quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Com quantas mãos?

Acredito que a primeira vez que o termo “voluntariado” me soou mal foi durante um período em que, se não falha memória, o então presidente FHC conclamava os digníssimos cidadãos a darem uma mãozinha nas escolas públicas. Mais parecia que ele queria transferir a responsabilidade do Estado para a sociedade. E nossa formação judaico-cristã já estava prontinha para nos impor um sentimento de culpa, caso não fôssemos um desses colaboradores. Ora, ora. Muito cômodo e irresponsável. Por outro lado, eu mesma sempre tive um pé no trabalho voluntário. Tenho boas lembranças, por exemplo, do exercício de transformar assistencialismo no que posso chamar de ativismo, talvez, ou pelo menos em alguns casos e situações. Mais recentemente, trabalhar na Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) também passou a ser ativismo pra mim. E o faço com muito, muito gosto. Sempre ultrapassa a fronteira da comunicação, num sentido mais tradicional, no que se refere à produção de ferramentas de comunicação, o que igualmente me estimula. Peço ajuda de colegas, conheço pessoas e histórias incríveis, convido mais gente pra contribuir nos processos que deslanchamos. É uma delícia; me revigorou. Ainda quero dizer que não me identifico com a ideia de comunicação como um fluxo apenas de ida, como aquela que oferece informação; tendo ou não a intenção de produzir conhecimento ou provocar reflexões, a comunicação o faz, ora mais, ora menos, mas o faz. Ou seja, a via é de mão dupla, tripla, quádrupla...

Bem, escrevi este “nariz de cera” para dizer que gostei de ver a colega publicitária Ana Carolina Marçal com o projeto Agência do Bem, no Movimento Hotspot. O termo "do bem" também me deixa com a pulga cutucando a orelha, mas fica pra outra postagem, que é pano pra manga que não se acaba mais. Vejam

2 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Querida, meus filhotes me mostraram ontem o material do movimento; e a Bia me mandou um e-mail que, também, só vi na noite de ontem; adorei a ideia, o material produzido e as finalidades do movimento.Que bom estarmos em sintonia. Bjs.

Erika Morhy disse...

Pois também achei bacana, quando soube. Esta manhã. Quando postei, vi o seu. O vídeo é mesmo uma graça e acho que ele ainda tem um cheirinho de "Coronel Mostarda", ou não? abs