quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sobre o atendimento às vítimas de Santa Maria-RS

"Mas numa coisa ninguém nos supera: em solidariedade"
Ruy Castro, em: "Escrito em fogo" (30/01/13)

A catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul asfixiou nossas almas. Toda a sociedade civil está mobilizada, seja gestual, seja sentimentalmente.
Um dos elementos gestuais é a abordagem médica. Houve uma grande mobilização dos profissionais de saúde no RS e da cidade de Porto Alegre, que recebeu muitas vítimas. O SAMU Porto Alegre regulou os fluxos em contato direto com SAMU Santa Maria. Equipes de pré-hospitalar e serviços privados realizaram transportes. Todos de mãos dadas: Hospitais, Secretarias Municipal e Estadual, Governo Federal, Exército, Aeronáutica, Força Nacional e SUS.
Foram 48 pacientes removidos por aeromédico (avião/helicóptero) até a manhã de 28/01. O Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre tem dez doentes internados. Os demais foram Hospital de Clínicas, Cristo Redentor, Nossa Senhora da Conceição e em Canoas. Segundo o Dr. Luciano Silveira Eifler, membro Diretoria da SBAIT (Sociedade Brasileira de para o Atendimento Integrado ao Traumatizado) e coordenador do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU, “foi feito contato com estes hospitais e a SBAIT-RS se colocou à disposição para o que for necessário, transmitindo, inclusive a preocupação e solidariedade provenientes do centro do país e outros Estados, permanecendo os médicos em alerta e mobilizados”. A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) também está mobilizada no atendimento das vítimas junto com muitas instituições e voluntários.
Sabe-se que os médicos estão fazendo um excelente trabalho na transferência e tratamento das vítimas de Queimadura e de Inalação de fumaça (queimadura por monóxido de carbono sobre a via aérea e pulmão), uma complicação de mortalidade elevada. Apesar do número assombroso de casos e da gravidade de cada um, os resultados têm sido animadores. Até o momento apenas um caso foi a óbito (2%), devido à queimadura de 70% da pele (nesses a mortalidade é próxima de 100%). Por sua vez, sabe-se que alguns pacientes já estão em “desmame” da ventilação mecânica e com possibilidade de breve alta da UTI.
Mas essa questão gestual foi mais além. O Dr. Luciano Eifler, da diretoria da SBAIT-RS, na tarde desta quarta-feira, propôs utilizar a rede de cooperação via telemedicina em que participam diferentes centros (inclusive Belém, Hospital Barros Barreto - UFPA), com o apoio da SBAIT, Universidade de Miami e Sociedade Panamericana de Trauma. Dessa maneira ocorreu uma teleconferência numa rede formada entre Miami e Unicamp. Foi nessa quarta feira, 30/01, às 15:00h.
Os hospitais de Porto Alegre apresentaram alguns casos mais complicados, inclusive para troca de experiências com serviços do Brasil e exterior (Universidade de Miami, Universidade da Califórnia, San Diego -UCSD e Universidade de Toronto). A discussão foi predominantemente em português. Alguns estrangeiros, conforme a contribuição, usaram a língua inglesa.
Nesta sexta-feira, às 10h local, nova discussão será aberta via telemedicina, no mesmo local (HUJBB-UFPA). O grupo gaúcho mostrará alguns casos que estão revertendo em sucesso. Nós daqui podemos até contribuir, porém o que mais nos motiva é o que temos para aprender.

3 comentários:

Val-André Mutran  disse...

Sensacional essa cooperação.

Marise Rocha Morbach disse...

"O que mais nos motiva é o que temos de aprender": é vero. Temos que pegar este gás da área médica para outras atividades.....Parabéns aos que estão envolvidos nesta cooperação médica

Geraldo Roger Normando Jr disse...

Vocês estão convidados. Amanhã, às 10h, haverá nova rodada de discussão. As portas estão abertas no nosso HUJBB-UFPA.