quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Malandro é malandro, mané é mané

Ronald Biggs, o célebre assaltante do trem pagador, viveu 30 anos de flozô no Rio de Janeiro, vivendo das visitas à sua casa, que, pasmem, virou atração turística da bela capital fluminense.

Biggs, no início desta década, resolveu se entregar às autoridades britânicas. Declinado o atrativo turístico que representava, o assaltante do século imaginava poder desfrutar de uma não tão doce aposentadoria em prisões britânicas. Ao menos teria as refeições diárias que escasseavam no Brasil.

Assim, após anos foragido, voltou à terra natal para um não tão dolce fim de vida. Foi imediatamente recolhido à cadeia, assim que pisou nas terras da Rainha Elizabeth.

Eis que, após um tempo de xadrez, Biggs reclamou das consequências que a cadeia causava à sua saúde e pediu liberdade, por motivos humanitários. A Justiça inglesa lhe concedeu o benefício, liberando-o para "morrer em casa".

Biggs, de sete vidas, logo que se viu livre, transmudou-se de gato a passarinho e, aberta a gaiola, voou para o céu azul. Cheio de saúde, milagrosamente recuperado depois de se ver liberto.

Das três, uma: ou a malandragem inglesa é melhor que a nossa; ou as autoridades inglesas passaram atestado de otário; ou Biggs aprendeu (e bem) o famoso jeitinho brasileiro.

7 comentários:

Anônimo disse...

Grande Francisco
Sempre me envergonhei da famosa hospitalidade carioca em relação a esse debochado e nunca entendí , até porque não manjo nada da tua área, como é que a justiça brasileira não mandava ele de volta já que se tratava de um ladrão mas deixa pra lá , o que me impressionou lendo a notícia foi o valor usd4 milhoes , isso é dinheiro de pinga para certas figuras NACIONAIS , diria mestre Juca.
Abraços
Tadeu - um bobo neste e no século passado.

Francisco Rocha Junior disse...

Grande Tadeu,

Somos dois, os bobos envergonhados. Não tenho a menor ideia do porquê Biggs ter permanecido tanto tempo no país. Talvez o Yúdice possa nos socorrer, ele que é craque em Direito Penal.

Ladrão por ladrão, já temos suficientes por aqui.

Abração.

Yúdice Andrade disse...

Meus caros
Embora haja limitações a tal direito, o motivo de o Brasil não extraditar Biggs de volta à Inglaterra foi o fato de ele possuir um filho brasileiro, que dele dependia financeiramente. Extraditá-lo implicaria em deixar um cidadão brasileiro sem pai e com deficitárias condições de vida. É uma ampliação da regra segundo a qual não se extradita um cidadão nacional - preceito adotado em todo o mundo.
Infelizmente, Biggs era um incorrigível. Gostava de seu passado e de seus excessos. Nunca se emendou e questiono se ele se emendaria, caso fosse de fato punido.
Há vários anos, ele concedeu uma entrevista ao Jô Soares e, ao ser perguntado sobre ter alguma preocupação em ser extraditado, pois seu filho Mike, àquela altura, estava prestes a atingir a maioridade, Biggs respondeu que já conversara com um casal de amigos, apalavrando a adoção do filho desse casal, para que ele voltasse a ter um dependente brasileiro. O Jô e toda a plateia ficaram indignados com o sujeito.
Esse é o tipo de criminoso cuja impunidade deve ser lastimada perpetuamente. Um abraço.

PS - Grato pelo elogio, Francisco.

Anônimo disse...

Nada como ter um craque na área , valeu Yúdice , devidamente esclarecida a questão e quem ficou de bobo da corte(tudo a ver , rsrsrs) na minha opinião foi a justiça inglesa que aceitou ele de volta quando as graçinhas dele já não o alimentavam no Brasil , deviam ter falado agora ex-son cumpra sua pena de fome no Brasil.
Abração pros dois cracaços
Tadeu

Francisco Rocha Junior disse...

Bem lembrado e bem posto, Yúdice. Não me lembrei desse detalhe do Mike Biggs.
E não se trata de elogio, mas de simples reconhecimento.

Tadeu, o Flanar tem craques na zaga, no meio-campo e no ataque. Também tem seus "carregadores de piano", como este escriba. Mas, principalmente, tem os comentaristas fora-de-série, como você.

Abraços em ambos.

Anônimo disse...

Francisco , vc não carrega piano , meu , vc é um dos maestros
Abs
Tadeu

Francisco Rocha Junior disse...

Obrigado, grande Tadeu. Gentileza sua.