quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não Terminou o Golpe no Equador

No twitter há informação de que o golpe militar no Equador chegou ao fim. Mas o gravíssimo fato comprova que a extrema-direita não respeita nada nem ninguém. Lembro que depois de Allende essa foi a primeira vez que os fascistas latino-americanos tentaram derrubar um governo constitucionalmente eleito e com amplo apoio popular.
Para aqueles que desdenham a possibilidade de ocorrência de golpes contra a democracia na América Latina, esses fatos convidam a refletir sobre as consequências de apoiar atitudes irresponsáveis como aquelas que teem sido praticadas nessas eleições sob o pálio da grande imprensa e de algumas autoridades identificadas com setores conservadores e com passado notoriamente golpista na história recente do Brasil. Aliás, a esse respeito, convem a leitura da coluna Andante Mosso da Carta Capital publicada esta semana, antes desse grave fato acontecido hoje no Equador.
Twitter na Radio del Sur, o presidente Rafael Correa trava o seguinte diálogo, há poucos minutos:
Não vou assinar nada sob pressão.
Nada está garantido, vários membros de minha guarda pessoal foram gravemente feridos
Estou sequestrado neste hospital.
Informa-se que dois helicópteros militares tentaram resgatar o presidente mas não obtiveram sucesso. A situação, portanto, segue gravíssima especialmente por conta do amplo apoio popular que o presidente possui. Apesar do alto comando militar equatoriano protestar apoio ao presidente consituticional é estranho que ainda não tenham efetivamente intervido e garantido que os rebeldes não prossigam na tomada das rádios e emissoras de televisão. Espero que Rafael Correa não esteja iludido, como Goulart foi ao acreditar que teria um " esquema militar" que dissuadiria os golpistas de 64 de intentar em definitivo contra o seu governo constitucional. Ele estava irremediavelmente errado.

Golpe Militar no Equador: Presidente Ferido

Extrema-direita desfecha golpe militar no Equador. Situação muito confusa. Perú e Colômbia fecharam as fronteiras. Há notícias de que o presidente constitucional foi ferido e se encontra em estado grave. Povo rompe o cerco e tenta retirar Rafael Correa do hospital, onde estaria preso. Congresso Equatoriano tenta liderar a resistência ao golpe. OEA, Brasil, Colômbia, Cuba, Venezuela e Espanha repudiam o golpe e convocam reuniões de emergência. Policiais golpistas atiram contra o povo. Empresários e Comando das Forças armadas manifestam apoio a Rafael Correa. Opositor e ex-presidente exorta os golpistas a avançarem contra a legalidade. A única rede que transmite notícias é a Telesurtv.net e a página La Revolución Ciudadana. No twitter informação de que os golpistas tentam tomar as torres de rádio-televisão e as centrais telefonicas para cortar as comunicações do Equador com o mundo. Obama condena a tentativa de golpe por seu representante na OEA. Golpistas após intensas negociações depõem as armas.

Show do Vampire Weekend



Minha semana está tão corrida que ainda não tinha tido tempo de blogar sobre o show do Vampire Weekend que assisti no domingo. "Assisti" não é bem o termo; "participei" seria mais adequado, já que é impossível ficar parado no show deles.

"Vampire Weekend" é uma banda alt-rock/punk/world de New York com um som incomparável. Eles declaram que o Paul Simon e Peter Gabriel são grandes influencias, mas não pára por aí. São instrumentistas de primeira, com um som inigualável, misturando ritmos que vão do punk ao reggae e à música africana.

Este clip acima (feito no meu iPhone) é de "Cousins", que chega até a parecer frevo em alguns momentos. Estou postando abaixo o video oficial da mesma música, porque vale à pena vê-lo também na sua versão original.

O show foi no Hollywood Bowl, aberto pelo "Beach House", numa gloriosa tarde-noite de verão brabo aqui em Los Angeles. A banda declarou durante o show que esta foi a maior plateia para a qual eles já tocaram, e a plateia delirou ao saber.

A imagem da elite e seu desespero

Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress - Folha Online
Vejam bem esta imagem. Vai ficar marcada para sempre na memória dos brasileiros. Em especial, daqueles que não aceitam manobras de gabinete que tentem nos solapar a democracia. Imagem daqueles que tentam ganhar no tapetão, desrespeitando a livre escolha da nação, utilizando artimanhas dignas dos gangsters de Chicago. E ainda há quem apareça, com argumentos pueris ou revestidos de oratória empolada, na vã tentativa de prestar-lhes serviços. Seja por mal disfarçado olho vesgo à direita, seja por míseros 800 reais ao mês. A ambos, nossa resposta é clara, indelével e dura. A escolha é ideológica. E não calcada em factóides ou mesmo fatos consumados. Se existem corruptos, que se ponha todos na cadeia. À direita ou à esquerda. Mas a escolha que parte de nós faz, entre os quais me incluo, não é calcada em supostos fatos criados nas máquinas de assassinato de reputações. Mas calcada em trajetória de vida e análise histórica. Daí resultando, uma atitude sólida como uma navalha. É perda de tempo e palavrório empolado, aparecer aqui acenando com sofismas, factóides ou mesmo reles baixaria, na tentativa de aplicar suposto contraditório anônimo. Perda de tempo. E para saber sobre o que a imagem representa, basta clicar aqui. No miolo de seu instrumento de distorção da realidade. Pois até eles, aparentam começar a entender a "fria" em que se envolveram.

Meu voto

Penso que não há muita dúvida. Nem preciso declarar meu voto. Mas vou declará-lo de uma maneira bem diferente e bem humorada. E sem direito a jus esperneandi. Minha opção não está em discussão. E aí está, com os agradecimentos à leitora RZ. Boa votação no dia 3 de Outubro.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Primo Rico e Primo Pobre: Salvando as Aparências

Enquanto isso no 35o. andar, naquele apartamento quadriplex em Sampa, dois primos jogam truco em meio a obras de artes e um Monet.
- Primo, da amanhã em diante temos de iniciar o ajuste dos questionários sobre a empresa, alinhando-os com o momento em que todos estejam chegando na boca da caixa. Estou te avisando desde sempre... não fica com essa cara de bebe chorão. Eu não entro em frias.
- É... Primo, não deu certo aquela minha idéia de um em um a Chimbica, minha galinha, encher o papo e multiplicar pintinhos.
O mais soberdo dos homens sentado naquela sala ensaia uma careta de desprezo e logo, dirigindo-se ao mordomo que assiste a conversa, ordena com os olhos na tela impressionista:
- Geooorge! Mande preparar meu Cessna Citation X e avise a criadagem de Paris que chegarei na Avenida Foch na manhã da próxima segunda-feira. Avise também aos agenciadores de conferências com sumidades aposentadas que lá ficarei pelo menos um ano, descansando do Brasil e dessa gente aborrecida que empana meu brilho e legado.
- Senhor, e o seu primo Zé aqui?
- O que? Ah, dê pra ele um vale transporte, um sorvete que enterre nesse testão engordurado que mais parece a pista de Congonhas em dia de chuva. O Zé nunca foi o cara, e foi por isso que o enxerido só me trouxe prejuízo com essas idéias de Maquiavel da Freguesia do Ó!

Cai o pano.

Evangélicos e Dilma: Conversando Nos Entendemos



A candidata petista Dilma Roussef solicitou hoje aos pastores evangélicos uma conversa franca sobre os boatos que circulam na internete, por meio de falsos emails em que ela se diz superior a Jesus Cristo e que, se fosse eleita, distribuirá abortivos grátis nas escolas de primeiro e segundo graus. Os pastores ouviram atentamente a candidata e nas primeiras horas dessa noite já existem manifestações de lideranças evangélicas importantes, iniciada com a Igreja Universal pela palavra de seu líder maior - o Bispo Macedo.
A Convenção Nacional das Assembléias de Deus no Brasil - Ministério de Madureira, que representa 50% das igrejas evangélicas do Brasil, publicou há poucos instantes carta aberta à nação brasileira, em que afirma apoio ‘total e irreversível’ a Dilma e repudia as calúnias certamente orientadas de forma irresponsável pelos adversários da candidatura petista. A carta do Bispo Doutor Manoel Ferreira, da federação religiosa acima citada, classifica de "cruel e mentirosa" a boataria divulgada por emails, inclusive com a cooperação de algumas autoridades da Igreja Católica identificadas com setores conservadores da política brasileira.

O Fato Relevante

Por Dom Luiz Demétrio Valentini

Nestas eleições um fato novo está acontecendo. Fato verdadeiramente relevante. Mas que não precisa ser publicado na grande imprensa.
Aliás, o fato relevante consiste exatamente nisto: o povo já não se guia pelos “fatos relevantes” publicados pela mídia. A grande imprensa perdeu o poder de criar a “opinião pública”.

A “opinião pública” não coincide mais com a “opinião publicada”.

O povo encontrou outros caminhos para chegar às suas próprias opiniões, e traduzi-las em suas opções eleitorais.

Já houve eleições que mudaram de rumo por causa do impacto produzido pela divulgação de “fatos relevantes”, tidos assim porque assim divulgados pela grande imprensa.

Agora, a grande imprensa fica falando sozinha, enquanto o povo vai tomando suas decisões.

Bem que ela insiste em lançar fatos novos, na evidente tentativa de influenciar os eleitores, e mudar o rumo das eleições. Mas não encontram mais eco. São como foguetes pífios, que explodem sem produzir ruído.

A reiterada publicação de fatos, que ainda continua, já não encontra sua justificativa nas reações suscitadas, que inexistem. Assim, as publicações necessitam se apoiar mutuamente, uma confirmando o que divulga a outra, mostrando-se interdependentes mais que duas irmãs siamesas, tal a impressão que deixam, por exemplo, determinado jornal e determinada revista.

Esta autonomia frente à grande imprensa, se traduz também em liberdade diante das recomendações de ordem autoritária. Elas também já não influenciam. Ao contrário, parecem produzir efeito contrário. Quando mais o bispo insiste, mais o povo vota contra a opinião do bispo.

Este também é um “fato relevante”, às avessas. Não pela intervenção da Igreja no processo eleitoral. Mas pela constatação de que o povo dispensa suas recomendações, e faz questão de usar sua liberdade.

Este “fato relevante” antecede o próprio resultado eleitoral, e pode se tornar ponto de partida para um processo político muito promissor. O povo brasileiro mostra que já aprendeu a formar sua opinião a partir de “fatos concretos”, que ele experimenta no dia a dia, dos quais ele próprio é sujeito. Já passou o tempo das falácias divulgadas pela imprensa, onde o povo era reduzido a mero expectador.

Em tempos de eleições, como agora, fica mais fácil o povo identificar em determinadas candidaturas a concretização da nova situação que passou a viver nos últimos anos. Mas para consolidar esta mudança, e atingir um patamar de maior responsabilidade política, certamente será necessário trabalhar estes espaços novos de autonomia e de participação, que o povo começou a experimentar.

Temos aí o ponto de partida para engatar bem a proposta de uma urgente reforma política, e também de outras reformas estruturais, indispensáveis para superar os gargalos que impedem a implementação de um processo democrático amplo e eficaz.

O fato novo, a boa notícia, não consiste só em saber quem estará na Presidência da República, nos Governos Estaduais, e nos parlamentos nacionais e estaduais. A boa notícia é que o povo se mostra disposto a tomar posição e assumir o seu destino de maneira soberana e responsável.
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Meu comentário: Há bispos e Bispos. Dom Luiz Demétrio Valentini é Bispo da Diocese de Jales, Estado de São Paulo. Como bom pastor interpretou corretamente o que via no caminho do rebanho que conduz, e assinalou uma direção que promove a pacificação e a evolução da sociedade brasileira. Serenidade acima de tudo.

Um olhar europeu

"A Beatificação de um presidente". Esta é a manchete de capa de um conjunto de reportagens sobre o Brasil (quase) pós-Lula publicadas pela descolada revista belgo-flamenga MO Magazine. Uma publicação de alto prestígio, dedicada à análise política e social, e referência européia na cobertura da cooperação Norte-Sul (como eles chamam aqui a cooperação entre países ricos e o ex-terceiro mundo). A jornalista Alma De Walsche foi ao Rio de Janeiro, Brasília e Santarém para uma cobertura centrada na análise dos aspectos sociais, políticos e ambientais da era Lula.
Amanhã, Alma participa de uma conferência-debate do lançamento do revista, em Bruxelas. O tema é uma pergunta em torno das eleições no Brasil: Ordem Neo-Liberal ou Progresso Social à Vista? Não li ainda as reportagens, mas prometo comentar depois, aqui no Flanar. Participei da preparação de Alma para esse mergulho brasileiro. Dei aulas de português para ela na redação da MO Magazine. Aulas agradabilíssimas, aliás, pela inteligência e interesse de Alma pelo Brasil.

Pra Bom Entendedor Basta o FHC

Para ampliar, clique sobre a imagem com o botão esquerdo do mouse

A Política em Três Pontos














Pesquisa Ibope (29/09/2010). Fonte: UOL

1. Rubnei Quícoli negou na PF que o dinheiro obtido no achaque a empresários seria para as campanhas do PT e de Dilma Roussef. Na saída, indagado novamente pelos repórteres sobre o assunto respondeu:

Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado. Essas perguntas muitas vezes relacionadas para favorecer uma parte ou outra não tem cabimento.

Ainda assim, dois dias depois, gravou para o programa político de José Serra afirmando o contrário do que disse na PF e aos repórteres.

2. Luxo só. Não há dúvida que a Rede Globo se tornou em puxadinho eletrônico da campanha do tucano José Serra. E o faz com grande dedicação. Por exemplo: até agora não deu nada da pesquisa Ibope que confirma a tendência de vitória de Dilma Roussef no primeiro turno das eleições presidenciais. Ontem, ao contrário, a família Marinho tanto alardeava desde cedo a Datafolha como a redentora, quanto de cambulhada anunciava uma onda verde que firmou-se na prática como a famosa Batalha de Itararé, aquela que nunca houve.

3. Deveria ser regulada por lei a participação de grandes corporações de comunicação nas eleições, pois o que temos assistido no Brasil não passa de forma disfarçada de abuso do poder econômico não necessariamente pelo viés do financiamento direto, mas indiretamente pelos bens (tecnologia e produtos de comunicação) que disponibilizam para aqueles candidatos que estejam apoiando.

Atualizando: Nesse momento, 11:05 da manhã, a Rede Globo anuncia a pesquisa Ibope com uma serenidade que destoa do frenesi de ontem. A jornalista Cristina Lobo chegou a afirmar: há total estabilidade no quadro eleitoral. E contrastou o resultado Ibope com aquele apresentado ontem pelo Datafolha. Nada como um dia atrás do outro.

Eles e seus carros maravilhosos

Sabemos que Steve Jobs, o bem sucedido CEO da Apple, tem preferências pelas Mercedez-Benz. Trata-se de uma opção conservadora, entre os descolados capazes de desembolsar grana para possuir o veículo que bem lhes passe pela cabeça.
Mas Jony Ive, o ultra-hiper-criativo chefe de design industrial da Apple, tem outras preferências. Ele, que é o responsável visceral pelo bom gosto da empresa de Cupertino, optou pelo incrível Aston Martin DB9 britânico (veja o website da montadora).
Aston Martin DB9

Vejam abaixo, seu DB9 preto estacionado em frente ao Yerba Buena Center for The Arts, durante o evento musical de setembro da Apple.

Imagem: Blog MacMagazine
E você? Se tivesse que escolher entre o Mercedez e o Aston Martin? Qual deles escolheria?

Marina Vai à Feira

Marina Silva no Ver-o-Peso vendeu o seu peixe, num dos espaços mais democráticos do mundo. Recitou o discurso como fosse catecismo, quase de olhinhos fechados como é próprio dos coroinhas. Ora, se fosse tão fácil, porque não fez 1/5 do que recita quando esteve no Ministério do Meio Ambiente? Atribuir a terceiros difusos, ou dizer que foi perseguida pelo professor é desculpa própria dos alunos que não aceitam nota baixa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fazendo onda no Twitter e na cidade

Olha quem vai aí, todo faceiro. Este fenômeno de marketing chamado Canguru da Radiolux. E para quem não sabe, ele tem até perfil no Twitter. E conversa com a gente! ;-)

Conversa Afiada: A Globo NÃO É Você

Clique aqui para ler “Por que a Globo trocou o Serra pela Marina – ou a escolha de Lucia”.

Este Conversa Afiada já apresentou um “Manual do Golpe, ou a testemunha bomba do Ali Kamel”.

A primeira fase desta etapa final do Golpe, em sua 995ª. versão, é a manipulação do Globope e do Datafalha.

Saiu hoje, na primeira página, o Datafalha que o jornal nacional utilizará para tentar levar a eleição para o segundo turno.

O Datafalha, já se sabe, está fora da curva das pesquisas.

O Datafalha tem problemas de amostra.

O Datafalha entrevista mais eleitores do Serra do que da Dilma.

Entrevista por telefone.

E há duvidas sobre se entrevista os eleitores ou se os submete a uma sessão de tortura.

O Datafalha anabolizou o Serra até onde pode, ajudou a destruir a candidatura presidencial do Aécio, e, só depois, sob a pressão da Vox e da Sensus, entrou “na linha”.

O Datafalha volta hoje a sair da “da linha”.

Ele não tem nada a ver com o que diz, todo dia, o tracking da Vox.

(Ou seja, Dilma tem 49 contra 37, soma do jenio com Bláblárina…)

Mas, isso não tem importância.

O Datafalha não é para medir a intenção do eleitor.

O Datafalha é para municiar o jornal nacional do Ali Kamel.

E para dar o Golpe.

Como dizia o Caetano, antes de trabalhar para a Globo: assisto ao jornal nacional não para saber o que aconteceu, mas para saber o que o jornal nacional quer que eu pense que aconteceu.

Agora, é tudo ou nada !

Levar a eleição para o segundo turno e, lá, como Lázaro, o jenio ressuscitar.

O interessante na “pesquisa” do Datafalha é que o jenio, “a elite da elite”, transformou-se num ser inanimado.

Clique aqui para ler “E diziam que ele ia virar nos debates”.

O Datafalha registra a fantástica experiência de uma “onda verde”, sob a liderança de uma candidata que não consegue articular três idéias além do óbvio, a Bláblárina Silva.

Um Tiririca de rico.

Será, como diz o amigo navegante, a “candidata laranja”: se levar a eleição para o segundo turno, quem disputa é outro.

O Datafalha registra hoje um fenômeno inaudito, se comparado com o que acabou de dizer o Marcos Coimbra, da Vox, para quem a “Dilma vence de Norte a Sul, de Leste a Oeste”:


Hoje, Dilma lidera em todas as regiões do país, jogando por terra as análises que imaginavam que as eleições consagrariam um fosso entre o Brasil “moderno” e o “atrasado”. Era o que supunham aqueles que leram, sem maior profundidade, as pesquisas, e acreditavam que Serra sairia vitorioso no Sul e no Sudeste, ficando com Dilma o voto do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste. Não é isso que estamos vendo.

Ela deve vencer em todos os estados, em alguns com três vezes mais votos que a soma dos adversários. Vence na cidade de São Paulo, na sua região metropolitana e no interior do estado. Lidera o voto das capitais, das cidades médias e das pequenas. É a preferida dos eleitores que
As pesquisas dão a Dilma vantagem em todos os segmentos socioeconômicos relevantes. É a preferida de mulheres e homens (sepultando bobagens como as que ouvimos sobre as dificuldades que teria para conquistar o voto feminino), de jovens e velhos, de negros e brancos. Está na frente entre católicos, evangélicos, espíritas e praticantes de religiões afro-brasileiras.

Vence entre pobres, na classe média e entre os ricos (embora fique atrás de Serra entre os muito ricos). Lidera entre beneficiários do Bolsa Família e entre quem não recebe qualquer benefício do governo. Analfabetos e pessoas que estudaram, do primário à universidade, votam majoritariamente nela.

Mais uma ligação com o Face Time

Para quem ainda não entendeu que o iPhone 4 é de fato o "telefone" dos Jetsons, aqui vai o registro de minha segunda ligação via Face Time. A primeira, foi feita BEL/BSB, sem o menor sinal de engasgos ou baixa qualidade. Na última, feita agora há pouco com Antonio Fonseca, titular do ASF@Web, não conseguimos esconder a alegria e um certo entusiasmo com a nova tecnologia. De minha parte, até um certo constrangimento tendo em vista que não estava exatamente preparado para algo assim. 
Mas o que muitos ainda não entenderam, é que apesar de utilizar a linha telefônica para fazer a conexão (apenas o handshaking) de iPhone para iPhone, a comunicação é absolutamente gratuita, inteiramente garantida e viabilizada pela sua rede WiFi. Trata-se de uma espécie de Skype de alta qualidade de áudio e vídeo. Espantoso. Fico imaginando, a exemplo do que afirmei durante o lançamento do iPhone 4, as múltiplas aplicações desta tecnologia. Saliência, deve pintar com quase absoluta certeza. Pensem.

Blackberry Playbook: mais um "killer"?

A cada novo produto da Apple, surgem na esteira tantos outros, que logo, recebem a denominação de "matadores" (killer). Foi assim com o iPhone, sendo que os únicos que até agora conseguiram chegar próximos desta pretensão, foram os produtos equipados com o Google Android. Mesmo assim, com toda a reconhecida competência do Android, alguns fabricantes conseguiram também a façanha de lançar produtos de concepção criticável, quase um completo fail. Fato até compreensível, tendo em vista que a própria Apple também pisa na bola, como é o caso do recente antennagate do iPhone 4. Mas é preciso entender que para concorrer com a Apple, não basta fabricar um produto bonitinho, atraente e funcional. É preciso também derrotar toda a infra-estrutura por trás de seus produtos (iTunes, Mobile Me, etc), bem como o sistema operacional que faz o casamento perfeito entre gadget e computador (Mac Os X), além do poderoso modelo de negócios e estrutura de marketing da companhia de Cupertino. Não é pouco. 
Mas os amantes do Blackberry parecem ter agora um bom motivo para se animarem. A canadense Research in Motion (RIM) lançou ontem um novo produto, que já está sendo chamado de iPad Killer pela mídia especializada. Não é para menos. O modelo é o mesmo: um tablet de 7 polegadas com tudo o que você precisaria para ter acesso móvel a internet, sem o incômodo das pequenas telas LCD dos smartphones. E o potencial do produto é bom. 
Conheça então o Blackberry Playbook e veja algumas especificações que fazem com que ele seja reconhecido como um bom concorrente do iPad.
  • Processador dual core Cortex A4 de 1 GHZ com 1 gbyte de RAM;
  • Sistema operacional desenvolvido pela RIM Blackberry Tablet OS;
  • Compatibilidade com Flash e HTML 5;
  • Porta Mini-USB e Mini-HDMI. Esta última, possibilita apresentações em datashows de alta definição (1080 p);
  • 2 câmeras HD sendo que uma frontal (3 mpyxels) e outra traseira (5 mpyxels);
  • Vídeo em HD 1080 p:  H.264, MPEG 4 e WMV;
  • Conectividade WiFi 802.11 a/b/g/n.
Veja o video de lançamento divulgado ontem pela empresa.
Por enquanto, não temos mais informações. Como por exemplo, preços sugeridos e capacidade de armazenamento. Mas já sabemos de algo desalentador. Por enquanto, nada de conectividade 3G.
Ops!
[Via TecnoBlog]

Dominicanas

Frei Betto avisa no seu tuíter: Política externa independente e distribuição de renda (via salário mínimo e Bolsa Família) me exigem votar DILMA!

Carta ao Povo Brasileiro

Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre.

Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.

Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo. Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.

Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude.

Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer criticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.

Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.

Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos – imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral. Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.

Como disse Goffredo em sua célebre Carta: “Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver”. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de ideias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.

ADRIANO PILATTI – Professor da PUC-Rio
AIRTON SEELAENDER – Professor da UFSC
ALESSANDRO OCTAVIANI – Professor da USP
ALEXANDRE DA MAIA – Professor da UFPE
ALYSSON LEANDRO MASCARO – Professor da USP
ARTUR STAMFORD – Professor da UFPE
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO – Professor Emérito da PUC-SP
CEZAR BRITTO – Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB
CELSO SANCHEZ VILARDI – Advogado
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO – Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da UFF
DALMO DE ABREU DALLARI – Professor Emérito da USP
DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO – Professor da UFRJ
DIOGO R. COUTINHO – Professor da USP
ENZO BELLO – Professor da UFF
FÁBIO LEITE – Professor da PUC-Rio
FELIPE SANTA CRUZ – Advogado e Presidente da CAARJ
FERNANDO FACURY SCAFF – Professor da UFPA e da USP
FLÁVIO CROCCE CAETANO – Professor da PUC-SP
FRANCISCO GUIMARAENS – Professor da PUC-Rio
GILBERTO BERCOVICI – Professor Titular da USP
GISELE CITTADINO – Professora da PUC-Rio
GUSTAVO FERREIRA SANTOS – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
GUSTAVO JUST – Professor da UFPE
HENRIQUE MAUES – Advogado e ex-Presidente do IAB
HOMERO JUNGER MAFRA – Advogado e Presidente da OAB-ES
IGOR TAMASAUSKAS – Advogado
JARBAS VASCONCELOS – Advogado e Presidente da OAB-PA
JAYME BENVENUTO – Professor e Diretor do Centro de Ciências Jurídicas da
Universidade Católica de Pernambuco
JOÃO MAURÍCIO ADEODATO – Professor Titular da UFPE
JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO – Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo
JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO – Professor Titular do Mackenzie
LENIO LUIZ STRECK – Professor Titular da UNISINOS
LUCIANA GRASSANO – Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE
LUÍS FERNANDO MASSONETTO – Professor da USP
LUÍS GUILHERME VIEIRA – Advogado
LUIZ ARMANDO BADIN – Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos
Legislativos do Ministério da Justiça
LUIZ EDSON FACHIN – Professor Titular da UFPR
MARCELLO OLIVEIRA – Professor da PUC-Rio
MARCELO CATTONI – Professor da UFMG
MARCELO LABANCA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco
MÁRCIA NINA BERNARDES – Professora da PUC-Rio
MARCIO THOMAZ BASTOS – Advogado
MARCIO VASCONCELLOS DINIZ – Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC
MARCOS CHIAPARINI – Advogado
MARIO DE ANDRADE MACIEIRA – Advogado e Presidente da OAB-MA
MÁRIO G. SCHAPIRO – Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário
MARTONIO MONT’ALVERNE BARRETO LIMA – Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR
MILTON JORDÃO – Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR
PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR
PIERPAOLO CRUZ BOTTINI – Professor da USP
RAYMUNDO JULIANO FEITOSA – Professor da UFPE
REGINA COELI SOARES – Professora da PUC-Rio
RICARDO MARCELO FONSECA – Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR
RICARDO PEREIRA LIRA – Professor Emérito da UERJ
ROBERTO CALDAS – Advogado
ROGÉRIO FAVRETO – ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
RONALDO CRAMER – Professor da PUC-Rio
SERGIO RENAULT – Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA – Professor Titular da USP
THULA RAFAELLA PIRES – Professora da PUC-Rio
WADIH NEMER DAMOUS FILHO – Advogado e Presidente da OAB-RJ
WALBER MOURA AGRA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco

Primavera na Sacada
















Phalaenopsis sp.
na manhã de 28 de setembro.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Da Globo Não se Aceitam Conselhos

Pela voz de Marcelo Camarotti, a Rede Globo fez uma manipulação interessante hoje. Elogiou enfaticamente a candidata do PV Marina Silva e sinalizou que ela deveria ser mais agressiva em relação a petista Dilma Roussef. Ao estimular que Marina cutuque Dilma com vara curta, a Globo aposta que do rescaldo da trombada migrem votos de ambas para a latinha do Serra, forçando o segundo turno. Daí que é bom lembrar de duas máximas como antídoto ao conselho do lobo mau: prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém, mesmo quando quem aponta defeitos a terceiros tem uma trave sobre os próprios olhos.

OPINIÃO: Os Que "Defendem a Democracia"

VLADIMIR SAFATLE

Por trás dessa "defesa", há uma mutação;
com esses defensores, a democracia não precisa de inimigos
.

A RETA FINAL desta campanha presidencial talvez seja lembrada como o início de um certo realinhamento da política brasileira. Durante o governo Lula, vimos várias críticas às práticas políticas do consórcio governista. De fato, um dos pontos fracos do governo foi a ausência de vontade política capaz de ultrapassar os vícios institucionais da democracia brasileira, suas negociações obscuras, impronunciáveis, assim como de inaugurar um ciclo de aprofundamento das práticas de participação popular na gestão do Estado.

No entanto, não foram problemas dessa natureza que levaram a oposição a terminar a campanha presidencial vociferando acusações como "fascismo", "igual a Mussolini", "chavismo", "autoritarismo" e "destruidor da liberdade de expressão e da democracia". Uma subida de tom que, provavelmente, não desaparecerá nos próximos anos. Por trás dessa "defesa" da democracia e da liberdade, há uma estranha mutação do sentido das palavras. Isto a ponto de podermos dizer que, com defensores desta natureza, a democracia brasileira não precisa de inimigos.

Por exemplo, eles gostam de dizer que a democracia exige instituições fortes e estáveis, mas normalmente temem qualquer um que lembre que, acima de tudo, a democracia exige poder instituinte soberano e sempre presente.

A democracia nunca temeu modificar e reconstruir instituições que funcionam mal. Poderia arrolar aqui a história da estrutura institucional de países como a França, para ficar em apenas um exemplo.

O fato realmente mortal para a democracia é quando alguns conseguem impor a opinião de que o aumento da visibilidade do poder instituinte, da força da participação popular, é um risco à "normalidade institucional". Tentar desqualificar a discussão sobre a participação popular como "chavismo" é tão tosco quanto dizer que a democracia parlamentar não passa da figura política da gestão do capital.

Por outro lado, acusar o governo de atentar contra a liberdade quando afirma que certos órgãos de imprensa agem como partidos políticos é, isso sim, querer ignorar a natureza do embate democrático.

É absolutamente normal que certos setores da imprensa sejam claramente definidos do ponto de vista ideológico e que tomem posição a partir disso. Da mesma forma, é normal que setores da classe política procurem criticar tais pontos de vista. O governo Barack Obama afirmou, com todas as letras, que a Foxnews agia como um partido político e, nem por isso, foi comparado a Mussolini. Não há por que ver algo diferente no caso brasileiro.

Uma certa serenidade a respeito das relações entre mídia e democracia é mais do que necessária atualmente. Contrariamente ao que querem alguns, a imprensa não é responsável por todos os males do país, nem os casos de corrupção foram invenções das Redações. No entanto, discussões sobre avaliação de concessões públicas de meios de comunicação, oligopolização e concentração do mercado de informações, criação de órgãos e conselhos públicos de fiscalização não escondem, necessariamente, a sanha de destruir a liberdade de expressão.

VLADIMIR SAFATLE é professor no departamento de filosofia da USP. Publicado no caderno Poder da Folha de São Paulo, em 27/09/2010.

Mentiras e Manipulações no Clube Militar

Mário Augusto Jakobskind

O Clube Militar serviu de cenário na semana que passou para um espetáculo dos mais deprimentes e que confirmou a quantas anda a saúde do jornalismo de mercado. Lá falaram, sem o menor constrangimento, para um público constituído sobretudo de militares da Reserva, a maioria apoiadora do golpe de 64, Merval Pereira, de O Globo, Reinaldo Azevedo, da revista Veja e um tal de Rodolfo Machado Moura, diretor de Assuntos Legais da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert).

Nunca vi tanta mentira e manipulação da informação em um curto espaço de duas horas como o apresentado no Clube Militar. Seria impossível enumerar todas as baboseiras levantadas pelos palestrantes. Algo que depõe contra o jornalismo brasileiro.

Para se ter uma idéia, o amestrado colunista de O Globo, afirmou enfaticamente que o eleitorado brasileiro é constituído por “60% de analfabetos funcionais sem condições de discernir entre o bem e o mal”. Elitismo em mais alto grau e com base em informação sabe-se lá de que fonte. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD)-2009, o número de analfabetos funcionais no Brasil não ultrapassa os 20%. De onde então, o cascateiro Merval Pereira tirou esse percentual? Possivelmente do ódio que nutre a quem não aceita o seu ideário e de O Globo.

Merval Pereira, como querendo justificar que a ideologia de seu jornal e demais veículos da mídia de mercado não consegue convencer os brasileiros, culpou os supostos analfabetos “que Lula se aproveita para convencer”, pelo resultado das recentes pesquisas. Para Merval, o “bem” quer dizer votar em José Serra ou Marina Silva. O “mal” é o “outro lado”....Não tem coragem de dizer isso abertamente, mas está implícito.

E tem muito mais, todos os três palestrantes, sob aplausos dos militares sem comando, usaram uma linguagem de ódio e calúnias sem provas contra Lula e demais integrantes do governo. Não disfarçaram, estavam se sentido em casa, ainda mais com o apoio do Instituto Millenium, uma entidade bancada por empresários, nos moldes de outras criadas antes de 64 para respaldar o golpe.

Merval Pereira, tentando posar de moderado em comparação a Reinaldo Azevedo, que faz o gênero bobo da corte, do tipo que arranca risos com o seu radicalismo patronal, deixou claro sua posição contra a obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional chegando a afirmar o absurdo de que se trata de “um viés corporativo” associando a exigência ao desejo do governo Lula em controlar a mídia. Não explicou exatamente o que tem a ver uma coisa com a outra.

Merval desinformou também ao lembrar erradamente que o governo Lula propôs a criação do Conselho Federal de Jornalismo, quando isso não aconteceu. A proposta foi da diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), sendo rejeitada por mais diversos setores, muitos deles sem conhecer exatamente o projeto. Merval revelou desinformação. Foi um mau jornalista.

O obscuro Azevedo considerou a oposição ao governo Lula “sem vergonha e mixuruca” confirmando que os meios de comunicação estão ocupando o espaço da oposição, mas, segundo ele, na “defesa da Constituição”. O colunista da revista Veja usou inclusive termos ofensivos ao Presidente Lula, arrancando aplausos.

Há uma visível disputa na extrema direita de qual jornalista consegue mais adeptos. Além do filósofo reprovado por uma banca da USP, Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo tenta de todas as formas ocupar o espaço, disputado também por Diego Mainardi, hoje, como Olavo de Carvalho, vivendo no exterior. Arnaldo Jabor corre por fora.

Vale ainda um comentário sobre o Instituto Millenium, apoiador do seminário “A democracia ameaçada: restrições à liberdade de imprensa” realizado no Clube Militar. No fundo, bem lá no fundo, empresários que apoiaram a repressão policial na época da ditadura não se conformam com os novos tempos no Brasil e na América Latina. Decidiram então bancar o Instituto Millenium, uma entidade que ressurge do lixo da história do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), criada para apoiar o golpe de 64.

E qual a associação que se pode fazer entre o referido instituto e os militares sem comando que assistiram o destilar de ódios dos três palestrantes? Empresários financiadores da repressão temem a abertura dos arquivos da época da ditadura que naturalmente vão mostrar oficialmente como agia o setor por detrás do pano, apoiando ações assassinas do Estado, como a Operação Bandeirantes. Como nesta história aparecem também alguns militares que agiram ilegalmente, os financiadores, aí sim verdadeiros culpados, se escondem e colocam na linha de frente alguns militares delinquentes. Nada a ver com a corporação militar.

É por aí que se pode entender a associação entre o Instituto Millenium e os militares que foram ouvir Merval Pereira, Reinaldo Azevedo e o representante da Abert, Rodolfo Machado Moura. Ou seja, vale tudo para alcançar os objetivos, até mentiras como as apresentadas pelos três palestrantes no Clube Militar.

Em tempo: O Estado de S.Paulo abriu o jogo em editorial recomendando voto em José Serra, enquanto a Folha de S. Paulo desancou sobre a candidatura Dilma Rousseff, mas dizendo que não apoia nenhum candidato. Vale então o dito popular: me engana que eu gosto. O Globo até agora nada em editorial, mas em compensação aumenta a quantidade de páginas de críticas a Lula e a Dilma Rousseff

Sobre Mário Augusto Jakobskind

É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOP.

Deslumbre-se


Câmera lenta, água, ângulos especiais... Tudo para compor um cenário sofisticado e belo para vender um produto que, convenhamos, só precisa do nome para se tornar objeto de desejo:

Lamborghini Gallardo.

Multimedia em HD na TV de sua sala de estar

Este é um outro produto que me traz muita curiosidade há algum tempo. Trata-se do Apple TV. Uma pequena caixa preta (renovada nesta semana pela Apple) que promete apenas uma coisa: fazer uma saudável conexão entre a internet e todo seu conteúdo multimedia com sua TV Widescreen. Além de possibilitar a exibição de conteúdo HD de provedores tradicionais como You Tube e Netflix, com uma conta americana do iTunes, você literalmente aluga filmes e séries de TV por demanda. Ou seja, de acordo com sua vontade e conveniência, paga valores razoáveis para filmes em HD a partir de 4 dólares ou seu seriado preferido, sem comerciais, por módicos 99 centavos de dólar. Tudo, utilizando sua conexão WiFi com a internet.
A instalação é um abraço. Basta conectar o cabo de energia ao produto, e em seguida, conectá-lo a TV com um cabo HDMI. O resto, é quase tudo automatizado e transparente.
Como é um produto dedicado a tecnologia de streaming - contando inclusive com um poderoso processador A4 - espera-se melhor performance que um computador media center, ocupado com as rotinas do sistema operacional, aí incluído,  alguns longos períodos de boot ou inicialização.
Quer saber mais uma curiosidade? Usando um iPhone, iPod Touch ou mesmo o iPad, você os transforma no melhor controle remoto para zapear pelo conteúdo digital. E o preço? Uma surpresinha agradável: apenas 100 dólares.
Pena que, a exemplo da iTunes Music Store, o Brasil ainda não tenha disponível conteúdo para o produto, que há algum tempo, é um sucesso nos EUA. Pena também, que a qualidade da conexão banda larga praticada em nossa região, não seja digna de um produto sofisticado e exigente como esse. Contudo, no limite, todo o conteúdo multimedia de seu Mac (imagem, áudio e vídeo) poderá ser transmitido em boa qualidade de streaming para a TV de sua sala de estar.
Nosso parceiro de Flanar, Raul Reis, se não me falha a memória, é um usuário regular do produto na Califórnia. Quem sabe ele não dá uma opinião abalizada sobre seu funcionamento.
Enquanto isso, para maiores informações, consulte as especificações técnicas do produto.

domingo, 26 de setembro de 2010

O Esquerdismo do Vovô

Não me surpreendeu a combinação da dupla Marina-Serra contra Dilma no debate da Rede Record, nessa noite de domingo. De admirar mesmo foi o Plínio de Arruda Sampaio ficar de pivô levantando a bola pro Serra fazer cesta. Não se faz mais esquerda como antigamente.

O Resgate do Acervo Audio-Visual da TV Tupi

O Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, coordenado pelo Ministério da Justiça, tem promovido o resgate do acervo audiovisual e jornalístico da extinta Televisão Tupi. Há muito registro interessante no acervo, que chegou infelizmente até nós incompleto devido a incêndio nas instalações da emissora. Aquele aqui selecionado é trecho de entrevista concedido pela lendária atriz Cacilda Becker, em que ela informa o resultado da pressão da classe artística sobre o governo de São Paulo em 68, de forma a defendê-los da repressão do regime militar. Reparem na elegância e no português escorreito da atriz. Não a toa Cacilda Becker provocava paixões avassaladoras.

Nas Entrelinhas do Editorial, a História do Estadão

Em face dos preceitos das Constituições do Mundo Ocidental, de plena proteção ao direito de propriedade,

o conteúdo das colunas de um jornal é espaço tão submetido ao domínio privado quanto a terra”.

Osny Duarte Pereira, jurista.


No Brasil nunca houve liberdade de imprensa. O que existe e sempre existiu é a opinião do dono do jornal.

(…) Então eu resolvi ser rico, para poder ter opinião como jornalista.

No jornalismo como vocês sabem, só se faz fortuna sendo picareta ou então alugando a opinião.

David Nasser, jornalista.


O homem enfrenta a melancolia discordantemente;

deslealmente um sobre o outro.

Thomas Carlyle, historiador.


Se a um conferencista fosse pedido que avaliasse na imprensa brasileira qual jornal esteve sempre envolvido em conspirações políticas e, por circunstância, levado a defesa da democracia, não erraria quem dissesse que seria citado o jornal Estado de São Paulo. Publicação centenária em circulação no Brasil, o diário da família Mesquita tem marcado presença como o jornal que sustentou sem grandes flexões um ideário conservador ao longo de sua longa trajetória, descontado o interregno em que esteve circunstâncialmente na trincheira da oposição à Ditadura de 1964.

É notória a longevidade de sua relação hostil à Getúlio Vargas no que tinha referência aos interesses paulistas na política nacional, ainda que pelo viés conservador apoiasse explícitamente a política varguista de endurecer e reprimir com violência os movimentos de esquerda desde antes da instalação do Estado Novo, quando seu diretor-presidente amargou um exílio em dolce far niente na Europa e depois em uma fazenda no interior paulista.

Visceralmente anti-getulista e organicamente averso a movimentos populares o Estado de São Paulo, após a redemocratização (1945) veio a se alinhar com a União Democrática Nacional (UDN), ocasião em que exerceu aberta oposição a qualquer ato do governo Juscelino Kubitscheck, preferindo investir no apoio a candidatura de Jânio Quadros para que chegasse a cadeira presidencial. Entretanto, quando a elite industrial-cafeeira percebeu que Jânio exerceria o poder ao próprio modo, demonstrando desenvoltura e independência do receituário politico que recebera da UDN, o Estado de São Paulo passou a demonizá-lo, passando a desconstruir a imagem pública do presidente, enquanto em consonância promovia o ultra-direitista Carlos Lacerda como liderança nacional e virtual candidato a Presidência da República, logo surgisse uma primeira oportunidade.

Em 1962 encontramos Júlio de Mesquita Filho como um dos mais proeminentes membros do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – IPES, organização que entre outras atribuições formulava toda a estratégia para a disseminação da informação que pavimentaria o apoio ao golpe militar que explodiria dois anos depois com a destituição do Presidente João Goulart. Nessa ocasião, segundo Moraes Ferreira, o diretor-presidente do Estado de São Paulo (1927-1969) “participou ativamente da conspiração articulada de início nos meios militares visando a derrubada do regime, tendo redigido um documento sobre os princípios do movimento, que mais tarde se tornou conhecido com o título Roteiro da Revolução”.

Por mais incrível que nos pareça, a oposição à ditadura militar surge de um desentendimento quase pueril, não fosse o assunto grave e afeito a responsabilidade de pessoas adultas. Com incrível ingenuidade, Júlio de Mesquita Filho após a deposição do presidente “descobre” que as lideranças militares golpistas não pretendiam uma intervenção efêmera no Estado, mas sim extendê-la e aprofundá-la na amplitude do tecido sócio-cultural brasileiro, incluída a reformulação de nosso ordenamento jurídico.

A partir desse “amargo despertar”, o Estadão passa então a hostilizar o governo do marechal Castelo Branco e em seguida, como tresloucado, passa a fomentar a candidatura do fraco general Costa e Silva, que uma vez eleito não resistiria às pressões cada vez mais crescentes da chamada linha dura do futuro presidente Médici, que assumiria a presidencia no lugar daquele, que por breve seria vitimado no curto exercício do cargo por um acidente vascular cerebral devastador. Portanto foi por força de uma inusitada contrariedade e de um maniqueísmo de roça que o Estadão caiu em desgraça e viu ir por terra seus objetivos politicos. Uma vez malvisto pelos militares, o resultado foi uma censura surda e implacável, na qual incluía-se a presença diuturna de censores dentro da redação do jornal.

Depois do falecimento do patriarca em 1969, o successor Julio de Mesquita Neto manteve o Estadão alinhado com as forças da redemocratização do país de forma impecável, fazendo contribuições históricas na luta pela livre opinião e contra as ditaduras do cone sul tanto em importantes fóruns no exterior, quanto por se envolver pessoalmente na libertação de presos politicos. Esse é o período de ouro no qual muitos jornalistas fizeram fama no enfrentamento com o governo militar.

Nos últimos anos, usufruindo do liberalismo de Mesquita Neto, falecido em 1996, seus sucessores deram ao jornal um perfil mais assemelhado aos anos que antecederam a ditadura militar, ora malhando no cravo, ora na ferradura, mas sempre animados com o neoliberalismo inaugurado por Collor – a quem apoiaram e depois desapoiaram na medida em que o alagoano estabeleceu as linhas que o levaram ao rumoroso impeachment. Tal qual fizeram quando cansaram das maluquices de Jânio Quadros.

O roteiro da animosidade ao governo Lula não foi diferente. Além de inconformados com a redução do aporte financeiro derivado da decisão federal de adotar regras de comunicação mais equânimes, o azedume veio em definitivo quando José Sarney obteve no STF um "cala a boca" que proíbe ao jornal publicar qualquer notícia que faça referência ao senador amapaense, o que justifica até hoje os donos do jornal publicarem diariamente que o orgão está sob censura.

Contudo a relação do jornal com o governo federal alcançou o ápice de deterioração quando viu contrariado seu objetivo de fazer retornar ao Palácio do Planalto não José Serra, que alguns de seus diretores ignoram, nem a ala principesca de FHC, favorita e insulada internamente no partido, mas o PSDB. Por outro lado, sintomaticamente, o recente editorial (26/09) do Estado de São Paulo surge de parelha com aquele publicado pela concorrente Folha de São Paulo, no mesmo dia, não de todo motivado pela vitória petista na corrida presidencial, mas especialmente devido as atuais pesquisas apontarem o fortalecimento da polarização entre Geraldo Alkmin (PSDB/SP) e Aloisio Mercadante (PT/SP), com o delineamento de provável segundo turno nas eleiçoes para o governo paulista.

Os Mesquitas e os Frias sabem que Dilma eleita para a Presidência da República, o poder de fogo da coligação vitoriosa se voltará para as eleições de segundo turno em São Paulo. Esse cenário em definitivo não é desfecho sequer razoável para o bloco conservador - tucano, que tem dado as cartas na política paulista desde a cadeira do Palácio Bandeirantes há 15 anos, ou há sete mandatos consecutivos. Esse fato, constitucionalmente tão legítimo quanto o PT e aliados disputarem a sucessão de Lula, não mereceu dos zelosos democratas Estadão e Folha de São Paulo uma linha que fosse em anúncio de classificados , para a denúncia de que a continuidade do governo do PSDB em São Paulo deve ser “um mal a evitar” - claro, porque nem burros, nem doidos os três são.

O Cacareco do século XXI

Vejam só como são as ironias.

No passado, em protesto, o eleitor brasileiro pôde votar no Macaco Tião e no Rinoceronte Cacareco. Em tempos de cédulas eleitorais, o paquiderme chegou a ser eleito vereador de São Paulo.

Hoje, com a urna eletrônica, o protesto cinge-se aos votos brancos e nulos.

Mas eis que algum gênio sacou a parada e pôs à disposição do eleitor um novo Tião, ou um neo-Cacareco: o palhaço Tiririca.

Só que os tempos realmente são outros. Tiririca tem registro e corre o risco de se eleger deputado federal - e pior, um dos mais votados do Brasil, arrastando com ele mais quatro ou cinco ruins de voto.

Esse é o preço da democracia e, dir-se-ia, da modernidade.

Divagar em Salvador


Imagem: Scylla Lage Neto

Poucos lugares do mundo são tão propícios à prática da divagação quanto a capital baiana.
Em Salvador, até o pôr-do-sol parece se duplicar, no intuito de estimular a "preguiça do pensar", a degustação do "quase ócio".
Pesquisas recentes na área das neurociências mostram que divagar faz bem ao cérebro, estimula a origem de grandes idéias e dissipa o stress.
Por que não separamos minutos (ou horas) dos nossos dias para praticar este "esporte" cerebral?
Afinal de contas, flanar não deixa de ser algo como divagar com estilo...

Parte do futuro já está acontecendo agora

No vídeo do post Nosso futuro tão distante?, mostrando uma realidade nem tão distante assim, observe a cena final, onde 2 jovens compartilham uma imagem arrastando-a com os dedos de um gadget para outro. Notou?
Pois saiba que isso há algum tempo já é possível de iPhone para iPhone. Um aplicativo chamado Mover, faz isso com tranquilidade. Basta que ambos estejam conectados por uma rede WiFi ou Bluetooth e possuam o aplicativo instalado em seus iPhones. 
Ao abrir o Mover, ele reconhece quem está próximo e pergunta se você deseja permitir a conexão com o potencial parceiro. E este é um detalhe muito importante. Já pensou se todos ficassem disponíveis sem uma camada de segurança qualquer? 
Aceita a conexão, basta você escolher a imagem que deseja compartilhar e simplesmente arrastá-la com o dedo para qualquer direção fora de sua tela. A imagem vai chegar num passe de mágica ao iPhone de seu parceiro. Vejam um vídeo mostrando o funcionamento do aplicativo.
Gostou? O Mover em sua versão 3.0 custa apenas U$ 1,99 na iTunes App Store e funciona com WiFi e Bluetooth.
Mas saiba também que o Mover tem uma uma versão inteiramente gratuita (Mover Lite) disponível aqui. A diferença entre a versão paga e a gratuita, é que a versão Lite só admite conexão WiFi.
Bom proveito!

sábado, 25 de setembro de 2010

Nosso futuro tão distante?


Por sugestão de @telmachristiane, apresento a vocês este vídeo incrível. Mostra uma realidade da qual talvez não estejamos tão distantes.

Repórter Chapado


Este vídeo está fazendo o maior sucesso no Facebook. Um repórter espanhol em Valencia fica doidão enquanto faz uma matéria sobre a queima de uma plantação de maconha pela Polícia. Muito engraçado...

10 anos

Excelente post do Blog MacMagazine que mostra que 10 anos, fazem muita diferença no mundo da microinformática.

Apontamentos sobre Belém

Estou batendo em retirada em direção à Marabá -- minha terra natal. É a reta final da campanha.

Em três meses em Belém, descontando alguns dias em Brasília, Salinas e Mosqueiro, já estou com saudades da terra onde cresci e fiz muitos dos meus melhores amigos.

Saudade mesmo será das noites de sexta-feira na Taberna São Jorge e dos finais de tarde de alguns poucos sábados passados ao lado do mestre André Costa Nunes em seu maravilhoso Terra do Meio.

Belém pareceu-me muito maltratada sob o ponto de vista governamental.

Algumas de suas principais vias de entrada e saída da cidade, transformam-se num verdadeiro caos ao longo do dia.

É muito carro para pouco fluxo de um trânsito completamente caótico.

Neguinho buzina como se estivesse num clímax sexual de adoração aos seios de uma mulher. É impressionante! Busina-se para tudo. A vontade que dá é de mandar prender os sujeitos (as), ou receitar doses pra cavalo de calmantes.

-- Definitivamente, não dá para conviver civilizadamente com gente que se comporta desta maneira.

Os motoristas de coletivos e táxis beiram o comportamento de meliantes.

Avançam sinais de trânsito em pleno meio dia. Saem a toda hora das faixas (3 e 4 ) a eles reservadas. Cortam os carros particulares e buzinam, buzinam e buzinam sem parar.

As ruas são a ante sala do inferno.

Bueiros com tampas de concreto foram colocadas de qualquer maneira no meio das vias.

Na Conselheiro Furtado e na Mundurucus, 9 de Janeiro e todas as adjacências -- áreas nobres da cidade -- os tais monstrengos é a cara de quem governa o Município.

A dantes Cidade das Mangueiras, transmutou-se para a Cidade da Fila Dupla em qualquer lugar, a qualquer hora, sem que ninguém faça nada para coibir tamanho absurdo.

Os carros dos débeis mentais circulam com o volume a maior altura, tocando músicas para embalar trilhas de filme de terror. É um horror diário.

A cidade é imunda. O esgoto a céu aberto em quase toda a cidade. A cidade fede.

Os guardas de trânsito enscondem-se atrás de postes nas esquinas para multar, multar e multar.

Afora o lixo em que transformaram a Praça da República e a Batista Campos, outrora, orgulho de todos os belemenses.

A feira na Praça da República é algo além de qualquer imaginação para o pior e mais avacalhado que se pode ter num centro que se diz "Portal da Amazônia".

Se for assim, qualquer turista nem se atreve a ir em frente, exceto os que procuram encrenca, prejuízos ou, quem sabe, turismo de aventura mezo cosmopolitana; mezo selvagem.

O que salva Belém?

1. A comida nos bons restaurantes hoje instalados na cidade, apesar do atendimento de 5.a categoria, inclusive nos mais caros e badalados.

2. As pessoas. É a gente mais bonita e agradável que conheço em qualquer lugar do mundo onde já pisei meus pés.

3. O que ainda resta de seu patrimônio arquitetônico e cultural. Ainda.

E só.

Espero que em 3 de outubro próximo, a população da cidade seja abençoada pelos ares sagrados de Nossa Senhora de Nazaré e crave nas urnas um recado inesquecível aos responsáveis por essa falta de respeito aos cidadãos e à mais bela -- ainda -- cidade do lado de baixo do Equador.

P.S.: Daqui a pouco. Um bye, bye Belém musical.

O som dos Balcãs

A temporada cultural da Europa começou animadíssima com a turnê de Goran Bregovic e a sua Wedding & Funeral Band. O compositor servo-croata se apresenta acompanhado de um set de metais ciganos, com pitadas de polifonia búlgara, cantoras tradicionais dos Balcãs e um coro masculino ortodoxo. O resultado é um show que dura duas horas da mais louca alegria que se possa imaginar. Fomos ver no Concertgebouw de Brugge. E agora Bregovic volta a ser a trilha sonoro desse começo de outono, assim como foi em 1995, com a trilha sonora de Underground (o filme de Emir Kusturica, que ganhou a Palma de Ouro em Cannes), e em 1994, com a trilha de La Reine Margot, de Patrice Chereau (outra Palma de Ouro).

Exposição Monet (1840-1926) Como Nunca Antes Vista.

A Franca promove a maior exposição do mestre impressionista Jean Claude Monet, que descreve em retrospectiva os 60 anos de carreira ininterrupta do pintor. Os números do evento são inegavelmente apreciáveis:
1) No Grand Palais, em Paris, estão expostos 175 quadros de museus de outras 60 cidades além de raridades de colecionadores particulares, como é o caso da tela "Adolphe Monet Lendo em um Jardim", nunca antes exposta para apreciação do público francês.
2) Calcula-se que até o final da exposição terão passado por ela cerca de 700 mil visitantes, sendo que até a véspera da abertura na quarta-feira passada cerca de 90 mil pessoas já haviam reservado seus ingressos via internete.
A magnífica página eletrônica www.monet2010.com dá uma amostra da grandeza desse evento quando apresenta algumas obras de Monet em detalhes, com possibilidade interativa, além de vender ingressos. A exposição do Grand Palais também originou uma onda de "Monetmania"em toda a França, constituída por programas de televisão e publicação de livros, de artigos em jornais e revistas além da confecção dos mais variados tipos de souvenires.
O Brasil possui no Masp duas telas assinadas por "Monet - A Canoa Sobre o Epte" (foto) e "A Ponte Japonesa sobre a Lagoa das Ninféias em Giverny". A primeira foi oferecida para ser exposta no Grand Palais, mas, devido já existir outra obra pintada na mesma época e com temática semelhante, os organizadores da mega-exposição agradeceram a oferta brasileira.

Na Saraiva de Belém, a proteção e solução para seu iPhone 4

Por cerca de 70 reais, você já encontra na Saraiva do Boulevard Shopping uma capinha de silicone de alta qualidade da iLuv para o iPhone 4. A exemplo dos bumpers, ela resolve definitivamente o antennagate e protege seu gadget. Acompanha o produto, a indispensável película de proteção para a tela touch screen. Ontem quando estive lá, adquiri o modelo preto simples, sem desenhos coloridos, que já havia em pequena quantidade. Sobram modelos como o da imagem ao lado, que é, digamos, extravagante demais. Atenção e concentração na hora de aplicar a película de proteção de tela. Façam o procedimento em momento calmo, sem vento, limpando bem a tela antes de aplicá-la. E corram. Existem pouquíssimas unidades e o acessório nunca foi tão imprescindível. E na Saraiva, tudo acaba num passe de mágica.

O Vale Tudo Eleitoral em Quatro Pontos

1. Tuma não morreu. Ontem o portal UOL, de propriedade do jornal Folha de São Paulo, noticiou o falecimento do senador e candidato a reeleição Romeu Tuma (PTB/SP). O boato da UOL viajou com a velocidade incendiária de um rastilho de pólvora até que o Hospital Sírio-Libanês, onde o senador se encontra internado para tratamento, desmentiu peremptoriamente a (des) informação. Hoje o Portal Terra publica matéria em que a assessoria do candidato petebista avalia matéria da Folha como desonesta e desumana.

2. Aliás, no Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim publicou postagem onde a defesa de José Serra reconhece na Justiça Eleitoral que Dilma nada tem a ver com as falcatruas relacionadas a demissão da ex-ministra Erenice Guerra. Textualmente, com base no publicado no Blogue do Saraiva, eis a confissão da defesa serráquea para que o juiz eleitoral negasse o direito de resposta solicitado pelo PT:

Não há, nem na revista, nem na propaganda a mais remota sugestão de que Dilma estivesse envolvida nos supostos ilícitos descritos.


3. Por sua vez, o blogue "Vi o mundo - o que você não vê na mídia" traz importante contextualização sobre a tentativa de José Serra desequilibrar Dilma, a partir de ataque contra o Ministério da Saúde. E olha que o Azenha não transcreve essa pérola que a Veja (incrível!) publicou em 24/10/2001: O Baú do Lobista. Aliás não deixem de clicar e ampliar as imagens anexadas na matéria; elas trazem informações interessantíssimas sobre algumas figuras políticas, como Pedro Parente, que à época foi ministro-chefe da Casa Civil de FHC e hoje é presidente da filial brasileira da multinacional holandesa Bunge, gigante do setor agrícola e transgênicos ao lado da Cargill.


4. Já há indícios de que não vendo chances de chegar ao segundo turno, a entourage da campanha de José Serra manobra sua "invencível armada" para apoiar Marina Silva. O truque é fazer uma aliança branca e levá-la a um segundo turno com Dilma. Na minha opinião se trata de manobra arriscadíssima em termos pessoais para a ex-ministra do Meio Ambiente, mas de forma alguma nem para o vice de Marina, o industrial proprietário da Natura, nem para a ávida banda fisiológica do PV, onde atualmente ela está filiada.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Mulher Laranja

É o que circula por aí na internete: Depois da mulher melancia, da mulher morango, da mulher pera, Joaquim Roriz inventa a mulher laranja. Que bela dupla os dois fazem!

Ficha Limpa: A Culpa É do Joaquim Roriz

A decisão de Joaquim Roriz de renunciar à candidatura ao governo do Distrito Federal, indicando a mulher para substituí-lo na cabeça chapa do PSC, é mais um escárnio do eleitor e da justiça. Ao renunciar, o "Candidato da Esperança" provoca a hipótese de que o julgamento de 15 horas da Lei da Ficha Limpa no STF será nulo, por extinção do objeto da ação.

40 Anos de Dança no Cinema


Cheesy but cute. Feliz Sexta-Feira a todos!

Segundo o jurista-filósofo

Indico a leitura do texto do colega professor, jurista e filósofo André Coelho, sobre a "Lei da Ficha Limpa" e o julgamento do STF, concluído nesta madrugada.
Com suas profundas culturas jurídica e filosófica, além de notável serenidade pessoal, Coelho vesgasta a lei, muito ao contrário do que eu preferiria, assim como sugere uma solução para o julgamento em sentido oposto, também, às minhas preferências pessoais. Mas como não estou atrás de discípulos e sim de aprender com quem tenha tutano para me ensinar, apresento-o aos ilustres leitores do Flanar.
O ponto que mais me chamou a atenção foi quando ele explicou os níveis da elegibilidade e da eleitoralidade. Devo dizer que isso é sofisticado demais para um povo que só se interessa mesmo por futebol...
Vale muito a pena lê-lo, clicando aqui.

O Par e o Ímpar no Julgamento da Ficha Limpa

Nós estamos num impasse e a sociedade sabe que o tribunal não é responsável por esse impasse, disse ontem à noite o ministro presidente do Supremo Tribunal Federal.

Eu discordo do juiz. Também não adianta outros virem aqui, com aquela cara de malhador de Judas de subúrbio, e dizer que a razão do resultado 5 x 5 se deve ao fato do presidente Lula não ter nomeado a 11a. toga, vacância disponível desde que o ministro Eros Grau aposentou-se. A ausência do décimo primeiro voto era variável de antemão conhecida por todos daquela corte de justiça, e que, parece-me, foi mal ponderada quando decidiram julgar a Ficha Limpa num colegiado com número par de juízes.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Nunca a Extrema-Direita Produziu Tanto Material Fascista

Quem dorme com cães, não custa a pegar sarna.
(ditado árabe)


É impressionante: nunca o fascismo panfletou o tão abertamente no Brasil. Sim, porque nunca dantes nesse país a neo-extrema-direita derivada do sucesso do Bolsa Família exibiu-se com tamanho despudor no palco político, como fosse para fazer corar a mais barata das marafonas de cais. Para isso usam dos mais rebaixados argumentos, que fazem com frequência ecoar por vozes subalternas, algumas das quais no microfone de instituições notáveis na luta pela redemocratização desse país, período em que os atuais donos dessas vozes institucionais ainda sujavam as coeiros com suas aceitáveis emissões fisiológicas pelas leis da Biologia.
Talvez alguns digam que tudo resume-se à ideologia, nos limites da expressão do direito de opinião política, como fosse essa insípida, inodora, incolor e destituída de qualquer pretensão de consequência. Mas o que quer que seja um fato sobressai: quem quer que orquestre essa marcha fúnebre da democracia assemelha-se aos industriais alemães que financiaram os nazistas, porque viam neles um remédio e uma segurança, a saber:
1) Como força capaz de remediar a expansão do socialismo e do comunismo na Alemanha de Weimar;
2) Seguros de que, resolvido esse assunto, cuidariam de expelir o arrogante do Hitler e seus bozós travestidos de arautos da moralidade pública.
Nem precisa explicar por que deu tudo errado e no final aquele país saiu derrotado com a instituição desatrosa do mais poderoso estado criminoso que existiu na face da Terra, ainda hoje assombração no presente dos alemães.
A direita da região sudeste e seus bate-paus espalhados na periferia do país - com toda justiça a suas imagens "de bem" - acham que podem brincar com tudo, com todos, com a história do mundo, com o destino do Brasil e dos brasileiros, dando-se ao luxo de requebrarem-se como Messalinas em palcos de clubes onde podem ser servidos os mais venenosos coquetéis para a vida democrática do país.
Acredito, apesar do poder das mídias carioca e paulistana e de seus deformadores de opinião, que a sociedade brasileira dará um basta a toda essa desenvoltura fascistóide que, em última conclusão, baseia-se em que essa caterva nos cre todos ignorantes, integrantes de massa desajuizada de cidadania a ser conduzida como bestas pelas nove famílias proprietárias de veículos de mass media, ou relaxados para linchamento pelos seus seus cabras consorciados e comensais regionais da oportunidade, sempre que os contrariamos em seus projetos de poder, de mercadão, de mercado e mercadinho no mundinho pessoal de ao redor dos umbigos profundos e sombrios daquela gente.
No que concerne a essa comandita midiática, descuidam de como serão avaliados no futuro os seus agravos e despudores com a democracia brasileira. Os acadêmicos do futuro não os esquecerão, pois terão a sua disposição um manancial riquíssimo de intolerância política, racial e de gênero, apresentadas na forma de mentira e na prática de violência verbal às escâncaras. Com a disponibilidade dessas fontes, os arqueólogos do poder - filósofos, historiadores e sociólogos - escreverão sobre esse amálgama de histeria, nacionalismo barato e mau-caratismo ideológico com que diariamente os artesãos do golpismo midiático praticam de cara limpa ou com na sonsice de seus anonimatos. Aos pesquisadores de 2020 não faltará o batidão de calçada representado por essas fontes primárias na forma de artigos de revistas, de jornais e similares, das gravações dos programas de televisão e dos registros infames lavrados com anonimato nas páginas eletrônicas, nos blogues, no Tuíter e em outras redes sociais. E nem precisará declinar suas identidades, pois quem viveu esses tempos saberá ler nas análises do futuro necessariamente de quem se trata.