sábado, 15 de fevereiro de 2014

Uma democracia cheia de não-me-toques

Observações muito oportunas. Ainda que algumas delas já sejam até obsoletas, como bem poderia dizer a querida Marise Morbach, não devemos cansar do tema. Eu mesma já cheguei a dizer a amigos, por ocasião de outros debates, que já não faço esforço para convencer ninguém: ponho as cartas na mesa e tomo minha decisão. Cada um tome a sua. Um tanto egoísta, sim, mas talvez mais justo com as possibilidades e conveniências de cada cidadão.

Adotamos a democracia em nosso sistema político e fazemos questão de bradar o termo como se ele fosse um molde só, que caberia em qualquer sociedade, e, mais ainda, como se a democracia fosse o mais nobre de todos os modelos de organização social. Estou convicta de que devemos a ela determinados avanços nas relações humanas. Mas mais convicta estou de que ela se satura, como se saturam os acordos que fazemos em nossas relações amorosas – uma novidade que aprendi recente com meu querido Carlos Barreto. Um texto interessante e provocador, vale a pena ser lido sem muitos pudores, caros internautas: Seis mitos sobre el comunismo que se cumplen en el capitalismo

Ora vejam: em nome desta tal democracia que temos no Brasil, o governo lança mão de uma lei antiterrorismo, como se os movimentos populares que defendem seus direitos fossem criminosos! E mais: como se o próprio Estado não cometesse barbaridades que ficam absolutamente impunes! E tudo isso faz parte do nosso dito sistema democrático. Obviamente, em tempos turbulentos em todo o mundo e em tempos de Copa no Brasil, olhos internacionais estão firmemente voltados para nós e nossas decisões, e deixo aqui apenas uma das notícias.

Aposto na união dos movimentos sociais, como o texto lincado propõe. Temos interesses em comum, mais que diferenças, e estas diferenças podem ficar cada uma delas em seus respectivos lugares de resistência. Aposto na união como a melhor ferramenta de avanços estruturais e sólidos para nossa sociedade.

Nenhum comentário: