terça-feira, 13 de agosto de 2013

Primeiro-ministro e motora

 O motora é reconhecido (foto: site de Jens Stoltenberg)

O que  uma queda de popularidade pode provocar? No caso da Noruega, uma experiência, digamos, radical: o primeiro-ministro Jens Stoltenberg vestiu um uniforme e passou uma tarde de junho passado trabalhando como motorista de táxi nas ruas de Oslo. "É realmente muito importante para mim saber o que as pessoas pensam", disse o chefe do governo - cuja popularidade será posta à prova mês que vem nas urnas. "Qual o lugar onde as pessoas realmente falam o que pensam? Num táxi", explicou Jens.
Claro, que a tarde do ilustre motora foi devidamente registrada em câmera escondida e postada no site Taxi Stoltenberg e na página dele no Facebook. Em alguns casos, os passageiros logo reconheceram o primeiro-ministro. Alguns demoraram um pouco mais de tempo, porém no final todos souberam quem estava ao volante. A conversa com os cidadãos foram diversas: apoio aos estudantes, questões relacionadas à políticas sociais, desemprego.
Num dos vídeos, ele se reencontra com uma senhora imigrante chilena, que tinha encontrado o político numa das visitas de Michelle Bachelet, a  ex-presidente do Chile, à Noruega.
Políticos nas ruas não é novidade: dizem que Nero saía incognito às ruas para saber o que se falava dele na Roma do ano 57 d.C. O czar russo Peter, o Grande, navegou pelos mares da costa da Europa, no século XVII, como simples marinheiro, para aprender a construir navios.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, o antecessor dele, Tony Blair,  e o atual prefeito de Londres, Boris Johnson costumam  pegar o metrô londrino de vez em quando.
Bem, será que algum dos nossos nobres governantes verde-e-amarelos se arriscaria? Quem sabe, subir num Sacramenta-Nazaré, ou dirigir um táxi na BR-316 na hora do rush. Fica aqui a sugestão


 Cameron no tube londrino.(foto: site da BBC)

6 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

A propósito dos nossos governantes, Edvan, há poucos dias me deparei com um ex-governador do nosso estado na entrada do hospital onde trabalho e fui testemunha de algo triste: ele cuspiu na rua, vigorosamente e sem qualquer pudor.
Deduzo portanto que, se temos os governantes que merecemos, precisamos ascender do século XIX ao XXI com a máxima urgência, ou pereceremos afogados por cuspe.
Sad but true.

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Ai, Scylla, cuspir na rua nem é século XIX. Está mais p'ro medievo. kkkkkkk!

Marise Rocha Morbach disse...

O Scylla continua sendo a testemunha ocular mais importante deste blog, rsrs. Quanto ao fato de sair para ver o mundo? Deveríamos fazer o mesmo por aqui; e, além disto, poderíamos tornar obrigatório o exercício do laboratório com choques de realidade, obrigando os prefeitos do "interior" do nosso Pará a passar por experiências surreais, como a de assistir aula às 14h nas escolas que estão cobertas com telhas "brasilit", visando testar o nível de aprendizado de nossas autoridades.

Scylla Lage Neto disse...

É vero, Marise, que deveríamos sair mais e espiar o nosso estado. Quanto aos governantes, eles não me parecem nem um pouco despostos a tal.
Pena!

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Marise, imagina o governador, o secretário de Transportes, o presidente da Paratur e outras "autoridades competentes" pegando o barco Belém-Camará, ou a balsa Icoaraci-Camarà e depois tendo que pegar as vans ou ônibus pra chegar em Soure, Monsaràs, Joanes ou cachoeira do Arari...

Erika Morhy disse...

Cuspir na rua já se tornou tosco faz tempo, neh? No prédio em que moro, por exemplo, aqui em Baires, há uma dessas plaquinhas de metal, chumbadas na parede interna, logo no início/fim das escadas, pedindo que não se cuspa no chão, por questão de higiene. Escrita naquele vernáculo tipo farmácia com ph, sabem?
Quando li a notícia, comentada pelo colega Edvan, pensei logo que era muito "marketismo" pro meu gosto. Mas, claro, tem ainda seu feed back. E, principalmente, a provocação final, é importante. Ainda que soe como a proposta de um parlamentar brasileiro, para que todos os políticos tivessem seus filhos, obrigatoriamente, estudando em colégio público. Ainda me causam dúvidas esses "projetos"...