segunda-feira, 26 de março de 2007

Centro de Ciência e Memória


(Washington, DC)
Estive em Washington, DC neste mês. De lá segui em visita à vizinha Bethesda, em Maryland. A serviço visitei o colosso da National Library of Medicine (NLM) e, especificamente, o registro nacional de ensaios clínicos.
Nessa ocasião tive o prazer de conhecer o projeto de imagens anatômicas digitalizadas do corpo humano, com base em corpos doados para a ciência, e também o que digitaliza livros clássicos da história da medicina, dentre os quais é destaque o De Corporis Humani Fabrica de André Vesalius, editado no século XVI. E não satisfeito em virar as folhas do livro no computador, solicitei e gentilmente fui atendido no desejo de conhecer o original (uma das três cópias autenticadas existentes no mundo), que manusei com luvas, sob orientação do bibliotecário chefe.
Na NLM e e em seus super-computadores está armazenado todo o conhecimento médico, atualizado diariamente. Cerca de mil pessoas são responsáveis diretamente pelo seu funcionamento. Considerada área de segurança nacional a biblioteca, é a prova de ataques nucleares. Num caso de ocorrência dessa natureza, seu teto colapsa e ela submerge na terra levando em segurança toda a memória disponível naquele momento sobre as ciências da vida.

7 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Deves ter mandado arejar aquelas roupas de frio, hein.
Haja tempo pra tirar a "naftalina".
;-)

Anônimo disse...

Maravilhosa a informação. Imagine a emoção. Biblioteca é o meu ponto fraco(ou melhor, forte).
Beijos, Cris Moreno.

Anônimo disse...

Muito legal. Imagine a emoção, ao tocar na história. Biblioteca é o meu ponto fraco(ou melhor, forte). Parabéns! Você trouxe fotos? Poderia divulgá-las aqui?
Bjs
Cris Moreno

Anônimo disse...

O blog está muito sensível. A mensagem está repetida porque quando cliquei em "outro", desapareceu automaticamente. Então pensei: tenho que mandar novamente.
Bjs
Cris Moreno

Yúdice Andrade disse...

Esse Oliver é um cidadão do mundo! Um dia quero viajar desse jeito...
A postagem nos mostra como os americanos - um povo que eu, definitivamente, não admiro - valorizam o conhecimento e a História. Imaginem quanto não se gastou para construir uma biblioteca à prova de ataques nucleares. Sinal de que o material ali guardado é importante, certo?
Enquanto isso, no Brasil, as bibliotecas não têm nenhum sistema especial de proteção. Aliás, o acervo é defasado. Aliás, faltam bibliotecas. Que lástima.

Itajaí disse...

Obrigado pelos comentários. Yúdice, o projeto vem da década de 60, tempo da Guerra Fria. O acervo de fato é importante, tanto por razões históricas, quanto estratégicas. E você tem toda a razão, nossas bibliotecas são uma lástima. Contudo, temos feito progressos. Um exemplo de como tem se democratizado o acesso à informação, e a partir da consolidação da web, é a experiência do Portal CAPES, disponível para as universidades. No meu tempo de estudante não tinha nada disso. Dispunhamos apenas da Bireme, e por correios. As pesquisas bibliográficas eram feitas em pesadíssimos livros indexes, não raramente defasados. Mas, ainda precisamos ir mais além. Tem muito acervo real se estragando por aí. Cris, um abraço. Bibliotecas são fantásticas, fazem bem ao espírito e aos olhos. E temos duas, aqui no Brasil, que são o máximo: A Biblioteca Nacional e o Real Gabinete Portugues de Leitura, ambos no Rio.

Anônimo disse...

Pois é, Oliver. Você já percebeu que começamos, mesmo que timidamente, a nos preocupar com a nossa história?. Antes tarde do que nunca. A questão "Biblioteca" passa pelo hábito de leitura, dai...mas, estamos avançando, mesmo que lentamente, vamos prosseguindo...a idéia é essa, otimismo, mais otimismo,...
Com a sua experiência talvez possamos ir mais adiante. Que tal a organização do acervo nesta área, aqui em Belém? É assim que começa...e vamos caminhando...mesmo que lentamente...
Bjs
Cris Moreno