Na minha época de garoto, quem nascia no Pará fatalmente torcia por dois times: o de sua terra de origem e outro do Rio. Foi nessa leva que, louco por futebol desde cedo, passei a ter dois amores.
Um foi o que primeiro que me chamou a atenção. Um time que na época era vencedor, vivia grande fase, tinha jogadores destacados no cenário nacional, ganhando prêmios de revistas especializadas, e fazia papel relevante em campeonatos brasileiros. Nascia uma paixão em azul marinho.
O outro era a sombra do que já tinha sido, quando sempre montava escretes dos sonhos, mas ainda era o maior fornecedor de jogadores para a Seleção Brasileira em Copas do Mundo. Ainda que, na década de 1970 (e principalmente 80), o Botafogo passasse a viver o pior período de sua gloriosa história, havia qualquer coisa naquele time, um amor incondicional de quem por ele torcia, uma aura diferente... não tive dúvidas: tornei-me alvinegro.
Por muito tempo, o amor balançou entre esses dois times. Depois, passei a ser um pouco mais bairrista e deixei de lado a paixão estrangeira, sofrido com o desprezo que meu time paraense passou a receber da mídia nacional. Mas vez em quando, não havia como não dar uma olhadinha nas notas sobre o Botafogo.
Afinal, havia sido a Estrela Solitária quem havia me proporcionado uma das maiores alegrias que tive no futebol. Em 1989, com vinte e um anos sem ganhar um título, o Botafogo ganhou a final do campeonato carioca contra o Flamengo, o então poderosíssimo Flamengo de Bebeto, Leonardo, Aldair e do magnifíco Zico, após seu retorno da Itália. Os astros não foram os heróis; o herói foi Maurício, com a mítica camisa 7, o manto imortalizado por Mané Garrincha.
Hoje, pois, nova alegria. Após sofridos três vicecampeonatos seguidos, contra o mesmo carrasco rubronegro, a aura alvinegra falou mais alta. Com um herói inusitado, um uruguaio desengoçado, que mais parece um jogador de basquete que um futebolista - na verdade, um anti-herói bem à feição do Botafogo - fomos campeões de turno e returno. Da Taça Guanabara à Taça Rio, fomos os melhores.
O Botafogo volta a ser o rei do futebol mais charmoso do Brasil.
13 comentários:
Eis a volta, rubronegrando de felicidade!!!
"O Botafogo volta a ser o rei do futebol mais charmoso do Brasil." ... torcedor é torcedor! ;-)
Parabéns meu caro!
Parabéns pelo título, agora aquele Abreu é realmente um louco, nossa que sangue frio :)
Alvíssaras, Francisco! O futebol te trouxe para uma visita!
Desse jeito, vou desejar que haja mais campeonatos.
Nada melhor que ganhar do Flamengo, Itajaí!
Lafa, pode não ser o mais técnico, o dos melhores times ou dos maiores craques, mas o futebol carioca, com os quatro clubes mais tradicionais do país e o Maracanã, é certamente o mais charmoso.
Telma, mesmo com o gol, eu ainda xinguei aquele maluco. Isso não se faz com o coração do torcedor!
Yúdice, foi só pra matar minhas saudades do Flanar. Mas sempre que der, eu voltarei.
Ah tá... e eu procurando algo pra te encher a paciência, e estavas falando do futebol carioca... pensei que falavas do futebol do Botafogo, já que o futebol do Mengo é, de longe, o mais charmoso!
Em estado de graça te revejo por aqui Francisco.
Comentei já em outro blog que o travessão no penalty do Loco , que quase me matou do coração também , nada mais era que a testa do grande Juvêncio.Tenho dito
Ufaaaaaaaaaaaaaa
Fogoooooooooooooooooo!!!!!
Saudações alvinegras
Tadeu
Lafa, maninho, um time que tem uma rapaziada do quilate de Bruno, Léo Moura, Vágner Love e Adriano não é propriamente "charmoso", convenhamos...
Tadeu, estava estranhando tua ausência por aqui.
Saudações alvinegras, viva o Juca, viva o Fogão!
Lafa , porque vc não pára de importunar um pouco e vai curtir sua fossa tomando uma pinguinha de auditoria do velho André no Terra do Meio (que cura até praga de mulher prenha baixinha), seja feliz lá deixando a ser feliz aqui. kakakakaka
certo Francisco????
Grande abraço pros dois chegados
Tadeu
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