sábado, 19 de abril de 2008

Sainte-Chapelle - Uma jóia de Paris


A entrada da Sainte-Chapelle já encanta e esconde a surpresa...



...da nave principal, com seus magníficos vitrais.

Citada como recomendação de alta prioridade para os visitantes de Paris em alguns comentários de posts anteriores, a Sainte-Chapelle é de fato uma preciosidade capaz de emocionar até os olhos menos atentos,
Erigida no século XIII por Luís IX, a pequena capela inicialmente se destinava a abrigar a suposta coroa de espinhos utilizada por Jesus Cristo.
Possui um ambiente ao nível do solo que encanta por suas pinturas de céu estrelado nas abóbadas. Mas a surpresa vem de repente, ao subir por uma estreita e curta escadaria, o visitante se depara com o ambiente principal da capela, rodeada por vitrais de magnífica configuração, projetando suas multicores no piso. Trabalhos em madeira com motivos religiosos, ricamente detalhados, adornam os quatro cantos do ambiente principal.
Vale a pena seguir os links sugeridos abaixo com imagens de uma das mais surpreendentes igrejas de Paris, que aliás, possui seu sítio próprio na web em http://sainte-chapelle.monuments-nationaux.fr/en/ (em inglês).
Mas para ver imagens espetaculares da capela, você tem que visitar o Imagennativa.
E também o Paris.org.

2 comentários:

JOSE MARIA disse...

Caríssimo blogger.


1 Realmente, a Sainte-Chapelle é uma jóia gótica encravada no Ministério da Justiça de França. São Luís podia não entender nada de coroa de espinhos - adquirida por ele em uma época em que as falsificações de relíquias estavam em voga - mas entendia de capela. É impossível, inclusive para ateus e agnósticos, não se maravilhar com essa exuberante capela gótica.

2 É um desses lugares que devemos visitar pelo menos uma vez na vida. Conheci em Paris uma senhora gaúcha, avançada na idade, com problemas de visão, mas vigorosa o bastante para encarar uma uma excursão da Abreu. Um dia ela pediu para desligar-se do grupo porque queria visitar a Sainte-Chapelle. A guia, compreensiva, fez o possível para ajudar. Uma amiga dela, também gaúcha, explicou-me depois: ela sabia que aquela seria a última chance de rever a capela, pois sabia que estava perdendo a visão e a vida estava chegando ao fim. Ela foi, não sei como, mas foi. E ao reencontrar com ela no dia seguinte, ela estava transfigurada. Era alguém que realizava um último e recôndito desejo e com alegria e ânimo de fazer inveja aos mais moços, fruia a vida que lhe era dada para viver. Alegre e feliz por ter visto a capela, ainda que pela última vez. Nunca esqueço dela e até hoje lembro do seu rosto, dos óculos, da cor do cabelo e da alegria de viver. Foi assim que aprendi a gostar da capela antes mesmo de conhecê-la (fui lá depois).

3 Na última vez que lá estive presenciei uma cena inesquecível. Era dia de Corpus Christi. De repente, um grupo de alemães - a cidade estava cheia deles no feriado - postou-se em um lugar que parecia escolhido ao acaso e começaram a entoar - à capela - uma Ave Maria em latim. Todos os visitantes pararam para ouvir as afinadíssimas vozes - cinco - e até os guias fizeram respeitoso silêncio. Era um pequeno coro que tinha vindo da Alemanha exclusivamente para aquela performance, porque naquele exato ponto a acústica da capela é simplesmente fantástica (aqui em Belém, na Igreja de Santo Alexandre também tem um ponto G desse, me disse Maria Antônia, nossa maestrina cubana). Terminaram de cantar, saíram silenciosamente como entraram, sem muita conversa, deixando atrás uma pequena multidão de turistas do mundo inteiro simplesmente maravilhados com o que haviam acabado de ver e ouvir. A combinação de luz dos vitrais com a divinal música dos alemães até hoje está gravada na minha retina, nos meus ouvidos, no meu cérebro.

4 Assim aprendi que a capela é para ver, ouvir e ... viver.

5 Por tudo isso, meu caro blogger, muito obrigado por me propiciar tão boa lembrança e compartilhar com seus leitores tão boa indicação.

Seja feliz.

Vida longa para você e para o Flanar.

Carlos Barretto  disse...

Caríssimo Alencar.
É sempre ótimo vê-lo por aqui e, principalmente ouvir o que vc tem a dizer.
E nossos leitores terão este prazer amanhã, mais uma vez, quando levarei "à ribalta" seu rico comentário, que muito acrescentou a nossa querida Sainte-Chapelle.
Muitas coisas me emocionaram em Paris. Mas a Sainte-Chapelle me levou a lágrimas, devidamente dividida com minha companheira e (incrível) várias pessoas ao redor.
Daí nunca mais ter saído de minha memória. Tenho registrado em vídeo a visita e estou encontrando uma maneira de digitalizá-lo e disponibilizá-lo no You Tube.
É uma missão que um dia pretendo cumprir.
Por ora, agradeço imensamente sua participação neste post.
Abs