Júlio Cortázar está sempre por perto. É uma espécie de iminência parda por aqui, em Buenos Aires. Houve uma série de iniciativas em comemoração pelos 50 anos de uma de sua obras clássicas, Rayuela.
A praça de entrada da Biblioteca Nacional é dedicada à obra e ao escritor. Com desenho da amarelinha e tudo no chão, a representação de rayuela.
A cidade é engravidada de Cortázar, que há muito é cidadão do mundo.
A entrevista que ele concedeu em 1977 foi marcante pra mim. Cerca de duas horas de um bate-papo entre ele e o apresentador. Em preto e branco. Com direito a fumar no estúdio. Um estilo e um tempo que há muito já não se permite nas grades tradicionais das televisões brasileiras.
O entrevistador inicia narrando a jornada, literalmente jornada, para alcançar o autor, e depois convencê-lo a conceder a bela entrevista. Ele transita de sua infância; às suas andanças com a família, que lhe regalaram um sotaque tão mesclado quanto quase indecodificável; aos bastidores da indústria editorial; à sua relação familiar; obviamente suas obras; e suas travessuras pelo jazz.
A entrevista é imperdível. Cerca de duas horas de puro deleite, distribuídos em seus precisos 1,93 cm de altura.
Pensei em decupar a entrevista. Iniciei a labuta desdita. Mas vou oferecer o vídeo completinho, sem decupagem pra ajudar aos mais apressados.
Eu já vi e revi. Depois segui para a entrevista de Vargas Llosa. Foi duro reconhecer que o conservador tem um "rapó" incrivelmente sedutor. Mas esse comentário foi só pra dizer que, quem desejar, pode seguir em busca das demais entrevistas do programa A Fondo.
Espero que aproveitem. Tem assunto pra todo mundo: gente que curte psicanálise; indústria da literatura; produção de programas de tv; etc etc etc
Entrevista a Julio Cortazar en el programa A Fondo de TVE 1977 from Ivan Wenger on Vimeo.
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