segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Barros Barreto: o silêncio que se segue às batalhas

Literalmente crivada de balas ficou a agência do Banco do Brasil assaltada hoje pela manhã no Hospital Universitário João de Barros Barreto. Podiam ser vistos pelo menos 8 orifícios nos vidros e estruturas metálicas da agência.


Agência do BB no Hospital Barros Barreto agora à tarde.

Já a entrada principal do hospital, podiam ser contados 3 orifícios de entrada, fora um único tiro de calibre 12 que gerou uma marca com cerca de 9 chumbos.


Porta principal do HUJBB e o tiro de calibre 12.

Com os ânimos mais serenados, os funcionários puderam fornecer testemunhos mais fidedignos. E pelos depoimentos colhidos, a trama parece ter sido muito bem planejada.
A pergunta que não queria calar era a seguinte: como os bandidos saíram sem serem molestados?
Do portão de entrada - guarnecido por 2 vigilantes armados de empresa particular - até a agência, os ladrões percorreram uma distância de cerca de 80 metros, em via sinuosa e pavimentada.
Como é um hospital sem rotinas de fiscalização de entrada rigorosas, não é de se estranhar que os bandidos tenham conseguido entrar alegando qualquer serviço interno. O carro utilizado no assalto (um Siena vermelho peliculado) era de "gente boa" e a ninguém é exigido o crachá de identificação. Além do mais, trata-se de um hospital, convenhamos.
Após todos os ruídos de tiroteio intenso, era de se esperar que os vigilantes do portão reagissem sem deixar o veículo dos bandidos sair do hospital. Afinal, eles teriam que percorrer de volta os 80 metros que utilizaram para entrar.
Depoimentos confirmam entretanto que ao menos 1 elemento que possivelmente estava em uma motocicleta, rendeu os vigilantes do portão de entrada com armas automáticas durante todo o período do assalto, garantindo assim, a fuga dos bandidos que estavam no Siena.
Percebe-se então, planejamento meticuloso.

O clima no hospital agora é de terra arrasada. As pessoas comentam o ocorrido pelos cantos, e como muitos não conseguiram voltar ao trabalho, reina um certo silêncio incomum nos corredores. Maior do que o adequado para uma instituição de saúde com quase 300 leitos hospitalares e mais de 1000 funcionários.

Sabe-se agora que em nenhum momento foram feitos reféns, que um dos bandidos foi baleado no tórax pelas costas e foi encontrado no Hospital Metropolitano, possivelmente levado pela família. O cirurgião Roger Normando acabou de operá-lo agora à tarde.

As ações violentas parecem mesmo ter estado concentradas às proximidades da agência bancária e da entrada principal do hospital.

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