A jornalista Ana Célia Pinheiro do Diário do Pará, responde ao Deputado Vic Pires Franco no post "Resposta imediata", publicado ontem à noite neste blog.
O que posso dizer, acerca de tudo isso, Barretto? Só posso é deplorar ( a palavra certa seria abominar) essa mania do PFL de tentar me colocar como traíra, ou coisa semelhante. E, agora, através da pena de um deputado, que deveria, ao menos, respeitar o alto cargo que ocupa.
Nunca pedi favores ao PFL, nem a qualquer de seus integrantes. Fui CONVIDADA a trabalhar com Valéria, como já disse, por diversas vezes, em meu blog. E, como sou burra de pedra, aceitei, para tentar contemporizar os problemas que havia tido com os tucanos, em especial, com o (ainda) governador Simão Jatene - esse encosto, esse exu das sete encruzilhadas...
A questão central, Barretto, é a proporcionalidade entre razão e poder, em todas as cortes do mundo. E o deputado que cometeu tais atrocidades contra mim, sabe disso muito bem. Daí usar e abusar da mentira pura e simples. Porque sabe que, como tem mandato, dinheiro e poder, pode arremeter, de forma covarde, contra uma cidadã que não dispõe de poder algum...
Gostaria de ver o mesmo deputado "palavreando" com aqueles que detêm tanto poder quanto ele, ou até um pouco mais, para ver se seria tão "corajoso", não é mesmo?
Não devo nada, nem a ele, nem à Veléria. Como já disse, em meu blog, gosto dela; ela tem algumas qualidades que aprecio. E até acho, sinceramente, que a vida lhe concedeu menos do que merece - como, por exemplo, essa figura saída das profundezas do paleolítico...
Mas, as matérias que faço nada têm a ver com gostar, ou não gostar: quando se trata de dinheiro público, não tenho nem amigos, nem inimigos; não tenho pessoas de quem gosto, ou desgosto. Levo em consideração, apenas, o público: aquilo que pertence a todos e que em benefício de todos tem de ser utilizado.
Se o deputado, que deveria ser um servidor público, não entende isso, é uma pena. Coisa que só a educação das massas e uma ampla reforma política poderiam resolver. Para que eventuais portadores de mandato não se utilizassem do discurso vazio,para ofender outros cidadãos. E que, ao contrário, fossem obrigados a apresentar defesa consistente, acerca de questionamentos sobre o uso que fazem daquilo que é coletivo.
Eu, de minha parte, não moro na Doca, não sou - nem nunca fui - sócia de empresas. Não possuo, sequer, um palmo de terra no cemitério. Daí que venalidade não há como ser impingida a minha cartilha - a não ser que fosse bem mais barata que alguns que andam por aí...
Mas, como tenho bem mais talento que esses alguns, isso está fora de cogitação, não é mesmo?
E eu só posso é lamentar pelo meu povo, o meu povo do Pará, que, infelizmente, a ignorância e o atraso ainda permitem conceder mandatos a pessoas tão minúsculas. E esperar que, um dia, esse meu povo - o nosso povo! - compreenda a necessidade de eleger quem, de fato, luta pelo desenvolvimento do nosso estado. E não, simplesmente, pela manutenção de um status quo do qual usam e abusam, para intimidar quem se insurge contra as patifarias com o dinheiro público. Grata pela atenção,
Ana Célia Pinheiro
6 comentários:
Não retiro uma palavra do que escrevi. E não esqueço as lindas palavras da jornalista aqui na minha casa, na Doca, quando ainda trabalhava com a Valéria.Lindas e emocionantes. Típicas de pessoas que carregam o fardo pesado da gratidão nas costas. Já que ela quer relembrar o passado, vamos lá. Valéria, ao assumir o cargo de Vice Governadora, todos os DAS foram exonerados automaticamente, o que é natural por se tratar de cargos de confiança. Atendendo a um pedido pessoal de seu antecessor Hildegardo Nunes através de um telefonema, que pedia a manutenção da jornalista que estava em uma situação difícil por ter sofrido um acidente durante a sua campanha para o governo, Valéria manteve a jornalista com o mesmo DAS. Depois de um período sem aparecer na Vice, voltou a trabalhar normalmente, e com muita competencia diga-se de passagem. Nas eleições municipais em 2004, a jornalista pediu pessoalmente para Valéria pra sair para trabalhar na campanha do filho do Josiel Martins em Capanema, veja bem, contra o candidato do PFL que acabou vencendo a disputa.
Depois da camapanha municipal, a jornalista procurou pessoalmente a Vice Governadora para lhe fazer um pedido pessoal, voltar a trabalhar com ela. E sabe qual foi a resposta da Valéria? Além de nomea-la novamente, ainda autorizou um DAS maior para a jornalista. Ainda bem que todos estão vivos para confirmar a minha história.
Quanto as matérias que a jornalista escreve, que continue escrevendo.É problema dela. Ou solução. Só não aceitamos a mentira sórdida. Só não aceitamos que roubem a nossa honra.
Lendo a resposta da jornalista parecia até que estava se referindo ao seu chefe e patrão Jader Barbalho.
Ela sabe muito bem que não fujo da luta com quem quer que seja.
E para encerrar, mando o seguinte recado: aprendi com meu pai que não se briga com o cachorro e sim com o dono dele.
Obrigado mais uma vez
Vic Pires Franco
PS. Espero encerrar a polemica por aqui, ou então peço que a jornalista nos conte como foi o seu acidente durante a campanha para o governo do estado. Por exemplo, se ela estava de férias, de licença ou se estava na ativa no dia do acidente. Ela pode nos contar qual era o carro que estava a seu serviço. Essa eu quero saber.
Barretto:
Não pude deixar de dar umas boas risadas, ao ler a resposta do deputado. Em primeiro lugar, porque parece novelão mexicano de quinta categoria. O lári-lári pastoso que ele deve utilizar, quando, a contragosto, visita a periferia.
Nunca estive na casa da Valéria, na Doca. Nem sequer conheço, por dentro o Atalanta - e nem faço questão. É o tipo de cultura inútil que não me faz a menor diferença.
Estive, sim, uma única vez, no sítio de Valéria, em Benfica. Chamada por ela, porque queria me repassar informações para a confecção de um discurso. Na ocasião, nem "abri meu coração", nem me desfiz em lágrimas. Apanhei o material que ela queria me repassar - e só.
Não vejo, sinceramente, como a secretária especial de Proteção Social e vice-governadora pudesse me demitir, estando eu em cadeira de rodas, em decorrência de um acidente de trabalho. É claro que não faltaram pressões nesse sentido - e as ameaças foram constantes, diga-se de passagem. Mas o custo disso, certamente, seria alto demais.
Felizmente, não nasci no Tucunduba. Não integro a massa de desvalidos, mantida na ignorância, pelos escravocratas de plantão. Nasci na classe média. Tive acesso à educação e à informação. Conheço, portanto, as garantias do estado democrático de direitos aos cidadãos e aos trabalhadores, em especial.
É verdade que recebi de Valéria um DAS maior que o anterior. Mas isso não foi favor: foi um acerto profissional.
Quando ela me convidou a permanecer na Vice-Governadoria, o acerto inicial foi o de que, por aquele DAS (de mais ou menos R$ 1.300,00) eu faria, apenas, um X de trabalho. Ou, simplesmente, eu iria embora, uma vez que possuía propostas bem melhores.
No entanto, passados três meses - e isso, se não estou enganada, aconteceu em meados de 2003; eu ainda usava muletas - Valéria me apresentou nova proposta de trabalho. Ofereceu-me um DAS maior (o dobro), para que assumisse maior participação na assessoria dela.
É fato que, em 2004, deixei a vice, para trabalhar com Eslon Aguiar Martins, que concorria à Prefeitura de Capanema. Na ocasião, aliás, Valéria me chamou para tentar cobrir a proposta que recebera, a fim de que fizesse a campanha de Buchacra, do PFL, que também era candidato a prefeito de Capanema. Mas eu recusei, porque já havia acertado com Eslon, uma pessoa muito bacana, por sinal.
Não tenho essa frescura de culpar os filhos pelos eventuais erros dos pais. Não acredito nessa coisa de amaldiçoar pessoas até a quarta geração. Nem vejo as gentes como anjos e demônios: são seres humanos e ponto. Iguaizinhas a mim. Talvez por isso, até, tenha o trânsito que efetivamente tenho, entre as mais diferentes legendas partidárias.
Também é verdade que, depois disso, voltei a trabalhar com Valéria - como é verdade, também, que tive de reiterar o meu pedido de exoneração, para que ela desse seguimento ao processo.
Gostei de trabalhar com ela: é gentil, educada, nunca se esquece de dizer obrigada, mas, sobretudo, não enche o saco; deixa a gente trabalhar livremente.
Mas, como disse anteriormente, as matérias que produzo, na condição de repórter, nada têm a ver com gostar ou não gostar. Sou profissional e ponto.
Quanto ao carro em que estava quando sofri aquele acidente, era o carro da Vice-Governadoria, da qual era funcionária e me encontrava a serviço. Se o nobre deputado detém outro tipo de informação, é problema dele, não meu. Se sabe ou sabia de alguma irregularidade, deveria tê-la denunciado, sob pena de cumplicidade.
Por fim, deputado, nem sou cadela, nem tenho dono. Se o senhor está acostumado a lidar com pessoas assim, creio que o meio que, realmente, lhe convém, não é a política - mas a Riachuelo ou o Beiradão do Jari.
Tenho pena, apenas, do seu pai. Afinal, todos investimos o melhor de nós em nossos filhos, não é mesmo? E em qualquer momento podemos sequer imaginar que eles, um dia, descambarão para a sordidez, a covardia e falta de caráter.
Ana Célia Pinheiro
Pondo um vintém na polêmica. Se a jornalista é aquela que assina o blogue Perereca da Vizinha, é verdade a história do acidente em campanha. Ela o contou no próprio blogue à ocasião do problema havido na CDP. Na ocasião do acidente ela trabalhava, segundo escreveu, para o Deputado Ademir Andrade. Disse também, quando protestava solidariedade ao antigo diretor-presidente da CDP, preso então na carceragem da Polícia Federal, que se sentia grata a Ademir Andrade por ele ter dado a ela todo o apoio necessário em momento tão difícil de sua vida, quando esteve pelo acidente impossibilitada de trabalhar. No blogue nada referiu quanto a apoio da Sra. Valéria Pires Franco. Disse também ser de coração tucana, mas sempre mantivera sua independência profissional, razão pela qual os seus críticos sempre a tomavam por traidora.
Só para informação do anônimo das 7:38, o acidente que a jornalista sofreu foi em 2002 durante a campanha do então vice governador Hildegardo Nunes ao Governo do Estado. Sinceramente não sei onde foi, como foi ou se ela estava de licença ou de férias do seu trabalho, já que era assessora de imprensa do então vice governador.E como é proibido ao funcionário público fazer campanha durante o horário de trabalho, devo presumir que ela estava oficialmente afastada de suas funções, com publicação no diário oficial do estado. Quanto ao carro acidentado,com certeza deveria ser um veículo alugado exclusivamente para a campanha, já que é crime eleitoral usar veículo oficial em campanhas políticas. Mas todas essas dúvidas, se é que ainda nos interessam, podem ser facilmente esclarecidas pela própria jornalista, ou nos registros da época.
Só para o seu conhecimento, sempre tive pela jornalista Ana Célia muito carinho e ela sabe disso.Mesmo cobrindo matérias contra o meu partido, o PFL, para o jornal do jader, continuei a tratando com o mesmo carinho de sempre. Só não aceito é que a honra da minha mulher seja roubada sem que eu tome uma atitude como marido e pai dos nossos 5 filhos. Honra não se acha na esquina. Faço isso aqui porque sou leitor do blog do Barrteto, hj Flanar. A Valéria vem tomando todos os procedimentos jurídicos para que o seu nome continue limpo, como deve ser o de qualquer servidor público. E o local adequado é a justiça.
Sinceramente, quando li a primeira das mais de 30 matérias contra a Valéria no jornal do jader, a única coisa que me chocou e me entristeceu foi ver a assinatura da Ana Célia. Do jader se espera tudo. Da Ana Célia não, até então.
A matéria da Universal Turismo, por exemplo, foi a maior prova da má fé com a Valéria e com os leitores do jornal. Ao contrário do que afirmava a jornalista, a Valéria saiu da gerencia da empresa antes de assumir o cargo de Vice Governadora. Tudo dentro da lei. E mais, nos primeiros 2 meses de governo, tomou a iniciativa de sair definitivamente da empresa por achar que não era compatível com a sua função ser sócia cotista de uma empresa que mantinha contratos LÍCITOS com o governo do estado. Isso tudo não foi dito na matéria. O próprio filho do jader, que é prefeito de Ananindeua e é sócio cotista de todas as empresas do pai, mantém contratos com as suas empresas jornalisticas, rádios, jornal e televisão. Será que a jornalista pode nos responder se é lícito isso?
A minha revolta como jornalista e homem público é a mentira pura e simples para jogar a honra das pessoas na lama. Só quero justiça, nada mais.
Saiba também que a cada matéria publicada no jornal do jader, a Vice governadora procurou pessoalmente o Ministério Público Federal e também o Ministério Público Estadual pedindo providencias e investigação sobre cada caso, sempre deixando toda a documentação necessária e se colocando a inteira disposição dos órgãos. Fez a mesma coisa com a Assembléia Legislativa para dar uma satisfação a todos os Deputados Estaduais, governistas e principalmente da oposição, também se colocando a disposição para comparecer tão logo fosse convidada, ou convocada.
Me desculpe o desabafo e o tamanho do texto, mas só aqui tive a oportunidade de defender uma pessoa que vive ao meu lado há 22 anos e é mãe dos nossos 5 filhos, uma de 16 anos, outra de 15 e treis de 7 anos. Faço isso como pai de família.
Obrigado pela atenção. Ao anônimo e ao Barreto.
Vic Pires Franco.
PS. Quanto ao comentário do anônimo das 7:38 sobre as considerações da jornalista sobre a prisão do Ademir Andrade, também li no blog da jornalista e achei uma atitude muito legal por parte da Ana Célia em defender alguém com quem trabalhou por algum tempo e tenha deixado o seu testemunho positivo. Só fico triste de ver que a Valéria não tenha deixado essa mesma impressão no seu coração.Prefiro acreditar que o que pesou foi o seu atual emprego, onde o seu dono, por já ter passado pela lama da desonra, querer que todos tomem o mesmo caminho.
Mais uma vez, obrigado. E no que depender de mim dou o assunto por encerrado.
Com respeito,
Vic
Ao anônimo:
Sou, sim, a jornalista que assina o blog A Perereca da Vizinha e fico muito honrada em tê-lo entre os meus leitores.
No entanto, tenho alguns reparos a fazer ao que você escreveu.
Quem for buscar os arquivos do meu blog - e você mesmo pode fazê-lo - verá que contei a seguinte história. Que não se modifica, justamente, por ser a verdade.
Por ocasião do acidente que sofri, em outubro de 2002, trabalhava para a Vice-Governadoria. E nessa condição, me desloquei ao interior, para assessorar o vice-governador, Hildegardo Nunes - que, aliás, só soube do acidente que havia sofrido ao visitar o hospital de Vizeu,que era, justamente, uma das pautas da cobertura que eu iria fazer.
Já havia trabalhado na assessoria de Ademir Andrade, em 1999 ou 2000, não me recordo direito, quando ele era senador da República.
E, quando sofri aquele acidente, em 2002, apesar de já não trabalhar com ele, Ademir ofereceu-me todo o apoio. Ainda no hospital, assessores dele queriam me transferir para o Sarah, em Brasília. E quando, meses depois, já em casa, em cadeira de rodas, recorri a Ademir - devido às ameaças de demissão que vinha sofrendo, na Vice-Governadoria - ele, como sempre, me estendeu a mão. Ofereceu-me trabalho, queria que eu fosse, novamente, assessorá-lo. E eu acabei recusando, pouco depois, porque fechei com a Valéria e o Diário do Pará.
Sou profundamente grata a Ademir, a quem respeito muitíssimo. Nos conhecemos nos idos da ditadura militar. E estivemos juntos em muitas lutas, pelo restabelecimento das liberdades democráticas.
Jamais o abandoaria aos leões - e sei que esse sentimento é mútuo. Por isso, quando ele foi preso, eu o defendi. Mas também o defendi porque detesto linchamentos, como já repeti várias vezes em meu blog.
De outro lado, sempre mantive minha independência profissional. Acredito que, como repórter, tenho o dever de informar os leitores acerca das minhas convicções. E foi por isso, que, aquando da prisão de Ademir, declarei meu impedimento, para realizar qualquer cobertura sobre o caso, mesmo em meu blog.
Tenho certeza de que agi corretamente: respeitei os meus leitores. Bem pior seria se, apesar de tão emocionalmente envolvida com Ademir, insistisse em uma cobertura, certamente tendenciosa, a enganar os demais cidadãos - cidadãos que têm direito líquido e certo à informação cristalina.
Grata pela atenção,
Ana Célia Pinheiro
Gostaria de agradecer aos meus ilustres visitantes que, apesar de manterem os ânimos acirrados em função das circunstâncias compreensíveis, tem mantido certos limites, evitando o desrespeito gratuito, sempre que possível.
O blog continua aberto e mantendo sua postura cidadã, reafirma seu clamor pela verdade. Garantiu e vai garantir a livre expressão das partes, respeitados certos limites de boa expressão, em respeito aos nossos leitores que ao menos até o momento, vem mantendo silencio obsequioso. Agradeço ao Deputado Vic Pires Franco pela honra de sua visita e pela boa conduta em se manifestar publicamente a respeito do assunto. Agradeço a Ana Célia Pinheiro por apresentar o contraponto, ambos tendo em vista parte da opinião pública que acompanha atentamente este debate, de acordo com auditagens do Google Analytics.
Abs e Obrigado por suas visitas.
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