quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

De boca fechada

A entrevista da ex-exposa do Senador Fernando Collor (PRTB - Alagoas), publicada na Veja desta semana, vale mais pelo que ela não diz do que pelas descoloridas confissões ali reveladas.

Veja – A senhora, então, achava que o presidente era um homem muito rico?
Rosane – Sempre achei que o Fernando fosse rico. Quando moramos em Miami, ele me deu um Porsche de presente. Tínhamos uns dez cartões de crédito. Também guardávamos dinheiro em um cofre da casa. Quando voltamos ao Brasil, continuamos vivendo maravilhosamente bem. A minha mesada era de 40 000 reais. Passávamos o réveillon em Angra dos Reis com ilha alugada, com segurança, mordomo e até helicóptero. Também costumávamos esquiar em Aspen. Com a nossa separação, em 2005, descobri que Fernando tem uma renda mensal declarada de 25 800 reais.

Veja – Entre o impeachment, em 1992, e a sua eleição para o Senado, no ano passado, o ex-presidente praticamente não trabalhou. Como ele bancava seus gastos pessoais com uma renda de 25 800 reais?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – Estima-se que a parceria entre PC Farias e o ex-presidente tenha deixado um saldo de 60 milhões de dólares em contas secretas no exterior. A senhora tem alguma idéia de onde foi parar esse dinheiro?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – A senhora acredita que o presidente tenha contas secretas no exterior?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – A senhora não pode responder porque não sabe ou porque tem medo de sofrer alguma retaliação?
Rosane – Não posso falar sobre isso.