quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre a imparcialidade

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Sobre Papai Noel e a tal da "imparcialidade".


Vem de um blog "nerd" a explicação necessária para quem ainda acredita em Papai Noel.

(...) Como disse há pouco, imparcialidade em sua natureza é quase algo inexistente. A parcialidade se forma desde a maneira como alguém interpreta determinado texto ou fato. Tudo isso é influenciado pelo momento de vida em que a pessoa está passando, pelas suas experiências passadas, pela sua própria cultura e educação. Se você quer ter uma visão o mais próximo possível da realidade de algo, seja você a fonte primária da observação. Experimente você um produto/serviço, assista você a determinado filme, esteja você em determinado acontecimento. (...)

Para ler na íntegra, se quiser, clique aqui.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre o atendimento às vítimas de Santa Maria-RS

"Mas numa coisa ninguém nos supera: em solidariedade"
Ruy Castro, em: "Escrito em fogo" (30/01/13)

A catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul asfixiou nossas almas. Toda a sociedade civil está mobilizada, seja gestual, seja sentimentalmente.
Um dos elementos gestuais é a abordagem médica. Houve uma grande mobilização dos profissionais de saúde no RS e da cidade de Porto Alegre, que recebeu muitas vítimas. O SAMU Porto Alegre regulou os fluxos em contato direto com SAMU Santa Maria. Equipes de pré-hospitalar e serviços privados realizaram transportes. Todos de mãos dadas: Hospitais, Secretarias Municipal e Estadual, Governo Federal, Exército, Aeronáutica, Força Nacional e SUS.
Foram 48 pacientes removidos por aeromédico (avião/helicóptero) até a manhã de 28/01. O Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre tem dez doentes internados. Os demais foram Hospital de Clínicas, Cristo Redentor, Nossa Senhora da Conceição e em Canoas. Segundo o Dr. Luciano Silveira Eifler, membro Diretoria da SBAIT (Sociedade Brasileira de para o Atendimento Integrado ao Traumatizado) e coordenador do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU, “foi feito contato com estes hospitais e a SBAIT-RS se colocou à disposição para o que for necessário, transmitindo, inclusive a preocupação e solidariedade provenientes do centro do país e outros Estados, permanecendo os médicos em alerta e mobilizados”. A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) também está mobilizada no atendimento das vítimas junto com muitas instituições e voluntários.
Sabe-se que os médicos estão fazendo um excelente trabalho na transferência e tratamento das vítimas de Queimadura e de Inalação de fumaça (queimadura por monóxido de carbono sobre a via aérea e pulmão), uma complicação de mortalidade elevada. Apesar do número assombroso de casos e da gravidade de cada um, os resultados têm sido animadores. Até o momento apenas um caso foi a óbito (2%), devido à queimadura de 70% da pele (nesses a mortalidade é próxima de 100%). Por sua vez, sabe-se que alguns pacientes já estão em “desmame” da ventilação mecânica e com possibilidade de breve alta da UTI.
Mas essa questão gestual foi mais além. O Dr. Luciano Eifler, da diretoria da SBAIT-RS, na tarde desta quarta-feira, propôs utilizar a rede de cooperação via telemedicina em que participam diferentes centros (inclusive Belém, Hospital Barros Barreto - UFPA), com o apoio da SBAIT, Universidade de Miami e Sociedade Panamericana de Trauma. Dessa maneira ocorreu uma teleconferência numa rede formada entre Miami e Unicamp. Foi nessa quarta feira, 30/01, às 15:00h.
Os hospitais de Porto Alegre apresentaram alguns casos mais complicados, inclusive para troca de experiências com serviços do Brasil e exterior (Universidade de Miami, Universidade da Califórnia, San Diego -UCSD e Universidade de Toronto). A discussão foi predominantemente em português. Alguns estrangeiros, conforme a contribuição, usaram a língua inglesa.
Nesta sexta-feira, às 10h local, nova discussão será aberta via telemedicina, no mesmo local (HUJBB-UFPA). O grupo gaúcho mostrará alguns casos que estão revertendo em sucesso. Nós daqui podemos até contribuir, porém o que mais nos motiva é o que temos para aprender.
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CRACOLÂNDIA
Por Edyr Augusto Proença


Agora de tarde, o carro reportagem da RBA TV estacionou na Riachuelo, entre Presidente Vargas e Primeiro de Março. Nesta, estacionou uma viatura da PM, com dois soldados e um comandante. O comandante estava em uma ligação. É impressionante como falam ao celular. Vocês estão aqui para dar segurança ao carro da Tv? É uma reportagem sobre a Cracolândia? - Eles chegaram aos poucos, mas rápido formaram um time consistente. Jovens, pivetões, meia idade, homens e mulheres. Quase não dormem. Passam o dia à mercê de doses de crack. Não sei de onde vieram, expulsos. Adotaram a saída lateral do Cuíra, entrada e saída dos artistas, como seu ponto, meramente porque o recuo até a grade, é espaço suficiente para desviarem do vento e acender o cachimbo. Imagino que o incêndio há poucos dias em uma casa ali no Reduto, tenha como estopim os fósforos que acendem sem parar. A área do portão do Cuíra fica cheia de fósforos queimados. Tratam-nos muito bem, com respeito. Mas entre si, há disputas selvagens, com socos, facadas e tiros. Ficam amontoados feito percevejos, com suas roupas imundas, rostos macilentos. Pedem desculpas por não ter coragem de largar o vício. Disse-me isso um homem feito, seus 28 anos, talvez. Deslocaram de lugar as prostitutas da área, raras, com alguma idade e clientela de aposentados. Uma vez, tive o número e liguei para o Coronel Solano, tipo vice chefe da Polícia, algo assim. Queria pedir-lhe uma solução, um susto, que fosse, para que saíssem dali, por conta do prejuízo nos serviços do Cuíra, na área social e artística. Pra quê. Ouvi um sermão de vários minutos sobre ser um problema social, que estoura nas mãos da Polícia e  escambau. Assim o comandantezinho da patrulha que está lá no Cuíra agora, tarde de quarta feira, 30 de janeiro.
É uma reportagem sobre a Cracolândia? Que Cracolândia? Aqui não tem isso. Não tem? Tem sim, senhor comandante. São apenas umas cinco pessoas consumindo crack. Cinco pessoas? O senhor então não sabe. Trabalho aqui com o Teatro e posso lhe dizer que são uns cinquenta, talvez, tá bom, uns trinta, quem sabe. Olha aqui, esse é um problema social, entende? Nós estamos sempre passando por aqui. Passam e eles saem. Vocês dobram a esquina, eles retornam, vão até a Praça da República e voltam. Pronto, tocou novamente o celular. Ia dizer a ele que do meu prédio, podemos ver até o traficante agindo. Quando aparece a Polícia, certa vez, o guarda o conhecia. O traficante foi até lá, deu abraço e saiu na boa.
Leio que em SP, há discussão a respeito. Paulo Faria, que tem um teatro instalado no centro, região da Luz, é contra a tal internação compulsória. Drauzio Varela acha que precisa internar. Não tenho preparo para responder, mas, mais do que atrapalhar a paisagem, incomodar quem passa, até ameaçar os transeuntes, a sociedade precisa encontrar rápidamente uma saída para esses infelizes viciados.


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Cartazes sinceros

Amor

E se os posteres dos filmes concorrentes ao Oscar fossem "honestos"?
A checar no site americano College Humor.
(dica de Luis Eduardo, amigo e leitor do blog)

Indomável Sonhadora

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Guimarães Rosa


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Sertão

O escritor João Guimarães Rosa fotografado por Eugenio Silva para a revista “O Cruzeiro”, durante a viagem de dez dias pelo sertão, entre 19 e 28 de maio de 1952, acompanhando um grupo de vaqueiros que levava uma boiada de uma fazenda a outra, em um percurso de 240 quilômetros. A travessia de Rosa seguindo os vaqueiros resultaria, anos depois, no livro "Grande Sertão: Veredas"...



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Este post dedico ao  Roger Normando.
Ele é um  admirador e um leitor de João Guimarães Rosa.
As informações sobre o texto e a imagem estão aqui!


Praça da República

           




Foto de Flávia Mutran
Belém/Pará

Ainda sobre o incêndio

Blog do Sakamoto; ontem:

Um alvará não torna uma casa noturna segura em São Paulo

Por conta da estúpida e dolorosa tragédia dos 231 mortos em Santa Maria (RS), muito se discute sobre a falta de alvará para funcionamento da boate que pegou fogo.
Não posso dizer como ocorre em Santa Maria, mas em São Paulo, que congrega a maior quantidade de casas noturnas do país, um alvará pode não significar absolutamente nada. Há locais que o possuem e estão dentro das normais. Mas outras totalmente irregulares também contam com o documento. Uma das razões é a velha e conhecida máfia que se estabelece em torno do processo de emissão e fiscalização de licenças de bares, restaurantes e casas noturnas na cidade.
Muitos já se escreveu sobre isso: de diretores de órgão públicos que ficaram milionários dando licenças para grandes empreendimentos, shopping centers que funcionam sem poder funcionar até funcionários que reclamam de perseguição (quando pedem propina para continuar o trabalho). O fato é que qualquer prefeito que tentar mudar essa realidade, desburocratizando e digitalizando os processos de obtenção de certidões e licenças e punindo os servidores públicos corruptos, por exemplo, é bem capaz de cair antes da própria máfia.
Sob o impacto do que ocorreu em Santa Maria, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad determinou a criação de uma comissão para verificar se a legislação para prevenção de incêndios em locais fechados está adequada à cidade, aprofundar a atuação do poder público e evitar que tragédias semelhantes ocorram. Agora, precisa combinar isso com os russos, como diria Garrincha. Porque lei é letra morta se a fiscalização não operar de acordo com ela.
Conversei com envolvidos com essa rede que pediram para não serem identificados. Para obter uma licença de funcionamento, bares, restaurantes e casas noturnas têm que apresentar à Prefeitura de São Paulo uma série de documentos, como por exemplo, certidão da instalação de gás, laudo de acústica, um vistoria dos bombeiros…
O problema é que, não raro, você apresenta tudo, mas o status segue “em análise”. Até que, um dia, um fiscal aparece e te multa por funcionamento sem licença.
- Ah, sim temos um problema de morosidade dos processos aqui na repartição, mas você só poderia funcionar depois que tivesse a obtido sua licença.
Funcionar sem licença é errado, claro. Mas funcionários do próprio Estado criam dificuldades para o andamento do processo para vender facilidades.
Tudo bem, vamos pelo comportamento correto. Você aluga um imóvel, tira todas as certidões e espera a prefeitura conceder o documento antes de abrir o seu bar. Muitas vezes, a prefeitura simplesmente não se manifesta. Depois de um ano, as certidões vencem. Ou “são vencidas” pelo tempo.
- Poxa, não sei o que está acontecendo. Já gastei milhares de reais em aluguel jogado fora sem abrir a minha casa noturna, sendo que está tudo ok em questões de segurança. Ninguém me dá um prazo! E se demorar mais seis meses, vou ter jogado meu dinheiro fora.
 – Vou te ajudar. Liga para esse engenheiro aqui, o Robervias. Ele resolve tudo para você. O cara é bom.
Aí você liga e o sujeito aparece para uma reunião.
- Olha, o alvará de casa noturna nesta região custa R$ 30 mil.
 – Como é que é? Mas não deveria ser gratuito?
 – Hehehe. Não é bem assim que as coisas funcionam.
 – Ah, mas meu estabelecimento está de acordo com a lei. Prefiro continuar tentando.
 – Boa sorte, então.
E as certidões continuam a vencer depois de um ano sem que alguém as analise.
Por vezes, o dono do estabelecimento não possui todas as certidões. Alguns querem economizar com a insegurança alheia. É um pára-raios que falta aqui, uma saída de emergência fora do padrão ali, extintores de incêndio em número insuficiente, um isolamento térmico que não existe. Elementos que deveriam impedir o funcionamento de qualquer lugar que reúna multidões. Nesse caso, um pagamento pode resolver.
- Então, estou meio irregular, sabe?
 – Vai custar R$ 35 mil para resolver tudo, incluindo o alvará. Pode confiar. Quando sair no Diário Oficial, você me paga.
 – E o que garante que, uma vez emitida a licença, eu não dê um calote em você?
 – Hahaha. Você não vai.
O número daqueles que se beneficiaram dessa prática, sendo empurrados para isso como alternativa oara existir ou que buscaram economizar comprando o direito de funcionar, é tão grande que revelar todas as histórias significaria rever uma quantidade significativa dos estabelecimentos comerciais da cidade. Porque, na prática, poucos são os que tiraram alvará sem passar por uma das situações aqui descritas. Isso significaria fechar alguns, refazer o projeto de outros. Lembrando que, quanto maior o estabelecimento, menor as chances de adequação depois de aberto. Por que? É o poder econômico, estúpido! É só pegar os casos que foram trazidos a público pela mídia e ver que fim deu.
Enquanto isso, pessoas que analisam tragédias dizem que é necessário reforçar a fiscalização e criar novas leis. Com as conhecidas denúncias contra a fiscalização de estabelecimentos urbanos que temos no Brasil? Sem combater a corrupção antes? Isso seria enxugar gelo. Há funcionários públicos que não compactuam com isso. Outros fazem vistas grossas para sobreviver na selva. E, claro, parte deles é do esquema. Portanto, melhor seria “refazer” a estrutura, praticamente a partir do zero, criando processos transparentes e rápidos e impedindo a política do “faz-me rir”.
São Paulo não é marcada por grandes tragédias em incêndios de casas noturnas, apesar da profusão delas. Mas fica a pergunta: uma cidade como a nossa está preparada para garantir que isso não vá ocorrer de fato? É possível resolver o drama da fiscalização, no sentido de que ela garanta segurança a quem utiliza os estabelecimentos comerciais e os locais públicos da cidade? Ou São Paulo continuará bradando seu moralismo hipócrita de que é preciso manter nossos jovens seguros, criando regras para inglês ver e escondendo a cabeça debaixo da terra quando investimentos tiverem que ser feitos para adequar negócios à lei?

Leonardo Sakamoto

Sem Instagran....

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Aquela flor....





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Debate oportuno

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Estou trazendo do  blog do nosso parceiro Yúdice Andrade, uma discussão para lá de importante, e que cabe como uma luva na discussão que estou travando com as minhas convicções sobre o crime e a justiça.

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As leis e a realidade

O confrade Kenneth Fleming, advogado que frequentemente me brinda com ótimos comentários, escreveu acerca da postagem "Incêndios tenebrosos". Dadas as suas lúcidas ponderações, e ciente de que nem todos leem a caixa de comentários, transcrevo o texto, ao mesmo tempo em que já me manifesto sobre ele.

Vejam como são as nossas leis. Sei que você pensa diferente, Yúdice, mas creio que o país precisa ser mais rigoroso na aplicação e no cumprimento das penas. Penas alternativas e ressocialização de presos são ineficazes, conforme prova o alto índice de reincidência criminal. 

A contrariedade ao endurecimento das leis, não apenas as criminais, como estratégia de solução dos problemas sociais decorre da percepção fática de que poucas pessoas realmente se motivam pelas leis e, ainda assim, apenas quando estão em condições ou dispostas a fazer raciocínios de custo-benefício. Pessoas de mais baixo nível educacional, ou criadas em ambientes violentos, ou imaturas quanto a frustrações, tendem a agir contra as leis mesmo conhecendo as consequências de seus atos. Vejam-se os crimes passionais, p. ex., em que mesmo pessoas instruídas assassinam as parceiras à luz do dia, na presença de testemunhas, em locais públicos, etc. O desejo de cometer o crime é tão dominante que nada as detém. Esses, não há pena de morte que segure. Tudo bem que seja um exemplo extremo, mas na maioria dos casos o criminoso age contando com a impunidade, de modo que a dureza da lei perde seu poder dissuasório.
Preciso deixar claro, porém, que não sou contra o endurecimento das leis não penais. Nesse particular, sou até bastante favorável ao rigor, sendo o trânsito o caso mais veemente.
Concordo que devemos ser sérios e rigorosos na aplicação e no cumprimento de toda e qualquer pena, assim como outros tipos de decisão judicial e também as normas administrativas. Mas não é a eventual brandura das penas que inviabiliza a ressocialização de condenados. Os fatores são outros. No mais, a prisão é um grande paradoxo, em si mesma: como ressocializar um indivíduo por meio de sua dessocialização, e sem considerar se ele chegou a ser socializado em algum momento?
No mais, embora não se conheçam estudos sérios sobre o assunto, consta que o maior índice de ineficácia das penas está nas prisionais e não nas alternativas. Dentre estas, algumas são bem ruins, mas a prestação de serviços à comunidade pode ser muito positiva, tanto para o apenado quanto para a sociedade.

No caso do circo em Niterói, se houve condenação é porque houve o entendimento de que o rapaz era o culpado. Então pergunto : como é que uma pessoa responsável por 500 mortes, premeditadamente, é condenado somente a 16 anos de prisão? Brincadeira.

Prevaleceu a tese de que Adilson era o culpado, inclusive porque ele confessou. Mas se hoje em dia confissões obtidas em depoimentos policiais costumam ser cotidianamente contestadas (por causa dos métodos bastante conhecidos), imagine-se em 1961. Não estou defendendo ninguém, não. Apenas os erros judiciários são uma realidade e por isso a instrução processual deve ser muito bem feita.
Quanto ao montante da pena, no meu texto original deixei claro que foi pouco. Existem mecanismos da lei e na teoria do direito penal que me permitem afirmar que Adilson teve, no mínimo, dolo eventual em relação a todas aquelas mortes, de modo que ele poderia em tese ser condenado a uma pena de 12 a 30 anos para cada morte. Multiplicando 12 por 500, poderíamos pensar numa pena de 6000 anos de reclusão, só pelos homicídios consumados. Irreal, mas tecnicamente possível em meu entendimento. E por que ele sofreu apenas 16 anos? Não sei. Mas não é da tradição do judiciário brasileiro a imposição de penas exemplares, realidade que está mudando nas últimas duas décadas, inclusive por pressões populares comandadas pela mídia.

Mesmo nos crimes mais infames que temos presenciado Brasil afora, com premeditação, motivo fútil, formação de quadrilha, latrocínio, etc, etc, as condenações ficam em torno de 12 - 15 anos, tudo com direito a progressão de regime, saidões que montam a mais de 30 dias/ano, etc, etc.

Como disse acima, essa conjuntura está mudando. Alexandre Nardoni foi condenado a mais de 34 anos de prisão. Parece-me uma tendência. Num caso altamente controverso, Eliana Tranchesi, a finada dona da Daslu, foi condenada a 94 anos de reclusão por sonegação tributária e fraudes, em continuidade delitiva.
Quanto à progressão de regime e demais benefícios de execução penal, são justificados por motivos concretos, são úteis e necessários, não devendo ser confundidos com os desatinos de sua aplicação, perpetradas por agentes públicos por vezes despreparados ou descompromissados com os efeitos sociais de seus atos.
A propósito, as saídas a que você se refere podem chegar a um máximo de 28 dias por ano. Sei que a diferença é pouca.

Quando esses bandidos tiverem o conhecimento de que ficarão encarcerados 30 longos anos, sem direito a progressão de regime ou saidões, com certeza a criminalidade diminuirá. O que os incentiva ao crime é a certeza da impunidade, a certeza de que ficarão, primeiramente, uns 10 anos respondendo ao processo em liberdade, para só então cumprir alguns aninhos na prisão.

Sim, contar com a impunidade é sabidamente um dos fatores mais criminógenos que existem. Discordo, contudo, da premissa. Concordo com inúmeros autores que, como Beccaria ainda em 1764, afirmam que a certeza da punição é mais importante do que sua dureza. O problema é que, no Brasil, não se tem garantias sequer de que o indivíduo será punido e isso acaba se misturando com o tema da gravidade das penas. O cidadão médio acaba por tratar tudo como a mesma coisa, sujeita às mesmas causas.

O que ficam fazendo os homicidas, latrocidas, estelionatários, ladrões e corruptos enquanto "respondem em liberdade"? É claro que continuam a delinquir.

Imagino que seja isso, mesmo. Não discordo. Mas como confrontar esta sua afirmação com o fato de que, no Brasil, há mais presos provisórios do que condenados? Poderíamos propor uma questão diferente: não estamos prendendo pouco; estamos prendendo errado. E isso está longe de ser uma mera questão semântica.

Creio que essa falaciosa diretriz de que "ninguém é culpado até a decisão final" precisa ser revista. Bem como a morosidade pornográfica dos nossos tribunais. As denúncias são apresentadas à Justiça após 5-6 anos, e depois são outros 5-8 anos para uma decisão, ainda em 1ª instância.

O princípio do estado de inocência é uma conquista civilizatória, que não merece nenhum reproche se entendido em seu contexto histórico. Conseguimos, por meio dele, que as pessoas não pudessem mais ser presas, mortas, expropriadas de seus bens por meio de acusações exíguas, formuladas às vezes por adversários notórios. Trata-se de uma garantia essencial, que não pode ser abolida nem mitigada. Aqui, mais uma vez, acho que se está confundindo um tema com outro. Você aborda, com toda razão, a morosidade pornográfica da justiça. Veja que o problema não é do estado de inocência: é da burocracia estatal. É esta que deve mudar, não o princípio.

O problema da criminalidade não é falta de polícia. Até porque não há como a mesma ser onipresente. Não há efetivo para se colocar em cada esquina das nossas cidades.

Não, meu amigo. O problema da criminalidade é as pessoas não se darem conta de que a noção de crime não é natural nem está inscrita na consciência unânime de todos os seres humanos. Ela é uma escolha do Estado, de cada Estado, e sua concretização no cotidiano das ruas é arbitrária e frequentemente realizada de má fé. Quando a polícia prende um criminoso, isto não é um problema. O problema é quando a polícia prende alguém que supõe ser um criminoso e essa hipótese é tratada como verdade absoluta.
No final das contas, criminoso é quem a polícia diz que é. Ministério Público e judiciário só vão na corda depois. Estou iniciando estudos sobre esse tema.

O que falta são leis mais rigorosas e um Judiciário que se dê o respeito, trabalhando com efetividade e agilidade.

Discordo em parte da primeira assertiva (motivos acima) e concordo totalmente com a segunda, lembrando que o judiciário não pode figurar como a Geni da história. Tudo arrebenta nele, mas há muitas outras instituições, públicas e privadas, causando crimes e dificultando a persecução criminal. Você citou, p. ex., os corruptos. Corrupção não é privilégio do judiciário, certo?

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sobre Walmor Chagas

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Ontem,  fui ao cinema assistir ao filme AMOR,  do austríaco Michael Haneke. Hoje, leio a resposta de Zé Celso ao Jornal da Band -  no blog do José Celso -  sobre o suicídio do ator Walmor Chagas.  O jornalista Lúcio Flávio Pinto, na edição de nº 529  do Jornal Pessoal - nas bancas -,  também escreve um belo texto sobre  Walmor Chagas. 
Deixo aqui o texto de Zé Celso. Acredito que vale a pena  pensar sobre as nossas possibilidades de escolha: e diante da vida......
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Boa tarde!
Sou pauteiro do Jornal da Band e estou atrás do contato do Zé Celso. O ator Walmor Chagas faleceu na tarde desta sexta-feira e gostaríamos de repercutir a morte do ator amanhã (19) com o Zé Celso.
Vocês poderiam, por favor, me passar o contato do Zé?
Aguardo o seu retorno.
Obrigado,
Diego Costa.”

Resposta do Zé Celso:
AIó!  Diego, recebi a notícia do suicídio corajoso de Walmor aqui na “Praia dos Carneiros”, uma das muitas maravilhas de Pernambuco, nosso Repouso de Guerreiros, meu e do Ator Poeta da Arte Teatral: Roderick HimÉros.
Estamos preparando a Guerra pra ganhar 2013, estrategiando com nosso Poder Teat(r)al a peça: Cacilda!!! – Glória no TBC, 3ª das 4 peças que escrevi sobre a Arte Elétrica Quântica de Cacilda Becker, a partir de um prêmio que ganhei na gestão de Fernando Morais na Secretaria de Cultura da Cidade de SamPã em 1990. Este ato Trágico de Walmor atinge a peça em que estamos trabalhando, em cheio.
É sobre Cacilda, o TBC e… Walmor. Ele chega em Sampã e entra no TBC, dirigido por Ziembinski.
Conheci o poder deste gênio estóico pela primeira vem em “VOLPONE”, fazendo o MOSCA. Cacilda apaixonou-se de cara pelo sujeito transumano e pelo Ator, quando conheceu aquele menino, mais novo que ela, atuando em cima de um monte de Merda como uma Mosca Varejeira.
Em “Gata em Teto de Zinco Quente”, a personagem de Cacilda, Maggie, a Gata, não consegue trepar com ele, ele é gay, vive na cama do casal, enchendo a cara, não quer nada com ela. Walmor-Brik está atormentado pelo suicídio do seu Amante Skipper. E está ferido na perna esquerda, sem poder locomover-se direito. Na peça e na vida: Cacilda acaba ganhando por 12 anos Walmor Brick como marido, e seu maior parceiro Teatral.
Abandona o conforto do TBC e funda a Cia. com Walmor: o TCB (Teatro Cacilda Becker). Cara!, a peça agora podia se chamar Cacilda!!! – Walmor!!!
Cacilda teve um aneurisma no 2º ato de “Esperando Godot”. Walmor assistiu e viveu os 39 dias de coma da Atriz-Matriz e depois com permissão da família dela desligou os aparelhos que a mantinham com vida vegetativa e ele … suicidou-se pra não ser peso, nem pra ele, nem pra ninguém.
É uma Tragédia completa de Teat(r)o.
Uma TRAGYKOMÉDIORGYA.
Walmor e Cacilda: os maiores Ator e Atriz que o Brasil já fabricou!
Vai mudar muito a peça que escrevi em 1990.
Já encenei duas, da Tetralogia: na 1ª, Cacilda! (uma Exclamação) Walmor já entrou, vivido por Marcelo Drummond. Montei a segunda, também Cacilda!!(duas Exclamações), quando ela é uma Estrela a Vagar pelo Rio de Janeiro. Dou o ano de 2013 pra Cacilda!!! (três Exclamações) e este acontecimento com Walmor vira do avesso esta peça.
Em 2015, se estiver vivo, monto Cacilda!!!! (quatro exclamações).


Agora é claro: pela atitude de Walmor, diante da vida toda, tudo que fez, Walmor e Cacilda equivalem-se, são ambos protagonistas. Marcelo Drummond vai viver este Protagonista este ano, da peça que será montada:
- no Teat(r)o Oficina
- em seu Entorno tombado pelo IPHAN em 2010, que já estamos ocupando: Um quarteirão Inteiro do Bixiga
-e no TBC em obras.
Soubemos da notícia por Felipe, o dono da Pousada que nos chamou pra ver em seu quarto uma entrevista dele com 80 anos, que a Globo News pôs imediatamente no ar. Nela Walmor, o entrevistado, contagiou a entrevistadora e vi uma das mais belas entrevistas teatrais de minha vida. Tente ver, é deslumbrante. Walmor nela afirma emocionado o Valor Incomensurável do Teatro, atuando, contando do aneurisma de Cacilda no 2º Ato de “Esperando Godot”, como nunca havia contado.
ENFIM, TENHO MUITO Q DIZER SOBRE WALMOR, MITO DE “CACILDA!!! – GLÓRIA NO TBC”, ONDE A ATRIZ DAS ATRIZES ENCONTRA UM JOGADOR COM A POTÊNCIA DE SEU JOGO.
Os dois nesta peça abrem espaço para a complementação de Lina Bardi de seu Projeto Urbano pro Oficina, o renascimento do BIXIGA.
A Bandeirantes foi onde Cacilda mais trabalhou no tempo do Video Cassete. Tem de entrar nesta Aventura. Eu SOU APAIXONADO POR TODA MINHA VIDA PELA DUPLA – ESTE SUICÍDIO BATEU EM MIM FORTE.
MERDA


Império da lei



O novo disco de Caetano chama-se “Abraçaço”. Foi lançado no final de 2012 e completa a trilogia com a banda . Os outros foram “Cê” (2006) e “Zii e Zie”. Tenho os dois anteriores e recentemente adquiri o terceiro. Diz Caetano, sobre o último: “Meu disco vai se chamar 'Abraçaço. Uso essa palavras às vezes para finalizar emails. Acho graça. É como golaço, jogaço, filmaço. Ouço as pessoas dizerem também cansadaço, feiaço, tardaço. Achei golaço no Houaiss, mas não 'aço' como sufixo aumentativo. Abraçaço é o mais lindo porque há a repetição do cê-cedilha. Parece um eco, um reverbero verbivocovisual. E sugere não só um abraço grande, mas também um abraço espalhado, abrangente, múltiplo."

A justificativa do título tem um “C” de Caetano, mas fico com o comentário de Carol Nogueira (Revista VEJA): “O novo disco [...], traz o músico novamente tentando soar atual, mas mostra cansaço criativo”. Verdade. Em “A bossa é nova é foda”, ele tem a genialidade dos bossanovistas, como uma homenagem a Tom Jobim em “Wave” (“O tom de tudo/comanda as ondas/do mar,/ondas sonoras/com que colore no espacial), mas o nocaute poético vem logo em seguida, misturando no mesmo abraço da mesma música os lutadores brasileiros de MMA, inclusive o nosso Lyoto Machida. Foi um sopapo na cara do fraco e na minha paixão por Caetano.

Afora as críticas, segue uma das letras. Nessa o Caetano, a bem dizer, faz um golaço:

Império da Lei 



O império da lei há de chegar no coração do Pará
O império da lei há de chegar no coração do Pará

O império da lei há de chegar lá
O império da lei há de chegar lá

Quem matou meu amor tem que pagar
E ainda mais quem mandou matar
Ter o olho no olho do jaguar
Virar jaguar

O império da lei há de chegar no coração do Pará
O império da lei há de chegar no coração do Pará

Eternos Ella & Tom


Sabe aqueles dias em que você acorda e do nada vem na sua cabeça uma canção? Pois hoje, não sei porque, me veio "Dindi",  cantada pela maior de todas as cantoras americanas. Salve Ella Fitzgerald! Salve Tom Jobim!

Dindi (Tom Jobim / Aloysio de Oliveira/versão em inglês de Ray Gilbert) - 1959
Sky, so vast is the sky
With faraway clouds just wandering by
Where do they go
Oh! I don't know, don't know...
Wind that speaks to the leaves
Telling stories that no one believes
Stories of love
Belong to you and me
Oh! Dindi
If I only had words I would say all the beautiful things that I see when you're with me
Oh, my Dindi
Oh, Dindi
Like the song of the wind in the trees that's how my heart is singing, Dindi
Happy, Dindi, when you're with me
I love you more each day, yes I do, yes I do
I'd let you go away if you'd take me with you
Don't you know, Dindi
I'd be running and searching for you like a river that can't find the sea
That would be me
Without you, Dindi


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Educação!

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É curioso, curioso, muito curioso......O deputado federal Nilson Pinto(PSDB) deixou  o comando da Secretaria Estadual de Educação e voltou a assumir a função de representante  legislativo. Nilson Pinto foi reitor da UFPA; e é doutor em geologia por uma universidade alemã. A geologia é uma das ciências mais avançadas entre as ciências exatas e naturais. É avançada em métodos; é avançada em conhecimentos; é avançada naquilo que pode produzir efetiva transformação  ambiental e social. Mas desconheço projetos do deputado federal Nilson Pinto para o setor mineral, no Pará(isto significa que podem existir inúmeros projetos para o setor realizados pelo deputado: eu é que os desconheço). Sei de inúmeros projetos na área da educação; e conheço seus parceiros municipais; ou seja, os prefeitos que trabalham com ele ou por ele. Pois bem; Nilson Pinto foi assumir a Secretaria de Educação do Pará que é, de longe, o maior barril de pólvora da história das instituições públicas paraense. De lá já saíram  inúmeros escândalos. De lá, saem os índices que tem  nos colocado na vanguarda do atraso. Os índices educacionais servem para explicar muitas coisas. Desde o desenvolvimento humano - felicidade, satisfação, ambição; e por aí vai -; até as piores mazelas, como subdesenvolvimento, pobreza e ausência de civismo. Bons índices educacionais nos dizem, com muita clareza, o que a população significa para seus governantes.Os do Pará são lastimáveis. Ouvi, das mais diversas fontes, que as irregularidades na Secretaria de Educação do Pará,  no comando de Nilson Pinto, haveriam de se constituir em um dos maiores escândalos do governo de Simão Jatene. Muitas citavam  o nome de Lena Ribeiro, atual mulher de Nilson Pinto. Para meu espanto, vejo que o também ex-reitor da UFPA, Alex Fiúza de Melo, foi ocupar o cargo de Secretário de Educação, deixado vago por Nilson Pinto. A vida imita a arte? O que levou Alex Fiúza de Melo a aceitar sair da Secretária de Ciência e Tecnologia para assumir a Secretaria de Educação? Quais são os fatos que estão sendo apurados pela Polícia Federal e por auditoria federal? O jornalista Lúcio Flávio Pinto está levantando a lebre em uma nota muito discreta chamada Notícia traduzida, na Edição de  nº 529 do Jornal Pessoal que está nas bancas, quentinho. A Secretaria de Educação do Pará é,  há décadas, o centro de conflitos entre partidos, sindicatos e  interesses privados. E não é para menos. Ela reflete o que significa o domínio deste setor para a manutenção das elites, dos empresários e dos poderes locais: estaduais e municipais. Além disto, ela recebe vultosos recursos federais que tem sido cooptados  de forma anti-democrática e excludente. É preocupante o silêncio em torno deste fato. Não lamento a entrada de Alex Fiúza de Melo no comando da secretaria de educação: o considero  preparado ao exercício da função! Mas, estranho a forma como saiu Nilson Pinto; e lamento o descaso midiático sobre o fato; ainda!

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De fato, o deputado federal Nilson Pinto(PSDB) estava no comando da Secretaria Especial de Promoção Social  na qual a Secretaria de Educação está  vinculada desde junho de 2011 quando foi aprovado o projeto de lei que criou as Secretarias Especiais - ou  "super secretarias" -; ou seja, houve uma alteração no organograma do governo do Pará. O que torna ainda mais curioso o fato é que Alex Fiúza de Melo saiu da Secretaria Especial de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável - da qual a Secretaria de Ciência e Tecnologia esta vinculada -  e foi assumir a função de "super secretário" no lugar de Nilson Pinto.
Mais curioso ainda.......

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De olhos bem fechados!

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Ministério Público Federal pede que Justiça obrigue Y. Yamada a trocar produtos defeituosos
De 2007 a 2011 o Procon/PA recebeu 489 reclamações envolvendo a venda pela empresa de produtos com danos 

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta quinta-feira, 24 de janeiro, ação civil pública contra o grupo Y. Yamada, solicitando que a Justiça obrigue a empresa a indenizar com urgência consumidores que não conseguiram trocar produtos defeituosos. O MPF também quer que a rede Y. Yamada seja condenada a dar ampla divulgação sobre os prazos para trocas e sobre a possibilidade de a empresa ser responsabilizada judicialmente caso não respeite os direitos dos consumidores.
Segundo investigações feitas pelo procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, autor da ação, atualmente a Y. Yamada só efetua trocas no prazo de sete dias, sendo que o Código de Defesa do Consumidor estipula esse prazo em até noventa dias, nos casos de bens duráveis.
O MPF soube da irregularidade por meio de denúncia de consumidor que foi informado não ser “política da empresa” fazer trocas passados sete dias depois da compra. Diante da denúncia, o MPF questionou a empresa, mas o grupo comercial não apresentou nenhuma justificativa.
Após a tentativa de diálogo, Soares Valente procurou a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor do Pará (Procon/PA) para saber se havia registros de reclamações realizadas contra a empresa Y. Yamada em razão de recusa em substituir produtos defeituosos. O Procon informou que de 2007 a 2011 foram realizadas 489 reclamações contra a empresa envolvendo produtos entregues com danos. 
Novamente questionada pelo MPF, a empresa Y. Yamada não apresentou qualquer esclarecimento ou justificativas. 
Na ação, Soares Valente diz que a prática da instituição, reconhecida pelos próprios funcionários como “política da empresa”, é desrespeitosa e abusiva. “Há ocorrência da prática abusiva prevista no inciso IV, do art. 39 do CDC, uma vez que é manifesta a tentativa da empresa em prevalecer da fraqueza ou ignorância do consumidor para vedar estes de suas prerrogativas legais”, conclui o procurador da República.
Na ação, o MPF pede que a justiça obrigue a empresa a divulgar de forma interna e externa os direitos legais dos consumidores relativos à troca de produtos comercializados com defeito, enfatizando o prazo para reclamação, bem como sua responsabilidade solidária em efetuar a troca. 
Caso a Justiça acate esse pedido do MPF mas a empresa não cumpra a decisão, Soares Valente solicita o estabelecimento de multa de R$ 50 mil para cada dia de descumprimento. O MPF também quer que os quase 500 consumidores prejudicados pela prática ilegal da empresa sejam indenizados por dano moral coletivo.

Processo nº 0001225-73.2013.4.01.3900 – 2ª Vara Federal em Belém
Íntegra da ação: http://goo.gl/5z2fI