segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Excessos

No Observatório de Imprensa, o jornalista Luciano Martins Costa faz o balanço das urnas de maneira crítica e inteligente. No post Sobre laranjas, dentadas e o futuro ele opina que a imprensa teria passado dos limites na manipulação do noticiário político. Após ler o texto, eu perguntaria: mas será que alguém em Belém discorda desta idéia?

Nada como um ato de canibalismo para coroar o processo antropofágico que levou nossa frágil democracia às bordas da irracionalidade. Mesmo que alguns observadores tenham passado os últimos meses afirmando que não passa de teoria conspiratória a tese de que a imprensa manipulou desavergonhadamente o noticiário político, sobram evidências de que essa manipulação passou dos limites.

5 comentários:

Anônimo disse...

Não apenas na imprensa tradicional. Na blogosfera a coisa foi ainda mais feia... de ambos os lados.

Ou você acha que pode discordar?

Carlos Barretto  disse...

São mídias e consumidores bem distintos. Na internet, a pessoa que tiver um PC conectado e dominar o mínimo, pode exprimir sua opinião livremente contra ou a favor de determinado alvo.
Bem diferente das mídias ditas "tradicionais" onde ninguém tem tanta liberdade assim. Acabo por achar que uma pode ser consequência de outra. E os "marketeiros" não descuidaram da mídia digital nestas eleições. Basta ver a rudeza de comentários publicados nos blogs por "personagens fictícios" de contrapropaganda. Estes, provavelmente devem diminuir ou desaparecer ao final do processo eleitoral. E os blogs devem voltar aos seus saudáveis propósitos, com um ou outro pico de desatinos. Mas jamais perderão a exposição obtida no período.

Yúdice Andrade disse...

Que bom que o Observatório da Imprensa se preocupou em discutir o assunto, pois duvido que a imoralidade comungada pelos jornais de Belém seja peculiaridade nossa. Cheguei a escrever a respeito, em meu blog.
Enfim, agora os jornais entrarão numa fase de maior calmaria, que eu espero seja aproveitada para que os críticos relembrem qual o papel da imprensa. Eu ainda não sei qual é.

Carlos Barretto  disse...

Grande Yúdice.
Vc tem razão. Mas este papel é ainda muito mais difícil de definir aqui nesta província. Onde algumas pessoas, com cérebro de peixe, ainda tratam as questões cidadãs como o quintal de sua casa ou desatinos do vizinho.
Não pensam sequer em contratar um "ombudsman", a exemplo de outros órgãos de imprensa, quanto mais contribuir para a evolução da sociedade.
Mas os leitores também não ajudam.
E aí, é "póda" como disse um anônimo em outro post sobre o canal do panamá.

Carlos Barretto  disse...

Ah! Não podemos esquecer a velha questão do "tilintar da máquina registradora" ou da "quitanda". Como queiram.