terça-feira, 11 de outubro de 2011

Franssinete Florenzano e a censura

A propósito da postagem Solidariedade a Franssinete Florenzano, a própria jornalista fez o comentário abaixo que, por sua pertinência e importância, sobe à ribalta (grande Juvêncio de Arruda):

Queridos Francisco, Edyr, Marise, Carlos, Yúdice e Silvina, muitíssimo obrigada, de coração, por suas palavras.

Confesso que tudo isso me deixou muito abalada, nunca pensei que um dia a coação moral e a censura fossem estender seu manto de forma tão odiosa sobre meu trabalho, ainda mais na forma como aconteceu no TCE-PA.

Não quis me pronunciar por causa do meu estado emocional. E também para não alimentar comentários maldosos de que eu estaria resistindo à exoneração.

Foram muitas as manifestações públicas, a começar do Sindicato dos Jornalistas, dos blogueiros e colegas jornalistas, além de amigos e até desconhecidos, no twitter e no Facebook, mensagens, e-mails e telefonemas.

Vejo, pela posição de Annita, que devo fazer um post esclarecendo de uma vez por todas o que aconteceu. É incrível como há quem pense que cargo público é um feudo, e que servidor é um empregado pessoal.

Não. Não é assim. Sou servidora pública. Tenho 28 anos de serviços prestados ao Estado do Pará, não a governos nem a particulares. Se as coisas ainda acontecem dessa forma repugnante, é por causa do entendimento colonial que infelizmente perdura, inclusive na cabeça de gente dita esclarecida.

No serviço público, só se deve fazer o que está previsto em lei. E não me consta que a Constituição tenha sido revogada nos seus dispositivos acerca das liberdades individuais, da livre manifestação e expressão do pensamento, e da liberdade de imprensa.

Meu abraço fraterno e agradecido.

3 comentários:

Annita disse...

Boa noite senhoras e senhores,
Com todo respeito e com a devida licença, peço encarecidamente ao autor da presente publicação que seja publicado minha réplica, haja vista ter sido citada neste post, como também na caixa de comentários intitulada “Solidariedade a Franssinete Florenzano”.

Inicialmente, quero deixar registrado que nada tenho contra a cidadã Franssinete, muito ao contrário, sou uma mãe temente a Deus, fervorosa devota de Nossa Senhora de Nazaré e contra qualquer tipo de injustiça. Sou daquelas que têm como base fundamental na formação do ser humano e da sociedade, a família. Assim como, preservo incondicionalmente a lealdade, a gratidão e o respeito pelos que admiro e tenho como obrigação preservar. Principalmente quando ocorrem iniquidades. E falo no sentido de ter a certeza de que essas pessoas jamais cometeriam ilegalidades, injuridicidades. Pois não compactuam com tais situações.
Este é um caso.
Não quero me tornar repetitiva, mas como fui moderada – jamais pensaria em censura – na postagem “Solidariedade a Franssinete Florenzano”, solicito ao Francisco que publique meu comentário, até porque não escrevi nada que possa ser tachado como fora dos padrões da ética ou não pertinente a presente situação. Inclusive, para complementar este texto.

Yúdice, o “formalismo cego” é uma situação da qual não comungo, Piovesan muito bem colocou “Formalismo cego acaba gerando respostas inadequadas. É preciso ter a dimensão ética em cada caso, medir as consequências de uma decisão”. Você leu o meu texto “moderado” – repito, acredito que não foi censurado, visto que após minha tentativa de comentar e como você tem prerrogativa para acessá-lo, por ser um dos articulistas do “Flanar” e logo após você que até então não tinha uma posição assumida, conforme se depreende de seu primeiro comentário, adjetivou-me também como patrimonialista, mas no sentido pejorativo do termo. Fique certo que não sou nesse sentido, mas sim aglutinadora do bens morais (e não materiais) familiares e por consequência e com mais rigor a res publica. Pode ter certeza disso!
Franssinete, até aceito que você esteja abalada emocionalmente com toda essa situação, mas nada justifica a maneira como você está externando, deixando a emoção suplantar a razão. Esse seu comportamento é que está alimentado comentários maldosos. Inclusive, colocando toda uma instituição à mercê de um vereador que não tem moral para mandar ou desmandar em quem quer que seja, principalmente em uma pessoa que você, no mínimo, deve respeitar, no caso o Luís Cunha. Cargos comissionados existem em todas as esferas do Poder, e não há nada em patrimonialismo ou feudalismo nisso, até porque se tivesse você não aceitaria o cargo e não estaria estrebuchando agora. Embora você não queira o servidor deve respeitar regras e normas, você desrespeitou o art. 61 do regimento Interno do TCE/PA, leia lá, está disponível no site do Tribunal para todos. Sondei no órgão através de amigos, se era verdade que o vereador havia gritado e batido em mesas por lá, ninguém confirmou. Apenas e tão-somente o mesmo, foi ao órgão solicitar sua exoneração, o que é um absurdo, diga-se, mas não da maneira como você relata. O que não foi acatado pelo presidente, por não ter autonomia para tal e muito menos concordar em se curvar a quem quer que seja. Já no gabinete no conselheiro Luís Cunha, aconteceu da mesma forma, inclusive com conversa sem a presença de testemunhas do diálogo, mas sem nenhuma altercação. O que também não foi atendido pelo conselheiro Luís Cunha, você sabe não houve qualquer arbitrariedade por parte do conselheiro, visto que ele lhe deu direito de defesa. E a opção foi só sua, não queira colocar responsabilidades em outrem. Quanto ao Sindicato dos Jornalistas foi você que acionou. Tempo nem sempre é sinônimo de competência. Pior são os não esclarecidos que se fazem e tem como objetivo desvanecer a verdade em proveito próprio.
Todos os cidadãos devem respeitar a Lei. E os jornalistas não estão acima de ninguém.

Annita disse...

Francisco,

Quero aqui registrar minha indignação e decepção por você não ter sido publicado meu texto, mas de qualquer forma fiz minha parte como cidadã. Infelizmente não posso dizer o mesmo de você, muito menos da Franssinete. Tentei publicar no blog dela é fui censurada, como agora estou sendo aqui, onde jamais imaginei que seria.

Patente está o corporativismo e falta consideração com os que aqui querem dar sua contribuição, através de versões cuidadosamente verificadas.

Pena que aqui seja utilizado dois pesos e duas medidas.
A séria e competente "jornalista" (antes de tudo), blogueira, "faceboquista", twitteira, funcionária pública de carreira há mais de 28 anos, fez mais uma das suas: deu uma notícia falsa a respeito do desparecimento do filho cartunista Luís Pinto, dando-o como assassinado no Mangal das Garças e anunciando o velório e o enterro do rapaz. Pura mentira, sou amiga da família e estamos todos extremamente aborrecidos e aflitos com a situação causada pela falta de profissionalismo da Franssinete. Pense nisso e muito obrigada!

Francisco Rocha Junior disse...

Annita (ou seja lá como você se chama),

Seguem todos seus textos publicados, aqui e na caixinha de comentários do post Solidariedade a Franssinete Florenzano (http://blogflanar.blogspot.com/2011/10/solidariedade-franssinete-florenzano.html).
Não os havia moderado porque caíram, por algum motivo, na caixa antispam do blog (o Flanar a mantém ativada).
Censura você não terá por aqui, pode acreditar. Não há necessidade de faniquitos.
Depois voltarei ao cerne do seu comentário e, se for necessário, responderei.