Justifico de pronto que não considero memória artigo de museu, no sentido mais estrito de se fazer referência a um momento que passou e serve apenas para ser contemplado eventualmente numa moldura sobre a parede. Assim, me dou a liberdade de postar outra vez sobre um tema que, mais do que passado, deve ser trampolim para uma reflexão profícua sobre nosso cotidiano e sobre em que cumbuca temos de meter a mão para transformar nossa realidade em dias melhores. Tanto vangloriamos a democracia. Mas a que tipo de democracia nos referimos? Sim, existem vários modelos dela. E será mesmo que este modelo sob o jugo da qual vivemos ainda merece ser sustentado? Tenho muitas dúvidas sobre isso, quase certeza de que ela está vencida. Está mofada.
Narigão de cera, como se diria no bordão jornalístico. Mas é isso. Foi assim que dei conta para apresentar aos leitores duas paixões que me foram lembradas hoje pelas mídias sociais: Simone de Beauvoir, que completaria 106 anos hoje se estivesse viva, e Rodolfo Walsh, morto há 37 anos pela ditadura argentina. Uma dupla genial. Cada um na sua frente de pensamento e atuação. Ambos irreparáveis.
Lembrei de Todos os Homens São Mortais, livro assinado pela francesa - uma das musas do feminismo - e que li há alguns anos. Década de 90. Ah, e que de emprestado ficou sumido, para nunca mais voltar às minhas mãos #Humpf . Também lembrei da bela, precisa e dura carta aberta escrita pelo argentino, na véspera de seu sequestro e assassinato e que fazia ferrenha análise da violência contra os direitos humanos implementada pelos ditadores no país hermano.
Deixo essas duas propostas de leitura aos navegantes. O livro, não sei se tenho como oferecer. Mas a carta está AQUI. Diga-se de passagem, Rodolfo Walsh tem livros excelentes! Disso trato um pouco depois.
Um salve a quem tem o pulso ainda pulsante!
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