segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Sou Oliver e ...

Antes de dar rumo a prosa, devo atender ao pedido que me foi feito e explicar que o pseudônimo apenas resume sobrenome arbóreo de raiz materna.
Dito isto, e já em condição de flanador das profundidades e horizontes sempre sedutores da blogosfera, fico a vontade para dizer-lhes das razões porque aceitei o convite de animar em boa companhia este blogue, a público em secunda edição, devidamente revisto e ampliado com a única licença necessária: Opinião em livre expressão.
Mas, qual as razões?
Em primeiro, porque se trata de amigo dos mais estimados, leal companheiro de lides universitárias e profissional valoroso na faina com a saúde do indivíduo e do coletivo.
Em segundo, por acreditar que blogues são fatos portadores de futuro, por constituírem ágora virtual para os corações e mentes dinamizarem informação em velocidades que Guttembergh sequer sonharia nem que a prensa tossisse, e que séculos depois foi sacada por gente das tribos futuristas de Júlio Verne e Carl Sagan, inspirados conhecedores de que nossa principal distinção com a Antiguidade é o domínio de relações em velocidades para os antigos inimagináveis, sejam elas sexuais, comerciais ou informacionais.
Hoje, na internete, vivemos uma ambiência cultural próxima do glamour dos anos dourados de Hollywood. Conexos com esse tempo, também temos na web os grandes estúdios, os realizadores, os magnatas instantâneos, as falências magníficas, o star system, os escândalos e - a razão última de tudo -, o respeitável público flanando nas calçadas dos cinemas, ansioso por saber sobre o que rolou, ou irá rolar no inesgotável espaço de magia da tela, esquecidos de que o mundo gira sua voltas sobre o dedo invisível do indecifrável e os bites tal qual o tempo são mera abstração.
Vencido este breve lero-lero, encerro o nosso primeiro vintém de prosa com os versos magistrais da Ode Triunfal de Álvaro de Campos, que, penso, dignifica qualquer primeiro encontro entre pessoas de boa vontade:

"À dolorosa luz das grandes lampadas elétricas da fábrica.
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos".

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