem qualquer parada. E, na altura deste campeonato, deixo de ser Vasco e passo a me entender diretamente com o pessoal do Botafogo. Bota merda no ventilador se for preciso. E vamos que vamos. Hoje é sexta, e a minha cabeça tá em plena congestão de idéias! Mas continuo a me perguntar: Que diabo é 10?


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Um comentário:

  1. Perfeição
    (Renato Russo)

    Vamos celebrar
    A estupidez humana
    A estupidez de todas as nações
    O meu país e sua corja
    De assassinos
    Covardes, estupradores
    E ladrões...

    Vamos celebrar
    A estupidez do povo
    Nossa polícia e televisão
    Vamos celebrar nosso governo
    E nosso estado que não é nação...

    Celebrar a juventude sem escolas
    As crianças mortas
    Celebrar nossa desunião...

    Vamos celebrar Eros e Thanatos
    Persephone e Hades
    Vamos celebrar nossa tristeza
    Vamos celebrar nossa vaidade...

    Vamos comemorar como idiotas
    A cada fevereiro e feriado
    Todos os mortos nas estradas
    Os mortos por falta
    De hospitais...

    Vamos celebrar nossa justiça
    A ganância e a difamação
    Vamos celebrar os preconceitos
    O voto dos analfabetos
    Comemorar a água podre
    E todos os impostos
    Queimadas, mentiras
    E seqüestros...

    Nosso castelo
    De cartas marcadas
    O trabalho escravo
    Nosso pequeno universo
    Toda a hipocrisia
    E toda a afetação
    Todo roubo e toda indiferença
    Vamos celebrar epidemias
    É a festa da torcida campeã...

    Vamos celebrar a fome
    Não ter a quem ouvir
    Não se ter a quem amar
    Vamos alimentar o que é maldade
    Vamos machucar o coração...

    Vamos celebrar nossa bandeira
    Nosso passado
    De absurdos gloriosos
    Tudo que é gratuito e feio
    Tudo o que é normal
    Vamos cantar juntos
    O hino nacional
    A lágrima é verdadeira
    Vamos celebrar nossa saudade
    Comemorar a nossa solidão...

    Vamos festejar a inveja
    A intolerância
    A incompreensão
    Vamos festejar a violência
    E esquecer a nossa gente
    Que trabalhou honestamente
    A vida inteira
    E agora não tem mais
    Direito a nada...

    Vamos celebrar a aberração
    De toda a nossa falta
    De bom senso
    Nosso descaso por educação
    Vamos celebrar o horror
    De tudo isto
    Com festa, velório e caixão
    Tá tudo morto e enterrado agora
    Já que também podemos celebrar
    A estupidez de quem cantou
    Essa canção...

    Venha!
    Meu coração está com pressa
    Quando a esperança está dispersa
    Só a verdade me liberta
    Chega de maldade e ilusão
    Venha!
    O amor tem sempre a porta aberta
    E vem chegando a primavera
    Nosso futuro recomeça
    Venha!
    Que o que vem é perfeição!...

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