Li o José Saramago pela primeira vez em 1986, quando adquiri na Livraria Jinkings a primeira edição portuguesa do romance A Jangada de Pedra. A leitura do livro revelou-se uma epifânia literária, visto eu não conhecer qualquer livro do autor e te-lo adquirido sem qualquer indicação. Cativado pela qualidade da prosa de um escritor de estilo único, segui-lhe os passos editoriais até a Viagem do Elefante, uma das mais delicadas alegorias escritas sobre o labirinto de humanidades que enfeitam - e também tornam feia - a vida.
Soube da morte do escritor na tarde, hoje, por meio de torpedo telefônico enquanto participava de reunião para discutir aspectos regulatórios de nanofármacos. Naquele ambiente de aridez técnica e acadêmica, entre pessoas de diferentes profissões, faixas etárias, experiências de vida, credos e opções políticas, testemunhei a grandeza moral de Saramago.
A notícia havia chegado a donos de outros celulares, o que me fez assistir por segundos algumas pessoas lacrimejarem e seguirem comentando com vozes embargadas os aspectos da reunião. De forma anônima e contida ali estava a minha frente, e sem que eu buscasse, o testemunho sobre a altura literária do único Nobel de Literatura, falante da Língua Portuguesa. Faço então a minha homenagem aqui; e homenagem de leitor fiel é por dever de ofício a releitura do escritor preferido. Transcrevo-lhes a seguir uma das mais belas páginas escritas por José Saramago, que reli ao acaso nesse comecinho de noite no Manual de Pintura e Caligrafia:
Soube da morte do escritor na tarde, hoje, por meio de torpedo telefônico enquanto participava de reunião para discutir aspectos regulatórios de nanofármacos. Naquele ambiente de aridez técnica e acadêmica, entre pessoas de diferentes profissões, faixas etárias, experiências de vida, credos e opções políticas, testemunhei a grandeza moral de Saramago.
A notícia havia chegado a donos de outros celulares, o que me fez assistir por segundos algumas pessoas lacrimejarem e seguirem comentando com vozes embargadas os aspectos da reunião. De forma anônima e contida ali estava a minha frente, e sem que eu buscasse, o testemunho sobre a altura literária do único Nobel de Literatura, falante da Língua Portuguesa. Faço então a minha homenagem aqui; e homenagem de leitor fiel é por dever de ofício a releitura do escritor preferido. Transcrevo-lhes a seguir uma das mais belas páginas escritas por José Saramago, que reli ao acaso nesse comecinho de noite no Manual de Pintura e Caligrafia:
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