sábado, 19 de outubro de 2013

A flor e a poesia nos Flanders Fields




No meio dos horrores da Grande Guerra nos Flanders Fields (1914-1918), a natureza resistia entre as trincheiras. As flores da foto -  Papaver rhoeas, comumente conhecidas como poppy, corn rose, field poppy, Flanders poppy, rood poppy, red weed, coquelicot, ou em português papoulas silvestres -  acabaram se transformando num dos mais poderes símbolos anti-guerra. Espécie endêmica nessa parte da Europa, que nasce um pouco como as maria-sem-vergonhas , as papoulas também se imortalizaram no mais famoso poema contra a I Guerra Mundial, In Flanders Fields, do major médico canadese e poeta John McCrae  (30 november 1872 – 28 januari 1918):
In Flanders fields
In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row, 
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below. 

We are the Dead. Short days ago 
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie 
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe: 
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die 
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.

Nos Campos de Flandres
John McCrae 
(Tradução de Gustavo Gouveia)

Nos campos de Flandres as papoulas floram
Entre filas e filas de cruzes que formam
Nosso lugar derradeiro; alto no céu poente 
Voam as cotovias entoando bravamente
O canto que os canhões abaixo silenciavam.

Nós somos os mortos. Há poucos dias vivíamos,
O amanhecer sentíamos, o brilho do por do sol víamos,
Amávamos e éramos amados, e agora fomos deixados
Nos campos de Flandres.

Continuem as nossas lutas renhidas:
Pois passamos das nossas mãos feridas
A tocha; Erga-a ao alto em seus postos.
Se deres as costas a nós que estamos mortos
Jamais dormiremos, apesar das papoulas floridas
Nos campos de Flandres.

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