Nós temos dentro de nossas caixas cranianas uma poderosa “máquina de pensar”, uma espécie de “pudim de leite” constituído de neurônios (mais de cem bilhões), células de suporte, líquido cefalorraquiano e vasos sanguíneos. Podemos ficar ainda mais inteligentes do que somos, ampliando a nossa já enorme capacidade de processamento?
A primeira idéia que nos vem à cabeça é a de que os cérebros maiores levariam vantagens sobre os menores, um pensamento, aliás, bem vigente nas décadas iniciais do século XX. O alto consumo energético e a lentidão das conexões mais longas passam então a ser fatores limitantes à expansão da inteligência.
Aliás, é justamente nos axônios, nas conexões entre os neurônios, que reside a maior dificuldade física para o aprimoramento do funcionamento cerebral. Um melhor “cabeamento” cerebral aumentaria o consumo e precisaria de um espaço desproporcional em nossos crânios.
Tornar os nossos axônios mais “finos” talvez esbarrasse em limites termodinâmicos, criando uma comunicação “ruidosa” e pouco efetiva.
Se a nossa massa cinzenta é poderosa, o mesmo não podemos dizer de nossa massa branca, do nosso “lento” serviço de “correio” axonal, que transformou-se no nosso “calcanhar de Aquiles” da evolução cerebral.
Se, individualmente, não podemos aumentar a nossa inteligência, tendo que confiar na carga genética que recebemos de nossos ancestrais, coletivamente ainda o poderemos fazê-lo, como uma espécie.
Penso que o futuro mostrará que sim.
6 comentários:
Cérebros do bem, unidos, jamais serão vencidos. Em computação, chamamos de "cluster". Que tal um "cluster" de cérebros bem intencionados, hein?
Exatamente, Charlie.
Precisaríamos de um cluster de altíssimo desempenho aliado à elevadíssima disponibilidade.
Aliás, creio que com o fluxo atual de informações transitando pelos cérebros interligados mundo afora, haverá em algumas gerações (talvez muitas!) alterações evolutivas positivas na nossa espécie.
Você concorda?
Prezados, vocês já levaram "Muito Além do Nosso Eu"?, livro do neurocientista Miguel Nicolelis cai bem ao tema do "post".
Assim que terminar "Todo Paciente Tem Uma História Para Contar", da Dra. Lisa Sanders, embarcarei no "Muito Além...".
Cérebro chipado, uau! não vejo a hora!
Lafayette, ainda não li o livro do Nicolelis, que se encontra na fila da mesinha de cabeceira.
Aliás, antes dele, deverei ler o Memória, do neurocientista argentino (radicado em Porto Alegre), Ivan Isquierdo, que surfa bem próximo deste tema.
De qualquer forma, no mundo real, já realizamos neuromodulação medular e cerebral aqui em Belém, para tratar doenças como Dor Neuropática, Parkinson e outros tremores, o que prova que a ficcção e a realidade podem não estar tão separadas assim.
Quem sabe em poucas décadas você já não terá um chip no seu córtex cerebral...
Abs.
Eras, Scylla.
Se este chip for real, espero que ele não carregue em seu "firmware", nenhuma linha de código da Microsoft.
Já pensou, uma BSD (Blue Screen of Death)? Teríamos sue resetar tudo o tempo todo.
Kkkkkkk
Charlie, você não perde uma chance...
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