sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Temporão

A vacina contra a varicela (catapora) foi autorizada para uso em 1995 e a do sarampo, foi desenvolvida em 1963 e autorizada em 1973. Hoje em dia, a vacina do sarampo faz parte do calendário de vacinação de toda criança através da vacina chamada tríplice viral ou MMR (sarampo, rubéola e caxumba). A da varicela é opcional, se não me falha a memória.
Por força de minha atividade profissional de alto risco, vacinei-me contra hepatite B, influenza, tétano e esqueci a @$%#@ da varicela.
Sendo assim, antes deste tempo, todos estavam sujeitos a estas doenças, tidas como "doenças da quadra infantil".
A saudosa Maria Lúcia Medeiros, me contava uma história muito interessante.
A preocupação das mães com estas doenças era grande na época pré-vacinação. Não somente pelo fato de não haver tratamento específico bem como de alguns doentes desenvolverem em alguns casos, complicações graves. Além disso, sabiam as mães de outra característica interessante destas doenças: uma vez contaminado, o doente ganharia imunidade para o resto da vida.
Assim, corria a boca pequena entre as mães, uma estratégia que rezava o seguinte: já que é inevitável, vamos logo expor nossos filhos para que ganhem logo a imunidade de uma vez.
Era comum então, quando uma pobre criança sucumbia ao sarampo, catapora ou rubéola, sua mãe rapidamente ligava para as amigas. Elas, sabedoras do novo caso, rapidamente mandavam seus filhotes a casa do pequeno doente, a título de suposta solidariedade.
Uma semana depois, lá estava a garotada toda de cama.
Minha pobre mãe era desta época. Mas não assumia esta tese. Muito ao contrário, procurava me proteger do contato. Mesmo assim, em casa, todos tiveram estas doenças, menos eu, o filho temporão.
Fui então premiado com o sarampo aos 27 e a varicela aos 45 anos.
Deixa eu voltar pra cama que a febre já está voltando.

6 comentários:

Anônimo disse...

OLá,
Meu filho de nove anos também está com com catapora e passamos três noites terríveis com a febre a coceira , especialmente na cabeça.
Então, sei exatamente como você se sente nestes dias e torço para que você supere logo.
Nós, agora estamos na fase da seca, e ele nã pode brincar com os colegas. É chato, pois ele tem que ficar o dia todo dentro de casa.
Fazer o que? Mas já decidi que assim que ele melhorar vou dar a vacina contra hepatite, só por segurança .
Aliás,diga, tem vacina contra papeira?

Ana Marcia

Itajaí disse...

Tive sarampo mais ou menos com a idade que tiveste. Catapora não. Resta-me a papeira. Desejo melhoras e que Dona Adriana lhe dê bastante papinhas.

Carlos Barretto  disse...

Oi Ana Márcia.
Mais uma vez, prazer em vê-la por aqui.
Desejo melhoras a família. Esta doença é uma @@$#%%@ mesmo.
Sim. Existe a vacina contra a papeira (caxumba) e faz parte da tríplice viral ou MMR, disponível nos postos de saúde ou em clínicas privadas.
Como a tríplice viral já faz parte do calendário obrigatório de vacinação do MS, verifique na carteirinha de vacinação de seus filhos se ela já não foi aplicada.
Bjs

Carlos Barretto  disse...

Ora, Oliver.
As papinhas estão em nosso menu sim!
Afinal, D. Adriana é poderosa mesmo!
Afinal, ter que aguentar o maido com cara de "maracujá de gaveta, não é pra qualquer um.
:-)

Yúdice Andrade disse...

Quando criança escutei várias vezes esse papo de é-melhor-ter-agora-do-que-mais-tarde. Isso me apavorava, mas a infância se foi e não tive nenhuma dessas doenças. Confesso que nunca soube dessa prática de contaminar os filhos propositalmente. Graças a Deus, minha mãe não faria nem fez isso.
Lamentavelmente, tive caxumba aos 16, não sabendo dizer como foi o contágio. Aos 20, foi a varicela, contaminado por uma criança de minha casa que com certeza contraiu na escola.
Conheço o sofrimento e só posso hipotecar mais uma vez a minha solidariedade. Mas se todo consolo deve vir com o tal do lado bom, veja pelo lado bom: você tem uma esposa carinhosa para lhe fazer papinhas e olhar sua cara de maracujá com ternura e dedicação. Isso é um privilégio, não?

Carlos Barretto  disse...

Sim.
E ponha privilégio nisso.
Sou um cara de sorte.
Abs