quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vontade de viver


Imagem: CNN

Morreu ontem nos EUA, aos 61 anos, Dianne Odell.
Poderia ser uma pessoa comum. Tirou seu diploma de segundo grau e escreveu um livro infantil.
Não fosse o fato de ter passado 60 anos dentro de um "pulmão de aço".
E tanto o início quanto o fim de sua vida, foram marcados por situações inquietantes, para dizer o mínimo. Contraiu polio apenas 3 anos antes da descoberta da vacina que interromperia progressivamente a doença no mundo. E ontem, morreu após uma inacreditável circunstância: houve interrupção de energia elétrica no pequeno condado onde morava e, tanto o gerador elétrico adquirido pela família bem como um dispositivo emergencial de bombeamento manual acoplado ao "pulmão de aço", simplesmente não funcionaram.
Ela era uma "recordista" de sobrevivência em "pulmões de aço".



Imagem: London SE1

Em 2006 morreu John Prestwich, que foi um dos primeiros pacientes de polio dependentes de ventilação artificial a viver fora do ambiente hospitalar. Viveu um pouco mais que 50 anos, em uso de um tipo diferente de ventilador artificial não invasivo (como são chamados estes dispositivos), em forma de couraça torácica, especialmente adaptado para ele. Algo, bem mais confortável do que a enorme máquina de 350 kg de Dianne: garantia-lhe mobilidade.
Prestwich, casou-se com sua terapeuta ocupacional Maggie, que deu-lhe integral apoio ao longo da vida. Graças a ela, visitou Paris, esteve no topo da Tour Eiffel, passeou pela London Eye, viajou pelo Eurotunnel, voou de helicóptero, apenas para citar algumas das façanhas propiciadas pela mobilidade do equipamento.

Dois exemplos distintos de uma incrível vontade de viver. E dois exemplos de uma tecnologia de suporte a vida que avançou muito ao longo de décadas, graças aos esforços para manter vivos os pacientes de poliomilelite bulbo-espinhal, a forma mais grave da doença, que causa paralisia completa de toda musculatura dos pescoço para baixo.
Graças aos conhecimentos adquiridos pela medicina no tratamento destes doentes, surgiram os modernos ventiladores artificiais invasivos e desenvolveram-se outros não invasivos, incluindo alguns baseados na tecnologia de couraça torácia de Prestwich, utilizados em alguns casos muito pontuais na atualidade.

Sobre o assunto, pesquise no Google Images sobre Iron Lung e você verá uma extensa galeria de imagens históricas e atuais.

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