sábado, 6 de março de 2010

Decemberists reestréia especiais de música do Flanar

Foto: Divulgação
Toda migração requer tempo de adaptação. É a justificativa para a ausência forçada dos especiais musicais que este que vos fala informa para o hiato não proposital.
Retomamos os trabalhos, com aquela sensação "de meio caminho percorrido e sempre aprendendo" à uma nova plataforma de hardware e, claro, de softwares.
A solução para Aplle que melhor me satisfez foi uma dica de nosso editor Carlos Barretto.
Por US$ 61,99 adquiri a licença, válida para três máquinas.
Resolvido o impedimento, passo a seguir minhas impressões sobre a banda: Decemberists.

Se disser que Colin Meloy, o vocalista, é um excelente poeta, não lhe farei justiça; se disser que o grupo que lidera – por assim dizer – é umas das mais originais bandas americanas dos últimos tempos, estarei a falhar por escassez. É mais, muito mais do que isso. The Decemberists são um grupo, a muitos títulos, excepcional. Talvez um dos segredos deste agrupamento passe pelo fato de Meloy ser também um excelente escritor (além dos poemas que canta, licenciou-se em Escrita Criativa e publicou um livro sobre a banda The Replacements) e pela sábia diversidade de registos que as suas músicas incorporam. A sua passagem pelo folk inspirou algumas das sonoridades da banda e ajudou a harmonizar o lado mais cru do seu rock. As anteriores experiências musicais do vocalista permitiram ainda ao grupo um harmônico e surpreendente uso de armamento convencional, como guitarras, baixo e bateria, e não-convencional, como o acordeão, a escaleta ou o contrabaixo.

A estreia dos The Decemberists aconteceu em 2002, com Castaways and Cutouts, o álbum em questão. O nome do grupo poderá ter decorrido da História (a revolta oitocentista de Dezembro, na Rússia) ou do tom persistentemente melancólico (mas, estranhamente, irônico) das suas músicas. Formaram-se em Portland, no estado de Oregon (EUA). Talvez a sua localização ajude a perceber que a América surge nas suas músicas e como, curiosamente, as suas palavras e sons são do mais cosmopolita que se pode encontrar. Aliás, é comum associar o grupo a uma das suas facetas dominantes: o vocabulário elaborado dos poemas (recuso-me a falar de «letras», aqui) de Meloy, juntamente com as suas referências literárias e os temas que perpassam nas suas músicas. Vagabundos; mães que se prostituem para alimentarem os filhos; amantes que morrem e vagueiam, fantasmas, nos campos do Interland ianque e nos campos devastados das músicas dos The Decemberists; marinheiros e violadores; trapezistas; artistas – o zoo humano que somos.

Se tivesse (se me apontassem a inviável arma à cabeça) de dar estrelas a qualquer disco da banda, atribuir-lhes-ia o céu das estrelas e esqueceria que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário.

Ouçam Castaways and Cutouts clicando no link abaixo.


8 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Sensacional!
Falta você fazer uma avaliação deste software, em comparação ao que vc utilizava anteriormente.
Rssss
Faça um "hands on"!
Abs

Val-André Mutran  disse...

Ok Carlos, mas, ainda estou avaliando os recursos.
O da pré-escuta, por exemplo, ainda não funcionou a contento.
Já mandei um e-mail para a fábrica com 11 questionamentos.
Aguardo orientação que o manual do programa não disponibiliza.
E vamos em frente.

P.S.: Até hoje o magic mouse que comprei na Aplle Store não deu as caras! Tá bom pra você?! Vão-se 18 dias. Uma vergonha.

Scylla Lage Neto disse...

Animal, Val!
Once again, thank ya!!!

Raul Reis  disse...

Otima escolha, Val-André. Eu adoro os Decemberists, além de gostar do fato deles serem do Oregon (como o Pink Martini), terra onde morei por muitos anos.

Vc já ouviu o CD "Colin Meloy Sings Morrissey"? São seis musicas do Morrissey (Smiths) cantadas por Meloy.

A voz dele me lembra muito a do Julian Casablancas, lead vocal dos "Strokes", que tb está lançando carreira solo.

Val-André Mutran  disse...

Vou correndo na Fnac comprá-lo Raul.
Estou curiosíssimo para ouvir e tentar desvandar, por que Meloy presta um tributo à Morrissey, outro artista que estou devendo um especial, visto que tenho absolutamente tudo dele e do The Smiths.
Gosto, ainda, da crueza dos Strokes e, igualmente fico curioso para saber como virá esse primeiro solo do Casablancas.
Há um brasileiro na banda, náo é mesmo Raul?
Obrigado pelas dicas.
Essa, definitivamente, é a minha praia com água de côco.

Val-André Mutran  disse...

Scylla,
AC/DC ou The Smiths? Ou Morrissey?
No intervalo, amanhã publico um set de house e de trance para testar o novo software.

Scylla Lage Neto disse...

Val, eu gosto dos 3. Mas um pouco de metal acelera a segunda, não é mesmo?
Abs.

Raul Reis  disse...

Smiths and Morrissey, claro!!!