quinta-feira, 18 de setembro de 2008

E agora, Gilmar?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Trecho de José. DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. In José. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1993.

Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, insiste em manter sob suspeita a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no caso dos grampos aludidos pela revista Veja há duas semanas. Hoje, porém, a Polícia Federal divulgou laudo que atesta que os aparelhos comprados pela ABIN não têm tecnologia para fazer grampos.

A notícia desmente ao mesmo tempo o marechal Nelson Jobim, a revista Veja e o próprio presidente Gilmar. E, ainda de quebra, desmoraliza o presidente Lula. Como no conto de Andersen, o rei estava nu.

Agora, pergunta-se: será que Lula terá coragem de afastar Jobim? E que tal chamar Gilmar às falas?

5 comentários:

Itajaí disse...

Mau conspirador, o marechal está guarnecido com aquilo que sempre defendeu-lhe a vergonha: ceroulas rotas.
Mas, a menos que a tropa o mandasse cantar a pátria amada, o parlapatão não será demitido. Poderá, contudo, escrever a demissão, caso sinta-se perigar na mira dos inimigos, nesta verdadeira Batalha de Itararé em que se meteu.

Anônimo disse...

O acusado de assassinato com uma arma de calibre 38 não está livre da acusação só porque acharam uma arma de calibre 22 na casa dele.

Francisco Rocha Junior disse...

Só, das 21:24hs, que estão acusando de ter matado a tiros quem portava uma faca. Aí não dá, né não?

Anônimo disse...

A vitima se disse atingida. Veja noticiou e mostrou vestigios de um projetil calibre38.
O investigado, por si proprio, diz possuir uma arma de calibre 22. Isso prova sua inocencia?
Alias já existem novos laudos apontando divergencias, o que abortou a presença hoje do General Felix na CPI.

Francisco Rocha Junior disse...

Não prova, mas de acordo com um princípio caro a todo e qualquer estado de direito, só é considerado culpado quem é formalmente condenado. Em outras palavras, de acordo com a liçã básica: todo mundo é inocente, até prova em contrário.
Logo, se Veja está defendendo a tese do ministro, que prove o grampo. Cadê esta prova?