sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Cicatrizes, por Roberta Sá e MPB-4

Roberta Sá é uma talentosa revelação da nova geração da MPB. Comprova que, em matéria de música popular, o Brasil é e sempre será (oxalá) 1º mundo.

Neste vídeo, Roberta canta com o MPB-4 Cicatrizes, de Paulo César Pinheiro e Miltinho, integrante do grupo vocal que muito sucesso fez na época da repressão militar e ficou conhecido nacionalmente ao interpretar Roda Viva, de Chico Buarque, no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record.

Para terminar a semana, tão cheia de más notícias, com um sabor delicado.

Flanando pelo Mercado Livre



A página eletrônica do Mercado Livre oferta uma memorabilia da Jovem Guarda. São as fotografias da visita que o cantor Jerry Adriani fez ao Rotary Club, em uma de suas freqüentes vindas a Belém.
Na ocasião, figuras da agremiação se fazem retratar ao lado e ao redor do famoso cantor na época. Contudo, nas quatro fotos à venda, fora o artista, não reconheci nenhum (a) dos (as) retratados (as). Alguém sabe dizer da identidade deles ou delas?

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Guadeloupe

Por falar em Guadeloupe&T-ponche&Rum, aí vai uma amostra do poderoso Bologne, para matar a saudade e dar água na boca

Flanando pelo Google Earth


Exibir mapa ampliado

Alguns moradores de Belém, saíram às ruas hoje por volta das 16 h, assustados com tremores de terra secundários. Um terremoto de magnitude 7.3 na escala Richter, na verdade, ocorria ao leste do mar do Caribe, próximo a pequena ilha de Martinica, que pode ser vista aqui no Google Maps.
notícias de desabamento de prédios e alguns feridos graves em Fort de France.
A ilha de Martinica fica ao norte da Venezuela, próxima a Porto Rico.
Você pode dar um "zoom out" no mapa e localizar a região com precisão.

Segurança em informática

Amanhã será o Dia Internacional de Segurança em Informática 2007 (DISI) e a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), fará transmissões online debatendo assuntos como acesso a bancos, pedofilia, entre outros temas relacionados.
Para assistir ao debate, você poderá clicar aqui.

Oiticiclando


Bólide Caixa 18. Silkscreen sobre tecido
Afora qualquer simpatia subjetiva pela pessoa em si mesma, este trabalho representou para mim um ‘momento ético’ que se refletiu poderosamente em tudo o que fiz depois: revelou para mim mais um problema ético do que qualquer coisa relacionada com estética. Eu quis aqui homenagear o que penso que seja a revolta individual social: a dos chamados marginais. Tal idéia é muito perigosa mas algo necessário para mim: existe um contraste, um aspecto ambivalente no comportamento do homem marginalizado: ao lado de uma grande sensibilidade está um comportamento violento e muitas vezes, em geral, o crime é uma busca desesperada de felicidade.
Hélio Oiticica (1937-1980), a própósito de explicação sobre a obra acima ilustrada. O retratado é o traficante carioca Cara de Cavalo, morto em confronto com a polícia. A obra representa uma visão romântica e contestatória do tropicalista frente ao modelo desenvolvimentista adotado na ditadura militar.

Lula e FHC – farinha do mesmo saco?

Na caixinha de comentários do post Fabulação, uma provocação do comentarista do blog Antônio Carlos Monteiro gerou um interessante ping-pong entre ele e o poster Oliver. Tratou-se ali de discutir sobre se havia diferenças entre o PT e o PSDB, partidos que se revezam no poder federal há 13 anos.

Em linha paralela ao debate, Ricardo Noblat faz percuciente análise do embate pessoal do atual presidente com seu antecessor, reanimado no último sábado, na convenção do PSDB, quando monsieur Cardosô expôs sua visão de mundo elitista e destratou o adversário, chamando-o de ignorante:

Por que Lula e FHC tanto se estranham?

A pergunta acima foi feita pelo O Globo Online a vários cientistas políticos. (...)

Não faço restrição às respostas. Mas acho que faltou apontar as duas principais razões pelas quais Lula e FHC tanto se estranham.

Da parte de FHC: ele estava certo de que Lula fracassaria como seu sucessor. E sonhava com um terceiro mandato. Como isso não ocorreu, quer se manter pelo menos como um líder político influente. E para tal nada melhor do que polarizar com Lula. Quando nada porque ninguém de peso da oposição exerce ou tem condições de exercer esse papel.

FHC não tem mais futuro político. O compromisso dele é com a História. Cuida da própria biografia. Os governadores José Serra e Aécio Neves, por exemplo, têm futuro. Preocupados com ele não querem bater de frente com um presidente eleito e releito com votação recorde e cuja popularidade se mantém em alta. De resto, dependem da boa vontade dele para governar melhor.

Da parte de Lula: ele bate em FHC porque as pesquisas de opinião pública conferem que o período de governo do seu desafeto é muito mal avaliado pelos brasileiros. Lula só tem a ganhar quando FHC o ataca. E só tem a ganhar quando devolve seus ataques. Foi por isso que a direção do PSDB deixou FHC de fora da campanha presidencial de Geraldo Alckmin no ano passado.

Por que em 2002 José Serra tentou fazer de conta que era um candidato de oposição ao governo? Ora, porque as pesquisas indicavam já naquela época que Serra perderia feio como candidato de um governo impopular. Que prometera criar empregos e que deixara milhões de desempregados. Por pouco Serra não foi ultrapassado por Garotinho na reta final da campanha no primeito turno.

Lula e FHC são políticos pragmáticos. E no passado caminharam juntos em várias ocasiões. Serão capazes de se reconciliar mais adiante. E até de brincar lembrando as estocadas que trocaram nos últimos anos.

Ao que parece, a opinião de Noblat converge com o pensamento do nosso comentarista ACM. A mim, continua-me remoendo a idéia de que estamos à sombra de uma briga paroquial paulista, fantasiada de disputa por grandes interesses nacionais.

Tropicália

É proibido proibir. Seja marginal, seja herói. Frases como essas ilustram o caráter contestatório da Tropicália, que teve entre seus ícones Caetano Veloso, Hélio Oiticica e Torquato Neto. É sobre esse movimento cultural a excelente página eletrônica Tropicália, um projeto de Ana de Oliveira. Imperdível.

15 minutos

Andy Wahrol dizia que todos teriam quinze minutos de glória no futuro. Monica Veloso, parece, esgotou os dela. Ontem lançou um livro de memórias. Ao contrário da Playboy, onde posou como veio ao mundo, o ex-caso do Senador Renan Calheiros não vendeu nem dez exemplares de suas memórias. Entre os presentes na sessão de autógrafos, destacavam-se a playmate Nani Venâncio e o cineasta Oswaldo Massaini, interessado em convidar a dublê de escritora para atuar em um futuro filme sobre a família real brasileira. Na película Mônica Veloso representaria a Marquesa de Santos, a fogosa amante do Imperador Dom Pedro I, a quem tratava de fogo-foguinho e de demonhão.

Não se fazem mais comunistas como antigamente

Uma Santa Ceia inusitada foi pintada em um muro de Caracas: no lugar dos apóstolos, aparecem ao lado do Cristo Fidel Castro, Che Guevara, Mao Tsé-Tung, Lênin, Marx, Simon Bolívar e... Hugo Chávez.

Marx, que afirmou que a religião é o ópio do povo, deve estar se revirando no túmulo.

Vale de marca nova

Enquanto os movimentos sociais, dentre outras instâncias da sociedade civil, pretendem re-nacionalizar a Companhia Vale do Rio Doce, a empresa apaga cada vez mais sua origem estatal e se firma com fervor no mercado internacional, buscando a liderança do setor minerário, que ainda pertence à anglo-australiana BHP Billiton.

Como parte desta estratégia, a Vale lançou, hoje, sua nova marca, ao mesmo tempo em que anunciou o fim da utilização da sigla CVRD, vigente desde a fundação da empresa, em 1942.

A mudança, que é muito mais que cosmética, ainda precisa se operar no tratamento dispensado aos entes federados donde a Vale extrai a origem de sua solidez. O Estado do Pará, por exemplo, ainda espera obter um tratamento diferenciado da ex-estatal, dadas as riquezas extraídas de seu subsolo.

“O direito dos cidadãos à verdade perante o Poder Público” – lançamento nacional

De acordo com o artigo 5º, incisos XXXIII e XXXIV da Constituição Federal, toda pessoa tem direito a obter informações do Poder Público, de caráter individual ou coletivo – inclusive com o fornecimento de certidões, no caso de reivindicações de interesse pessoal.

A constitucionalização deste direito materializa a defesa do direito do cidadão à verdade e tem raízes filosóficas e implicações constitucionais profundas.

O tema é tratado no livro O direito dos cidadãos à verdade perante o Poder Público, de Paulo Klautau Filho, procurador do Estado, professor do CESUPA, mestre e doutor em Direito, de cuja amizade privo com grande orgulho.

A obra é uma versão revista da tese de doutorado de Paulo, defendida perante a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), e conta com prefácio do professor Fábio Konder Comparato, que foi seu orientador.

O livro será lançado nacionalmente, inaugurando uma parceria entre a Editora Método e a Editora do CESUPA, em convescote a ocorrer na sede social da Assembléia Paraense, no próximo 18 de dezembro, a partir das 19:00 hs.

Kitsch

Vem aí a nova decoração natalina da Prefeitura de Belém.

Revolta

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
(Castro Alves - Navio Negreiro )

Nem piscam

Benasssuly é um servidor público decente. Cometeu um erro gravíssimo, certamente traído pelo corporativismo a que se propos defender. Reconheça-se, contudo, o gesto honrado do delegado geral de Belém ao pedir à governadora a exoneração, em seguida aceita. Depois do episódio desastrado que protagonizou, esse era o caminho lógico para garantir o mínimo de respeitabilidade, frente a carreira que construiu. Mas, atente-se para uma questão ética: o policial Benassuly não responde por esta crise, revelada a alguns quilômetros de sua jurisdição, e que tem raízes bem mais profundas nos tempos recentes da política brasileira. Ao lado do pedido de exoneração que delegado apresentou, deveriam estar solidárias algumas outras autoridades chaves na regulação do cárcere no Pará. Mas, em nome da sobrevivência, fazem-se de mortinhas da silva: não falam, nem piscam, pra não fazer marola. Mas, são exatamente elas que alimentam o caos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Inda tá menino, moço, o almoço inda tá cru
Segura bem na mão da menina
Poupa teu coração que é só na colina
Que o Santo serve o carurú.

(Gilberto Gil - Lavagem do Bonfim)

Cai um rei de espadas

Passa a ser titular aquele que, até então, sempre aparecia em exercício: o novo Delegado-Geral (por enquanto interinamente) é Justiniano Alves Filho.

Fim das conjecturas

Não é mais hipótese: Raimundo Benassuly Jr. não é mais Delegado-Geral de Polícia Civil do Estado. O anúncio do novo Delegado-Geral será feito nas próximas horas pela governadora Ana Júlia Carepa.

Pondo o pau na mesa.

Contrastam as atitudes dos governos da Bahia e do Pará frente às crises, que ora vivenciam. Enquanto de bate pronto um se expõe comparecendo ao velório das vítimas de um desabamento, expondo-se ao calor da crítica de amigos e famílias no momento da mais aguda dor; e negar de forma incisiva as acusações do MPE quanto ao conhecimento governamental das irregularidades que levaram ao sinistro; para determinar, em seguida, a apuração de responsabilidades dos responsáveis, a implosão da arena futebolística e a construção de outra que atenda a segurança e a paixão baiana pelo futebol; nós, paraenses, aqui perdemos o rumo, conduzidos por equívocos absolutamente evitáveis, desorientados por isto ou aquilo, e por fim pelo corporativismo que sempre faz mal à inteligência das gentes.
Mas, esta imprevidente tarde de verão de opiniões desconexas e dispensáveis - sobretudo porque divergentes com o valor da vida e com a biografia política da governadora -, deu o tom para quem tiver ouvidos para ouvir e decidir o que quer da vida profissional, ao menos no governo petista que ela lidera
:"Nós reconhecemos que esse fato é uma barbárie e eu digo que é uma sucessão de erros e equívocos graves, e nós vemos que é um caso isolado". Isto é o que podemos chamar de estilo prá frente é que se anda; ainda que Fellini, no magistral Cidade das Mulheres, compareça com advertência válida: camina, camina, la strada es serpentina.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

¿Por qué no te callas?

Está respondido o post Queen of the British Empire.

Atmosfera

Muito pesada até para Atlas, o gigante mitológico que carregava o mundo pra lá e pra cá, na Antiguidade. Então, para descontrair, matenha a respiração tranquila, a coluna ereta, espreguice e se delicie com o bom humor poético do mineiro Francisco Alvim.

Van Jaffa

Mas quem é você afinal
Sou Van Jaffa
Fui para casa. Li tudo o que havia dele
no "Letras e Artes"
para melhor conhecer o personagem
Van
por conta de meus antepassados nobres holandeses
Jaffa
por conta de meu nome
José Antonio Faria do Amaral

Alvim, integrante do grupo de poetas marginais Frenesi, tira no poema um sarro - como se dizia na época - com um crítico de teatro, Van Jaffa, que, depois, terminou virando prêmio de artes cênicas em São Paulo.

Publicando charges compartilhadas em seu blog

O sítio Charges.com.br, é muito popular na web brasileira. E a blogosfera pode utilizar suas animações livremente. Tanto isto é verdade, que o Charges possibilita ao menos 2 maneiras de fazê-lo: na primeira é copiando o link e colando em seguida em seu blog; na segunda (a mais interessante), você será capaz de publicar a charge escolhida para visulaização direta em seu blog, sem que para isso tenha que remeter o leitor ao sítio do Charges.
Vamos nos deter em um passo-a-passo que contempla a segunda opção.

1) Vá até o Charges.com.br e escolha a animação que deseja publicar em seu blog.

2) Observe que logo abaixo da animação, existem 2 links: o primeiro (Endereço URL) atende à primeira opção de divulgação da charge; o segundo (embed:), é o que nos interessa. Selecione o segundo link com o mouse e digite CTRL-C (que tem o mesmo efeito que ir até a barra de menu do navegador e clicar em EDITAR --> COPIAR). Fazendo assim, você estará copiando o código para a área de transferência do sistema operacional.



3) Abra outra janela ou aba de seu navegador. Deixe a janela do Charges.com.br em segundo plano, para voltar a ela em caso de necessidade.

4) Agora crie uma nova postagem normalmente em seu blog, acessando o Painel de Controle do Blogger ---> Criar Nova Postagem.

5) Na janela de postagem convencional do Blogger, observe que ela possui 2 abas: EDITAR HTML e ESCREVER. Deixe selecionada a aba ESCREVER, e digite o texto que deseja acrescentar à animação, o marcador e o título do post, se for o caso.



6) Selecione agora a aba EDITAR HTML.



7) Deixe o cursor do mouse no início do primeiro parágrafo do texto que você digitou no passo 5 e dê 2 espaços, clicando duas vezes na tecla ENTER. O objetivo é arranjar espaço para colar o código HTML copiado do Charges.com.br no passo 2.

8) Com o cursor do mouse bem no início da área em branco que você ganhou com o passo anterior, digite agora CTRL - V (que tem o mesmo efeito que ir até a barra de menu do navegador e clicar em EDITAR --> COLAR). Vai ficar exatamente como na figura abaixo, com o código HTML na parte superior e o texto que você escreveu no passo 5. É assim mesmo. Fique tranquilo. O código HTML não será visível na postagem final. Apenas o texto que você escreveu.



9) Finalmente, clique no botão PUBLICAR POSTAGEM e verifique o resultado.


Esta é a charge odiada pelos tucanos que foi citada no Quinta Emenda no post Falar não é fácil. Pode ser facilmente apresentada no próprio blog, sem que seja necessário criar um link para ela.
Basta seguir instruções parecidas com a que utilizamos no You Tube. Faremos um tutorial específico sobre o assunto.
No entanto, parecem haver problemas com alguns navegadores, que tem dificuldades em apresentar arquivos "flv".

domingo, 25 de novembro de 2007

Mosqueiro - Natureza em fervor

Mosqueiro nos deu um espetáculo ontem á tarde. Por volta de 18 h, a lua se insinua atrás da floresta, gigante e ainda amarelada.



Em seguida, mostrou-se em todo seu esplendor, aos olhos de quem está sempre atento a ela, inundando a noite com o azul do luar, que só as luminárias feéricas e mal colocadas da orla, contribuem para atrapalhar. E muito!



No dia seguinte, vem a manhã com maré cheia, batendo na amurada e ondas enormes. Atenção visitantes de outros estados que visitam o Flanar: estas ondas são de rios e não de mar!



E a galera aproveita o banho, sem sair da calçada.



E quem disse que a Lua também não estaria por trás da força das manhãs?

A nota pública dos Bispos

Após queixar-me do silêncio da CNBB sobre o caso da garota violentada numa delegacia de Abaetetuba-PA, verifico que de fato a Igreja Católica se manifestou com firmeza sobre o assunto. Prova-o nota publicada na página eletrônica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasíl. O documento foi assinado também pelos representantes da Igreja Anglicana e de organismos regionais relacionados com a defesa dos direitos humanos.
Que o presente post oriente os jornais paraenses, que igualmente reclamaram da CNBB antes de consultarem o portal eletrônico da instituição.

Túnel do Tempo

Contribuição para a história dos cursos de medicina.

Estudos Avançados

Publicado on line o último número da Revista Estudos Avançados da USP. É temático e se dedica à questão do crime organizado nas unidades da federação brasileira. Imperdível.

sábado, 24 de novembro de 2007

Fabulação

As notícias sobre o congresso realizado pelo PSDB me deixa estupefato, especialmente pelo clima de cervejaria que traduzem. Ficamos com a nítida noção de que alguns políticos brasileiros, depois da overdose de poder experimentada, passam por um tremendo delirium. Só assim posso entender a gana com que uns poucos se entregaram ao ridículo de inventar fatos, como a moção de repúdio contra o Presidente Lula, nela acusado de "manobrar" para obter um terceiro mandato.
Nem mesmo quem recomendou repetir mil vezes as mentiras para se tornarem verdade nos ouvidos do povo, recomendaria essa estratégia destituída da mais frágil base factual.
A propósito, quem inventou a reeleição para cargos do executivo, foi exatamente o tucano Fernando Henrique Cardoso, quando ainda cumpria o primeiro mandato de Presidente da República. Com o apoio do Congresso Nacional, em que tinha a maioria, patrocinou emenda a Constituição que lhe garantiu o segundo mandato.
Ora, quem vende a alma ao diabo, sabe que ele é o príncipe do mundo. O diferencial está em que nem todas as almas se perdem pela mesma tentação.

FEBEAPA

De vez em quando se reproduz no Brasil o famoso Festival de Besteiras que Assola o País, o FEBEAPA, criado pelo saudoso Stanislaw Ponte Preta. Interminável, está na n edição. A última vem do ilustre Ministro da Educação, Sr. Fernando Haddad, que encastoou na oficialidade o seguinte comentário sobre o ensino, quando comentava o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), na Folha de São Paulo:
No dia em que a rede privada for pior que a pública, por definição, ela acabará, já que ninguém vai pagar para receber um ensino que pode obter gratuitamente e com mais qualidade
.
Entende-se por esta afirmação que a escola publica brasileira estará sempre atrás da privada em termos de qualidade, condenada ao fogo eterno da incompetência. Deve-se mandar o ministro ao inferno, pois a escola pública brasileira tem história brilhante, infelizmente fragilizada pela falta de investimentos nos governos FHC que não rubricou recursos orçamentários suficientes para garantir qualidade na escola pública, quando foi realizada a justíssima universalização do acesso a esse direito .
Ao contrário do que o Ministro afirma, a escola privada no Brasil já foi o que a pública é hoje. Na minha geração, e de alguns comentaristas desse blogue, quem dominava era a escola pública. Ninguém queria saber de escola particular, exceto os abonados que buscavam ilhas de excelência, ou aqueles que não tivessem aprovação nas seleções públicas, os expulsos e os reprovados, que sustentavam por exemplo escolas como o Abraham Levy, hoje extinto.
Nessa época, fazia-se prova para ingressar nos cursos ginasial (I grau), fazia-se prova para ingressar nos cursos secundários (II grau), como hoje ainda se faz vestibular para ingressar na Universidade. Cada um de nós fazia, portanto, no mínimo três vestibulares para estudar em escolas públicas. No curso primário, por exemplo, eu estudava numa escola pública e tinha por contemporâneos os filhos do governador do Estado, o Coronel Jarbas Passarinho.
E o resultado está aí. Tenho colegas doutores médicos, mestres, ph.d, pós-doutores, artistas, autoridades nas três esferas de governo do país que desde o primário até a pós-graduação sempre estudaram em escolas públicas, a maioria deles filhos de classe média baixa como eu. Com orgulho posso dizer que todos são excelentes profissionais e funcionários públicos, alguns deles, embora jovens, já reunindo uma importante folha de serviços prestados à nação. O ministro ao invés de raciocinar com regras de mercado deveria se ilustrar sobre o que fala, para melhor dignificar o importante cargo público que ocupa.

Conversa de tontos

L., a garota estuprada na cadeia de Abaetetuba, abalou o governo de Ana Júlia. O escabroso fato denuncia não só a tragédia humana, mas a falta de simancol das autoridades em tentar justificar o injustificável perante o eleitor. Todas as falas denunciam a situação de extrema gravidade na gestão das áreas de segurança pública e de direitos humanos no Pará.
É inadmissível que, após quase um ano de governo, autoridades aleguem desconhecimento da realidade de Bastilha nas prisões do estado. Uma conversa de tontos, disse-me em off um importante jurista aposentado.
E de fato deve ser, pois só por essa ótica posso entender a brilhante idéia do governo de conduzir um ato público, domingo (24/11), na Praça da República, chamado "16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres". Os itálicos são meus, mas a tontice é da Secretaria Estadual dos Direitos Humanos.

Justiça para todos

Constata-se que no país vigem três justiças com modus operandi bem diferentes. Existe a justiça dos ricos, existe a justiça dos políticos e existe a justiça do resto. É o que se deduz da fala do presidente da OAB nacional, publicada hoje no Diário do Pará, a propósito da adolescente presa e estuprada numa cadeia de Abaetetuba - PA:
“ Quando não se pode cumprir o ordenamento jurídico que obriga a separação nas prisões dos presos de diferentes sexos, (...) o Estado deveria agir da mesma forma com que atua em relação às pessoas mais abastadas e protegidas politicamente: colocá-las em prisão domiciliar.”

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cinema sem filme

Seguindo sugestão do Oliver, articulista do Flanar, fui ontem ao Cine Líbero Luxardo do Centur, assistir ao filme “A Grande Ilusão”, do cineasta francês Jean Renoir, cartaz do dia no festival de cinema franco-alemão que segue naquele espaço até o final do mês.

Além da motivação natural – a obra é considerada um dos maiores clássicos do cinema e uma sensível mensagem anti-bélica – pensei poder postar minhas impressões sobre a fita, na qualidade de espectador leigo, mas interessado.

Qual não foi minha triste surpresa, porém, quando passada cerca de hora e meia de exibição, o filme simplesmente congelou na tela, em um momento crucial da trama: o da tentativa de fuga dos oficiais franceses presos em uma fortaleza medieval, usada como prisão pelo exército nazista.

A exibição era feita em DVD, e não em película. O disco, provavelmente arranhado, impediu que o capítulo fosse lido pelo aparelho; assim, o responsável pelo manejo do equipamento simplesmente pulou o trecho danificado, passando grande parte da história e adiantando a um ponto em que era impossível compreender o que havia se passado.

Ponto negativo para o cineminha. Eu e minha mulher, como vários outros espectadores, saímos imediatamente da sala de exibição. Uma pena.

Fica a sugestão de que os responsáveis pelo festival verifiquem as condições do DVD antes da exibição dos filmes.

Verbus

Mas a noite não se perdeu: do cinema, dispostos a não dormir cedo, fomos tomar uns chopes e comer algo da ótima cozinha do melhor bar da cidade (Walda, depois te mando a conta da publicidade...).

Lá chegando, uma agradável surpresa: encenava-se um espetáculo teatral-musical-poético com os atores Carlos Vera Cruz, Stéfano Paixão, Thales Branche e Landa de Mendonça, denominado Verbus. Os atores declamam poemas e interpretam canções de amor e ciúme, com muito alto astral. E ontem, com uma participação luxuosa: o Afonso Klautau, que estava entre os clientes da Taberna, declamou o “Soneto da Fidelidade”, do poetinha Vinicius de Moraes.

O espetáculo fica em cartaz até a próxima quinta-feira, a partir das 20 horas. Assista acompanhado de um “mexido garagem” de picadinho. Eu recomendo.

O país sob a ótica da Amnesty International

O capítulo do Brasil no Relatório 2007 da Anistia Internacional ilumina a discussão sobre respeito aos Direitos Humanos pelas instâncias governamentais, mantida a fórceps na pauta do dia em razão da prisão por quase um mês de uma menina de 15 anos em cela com 20 homens, na Delegacia de Polícia de Abaetetuba, no interior do Estado.

No prólogo do texto, o relatório apresenta como destaques negativos no país “problemas nos sistemas judicial, prisional e de segurança pública, entre os quais violações sistemáticas dos direitos humanos”. Para a Anistia Internacional, as dificuldades encontradas “contribuíram para os níveis elevados e persistentes de violência criminal”.

O capítulo salienta que o primeiro mandato do presidente Lula “foi marcado por extensas alegações de corrupção por todo o espectro político”, cujas investigações revelaram “vínculos diretos e indiretos com a erosão da proteção aos direitos humanos”. Segue aduzindo que “em todos os níveis do poder Executivo e Legislativo, foram amplamente divulgadas malversações de verbas públicas que, tanto enfraqueceram a capacidade das autoridades de garantir os direitos humanos básicos por meio de serviços sociais, quanto diminuíram a confiança pública nas instituições do Estado”.

Tratando especificamente da Justiça Criminal e suas instâncias de apoio, a Anistia Internacional realça que o “descaso de longa data dos governos estaduais e federal” impediu que as prometidas reformas substanciais nos sistemas judiciário, prisional e policial fossem implementadas. Com isso, houve “violações sistemáticas dos direitos humanos por parte destes agentes responsáveis pelo cumprimento da lei”, incluindo “o uso excessivo da força, execuções extrajudiciais, tortura e maus-tratos”.

O trecho do capítulo relativo ao sistema carcerário trata sob a mesma epígrafe os sistemas prisional e o penitenciário, concluindo que ambos entraram em colapso. Em um parágrafo específico sobre as condições das prisões femininas, a AI afirma:

Houve relatos persistentes de violações contra prisioneiras. Na Colônia Penal Feminina,um presídio de mulheres no Recife, a AI testemunhou condições extremamente precárias. As internas dormiam no chão e nos chuveiros, os serviços de saúde eram limitados e elas relataram o tratamento violento recebido dos carcereiros. As crianças recém-nascidas ficavam nas celas com as mães, algumas das quais estariam doentes, sem atendimento médico e condições de segurança suficientes.

Imagina-se agora o que dirá o relatório 2008 da Anistia Internacional, após o caso de Abaeté.

Queen of the British Empire

Esta é da série “perguntar não ofende”.

No caso dos adolescentes mortos e desovados nas matas da CEASA, quem apareceu nos jornais junto à cena do crime foi o valoroso e buona gente Justiniano Alves Jr.

Houve o caso do assassinato dos irmãos Novelino, e lá estava Justiniano de novo, dando explicações em entrevistas coletivas.

Agora, no caso da adolescente trancafiada na Delegacia de Abaetetuba com 20 marmanjos, adivinhem quem responde pela Polícia Civil? Ele mesmo: o Justo.

Sempre em exercício.

Afinal, onde se mete o titular da Delegacia Geral, o também buona gente Raimundo Benassuly Jr., sempre que a coisa pega?

Como publicar vídeos do YouTube no seu blog

Atendendo a um frenético pedido de um leitor, vamos explicar um passo-a-passo de como publicar vídeos do YouTube em seu blog. Este post, bem como muitos outros relacionados, estarão sempre disponíveis na área de Tutoriais do Flanar. Dê uma passadinha lá e você vai encontrar muitas dicas e informações a respeito de blogs, hardware, software, entre tantas outras curiosidades de interesse aos amantes da blogosfera, microinformática, etc.
Vamos então aprender como publicar um vídeo do YouTube em seu blog.

1) Em primeiro lugar, antes que você possa pensar em fazer isso, você precisa ser membro do YouTube. Portanto vá até lá e no canto superior direito clique em Sign Up. Preencha o formulário, escolha seu login e senha, e seja um membro do YouTube. Lembre-se que isto também lhe dará direito a fazer upload de seus vídeos pessoais para que o mundo os veja.



2) Uma vez membro e logado no YouTube, escolha o vídeo que deseja postar em seu blog. Escolhido o vídeo, observe os links existentes na parte inferior do vídeo.
Clique em Share.



3) Vão aparecer os serviços que podem usufruir do compartilhamento de vídeos do YouTube. Escolha Post to Blog. Em seguida, é preciso que você escolha exatamente qual o serviço de Blog que deseja postar, qual exatamente a URL de seu blog, bem como login e senha de acesso ao serviço de postagem. Portanto, você precisa definir isso, clicando em Edit Blog Settings. Na captura de tela abaixo, já aparece pré-configurado o Flanar. O mesmo acontecerá com o nome de seu blog, tão logo você termine de preencher as configurações acima.
É possível que, como você estará utilizando este recurso pela primeira vez, existam algumas diferenças neste passo. Mas obrigatoriamente você deverá escolher o serviço de blog (Blogger, Wordpress, etc), definir sua URL (ex: http://blogflanar.blogspot.com) e seu login e senha no serviço de postagem que utiliza (Blogger, Wordpress, etc). Não utilize o login e senha do YouTube. Isto só deverá ser feito uma vez. Daí em diante, toda vez que você se logar no YouTube, terá automaticamente pré-configurada a opção de postar em seu blog, sempre que clicar no link Share, como mostrado no passo 2.



4) Cumprida esta última etapa, o YouTube preenche automaticamente o título do video que você escolheu e abre uma caixa de texto, para você preencher com algum comentário, se desejar. É claro que o título pode ser modificado.

5) Quando tudo estiver prontinho, simplesmente clique no botão Post to Blog. Quase que imediatamente, o vídeo estará disponível em seu sítio. É só ir lá e conferir.
Boa sorte!

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Atualizada em 28 de fevereiro de 2009

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: esta solução mostrou-se problemática, com efetividade irregular. Além do mais, da época de sua publicação (novembro de 2007), é provável que já esteja desatualizada. Recomendo então que os leitores, que por acaso tenham caído aqui através das ferramentas de busca, leiam a solução definitiva - publicada ainda em dezembro de 2007 - que até o presente momento (Fevereiro de 2009) ainda funciona. Embora seja mais trabalhosa. Basta clicar aqui. O poster agradece a sua visita.

Homo homini lupus

Rua da Carioca, próximo do Bar Luiz, aquele que tem os garçons mais mau-humorados do mundo, e do Cinema Iris.

A rota

From Abaetetuba to world. Não deu ainda no N.Y. Times - diria Henfil -, mas foi noticiado na Austrália: ABC NEWS (Girl 'raped for a month' afther prison cell bungle) e no The Daily Telegraph (Girl's month of rape in male jail). Para a UNESCO, entretanto, este não é o único problema de segurança em Abaetetuba.
A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.
(Martin Luther King)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sanatório Geral


A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República incluiu no serviço de proteção à testemunhas a família da menor presa e estuprada numa delegacia de Abaetetuba - PA. Segundo o sítio Terra, repercutindo o Jornal Nacional, o pai da vítima denuncia que foi ameaçado por três policiais com o intuito de forjarem certidão de nascimento que tornasse a filha adolescente em maior de idade. Com uma polícia dessas, resta-nos seguir o conselho do Julinho da Adelaide e implorarmos proteção ao ladrão.

Santa Maria, rogai por nós

Como quase sempre, tem razão o Quinta Emenda. Com perspicácia, aponta mais um absurdo das circunstâncias do caso escabroso da menina que foi mantida encarcerada com 20 homens, na Delegacia Policial de Abaetetuba:

Marias

É uma mulher, Flávia Verônica, a delegada que enfiou a adolescente dentro da cela com 20 homens em Abeté.
É uma mulher, Vera Tavares, a secretária de Segurança Pública, que não consegue comandar a puliça.
É uma mulher, Socorro Gomes, a secretária de Direitos Humanos, que silencia sobre os fatos.
É uma mulher, Ana Julia, a governadora que diz à impreensa que não pode garantir que não existam casos iguais no estado.
É o horror!

A propósito da macaca

Do blog do Afonso Klautau, vale recontar esta deliciosa história:

PARA O MANO FLORES

No dia em que o Rômulo Maiorana rodou a primeira tiragem do Liberal em off-set, todo feliz, com toda a razão, compartilhou sua alegria com os funcionários.
E o Mano Flores disse : égua, seu Rômulo, imagine quando o senhor implantar o off-oito.
Paz ao Mano Flores que teve o dom de se chamar Mano e Flores.

De menor, o menor

O Governo do Pará decidiu afastar da função os funcionários públicos envolvidos no episódio da jovem presa em uma cela de homens por quase um mês. Nesse período a prisioneira foi abusada sexualmente pelos presos em troca de comida. Escândalo nacional, ainda hoje, a coluna do professor de Português Pascuale Cipro Neto, com o título Se ela dissesse que era de menor, publicada n'A Folha de São Paulo, aborda o assunto quanto a retidão ortográfica e moral.
Além de corrigir o vernáculo da autoridade policial paraense, que buscava nessa frase uma impossível justificativa para as condições de prisão da mulher, Cipro Neto não economiza opinião sobre o caso: Pois bem, caro leitor, a maior das barbaridades contidas no pronunciamento do superintendente da Polícia Civil do Pará não é linguística, não; é moral mesmo - diz ele.
Segundo o professor, embora o de menor seja de uso popular corrente, não vige nem em linguagem culta, nem, pasmem, na linguagem jurídica. É um erro seu uso. O certo seria a autoridade policial ter dito Se ela dissesse que era menor de idade...
Feita a correção do português, só nos resta reiterar que o de menor é o menor dos problemas nesse caso.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A Guerra dos Pistaches

Em julho de 1969, por quase uma semana, houve guerra entre Honduras e El Salvador por conta de uma partida de futebol entre as respectivas seleções nacionais, em que Honduras fora vencedora, mas o resultado não aceito pelo perdedor. Conhecida como a Guerra do Futebol, durante 100 horas os dois exércitos se enfrentaram com ferocidade, terminando o conflito com a intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a criação de uma zona tampão, desmilitarizada, entre aqueles dois países da América Central. O inusitado conflito foi uma tragédia binacional em que foram perdidas as vidas de seis mil pessoas.
Agora surge na crônica mundial não uma guerra por motivo esdrúxulo, mas um fato novo, que denota até onde a paranóia bélica pode chegar no altamente inflamável Oriente Médio.
Os israelenses são loucos por pistache e importam por ano 26 milhões de dólares da iguaria. Ocorre que Washington diz que o Irã anda vendendo por baixo dos panos pistache a Israel, sem que este saiba, misturado a carga comprada em outros países da região.
Por essa razão, o sub-secretário de agricultura dos EUA interpelou o colega israelense para que desse solução ao problema, pois o ganho com a exportação camuflada permitiria aos iranianos aplicar mais recursos no programa nuclear que desenvolvem a contragosto do governo Bush. Contudo, apesar da pressão norte-americana, até agora Israel não solucionou o problema de como identificar entre os milhões de pistaches importados aqueles com o DNA dos aiatolás.

Cuidado com "a macaca"!

Na caixinha de comentários (diga-se, MUITO freqüentadas ultimamente no Flanar) da postagem Mais no Panorâmio , nosso articulista Francisco Rocha Junior utiliza de um termo muito comum nestas paragens: “...vcs estão com a macaca!”.
Trata-se de força de expressão muito popular nesta região, que como todos devem saber, pode muito bem ser parafraseada das seguintes maneiras:

Vocês estão impossíveis!
Vocês estão com a corda toda!
Vocês estão possuídos!

Pessoalmente, acredito que no contexto do post original, talvez a última seja a mais adequada (risos).
O que importa na verdade, é que trata-se de expressão amplamente conhecida, que dificilmente poderia ser mal interpretada em cenários comuns do cotidiano, não é verdade?
Enganam-se. E para provar isso vou contar uma história que me aconteceu há cerca de 15 anos atrás.

Estava às voltas com meu primeiro filho, com apenas alguns meses de idade. Sentimos então, a necessidade de contratar uma ajudante para auxiliar no duro cotidiano de cuidados que estes pequenos seres nos impõem, literalmente da noite para o dia.

Contratamos então uma jovem de 16 anos, indicada por Dona Severina, cozinheira de minha sogra, que à primeira vista parecia confiável e amável no trato com a criança. Nada tinha de preocupante em sua atitude. Isolina, como se chamava a menina, fazia o tipo recatada, talvez tímida, de poucas palavras, contudo mostrava algum conhecimento prévio com a troca de fraldas, banhos e vigilância, que era apenas o que exigíamos, tendo em vista que a criança estava em aleitamento natural, dispensando mesmo o preparo de mamadeiras entre outras coisas. Como era indicada por pessoa de confiança que inclusive era sua tia, não nos preocupávamos com outros possíveis riscos que este tipo de contratação, normalmente, afligem os casais recém constituídos. De fato nenhuma evidência contra-indiciava a nova funcionária da família.

Logo na primeira semana, Isolina cumpriu bem seus deveres de ofício e ganhávamos a cada dia mais tranqüilidade, com a enorme ajuda que nos proporcionava.

João, era então um bebê algo inquieto. Dormia pouco e mamava muito, para resumir o cenário. E abria logo um berreiro ao primeiro sinal de fome, ou qualquer outra necessidade. Dizem que é típico do primeiro filho, talvez refletindo muito mais a inexperiência e insegurança dos pais. Não era exatamente uma criança fácil, e exigia muita atenção e cuidados. E nós, muito provavelmente, também não conseguíamos ser fáceis para ele. Daí por que então, vivíamos cansados e mal dormidos. Enfim, nós nos merecíamos. Mas hoje, João é um rapaz de 16 anos, bonito, saudável, inteligente, criativo e amável.

Deixemos então esta suspeitíssima ressalva e voltemos então à narrativa.

Minha companheira querida, descansava tranquilamente em uma rede, estafada do trabalho e da novidade de ter um novo elemento de uma família que até então era só de 2, mas que agora valia por 4. Eu dividia meu tempo entre um programa de televisão e uma olhadinha no João que parecia estar sob intensos cuidados da jovem ajudante. Percebi então, que João estava na verdade chorando bem além do normal. Minutos antes ele já tinha protestado, pois havia feito aquilo que incontáveis vezes ao longo do dia os bebês fazem: xixi e cocô. Estava como sempre irritadinho e reclamava que o limpassem. Fui ao quartinho e ajudei Isolina na troca de fraldas e no asseio básico que fazemos após estes fenômenos tão irritantemente frequentes nesta tenra idade. Mesmo assim, ele continuava a chorar. Coloquei-o então no colo, balancei-o na rede, cantei musiquinhas, balancei o chocalho, fiz palhaçadas, caminhei com ele pela casa. Não tinha acordo! Tudo se mostrava absolutamente inútil. Nada parecia contentar Joãozinho. Havia acabado de mamar e fome não poderia ser. Cansado e frustrado por não ter conseguido me bastar para ele, voltei à sala onde ainda fui duramente questionado pela mãe, preocupada sobre o que exatamente acontecia naquele quarto. Esgotado e vencido implacavelmente, retruquei:

- “Ele está com a macaca!"

Minha adorável companheira então dirigiu-se até o quarto e, após alguns minutos, já dormia a sono solto com Joãozinho em seu colo.

Para mim, esta história acabaria por aqui e não passaria de um mero e enfadonho relato de um pai levado a sua máxima exigência por um pequeno ser, de apenas alguns meses de vida.

Foi então que o impensável aconteceu. No dia seguinte, a jovem ajudante Isolina não apareceu para o trabalho. No lugar dela veio sua tia Severina, algo intrigada, questionar sobre o que exatamente teria ocorrido no dia anterior que havia deixado sua sobrinha tão triste e revoltada.

Nesta altura, absolutamente pasmado, juro que refiz todos os meus atos desde o momento que abri os olhos naquele fatídico dia até o momento em que os fechei, no início da madrugada. Buscava ansiosamente por algo que tivesse feito ou dito, que justificasse tamanha reação. O mesmo acontecia com minha companheira que angustiada, nada conseguia vislumbrar para ao menos fornecer a título desculpas à revoltada tia.

- Mas Dona Severina. Do que exatamente a Isolina se queixou? – perguntávamos ansiosos.

-Disse-me que foi mal tratada, tendo inclusive sido apelidada pelo Sr. , seu Flanar! – afirmava com revolta a indignada tia.

Em pânico, retruquei que nada havia dito para ela.

- Mas ela me disse que o Sr. a chamou de macaca! – respondia Dona Severina.

Foi aí então que caiu a nossa ficha. Mesmo após uma centena de cuidados e explicações pormenorizadas, não conseguimos reaver nossa ajudante, muito embora Dona Severina tenha parecido contentar-se com nossas explicações.

Aí está então, a descrição fidedigna de um verdadeiro acidente de linguagem, ou até mesmo um choque cultural. Quem saberá?

Sim. Antes que vocês perguntem: tanto Severina quanto Isolina eram negras. Faz alguma diferença neste relato?

PS: apesar do relato ser rigorosamente verdadeiro todos os nomes são fictícios.

Burocratizando o escândalo

A polícia agora, apega-se a firulas burocráticas para justificar o injustificável.
Foram atrás do pai biológico da menina que foi trancafiada com 20 "asilados" numa cadeia de Abaetetuba, que afirmou que ao invés de 15, a menina teria na verdade 20 anos!
Ora bolas! O fato de ser menor de idade, tão somente seria um terrível agravante ao fato noticiado. Em nada modifica a péssima decisão de colocar 1 mulher em meio a 20 homens numa cela. Bom mesmo que o equívoco quanto a idade tenha servido para trazer à tona maus hábitos dos calabouços.
As prisões, que já em nada se parecem a ambientes "correcionais", desta maneira poderão facilmente atingir os caminhos da barbárie pura e simples.
Mais um pouco e os policiais poderão começar a desqualificar a vítima para justificar sua decisão.
E se as cadeias do interior sempre foram assim e nunca ninguém protestou diante disto, está na hora de começarem a mudar de atitude. Não seria o que a sociedade deseja?
Ou não?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mais no Panorâmio


Ouro Preto - Praça Tiradentes e o Museu da Inconfidência

Neste exato momento, mais fotografias foram enviadas ao meu modesto espaço no Panorâmio, na torcida para que sejam selecionadas para o Google Earth. O prazo para a seleção pela equipe do Google Earth é imprevisível. Mas tem demorado cerca de 3 meses após a publicação no Panorâmio.
As últimas referem-se a minha passagem pela Estrada Real, em Julho deste ano, no trecho Belo Horizonte - Ouro Preto.
Para ver todas, clique aqui.

Precedente de valor

Para quem apropriadamente defende o controle do Judiciário, uma notícia alvissareira: o Conselho Nacional de Justiça resolveu abrir processo de revisão disciplinar contra o juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, titular da 1ª Vara Penal de Sete Lagoas (MG), por ter o mesmo se negado a aplicar a Lei n. 11.340/2006, cognominada de “Lei Maria da Penha”.

A lei, que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, foi considerada pelo magistrado como “um conjunto de regras diabólicas”. Declarando sua inconstitucionalidade, o juiz deixou de aplicar a norma em diversos processos criminais. O fato foi objeto de apreciação pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Minas, que determinou o arquivamento do processo correicional sob o argumento da cláusula de tutela da atividade jurisdicional. Trata-se de um princípio técnico que resguarda a independência do juiz, impedindo que o mesmo seja punido por suas decisões.

Na discussão empreendia na sessão em que o CNJ decidiu unanimemente dar início ao processo, o conselheiro Oreste Delazen destacou que “o exercício da magistratura não é um sinal verde para expressão de preconceitos e destemperança verbal”. Dentre outras pérolas, o juiz mineiro afirmou que “a mulher moderna – dita independente, que nem pai para seus filhos precisa mais, a não ser dos espermatozóides – assim só é porque se frustrou como mulher, como ser feminino”.

Por sua vez, o conselheiro Jorge Maurique afirmou que "o ato do juiz é um ato do Estado” e que “ao Estado não é reservado o rancor, a raiva e o preconceito”.

A decisão abre precedente interessante: pela primeira vez, o Conselho terá necessidade de discutir o conteúdo de uma sentença, proferida em um processo entre partes, para poder aplicar uma pena administrativa a um magistrado.

Evidentemente, esta é uma discussão que ainda renderá muito pano para manga. Se houver punição, certamente chegará ao Supremo Tribunal Federal.

Vergonha

De fato o Quinta Emenda tem razão. È um insulto à mulher e à cidadania o episódio envolvendo uma jovem, que, para piorar, alega ser menor de idade, na condição de prisioneira numa delegacia no interior do Pará.
Numa cela com homens, foi currada nas barbas da autoridade que ignorou o Estatuto da Criança e do Adolescente e o imperativo óbvio das relações entre gêneros em se tratando de coahitação no mesmo cárcere.
Trauma insuperável para a vítima. Vergonha para o Governo do Estado. Injusto para a biografia política da governadora Ana Júlia, desde sempre uma sincera militante pela causa das mulheres, ainda quando militava no movimento estudantil da UFPA.

Dumpr: brincando com fotografias



Para quem gosta de diversão na grande rede, existe uma ferramenta online muito interessante.
Trata-se do Dumpr.
Lá, após escolher um padrão de efeito, você faz o upload de uma imagem contida em seu computador e o sítio a transforma. Feita a transformação, você poderá baixar a imagem ou mesmo publicá-la diretamente em blogs e redes sociais. Entre eles se incluem Blogger, Wordpress, Orkut, Facebook, My Spaces, entre muitos outros.
Como no exemplo acima, em que utilizei uma foto de minha autoria, publicada no Google Earth através do sítio Panorâmio.
Dica com os devidos créditos ao G1.

"Médico será processado!!" - afirma a defesa de Chico Ferreira

O médico psiquiatra Mário Machado, que atendeu Chico Ferreira, dias após o assassinato dos irmãos Novelino, poderá ser processado por ter liberado o paciente à polícia. O advogado de defesa afirma que, mesmo após ter escrito em laudo anexado aos autos, "que o paciente encontrava-se sob medicação intravenosa" incluindo "haloperidol 5 mg 3 vezes ao dia, diazepam 3 vezes ao dia" e outro medicamento de uso intermitente, necessitando inclusive de "vigilância contínua tendo em vista o alto risco de suicídio", liberou o paciente à polícia, afirmando que "o mesmo encontrava-se em boas condições clínicas".
É um dos argumentos utilizados em favor da absolvição de Chico Ferreira.

Faz sentido

Do blog do Noblat:

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou projeto que impede parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República de matricularem seus filhos em escolas particulares durante a educação básica.

Quem tem cargo eletivo seria obrigado a colocar filhos e demais dependentes em escolas públicas a partir de 2014. A punição para quem descumprir a regra não está prevista, mas Cristovam disse que para os parlamentares federais poderia ser considerado quebra de decoro.

Ele disse que não estudou nem colocou seus filhos em escolas públicas, mas justificou que na época não era parlamentar.

Para o pedetista, com os filhos de políticos na escola pública, haverá melhoria na educação gratuita.

Se os políticos só pensam em seu próprio bem-estar, por que não forçá-los a melhorar a escola de seus próprios filhos? Quem sabe, assim, não sobraria alguma coisa para os pobres mortais?

Deus é pernambucano

O presidente Lula esteve presente hoje na assinatura do contrato entre a brasileira Companhia Vale do Rio Doce e a multinacional de origem coreana Dongkuk Steel Mill, que visa a construção da Companhia Siderúrgica de Pecém, a ser implantada no Ceará.

Em seu discurso, Lula, fazendo alusão à recente descoberta da reserva petrolífera Tupi, na bacia de Santos, afirmou que “depois da descoberta da Petrobras, está ficando provado que Deus é brasileiro”.

Menos, presidente. Menos.

Azeite de Oliva


Interior (lápis e aquarela), 1995. Botero

Outro dia Flanar comentou sobre as propriedades do azeite de oliva e seus efeitos benéficos para a saúde. Hoje, a revista Molecular Nutrition and Food Research publica artigo sobre o assunto, que recomendo a leitura. Segundo evidências científicas disponíveis, o consumo de azeite de oliva é saudável não só pela questão do colesterol, mas requer moderação pelo seu alto valor calórico. Portanto, nada de consumir um barril por semana, nada de substituir refeições por ele, nem de fazer a comida sobrenadando nele .

A imortalidade

O homem aspira à eternidade. Por isso, a busca pela aparência de perene juventude move tantos investimentos em ciência e tecnologia, principalmente na área da medicina estética. Mas outras aspirações também existem: se a permanência não for física, que seja em espírito. É o que move a criação de fundações e prêmios, a nomeação de prédios públicos; é a tentativa de lembrar sempre de alguém que tenha se destacado em vida, tornando permanente sua presença pela força de seu nome.

E para os que ficam? A lembrança basta? Ou gostariam que o ente querido tornasse à vida, para reocupar o espaço deixado e que supunham jamais seria preenchido?

Este é um dos motes que embalam o filme Os Retornados, a respeito do qual postei uma nota de serviço na última sexta-feira.

No filme, três histórias são destacadas: o retorno na infância, na fase adulta e na velhice. Em uma delas, a pessoa retornada é o filho de 5 ou 6 anos de um casal, cujas circunstâncias da morte não são esclarecidas. São desta trama os melhores momentos do filme.

Em um deles, pai e filho estão brincando com o cachorro da família; em determinado momento, o pai destaca o fato de que quando o menino partiu, o cão era filhote, e agora já é adulto, mas mesmo passados quatro anos da morte da criança, quando o viu, lembrou dele no mesmo instante. O menino não havia sido esquecido por ninguém.

Em outro, o menino demonstra-se nitidamente deslocado do ambiente familiar. Aquele não era mais seu mundo. Disposto a fugir, joga-se da sacada do apartamento onde mora. A mãe, em conflito com o pai em razão justamente do despertencimento do filho – ela defendia que a criança deveria ser deixada livre para empreender a fuga pretendida – vê o menino se jogar da janela e nada faz, porque acha que assim o deixaria ser feliz.

Deste modo, a ausência do ente querido, com o passar do tempo após sua morte, consolida o sentimento de resignação dos envolvidos. O retorno do morto, após tanto tempo, representa algo mais difícil de se lhe dar que a própria morte. A conclusão a que se chega é de que a morte, ainda que dolorosa, é, além de inevitável, necessária. E que o homem, em sua infinda capacidade de adaptação, só não se adapta ao que não é natural.

Abordagens

Li no blog do Yúdice seu relato a respeito da abordagem que sofreu (esta é a palavra apropriada) em uma blitz na cidade. No mesmo diapasão, o intimorato Fred Guerreiro testemunha algo parecido. Os casos, infelizmente, não são isolados.

Sou daqueles que acreditam que as pessoas valem por seu próprio nome, e não pelos títulos, cargos ou outras qualificações que porventura ostentem. As pessoas valem por ser pessoas, e não por qualquer outro motivo. Umberto Eco, de modo elegantemente apropriado, faz esta observação logo na primeira das missivas enviadas ao Cardeal Carlo Maria Martini, no livro “Em que crêem os que não crêem”, quando diz porque o chamará simplesmente pelo nome, não fazendo referência à sua condição eclesiástica.

Isto é válido em países de 1º mundo. Em Pindorama, parece que a coisa não é bem assim.

A propósito do tema, lembrei-me de um episódio que presenciei, nos meus tempos de estudante, voltando da UFPa com um colega, de carona com nosso professor de Introdução ao Estudo do Direito.

Estávamos no carro com o professor quando ele foi parado por uma blitz da Polícia Militar, próximo à Universidade. Seguiu-se algo parecido com o relatado nos blogs que mencionei.

Naquela época, como as carteiras de habilitação não possuíam foto, a entrega do documento deveria ser seguida da entrega da carteira de identidade. Até este momento, a truculência era o mote de ação do valoroso PM. Quando nosso professor entregou-lhe a documentação pessoal e de seu carro, o policial ficou pálido: para seu desconforto, o professor era também magistrado. Esta simples identificação lhe valeu uns 15 pedidos de desculpas – sinal que o militar sabia que estava agindo erradamente.

Quando percebeu a situação, nosso professor passou no PM um dos maiores pitos que já ouvi alguém passar na vida: com elegância, mas muita ironia, acusou-o claramente de só o estar tratando com a devida educação e civilidade porque descobriu que ele era juiz. Disse-lhe que não era por seu cargo que deveria ser tratado melhor ou pior que qualquer outro cidadão, para ao final recomendar que modificasse completamente seu comportamento, dizendo-lhe ainda que não era sua selvageria que iria angariar-lhe respeito de quem quer que fosse.

Anos depois, tive a infelicidade de passar por situação semelhante. E mais uma vez, para minha tristeza, o que incutiu respeito foi uma carteira de funcionário público – a minha, que não vale nada, mas que impingiu não sei lá que temor a um policial de pouca instrução.

Fatos como este causam-me, decididamente, um profundo desgosto e uma desesperança no nosso futuro. Espero ainda estar vivo quando um cidadão valer, no Brasil, pelo simples fato de ser exatamente isto: cidadão.

A voz do carnaval


Jamelão, o cantor da Mangueira, está de alta hospitalar. Mas, cada vez é mais difícil seu retorno à música e ao carnaval, com quem confunde o brilho de sua carreira artística. Muito idoso, com 94 anos, o sambista sofreu dois AVC no ano passado e necessita de cuidados especiais, que inclui o apoio de fonoaudiólogo e nutrição enteral. Na lembrança de Jamelão, nossa homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Consciência desigual

Dia nacional da consciência negra. Muito a dizer, pouco a comemorar. Pesquisadores do Laboratório de Análises Estatísticas Econômicas e Sociais das Relações Raciais da UFRJ concluíram outra pesquisa descritiva da situação da população negra brasileira: Negros morrem mais de homicídio; brancos de doença (Folha de São Paulo) - Em 11 anos distância entre ganhos de trabalhadores brancos e negros diminuiu (O Globo).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

“A gente morre é para provar que viveu. As pessoas não morrem; ficam encantadas.”

Hoje, faz 40 anos que Guimarães Rosa ficou encantado.

FNAC já está vendendo o Leopard no Brasil



Enquanto terminávamos de digitar o post abaixo, o Blog MacMagazine informava que nesta manhã de segunda-feira, as lojas FNAC passaram a vender o MAC Os Leopard, a tão esperada atualização para os usuários de MAC.

Para conferir e comprar, é só clicar aqui. Mas antes, leia o post abaixo.

MAC OS Leopard: 5 razões para estar atento



Os usuários de Macintosh andam com muita ansiedade pelo início das vendas do nôvo MAC OS Leopard no Brasil. Enquanto a Apple Brasil remancheia em lançar o sistema no varejo, surgem alguns comentários interessantes que devem estar na agenda de quem tem a intenção de atualizar seu Mac.
A revista MAC +, especializada nas máquinas de Cupertino, elenca 5 razões para você pensar 5 vezes antes de atualizar seu sistema operacional.
E de quebra, ainda divulga um boato de que a Apple estaria mesmo pensando seriamente em montar sua primeira Apple Store do Brasil em São Paulo, no shopping Iguatemi da Av. Brigadeiro Faria Lima.

All the things must pass


Enquanto as torres gêmeas ardiam em chamas, o grupo fez uma pausa para o almoço. A foto é da Magnun Photos Agency e faz parte do livro que comemora os 60 anos da famosa casa. O título do post remete a album do beatle George Harrison.

domingo, 18 de novembro de 2007

iPod: por quê não?

Olimpíada do pior

Jornais da terra trazem denúncias de corpo-mole no atendimento aos pacientes do SUS em Belém, por conta de falta documentos. Movimentam-se os barnabés apenas quando a pauta jornalística assídua se move dos rádios, tvs e jornais para a porta das unidades de saúde e PS, promovendo o escândalo habitual.
Entendam de uma vez, burocratas da regulação de coisa nenhuma na SESMA, senhores dos birôs e de carimbos, equipes de atendimento: nenhum, nenhum documento se sobrepõe ao sofrimento físico ou moral de um cidadão que busca atendimento de saúde. Urgência, por definição, é o limite da dignidade humana.
O que impõe o óbvio ululante: quando há falta de carimbos, atenda-se com humanidade o sofrimento e depois providenciem a regularização burocrática da "rebimboca da parafuseta". Parece simples, mas no mundo real da saúde pública de Belém não é; complica-se na complexidade das redes neuronais de seus gestores e equipes de saúde. Vote com essa inteligência!

Caminho de rato

Segundo Pablo Dreyfus, da ONG Viva Rio, as rotas para o tráfico de armas no Brasil são as mesmas desde que eramos colônia portuguesa, há 185 anos. Conforme denunciou em conferência realizada no Rio de Janeiro, a corrupção é o principal obstáculo para acabar com o contrabando de armas e munição no país. Por outro lado, segundo especialistas, no Brasil não dá para dissociar o armamento ilegal de outros contrabandos - softwares, cds e dvds piratas, bebidas, tênis, etc - que usam a mesma infra e rotas para chegar ao mercado. Estamos portanto na ocasião de pegar vários ratos com uma só ratoeira. Para tanto, basta a vontade política dos governadores.

Velhos retratos


Em 1976 um grupo de alunos do Colégio Estadual Paes de Carvalho fundou o que chamaram com eloqüência juvenil de Centro Cultural Cepeceano. O Centro em sua curta duração marcou presença na escola, promovendo encontros com escritores, exposições de arte e um concurso literário. Esta é a foto da posse da primeira diretoria, publicada no jornal A Província do Pará, hoje inexistente. Nela estão registradas as presenças dos médicos Itajaí de Albuquerque, Rômulo Paes de Souza, da professora de educação física Cátia Amanajás, da Vânia, do saudoso vice-diretor, Professor José Antônio e de outros secundaristas que a identidade a memória não recorda. O advogado e defensor público do Estado Antonio Carlos de Andrade Monteiro, comentarista do Flanar, embora não presente na foto, participava da diretoria do grêmio.

Dalcídio e Drummond

As duas penas geniais, relata-nos a história, foram desafetos desde a mal sucedida experiência de Carlos Drummond de Andrade no Partido Comunista Brasileiro - PCB, piorada depois na acirradíssima disputa ideológica pelo comando da União Brasileira de Escritores - UBDE, quando o poeta mineiro, autor de Sentimento do Mundo, acusou Dalcídio de tomar-lhe das mãos, à força, o livro-registro da eleição. Anos depois houve uma reconciliação entre eles e, à ocasião do falecimento de Dalcídio Jurandir em 1979, Drummond escreveu o seguinte poema, marcado por tristeza e mistério, especialmente nos dois últimos versos:
Chove nos Campos de Cachoeira
e Dalcídio Jurandir já morreu.
Chove sobre a campa de Dalcídio Jurandir
e sobre qualquer outra campa, indiferentemente.
A chuva não é um epílogo,
tampouco significa sentença ou esquecimento.

(Canções de alinhavo - trecho IN: Moraes Neto, Geneton. Dossiê Drummond, 2007)

Dalcídio: Obra Reunida

Dalcídio Jurandir completará 100 anos de nascimento em 2009. Preparam-se comemorações nos meios acadêmicos e governamentais. Dentre elas é notícia o novo lançamento de Belém do Grão Pará, em co-edição da Universidade Federal do Pará e Fundação Casa de Rui Barbosa, onde aliás está depositado o acervo do escritor paraense.
É uma boa notícia, sem dúvida. Entretanto, já é tempo de retomarem o empreendimento do falecido Giorgio Falângola, dono de extinta gráfica de igual nome em Belém, e editarem a reunião das obras que integram o chamado Ciclo Norte, romanceiro que registra a leitura de Dalcídio sobre as relações sociais que moldam a História do Pará e da Amazônia - e no qual Belém do Grão Pará é apenas um volume de dez.
Proceder na teima de fazer Dalcídio conhecido apenas por uma obra, seria como afirmar que A Mulher de Trinta Anos por si descreve a monumental Comédia Humana de Balzac. Além do que não é justo apresentar cotó a obra de um dos maiores escritores da Amazônia as novas gerações. Logo, tem razão a poetisa Olga Savary quando me diz: Muitos falam de Dalcídio, mas poucos de fato o leram.

sábado, 17 de novembro de 2007

Globalização


Índias Kaiapó, mãe e filha. Altamira, Pará, 1989. Foto Leila Jinkings

Bela garota, volta à vida


Portrait of a Girl Wearing a Gold-Trimmed Cloak (1632).

Este belíssimo Rembrandt avaliado em cerca de 10 milhões de dólares, após passar mais de duas décadas escondido, estará aberto a visitação pública no J. Paul Getty Museum, em Los Angeles.
Para saber mais sobre o assunto, incluindo a vasta história de criminalidade envolvendo a obra, leia este artigo do The New York Times.
De que valem as obras de arte, se não puderem ser vistas por todos?

Flanando pelo Google Earth


Exibir mapa ampliado


Jato em atitude estranha no Arpoador.
No último post desta série, falávamos de aviões surpreendidos em pleno vôo pelos satélites do Google Earth. Mas nosso articulista Francisco Rocha Júnior tinha seu próprio exemplo. E um legítimo representante nacional, descoberto meio que "naufragado" na costa da praia do Arpoador, Rio de Janeiro.
Francisco revela-se assim, um aficcionado do fantástico programa da empresa de Silicon Valley.
Lat: 22°59'19.37"S
Long: 43°10'52.82"O

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Os retornados

Ainda está em cartaz, até domingo 18/11, o filme francês Os Retornados (Les Retournants, 2004, dir. Robin Campillo), no Cine Líbero Luxardo do Centur, em única sessão diária e entrada franca, às 19:30 hs.

O filme tem por tema o retorno de todos os mortos dos últimos 10 anos em uma pequena cidade francesa e as dificuldades que o fato gera: da logística de alojamento dos que retornam, mas não são aceitos por sua família, às dificuldades de re-inserção dos redivivos no mercado de trabalho, entre seus parentes e na sociedade.

A temática, muito batida, recebe neste drama uma abordagem diferente e interessante. Voltarei a ela em posts futuros.

Socialismo e liberdade

Segundo o jornal Diário do Pará, o mega Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará - SINTEP/PA em breve deixará a Central Única dos Trabalhadores - CUT, integrando-se à futura central sindical em fase de organização. A nova central será constituída da reunião da Intersindical e da Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas, ambas hoje na órbita de influência do PSOL. Trata-se de movimento dos mais importantes, especialmente no que respeita ao tabuleiro político paraense.

É ferro na boneca

Ou melhor nos gordinhos. Um idiota bacharelado, o australiano John Tickell, segundo alguns famoso nutricionista, opina que as pessoas com obesidade devem pagar passagens de avião mais caras, para compensarem os quilos de excesso impostos à aeronave e suposto agravo ao direito dos demais passageiros.
Trata-se de exemplo repugnante de como o conceito precioso da equidade em saúde pode adquirir natureza imoral. Ignora o "ilustre" nutrólogo que, a semelhança da anorexia, a obesidade mórbida possui determinantes sociais decisivos, operantes de forma permanente, por intermédio da indústria e dos meios de comunicação de massa. Dar régua e compasso a essa orgia de produção e venda de alimentos de baixa qualidade, que faria do próprio Baco um obeso, o Dr. Tickell não está interessado.

In God Signo Vinces

Para a The Economist - segundo István Mezaros, a revista mais camaleônica de opiniões que ele já conheceu -, Deus pode ser mesmo brasileiro. Saiba o por quê na BBC de Londres.

Lei de Cão

Além de ser estuprada na aldeia onde reside, jovem xiita de 19 anos, foi duplamente castigada na Arábia Saudita. Qual o crime? Ela estava no carro de um desconhecido e fez sexo com ele, pouco importando se o ato não fora consentido.
Inicialmente, a pena arbitrada fora de 90 açoites, mas a ré apelou ao tribunal. Foi pior. Em razão dos juízes terem considerado que ela usara a mídia para constrangê-los, decidiram aumentar a pena para duas centenas de chicotadas e a condená-la a seis meses de prisão.
Quando estivermos em algum ato de defesa dos países árabes contra o imperialismo norte-americano, pensem na condição iníqua em que as mulheres vivem sob o fundamentalismo islâmico. Sejamos justos: lembremos dessas mullheres e levantemos faixas em defesa delas, pois o lári-lári maniqueísta de que o oprimido é sempre o bem, e o mal é sempre o opressor imperialista, ou vice-versa como querem outros, já está gasto demais.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Lua em 15 de Novembro



A lua, em foto tirada agora há pouco, às 18:30 h, num momento em que as nuvens permitiram.

Operação Ceres


Ceres em seu trono, circa 1450-60. Museu de Arte de Budapeste
Em seis meses a Polícia Federal apreendeu 13 toneladas de agrotóxicos chineses, trazidos ilegalmente para o território brasileiro através das fronteiras uruguaia e paraguaia, e desbaratou quatro organizações criminosas que exploravam esse tipo de contrabando. Os defensivos agrícolas ilegais não obedecem ás recomendações do Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, pondo em risco a vida de quem os manuseia, dos consumidores e o equilíbrio ambiental. O assunto dos defensivos agrícolas ilegais trazidos aos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos tem motivado preocupações não só nos meios policiais, mas na Organização Mundial da Saúde. A Operação Ceres foi conduzida pelo delegado Chang Fan e foi antecedida das Operações Hidra, Piratas da Lavoura e Campo Verde. Ceres, na mitologia romana, é a deusa da agricultura e da fertilidade.

Flanando pelo Google Earth


Exibir mapa ampliado

Aviões em pleno vôo no Google Earth!!
Isso mesmo!
Existem grupos de colecionadores, especializados em passar horas intermináveis no Google Earth, em busca de imagens inusitadas capturadas pelo satélite.
Entre eles, aqueles que são malucos por achar aviões em pleno vôo.
Como estes aí de cima, expostos com a ajuda do Google Maps e seu novíssimo recurso de publicação em blogs.
Amplie a imagem com a ajuda dos controles no canto superior esquerdo. Arraste o mouse para movimentar o mapa e descubra várias aeronaves em pleno vôo que o satélite não deixou escapar.
Veja muito mais no Google Earth Blog já na mira do Flanar

Agitação no Vale do Silício


Larry Page (Foto: CNN)

Google Plane.

Em lugar ainda não divulgado na Califórnia, Larry Page, um dos co-fundadores da Google Inc., vai se casar no dia 8 de dezembro.
O bilionário, dono de um Boeing 767 (usado, mas é um Boeing), pintado com a logomarca da companhia igualmente bilionária, deixa por terra especulações de que seria homoeroticamente orientado, para desespero dos inimigos, dos preconceituosos de plantão e de suposto(a)s pretendentes (não devem ser pouco(a)s).
Enquanto isso, a Google avança em novas propostas a caminho de mais lucros embutidos em criativas maneiras de vender seus anúncios.
Vem aí o Google Phone!
Neste sentido, a empresa oferece prêmio de 10 milhões de dólares para a pessoa que desenvolver software que incremente seu novo sistema operacional para telefones móveis.
Já surgem pela web, inúmeras especulações sobre o possível design do no novo gadget do Google, que tem tudo para não decepcionar.