segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O preço dos carros no Brasil

Gosto de ler sobre carros. Novidades e lançamentos são mera curiosidade, a maior parte do tempo. Mas também procuro informações sobre cuidados, preços, custos de manutenção e de seguro, etc., aspectos relevantes para quem precisa sustentar um filho dispendioso desse tipo. E como hoje em dia qualquer notícia pode ser comentada nos portais de Internet, não importa qual seja o assunto, em geral a discussão envereda para o tema dos absurdos preços praticados no Brasil.
Estamos cansados de saber que, assim como outros produtos, carros custam muito mais no Brasil do que em outros países. E, para piorar, esse custo não se traduz necessariamente em qualidade, porque embora tenhamos superado a fase das "carroças" (para lembrar a oportuna crítica feita pelo então presidente Collor, no começo da década de 1990), os projetos aqui são defasados em relação a outros mercados, inclusive emergentes, além de chegar com menos recursos, itens de tecnologia e até mesmo de segurança e proteção ambiental.
A resposta na ponta da língua aponta a extorsiva carga tributária brasileira como vilã da história. O que é verdade. Mas esta elucidativa reportagem mostra que a questão é bem mais complexa e passa por um item que pouca gente deve considerar: o conformismo do brasileiro. Sim, é isso mesmo. Pagamos caro, dentre outras razões, porque nos submetemos a isso.
Leia e tire suas conclusões. Para aguçar sua curiosidade, veja dois exemplos da diferença de preços praticados no Brasil e no México, também um mercado emergente:


Parece que o brasileiro não leva a sério o bordão a união faz a força. Estou cada vez mais convencido de que precisamos, como cidadãos, e neste caso como consumidores, aprender a virar a mesa. Mas confesso que realmente não sei dizer como podemos começar. Daí que, humildemente, peço conselhos aos caros leitores.

5 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Yúdice, isto é revoltante!
Deveríamos receber um kit com chapéu e nariz de palhaço a cada compra.
O que fazer?
Sinceramente creio que acionar uma grande discussão nacional não dê em nada.
A única maneira seria deixar de comprar, o que só ocorreria em caso de grande recessão.
Seguindo esse primário raciocínio, precisaríamos então de uma grande crise financeira para conseguir reduzir os preços dos carros a valores justos? Para que voltassem a se elevar assim que passasse a crise?
No way out! O fator Brasil sempre vence.
Acho que vou me mudar para o Chile, onde os impostos são de 3%, o que leva o preço de um Corolla made in Brazil para 17 mil dólares.
Abraços.

Yúdice Andrade disse...

Penso que um boicote é uma medida válida, mas como fazer isso com uma pluralidade tão grande de produtos e de fabricantes? Seria necessário mobilizar um número extraordinário de consumidores, dos mais variados perfis.
Não sei como eu, sozinho, posso encostar a concessionária na parede, na hora de uma compra. A opção mais lembrada (pagar à vista) não ajuda, porque mesmo se o cliente tem o dinheiro, pagaria à vista com um desconto sobre um preço absurdo.
É revoltante, mesmo.

Silvina disse...

Scylla, foi você mesmo que escreveu esse comentário?
\o/

Scylla Lage Neto disse...

Yes,Silvina, fui eu!
Lamentavelmente todos os carros que eu gostaria de comprar ficam inviáveis de fazê-lo no Brasil.
Mas tive outra idéia: em vez da mudança para o Chile, outro caminho alternativo seria o velho continente, a Santa Terrinha...
Já pensou rodar num cavallino rosso de Lisboa à Guarda, só para comprar um bom queijo da Serra da Estrela?!

Paulo Santos  disse...

Só conseguiríamos fazer um grande boicote com a sociedade bem mais organizada. Infelizmente não é o caso, só o fato de discutirmos já é um bom começo. Enquanto isto nos resta ficar revoltados. Absurdo mesmo.