sábado, 2 de dezembro de 2006

Papel Carbono

O 70 dá a notícia de que a UFPa está investigando uma suspeita de plágio em dissertação de mestrado.
Infelizmente, não é assunto novo. Na ciência a fraude é assunto que choca os pesquisadores, mas se torna cada vez mais frequente, tanto no Brasil quanto em outros países.
Entre nós, em 2004, na prestigiada revista Ciência e Saúde Coletiva, tivemos a publicação de um artigo parcialmente copiado de trabalho da Dra. Maria Novais, professora da Faculdade de Medicina da USP. Na ocasião a revista publicou em desagravo carta de Novais, que defendia a mais a ampla divulgação dos fatos, para que fossem informados quem plagiou e qual foi o plágio, como forma de inibir o "corta e cola" de textos alheios.
Para a professora paulista esta seria a melhor punição que um punguista do conhecimento poderia receber; a desmoralização na academia e para a sociedade, encerrando assim uma carreira profissional fundamentada na produção desonesta de trabalhos copiados de outrem.
No caso da UFPa, contudo, comprovado o delito, e esclarecido o perfil de quem o praticou, medidas mais severas terão de ser necessariamente adotadas.
Quanto ao título deste post cabe um esclarecimento aos que, mais jovens, não conheceram a máquina de escrever, hoje peça de museu. Tratava-se de papel carbonado posto entre duas ou mais folhas, de modo a imprimir cópia do original que se datilografava na folha da frente. Usava-se também desse processo para a emissão de notas fiscais.

3 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Quanto ao papel carbono, lembro que algumas prescrições médicas hospitalares, ainda se utilizam deste recurso medieval. Algo que alguns hospitais, seja por uma administração igualmente medieval, seja por tecnofobia, seja por tecnoignorância mesmo recusam-se a abolir.

Yúdice Andrade disse...

Como sou professor, o plágio é uma praga em minha vida. Muitos alunos, seja por mentalidade de segundo grau (onde não lhes foi ensinado a pensar), seja por safadeza mesmo, valem-se desse recurso. Às vezes, gasto mais tempo caçando textos na internet do que corrigindo propriamente. E quando o assunto é TCC, a preocupação dobra, já que sempre tem os "obreiros da última hora" e o risco de compra aumenta. Esses vigaristas que vendem trabalhos acadêmicos anunciam seus "serviços" nas comunidades universitárias do Orkut, além de jornais.
De fato, a vergonha morreu faz tempo.

Jubal Cabral Filho disse...

Conheço, dentro da UFPa, diversos plagiadores sem-vergonha na área de Geociencias.
Um deles, doutor, ainda aparece em congressos e publicações constantemente.
Devem ser malucos.