domingo, 31 de outubro de 2010

Em 2012

A pergunta que me fica ao final deste dia de eleição: será que em 2012, finalmente, eu voltarei a sentir orgulho de ser eleitor? Colarei de novo adesivos? Empunharei bandeiras? Vibrarei com a campanha? Terei alguma fé no resultado?
Saudade de outros tempos...

sábado, 30 de outubro de 2010

Desespero de causa

Há menos de meia hora, tocou o telefone de minha casa. Atendi e escutei uma mensagem gravada, falando que "algumas pesquisas no Pará" queriam enganar o eleitor quanto ao candidato que estaria na frente. Não perdi o meu tempo e desliguei. A pouco mais de treze horas do começo da votação, pareceu-me no mínimo ridículo que a campanha de Ana Júlia ainda se lance a esses expedientes aborrecidos (e caros) para reverter uma situação que não tem mais volta: Simão Jatene será eleito amanhã. Não com o meu voto e muito menos com a minha satisfação, por razões sobre as quais falarei após a proclamação do resultado. Mas ele será eleito. Simples assim.
No segundo semestre de 2009, foi divulgada uma pesquisa sobre a popularidade dos governadores. Yeda Crusius amargava a pior rejeição, na casa dos 60%. Um escândalo de corrupção comprometeu a ela e seus auxiliares mais diretos. No ano seguinte vieram as consequências: num país em que o povo adora reeleger políticos, por mais ordinários que sejam, Crusius concorreu à reeleição e amargou um humilhante terceiro lugar, com 18,39% dos votos válidos, tendo sido eleito já em primeiro turno Tarso Genro, do PT - o outro lado da maldita polarização com o PSDB.
O povo gaúcho respondeu à altura.
Na época, a segunda pior governadora do país era Ana Júlia Carepa. O resultado: por muito pouco não perdeu a eleição já em primeiro turno para o candidato do PSDB. Tanto quanto nos permitiram saber acerca das pesquisas eleitorais, a diferença entre os dois sempre foi grande e estável. O dia de amanhã não nos trará nenhuma surpresa, ainda mais com o roldão de políticos que, finórios que só eles, traem históricos e compromissos partidários para pular dentro da canoa do candidato que deve vencer, levando junto a mercadoria que mais interessa: os votos de seus currais eleitorais - expressão que adoro, pois bem expressa o que o eleitor brasileiro tem sido ao longo de toda a História deste país.
Se é verdade que aqui se faz (ou não se faz), aqui se paga, Ana Júlia aprendeu que, mesmo na política, há um limite que nem a propaganda, nem a máquina pública, nem alianças podem vencer. É por isso que o eleitor, maltratado o ano inteiro, continua sendo mimado nestas épocas. Que dia feliz será quando ele descobrir o poder que tem!

PS - A eleição em âmbito nacional também não terá surpresas. Comemoração de tucanos? Só no Pará. Se não gostou, conforme-se.

Criatividade e tecnologia


Eis aí um uso inusitado do iPhone. Para os poucos que ainda pensam que ele é só um telefone bombado.
[Via Blog MacMagazine]

A pequena notável e eterna

Comecei esta semana uma nova unidade nas aulas de português brasileiro para os alunos do sétimo nível da língua de Camões na escola SNT, em Brugge. E o tema é Música do Brasil. Falar da nossa arte maior não é tarefa fácil: como explicar tanta diversidade, tanta criatividade, tanta coisa para gente que, em sua maioria, nunca pisou no Brasil? Resolvi então começar com a Pequena Notável. Escolhi este vídeo do You Tube e mostrei a eles. Foi incrível a reação maravilhada dos alunos, todos entre 40 e 60 anos de idade. Nenhum deles tinha ouvido falar de Carmen Miranda, mas alguns tinham referências da iconografia cantora-com-frutas-na-cabeça-e-saia-rodada... O vídeo é uma jóia, e na gravação, a voz do nosso buda-nagô Dorival Caymmi é de arrepidar. Afinal, foi ele quem inventou Carmen Miranda e ajudou a mostrar ao mundo, o que que a baiana e o Brasil têm.

O Museu da Adobe


Há poucas semanas on-line, o Adobe Museum of Digital Media (AMDM) merece uma visita. Inteiramente virtual, o museu é consagrado às mídias digitais e concebido para reproduzir a experiência sensorial de um museu tradicional. É um espaço interativo para preservar obras multimídia, estimular a criatividade e novas experiências, assim como servir de forum de discussão sobre a inluência cultural dos suportes digitais. O museu apresenta programas e obras no campo da arte visual, do cinema, da performance, do design, da arquitetura e das chamadas mídias sociais. A primeira exposição é do artista americano Tony Oursler, que explora as relações entre seres humanos e tecnologia. Para dezembro, a agenda marca a exposição da japonesa Mariko Mori, figura de ponta das artes interativas, e para a primavera, o artista convidado é o americano John Maeda, da Rhode Island School of Design.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Será um review do psicodelismo?

Trago ao front page o comentário de nosso flanante companheiro Raul Reis, diretamente da "Terra do Sol" americana sobre o post Apenas um rapaz psicodélico americano.

Reis nos traz deliciosos comentários sobre alguns detalhes muitos interessantes sobre os "The Flaming Lips." Uma banda americana pouco conhecida fora do circuito underground, objeto do post.

Veja o que ele escreveu.

Ótima escolha, Val-André! Os "Flaming Lips" são bem famoso aqui nos EUA. Eles têm uma legião de groupies e tietes comparável ao "Grateful Dead" e agora ao "Phish".

Os shows deles são louquíssimos, com veradeiras art performances no palco. Teve uma época que os membros da banda só se apresentavam vestidos como animais de pelúcia.

Eles tem umas tietes famosas, como a atriz Juliette Lewis, que as vezes se apresenta com eles dançando no palco, ou cantando/tocando um instrumento.

O CD "Yoshimi Battles the Pink Robots" (não tenho certeza se é este exatamente o nome, mas é proximo) é um clássico. Há uns anos atrás eles tiveram o "desplante" de "regravar" o clássico album "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd :)

Um sacrilégio, mas eles acabaram sendo elogiados pela ousadia (e pela proposta)...

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Minha réplica.

Raul vou entregar o jogo. Pensei em você e na Califórnia quando mixei esse set.
Foi na última terça-feira, estava meio aborrecido com algumas coisas. Comezinhas, conclui depois, e preparei esse mini special.
Você acrescenta muitas informações preciosas ao post.
Afinal, não é qualquer banda que tem como fã ativa e uma belezura detentora de esparramado talento como a inigualável e instigante Juliette Lewis e seu jeitinho adoravelmente inocente e doidona.
Adoro as duas coisas. São características maravilhosas de muitas pessoas a qual me relaciono.
Os show's são realmente incríveis, como pude constatar num DVD que retrata o interessante avanço das bandas indies como influencia para os caminhos do bom e velho rock and roll. E lá estava os caras, tocando alucinadamente o megahit "Race For The Prize" que abre o set do special para o Flanar.
É com ousadia e talento que a humanidade fica cada vez menos careta e mais alegre, divertida e mais solidária para com os menos aquinhoados.
Com sua licença, vou aproveitar o maravilhoso gancho que você me deu ao citar os "Grateful Dead", que tanta falta faz no cenário.
Na minha modesta percepção, há um hiato tão grande, mas tão grande deixado pelos caras que, aos poucos, ao longo de 20 anos de carreira, uma banda em particular começa a ser citada pela crítica especializada com "herdeiros dos hippies doidões" na melhor acepção da palavra.
Você foi certeiro ao citar o melhor álbum da banda.

Segundo a Wikipédia, "Yoshimi Battles the Pink Robots" é o décimo álbum de estúdio da banda The Flaming Lips, foi lançado em 2002[1] e é o mais bem sucedido de sua carreira.

Após o maestria sinfônica apresentada no álbum anterior, The Soft Bulletin, o "Flaming Lips" retornou as influencias do rock psicodélico, música eletrônica e pop alternativo dos álbuns anteriores.

E quem será? O leitor pode perguntar. Os herdeiros do "Grateful Dead"?

Repondo.

Só tem uma banda com tamanha e agora demonstrada competência para tal: o Dave Matthews Band, sem qualquer sombra de dúvidas.

Já está pronto dois especiais do Dave Matthews Band. Tenho material raro deles desde o longínquo 1993!

De lá pra cá a evolução da banda é um dos processos musicais que mais me impressionou dentre todas as bandas, especialmente quando observo o engajamento político e destinação de recursos angariados em show's gratuítos ao ar livre em prol de causas humanitárias como o faz várias bandas, como os irlandeses do U2, apenas para citar uma delas.

Como o material sob minha posse do Dave Matthews Band é extenso, interessante, instigante e uma aula de como uma banda bem administrada pode galgar degraus sempre superiores sem abandonar o cerne de seu som inicial ou proposta de longo prazo, como queiram. Pretendo, com a habitual generosidade de nosso editor-chefe, Carlos Barretto e demais companheiros "avuadores", publicar não dois, mas, cinco especiais dos herdeiros do psicodelismo mundial.

Quem sabe daqui a pouco não sai o primeiro?

Até lá então. E obrigado Raul.

P.S.: Raul. Nos informe sobre a aprovação da liberação da maconha na Califórnia. Tenho uma porrada de questionamentos sobre o assunto.

Depoimento de um Sanitarista

Sou Helvécio Bueno, 57 anos, nascido em São Gotardo – MG, morei em Belo Horizonte de 1961 a 1971 e, desde 1972 moro em Brasília. Formei em medicina pela Universidade de Brasília – UnB, fiz especialização em saúde pública e administração de sistemas de saúde e sou mestre em saúde coletiva.
Entrei para a Secretaria de Saúde do DF em 1982. Na SES-DF fui médico sanitarista do Centro de Saúde n° 4 de Taguatinga – CST4, depois da Coordenação de Saúde da Comunidade, em seguida Chefe do CST4 e vice diretor do Hospital Regional de Taguatinga – HRT.
Em 1985 fui convidado para trabalhar no Ministério da Saúde – MS como técnico do Grupo de Trabalho para a Erradicação da Poliomielite no Brasil – GT Pólio. Trabalhei no MS de 1985 a 1999. Foram quase 15 anos e nesse período convivi com os seguintes ministros da saúde:
1. Carlos Corrêa de Menezes Sant’anna 15 de março de 1985 13 de fevereiro de 1986 José Sarney
2. Roberto Figueira Santos 14 de fevereiro de 1986 23 de novembro de 1987
3. Luiz Carlos Borges da Silveira 23 de novembro de 1987 15 de janeiro de 1989.
4. Seigo Tsuzuki 16 de janeiro de 1989 14 de março de 1990.
5. Alceni Guerra 15 de março de 1990 23 de janeiro de 1992 F. Collor de Mello
6. José Goldemberg 24 de janeiro de 1992 12 de fevereiro de 1992
7. Adib Jatene 12 de fevereiro de 1992 2 de outubro de 1992
8. de outubro de 1992 29 de dezembro de 1992
8. Jamil Haddad 29 de dezembro de 1992 18 de agosto de 1993 Itamar Franco
9. Saulo Moreira 19 de agosto de 1993 30 de agosto de 1993
10. Henrique Santillo 30 de agosto de 1993 1 de janeiro de 1995
11. Adib Jatene 1 de janeiro de 1995 6 de novembro de 1996 FHC
12. José Carlos Seixas 6 de novembro de 1996 13 de dezembro de 1996
13. Carlos Albuquerque 13 de dezembro de 1996 31 de março de 1998
14. José Serra 31 de março de 1998 20 de fevereiro de 2002
Nesses anos tive a oportunidade de ser o Coordenador do GTPólio e acompanhar o último caso desta doença ocorrido no Brasil; a seguir, como 1º diretor do Departamento de Operações da Fundação Nacional de Saúde – DEOPE/FUNASA pude coordenar a criação do Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde – PNACS (depois mudado para PACS) e, do Programa Nacional de Parteiras Tradicionais – PNPT (descontinuado na gestão seguinte). Em 1991/1992 participei da reestrutração, por meio de empréstimos junto ao Banco Mundial, do Programa Nacional de Controle das DST/Aids – PN DST/Aids onde fui o 1° Chefe da Unidade de Controle das DST e posteriormente Chefe da Unidade de Assistência à Aids (o PN DST/Aids foi criado em 1985 na gestão do ministro Carlos Santana).
Em 1996 foi criada, no MS, a Secretaria de Políticas de Saúde da qual fui convidado para ser o 1º diretor do Departamento de Avaliação de Políticas de Saúde e depois, em 1998, diretor do Departamento de Informação em Saúde. Nesse período, participei da criação, em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS e fui o 1° coordenador da secretaria técnica da Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA e, junto com o DATASUS, da Rede Nacional de Informações em Saúde – RNIS.


Aí assumiu o MS o ministro José Serra.


Meu 1º contato com o então ministro José Serra ocorreu da seguinte maneira: eu estava participando de uma reunião com todo o 1º escalão do MS na sala de reunião, ao lado do gabinete do ministro, que não se encontrava. A reunião era conduzida pelo Chefe de Gabinete. Depois de uma hora e meia de reunião, no momento em que falava o Secretário de Políticas de Saúde, o ministro Serra entrou na sala, não cumprimentou ninguém, interrompendo o palestrante, sem pedir licença, perguntou ao Chefe de Gabinete o que ele, Serra, precisava saber do que já havia ocorrido naquela reunião. Pegou o Chefe de Gabinete pelo braço e levou-o para seu gabinete deixando seu 1° escalão e alguns convidados sem dirigir-lhes uma única palavra. Essa era a forma com que tratava seus subordinados, o sorriso só aparecia na presença da mídia.
Porém, o mais importante e demonstrativo de seu caráter, foi quando, após 1 ano de sua posse, o ministro Serra solicitou uma avaliação da situação de saúde do país e, quando apresentei, entre outros dados, o aumento da mortalidade infantil na região nordeste ele simplesmente disse: “esta informação não pode sair deste ministério”. Foi quando, em setembro de 1999, pedi demissão do cargo que ocupava no MS.
Além disso, o candidato Serra diz, em sua propagando política, que criou o Programa de Aids e o medicamento genérico. O programa de Aids foi criado pelo ministro Carlos Santana em 1985 e reestruturado, ganhando dimensão internacional, em 1992, na gestão do ministro Adib Jatene; já o genérico foi criado em abril de 1993 pelo ministro Jamil Haddad, durante o governo de Itamar Franco.
Destes 14 ministros, com os quais convivi, destaco pela relevância do trabalho em prol da saúde da população brasileira o ministro Adib Jatene, Henrique Santillo e Carlos Albuquerque.
Se trago este depoimento é unicamente pela preocupação com o destino da maior parte da população brasileira que necessita continuar a melhorar sua qualidade de vida, não só de sobrevivência, mas de cidadania. Toda minha vida profissional, como médico sanitarista, foi dedicada à saúde pública, mas nunca me filiei a nenhum partido político, pois isso me dá a independência necessária para criticar quem precisa e elogiar só quem merece.
Brasília – DF, 20 de outubro de 2010.


Helvécio Bueno

Elements of distortion Vol.2

Flashes dos "brinquedinhos" de studio e do set ao vivo em um festival europeu recentemente realizado.

















Caprichada produção exclusiva para os leitores do Flanar. Trata-se de uma montagem com os mais expressivos remixes (12") da exclusiva dupla londrina do Hybrid.













O set é adequado para dançar ou simplesmente curtir o show de samples e repaginação de hit's de bandas peso pesado do mainstream como: U2, Bjork, REM, Kate Bush e Radiohead são algumas das pérolas remixadas pela dupla do Hybrid.

Coloquei tudo num caldeirão e montei para vocês curtirem. É porrada do início ao fim e dá a medida de como está, cada vez mais sofisticada, a produção de música eletrônica de qualidade na atualidade.

Eis o Set List.

1 Alanis Morissette - "So Pure (Hybrid Instrumental Mix)"
2 BT - "Never Gonna Come Back Down (Hybrid's Breaktek Mix)"
3 Hybrid - "Alanis Morissette - So Pure hybrid mix"
4 Every Little Thing - "Time Goes By (Hybrid Remix)"
5 Divine - "Psychedelic Shack (Hybrid Mix)"
6 Divine - "Kick Your Butt (Hybrid Mix)"
7 BT & Tori Amos - "Light Speed (Hybrid Remix)"
8 Every Little Thing - "Time Goes By (Hybrid Remix)"
9 Golden Girls - "Kinetic [Hybrid's Audiopyrotechnix Mix]"
10 Hybrid - "Enigma - Tears Fromm The Moon (Hybrid`s Twins)
11 Dj Icon - "Voco Me (Hybrid Remix)"
12 Electrotek - "Superfly (Zouk Club mix)"
13 Hybrid - "U2 - New Years Day (Hybrid Mix)"
14 Hybrid - "Bjork - Pagan Poetry (Hybrid Mix)"
15 Hybrid - "Saint Etienne - Boy is Crying (Hhybrid Mix)"
16 Moby - "Bodyrock (Hybreed Mix)"
17 ILO - "At The End (Fierce Ruling Diva Big Room Build Up Twins"
18 Hybrid - "Finished Symphony (Hybrids Echoplex Remix)"
19 Hybrid - "Radiohead - Everything In Its Right Place"
20 Hybrid - "Radiohead - Everything In Its Right Place"
21 Hybrid - "Kate Bush - Experiment IV (Hybrid Remix)"
22 Hybrid - "Rob D - Clubbed to Death (Hybrid Remix)"
23 Pink Floyd - "Another Brick In The Wall (Mike Truman Remix)"
24 Kinetic - "Golden Girls (Hybrid Remix)"
25 REM - "The Great Beyond (Hybrid Remix)"
26 Hybrid - "Inner Sanctum - How Soon Is Now (Hybrid long Version)
27 Ron Houder - "Outskirts (Hybrid's Tech Funk Break Mix)"
28 BT & Hybrid - "Running Down The Way Up"
29 Moby & Gwen Stefani - "Southside (Hybrids Dishing Pump"
30 Moby & Gwen Stefani - "Southside (Hybrid Remix)"

Enjoy Now!

Apenas um rapaz psicodélico americano







Trocadilho de "Apenas um Rapaz Latino Americano", define bem o meu humor para apresentar essa banda de meliantes adoráveis.


Produzida com o maior carinho, em meio a muita cerveja e churrasco no último domingo,17. Só agora pude fazer o upload para os nossos qualificadíssimos leitores do Flanar.

Um som desafiador. Herdeiro da melhor tradição americana de malucões que começam -- literalmente do nada. E nesse caso, tudo a ouvir:
-- Os caras arrombaram o prédio de uma Igreja, roubaram os instrumentos e, na maior cara de pau. Fundaram o "The Flaming Lips."
Se foram presos? Não sei.
Isso é com as autoridades americanas. Rsssss!!!!
O som é excelente e já vou logo dizendo que pode até haver alguns elementos indies no seu som, ao princípio da banda. Mas, o corpo próprio dessa língua languida, cresceu pornograficamente bem.
Ouve ai.

Set List
1 The Flaming Lips - "Race For The Prize"
2 The Flaming Lips - "Slow Nerve Action"
3 The Flaming Lips - "The Yeah Yeah Yeah Song"
4 The Flaming Lips - "Phoebe Battles The Pink Robots"
5 The Flaming Lips - "Be My Head"
6 The Flaming Lips - "Sunship Balloons"
7 The Flaming Lips - "Riding To Work In The Year 2025"
8 The Flaming Lips - "Bad Days [Aurally Excited Version]"
9 The Flaming Lips - "Do You Realize?"
10 The Flaming Lips - "A Spoonful Weighs A Ton"
11 The Flaming Lips - "She Don't Use Jelly"
12 The Flaming Lips - "In The Morning Of The Magicians"
13 The Flaming Lips - "Suddenly Everything Has Changed"
14 The Flaming Lips - "This Here Giraffe"
15 The Flaming Lips - "The W.A.N.D."
16 The Flaming Lips - "Christmas at the Zoo"
17 The Flaming Lips - "The Captain"
18 The Flaming Lips - "Enthusiasm For Life Defeats Existential"

Very, very good!

Right?!

Nexus Two seria lançado em 8 de novembro

Imagem: Nexus One (Wired Gadget Lab)
Ainda não é oficial. Mas os rumores andam tão fortes que já estão também nos trending topics globais do Twitter. Depois do Nexus One, a Samsung/Google estaria por apresentar ao mundo o Nexus Two. Segundo o Wired Gadget Lab, a segunda geração do Google Phone com a a versão mais atual do Android, estaria pra ser lançada no próximo dia 8 de novembro. A informação inicial veio do Androidme, que no presente momento, encontra-se inacessível, talvez pela enorme quantidade de visitantes que vem recebendo, por ser a fonte original do rumor. 
Até o presente momento, nada mais existe a respeito do Nexus Two. Nem imagens, nem especificações, absolutamente nada. Há apenas e tão somente o rumor publicado no Androidme e multiplicado pelo underground da tecnologia no mundo. E eu nem vou repetir o que disseram na época do lançamento do Nexus One. Como se ele fosse mais  um suposto iPhone Killer. Simplesmente, por que isso é uma bobagem enorme e ainda está para nascer algo mais completo, com a infraestrutura sólida da iTunes Store e a marca inconfundível do pecado original. 
Blehh!!!

Tuitando do Monte Everest

Imagem: Engadget
As coisas na internet, parecem mesmo a cada dia, caminhar para um futuro de plena conectividade. No dia 22 de outubro, um membro da estação espacial internacional fez um check in no Foursquare direto da órbita terrestre. Em troca, desbloqueou um distintivo especial, que todos pensavam que só ele teria no mundo. Contudo, a turma de nerds do Brooklin em NYC, já avisou que após criá-lo especialmente para o momento, vai disponibilizá-lo para todos os usuários que visitarem alguma atração da Nasa. Pronto! Agora já tenho algum motivo para visitar o Kennedy Space Center.
Distintivo Foursquare da Nasa
Mas hoje, a novidade em primeiro lugar nos trending topics globais no Twitter, é espantosa. A empresa de telefonia móvel nepalesa Ncell, completou a instalação de uma estação rádio-base (ERB) 3G permanente, a 5200 metros de altitude, no Monte Everest. Desta maneira, alpinistas agora terão possibilidade de fazer comunicação rápida e de qualidade, facilmente a partir do topo, a 8848 metros. O Engadget, fonte original deste post, ironicamente sugere que agora, também poderemos encontrar por lá um ponto da Starbucks Coffe, (famosa rede de cafés que oferece acesso WiFi gratuito a seus clientes) disponível em quase todas as esquinas das principais cidades americanas.
Mas a pergunta que não quer calar: para quê instalar uma ERB no Monte Everest? E a resposta é a mesma que foi dada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay, a primeira dupla de alpinistas a atingir seu topo em 29 de maio de 1953: por que ele está lá.

[Via Twitter --> Engadget]

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Folha pede a STF acesso à processo da ditadura contra Dilma

Através do blog Luis Nassif Online fico sabendo que a Folha de S. Paulo ajuizou ação cautelar junto ao STF pedindo acesso ao processo movido pela ditadura militar contra Dilma Rousseff.

A Carta Maior entrou com um amicus curiae (amigo da corte) brief para, segundo eles, expor as verdadeiras intenções da Folha. Reproduzo abaixo o primeiro paragrafo do amicus curiae brief, de Marcio Mello Casado:

"Amicus Curiae Virtual - A ação cautelar da Folha de S.Paulo

Com indisfarçável interesse de interferir no processo eleitoral, a Folha de S.Paulo ajuizou uma ação cautelar no STF para ter acesso ao processo que a ditadura militar moveu contra Dilma Rousseff. A Carta Maior (cujo nome é inspirado, justamente, na Constituição Federal do Brasil) abriu o espaço para que um amigo da Corte (figura rotineira em nosso sistema jurídico) possa expor a verdadeira intenção da Folha, aliada à falta de fundamento legal de sua pretensão. Entre fraudar o processo eleitoral e expor desnecessariamente a cidadã Dilma ou “dar um novo xerox” à Folha, não se podem ter dúvidas: preserva-se o processo democrático e a pessoa humana.(...)"

Propaganda e boas idéias reais


Nada mais criativo e espetacular. Tirado descaradamente do Twitter.

I Love Being Here With You


Diana Krall

I love the East, I love the West 
North and South, they're both the best 
But I only want go there as a guest 
Cause I love being here with you 

I love the sea, I love the shore 
I love the rocks and what is more 
You and they never be a bore 
Cause I love being here with you 

Singing in the shower 
Laughing by the hour 
Life is such a breezy game 
I love all kinds of weather 
As long as we're together 
Oh I love to hear you say my name 

I love good wine, fine cuisine 
Candle light I love the scene 
Cause baby if you know just what I mean 
I love being here with you 

I love Ella singing, Basie's band is swinging 
Cause that's something else you know 
They know how to play it, they know how to say it 
They just wind it up and let it go 

I love a thrill a paris show
I love the kiss you on your nose
just let me say before i close 
I love being her with you 

Cary Grant through 
Two time beggars but his charm just takes me away 
But don't get me wrong how do you say 
I love being here with you 

Bom dia, STF

Da última vez, entrei pela madrugada para ver o que o Supremo Tribunal Federal faria com a "Lei da Ficha Limpa". E acabei indignado, ao ver a corte decidir que nada decidiria. Desta vez, não me dei ao trabalho. E ocupado que estava com outras coisas, confesso que esqueci completamente que o destino de Jader Barbalho estava sob julgamento. Somente hoje bati os olhos num jornal e vi o presente que o STF deu ao país.
De escritos anteriores, pode-se observar que eu sempre tive todos os pés atrás quanto ao resultado do julgamento. Sempre parto do pressuposto que a bandalheira prevalecerá, por isso meu único indício de animação foi quando surgiu o rumor de que, a persistir o desempate, prevaleceria a interpretação do regimento de que o recurso deveria ser improvido. E faz sentido. Afinal, se eram necessários seis votos para dar provimento ao recurso, com menos do que isso a decisão recorrida não foi desconstituída e, por conseguinte, deve ser confirmada.
No final, foi exatamente o que aconteceu. Queria ver a cara do Jader Barbalho (e da Marinor Brito) ontem à noite.
O PMDB, claro, já anunciou que vai requerer a realização de eleição suplementar. Direito do partido. E estratégia. Porque a decisão de ontem é declaratória e não constitutiva. A inelegibilidade tem como fato gerador a renúncia e não o veredito do STF. E considerando a data em que Barbalho renunciou ao mandato de senador, ele recuperará os seus direitos políticos em 1º de fevereiro de 2011. Ou seja, se houvesse nova eleição, provavelmente ele já poderia concorrer e teríamos mais do mesmo. Mostraríamos como, neste país, a safadeza sempre vence.
Mas o Procurador da República Daniel Avelino, que atua no Pará pelo Ministério Público Eleitoral, já afirmou que a posição institucional é no sentido de que a pretensão é improcedente porque, embora a eleição de senador seja majoritária (e não proporcional), não existe a necessidade de quórum para a eleição. Tanto que os dois senadores eleitos em 2002 se elegeram com, no máximo, 23% dos votos. A mim, parece a interpretação mais sensata.
Enfim, muita água ainda rolará debaixo da ponte. E pode ser que, no fim, como sempre, o mal prevaleça. Mas vivendo um dia de cada vez, hoje estou satisfeito.
E que venha o décimo primeiro ministro e um roldão de ações rescisórias. Que não têm efeito suspensivo...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Denúncia Gravíssima de Jornalismo Investigativo

Nota à imprensa

Aos colegas jornalistas:
Estou passando às mãos de todos cópia de uma pequena parte do material que entreguei hoje à Polícia Federal. Todos os papéis foram obtidos de forma legal sem quebra de sigilo fiscal. Vale lembrar que a documentação refere-se aos anos de 1998 até 2002.

O que foi entregue não é resultado de militância partidária, que nunca tive, e sim da única militância que reconheço e pratico, a do jornalismo. Prova disse é que, em junho de 2005, fui o autor de “Aparece o dinheiro”, reportagem de IstoÉ (edição 1863), em que foi exposto o Mensalão do PT. Desejo que a liberdade de imprensa em vigor no país possa servir, agora, ao esclarecimento da população.

São informações oficiais a que tive acesso nos longos anos em que estou trabalhando no tema das privatizações. Pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público. São, portanto, absolutamente inéditas. Foram obtidas judicialmente através de uma ação de exceção de verdade. São documentos da CPMI do Banestado, cujo acesso estava, até então, proibido aos brasileiros. Agora, vieram à luz. Espero que possam, enfim, ajudar a esclarecer um período sombrio do país. Vocês são parte importante e decisiva neste processo.

Chamo a atenção para dois pontos especialmente, ambos alicerçados em informações oficiais obtidas pela dita CPMI na base de dados da conta Beacon Hill do banco JP Morgan Chase e no MTB Bank, ambos de Nova York. A Beacon Hill Service Corporation (BHSC) onde eram administradas muitas subcontas com titulares ocultos. Nos EUA, a BHSC foi condenada em 2004 por operar contra a lei. No Brasil, inspirada pela designação Beacon Hill, a Polícia Federal deflagrou a Operação Farol da Colina, apurando, entre outras personalidades envolvidas, nomes como os do ex-governador paulista Paulo Maluf e do banqueiro Daniel Dantas. Os pontos em questão são os seguintes:

1 . Os depósitos comprovados (pag. 4/11) do empresário GREGÓRIO MARIN PRECIADO, casado com uma prima de JOSÉ SERRA e ex-sócio do ex-governador de São Paulo (o mesmo SERRA), na conta da empresa Franton Interprises (pag. 3/11), vinculada ao ex-caixa de campanha do próprio SERRA e de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, RICARDO SÉRGIO OLIVEIRA. A soma de tais valores ultrapassa os US$ 1,2 milhão e cresce sobretudo no ano eleitoral de 2002, quando SERRA foi candidato à Presidência. Mais de 80% dos recursos recebidos pela Franton na Beacon Hill tem origem em PRECIADO. RICARDO SÉRGIO, como se sabe, foi diretor do Banco do Brasil e o grande articulador de consórcios de privatização no período FHC.

2. Os depósitos realizados pela empresa Infinity Trading, pertence ao empresário CARLOS JEREISSATI, (pag 9/11) igualmente na Franton Interprises e RICARDO SÉRGIO. JEREISSATI liderou um dos consórcios que participou dos leilões de privatização e comprou parte da Telebrás. É de conhecimento geral que a formatação de consórcios e as privatizações da Telebrás também tiveram a intervenção de RICARDO SÉRGIO. Em muitas ocasiões se falou de propina na venda de estatais, mas esta é a primeira vez que aparece uma evidência disso lastreada por documentos bancários oficiais.

Tenho certeza da relevância do material e espero que façam bom uso dele. Um abraço a todos e bom trabalho.


Amaury Ribeiro Junior
Repórter

(Conforme noticiado no portal Terra e no site Dilma na rede)

Essa é uma denúncia gravíssima. É para o eleitor refletir e perguntar: como eleger um candidato à Presidência da República, contra o qual pesam suspeitas diretas de indiscutível gravidade? Como seriam apuradas essas denúncias, caso fosse eleito? Licenciar-se-ia do cargo até a conclusão das investigações, mal empossado? Ou mergulharia o país no caos ao modo como foi o impeachment de Collor? Melhor seria que renunciasse disputar o pleito. Mas, infelizmente, não o fará.

Turnê dos Los Hermanos no Nordeste


Minha banda brasileira preferida, Los Hermanos, fez recente turnê pelo Nordeste. Ai que vontade de estar lá!!! "Acompanhei" por twitter da propria banda e dos fãs. A foto acima, de Marcos Melo clicada no show de Recife, foi salvada diretamente do blog "Instante Posterior", de Bruno Medina, o tecladista dos Los Hermanos. Recomendo o blog do Medina. Otimas dicas de musica em posts super bem humorados (apesar dele parecer tão serio no palco).

Pra quem quiser conferir mais de 80 fotos do show de Salvador, recomendo este post de Jackie Brito.

Morte de Kirchner consterna brasileiros e argentinos


Presidente Lula foi informado da morte de Nestor Kirchner durante um evento em Itajaí, Santa Catarina. Ele interrompeu seu discurso para informar a plateia. Depois do evento, a Presidência divulgou nota de pesar, na qual Lula disse estar "consternado" com a perda de um "aliado e amigo". O Presidente declarou três dias de luto oficial.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, também manifestou pesar pela morte de Kirchner. Dilma disse que Kirchner foi um grande amigo do Brasil. Ela solidarizou-se com o povo argentino e com Cristina Fernandez, por sua perda de "um ente querido e companheiro de luta."

Morre Nestor Kirchner

O ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, morreu do coração em El Calafate, provincia de Santa Cruz, nesta manhã de quarta-feira...

Sinal dos tempos


Outro Lugar - Milton Nascimento

PIG: surpresa ontem, desmoralização agora. E o futuro?

Publicado no Tijolaço de Brizola Neto, repercutido no Conversa Afiada e reproduzido aqui.


Deus me livre de que o tempo me corroa a humildade e me faça querer ser dono da verdade, destes que não ouvem com o coração e não escrevem com alma.
E que me permita um dia, quando os cabelos – se restarem – ficarem brancos, escrever como o aposentado Carlos Moura, da mineira Além Paraíba, faz hoje numa carta aberta ao jornalista Ricardo Noblat, respondendo a uma agressão insólita e desnecessária que fez, ontem, em seu blog, a Lula, dizendo que lhe falta, desde que decidiu eleger Dilma, “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
A carta de Moura foi publicada no Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, e eu a reproduzo aqui:
Noblat
Quem é você para decidir pelo Brasil (e pela História) quem é grande ou quem deixa de ser? Quem lhe deu a procuração? O Globo? A Veja? O Estadão? A Folha?
Apresento-me: sou um brasileiro. Não sou do PT, nunca fui. Isso ajuda, porque do contrário você me desclassificaria,  jogando-me na lata de lixo como uma bolinha de papel. Sou de sua geração. Nossa diferença é que minha educação formal foi pífia, a sua acadêmica. Não pude sequer estudar num dos melhores colégios secundários que o Brasil tinha na época (o Colégio de Cataguases, MG, onde eu morava) porque era só para ricos. Nas cidades pequenas, no início dos sessenta, sequer existiam colégios públicos. Frequentar uma universidade, como a Católica de Pernambuco em que você se formou, nem utopia era, era um delírio.
Informo só para deixar claro que entre nós existe uma pedra no meio do caminho. Minha origem é tipicamente “brasileira”, da gente cabralina que nasceu falando empedrado. A sua não. Isto não nos torna piores ou melhores do que ninguém, só nos faz diferentes. A mesma diferença que tem Luis Inácio em relação ao patriciado de anel, abotoadura & mestrado. Patronato que tomou conta da loja desde a época imperial.
O que você e uma vasta geração de serviçais jornalísticos passaram oito anos sem sequer tentar entender é que Lula não pertence à ortodoxia política. Foi o mesmo erro que a esquerda cometeu quando ele apareceu como líder sindical. Vamos dizer que esta equipe furiosa, sustentada por quatro famílias que formam o oligopólio da informação no eixo Rio-S.Paulo – uma delas, a do Globo, controlando também a maior  rede de TV do país – não esteja movida pelo rancor. Coisa natural quando um feudo começa a  dividir com o resto da nação as malas repletas de cédulas alopradas que a União lhe entrega em forma de publicidade. Daí a ira natural, pois aqui em Minas se diz que homem só briga por duas coisas: barra de saia ou barra de ouro.
O que me espanta é que, movidos pela repulsa, tenham deixado de perceber que o brasileiro não é dançarino de valsa, é passista de samba. O patuá que vocês querem enfiar em Lula é o do negrinho do pastoreio, obrigado a abaixar a cabeça quando ameaçado pelo relho. O sotaque que vocês gostam é o nhém-nhém-nhém grã-fino de FHC, o da simulação, da dissimulação, da bata paramentada por láureas universitárias. Não importa se o conteúdo é grosseiro, inoportuno ou hipócrita  (“esqueçam o que eu escrevi”, “ tenho um pé na senzala” “o resultado foi um trabalho de Deus”). O que vale é a forma, o estilo envernizado.
As pessoas com quem converso não falam assim – falam como Lula. Elas também xingam quando são injustiçadas. Elas gritam quando não são ouvidas, esperneiam quando querem lhe tapar a boca.  A uma imprensa desacostumada ao direito de resposta e viciada em montar manchetes falsas   e armações ilimitadas (seu jornal chegou ao ponto de, há poucos dias, “manchetar”  a “queda” de Dilma nas pesquisas, quando ela saiu do primeiro turno com 47% e já entrou no segundo com 53 ) ficou impossível falar com candura. Ao operário no poder vocês exigem a “liturgia”  do cargo. Ao togado basta o cinismo.
Se houve erro nas falas de Lula isto não o faz menor, como você disse, imitando o Aécio. Gritos apaixonados durante uma disputa sórdida não diminuem a importância histórica de um governo que fez a maior revolução social de nossa História.  E ainda querem que, no final de mandato, o presidente aguente calado a campanha eleitoral mais baixa, desqualificada e mesquinha desde que Collor levou a ex-mulher de Lula à TV.
Sordidez que foi iniciada por um vendaval apócrifo de ultrajes contra Dilma na internet, seguida das subterrâneas ações de Índio da Costa junto a igrejas e da covarde declaração de Monica Serra sobre a “matança de criancinhas”, enfiando o manto de Herodes em Dilma. Esse cambapé de uma candidata a primeira dama – que teve o desplante de viajar ao seu país paramentada de beata de procissão, carregando uma réplica da padroeira só para explorar o drama dos mineiros chilenos no horário eleitoral – passou em branco nos editoriais. Ela é “acadêmica”.
A esta senhora e ao seu marido você deveria também exigir “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
Você não vai “decidir” que Lula ficou menor, não. A História não está sendo mais escrita só por essa súcia  de jornais e televisões à qual você pertence. Há centenas de pessoas que, de graça,  sem soldos de marinhos, mesquitas, frias ou civitas, estão mostrando ao país o outro lado,  a face oculta da lua. Se não houvesse a democracia da internet vocês continuariam ladrando sozinhos nas terras brasileiras, segurando nas rédeas o medo e o silêncio dos carneiros.
Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os gordinhos da Fórmula 1


Kubika e Petrov

Os gordinhos não estão só na Reunião Flanar.
O bem-humorado site inglês de Fórmula Um, WTF1, faz a pergunta “Who ate all the pies?” e responde com fotografias dos pilotos da atual temporada, algumas das quais muito engraçadas.
Essas são as minhas favoritas.
Check it out here.

Schumacher e Rosberg


Morre Ronoel Simões e Deixa sua Alexandria Musical

Morreu Ronoel Simões, o maior colecionador de gravações de violão do mundo, aos 93 anos. Deixa uma coleção de valor artístico e cultural inestimável. Quando os ingleses decidiram resgatar peças de Agustin Barrios, gravadas pelo próprio Barrios, vieram pedir ajuda a Ronoel. As famosas gravações de Garoto, tocando suas próprias peças, chegaram até nós graças a ele. Nesse precioso acervo estão gravações preservadas dos maiores violonistas brasileiros desde os anos 20 (Adaptado do Blogue de Luis Nassif).

O título da postagem faz referência a Biblioteca de Alexandria, uma das maravilhas da Antiguidade. Considerada a maior do mundo na época, reunia todo o conhecimento publicado. Perdeu-se num incêndio. Calcula-se que do acervo escape do fogo chegou apenas 1/3 até nós.

Wagner Tiso Atualiza o Lula-Lá

O maestro Wagner Tiso atualizou o famoso jingle de 1989, o famoso Lula-Lá. Ficaram muito boas: tanto a atualização musical quanto o clipe do programa eleitoral.

O Maiô de Dona Marisa ou:

Quem São os Verdadeiros Jecas do Brasil? Excelente artigo assinado pelo filósofo Rodrigo Nunes. Leia inteiro no blogue O Biscoito Fino e a Massa.
Mas, para os que preferem a extensão twitteriana dos textos, um trecho pode bem servir de resumo à satisfação da curiosidade:

Partido e candidato que um dia representaram uma vertente modernizante das classes média e alta de São Paulo, de quadros intelectuais e tecnocratas bem-formados, dissolveram-se na geléia geral em que quatrocentão e “painho”, uspiano e grileiro, socialite e “coroné” existem, desde sempre, em continuidade e solidariedade uns com os outros. As promessas desesperadas de ampliação do Bolsa Família vindas de quem até pouco tempo o desdenhava como “Bolsa Vagabundo”, ou a cortina de fumaça que se constrói ao redor do debate do pré-sal, indicam que, atualmente, é impossível eleger-se no Brasil negando certos direitos recém-descobertos por vastas parcelas da população. A elite, mais do que nunca, precisa esconder seu verdadeiro programa.

O Santinho do Pau Oco - 1/2























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Sai o Microsoft Messenger 8.0 para Mac OS X

Já está disponível para download gratuito desde ontem, a versão final do Microsoft Messenger 8.0 para Mac Os X. Tradicionalmente, o MSN (como é popularmente conhecido entre os usuários Windows) era absolutamente tosco para os usuários de Mac. Ao contrário da versão espalhafatosa para Windows, no Mac, o MSN era pouco atraente e não permitia vídeo/áudio conferência. Tal fato levou os usuários de Mac a migrarem para outros aplicativos com este fim. Seja usando o excelente Skype para Mac, seja utilizando aplicativos que buscavam trazer um pouco da funcionalidade do MSN nativo do Windows. Exemplo bastante satisfatório é o Adium, que apesar de compatível com o MSN, também não permite vídeo e áudio conferência. Porém, no final do ano passado, a Microsoft lançou a versão BETA do Messenger 8.0, que prometia a almejada áudio/vídeo conferência. Contudo, a iniciativa foi absolutamente fracassada. Para uma versão BETA, o software era totalmente bugado, chegando mesmo a ser inútil. De fato, acabei por eliminá-lo, voltando a versão anterior, 7.0, que ao menos funcionava no mais elementar: texto.
Na versão final agora lançada, além do novo ícone para a Dock, o aplicativo mostra claramente na barra de tarefas, os ícones da câmera e microfone, antes indisponíveis na versão 7.0. Mas nem tudo parece o que de fato é, em se tratando de Microsoft. Precisava testar a nova funcionalidade. 
Estranhamente animado (não deveria estar) tentei agora há pouco uma modesta aúdio/vídeo conferência com meu prezado ASF@Web, igualmente antenado nessas novidades. Estamos quase sempre ligados na mesma onda, não existindo outro parceiro que se disponha a estas aventuras nem sempre tão recompensadoras. E o resultado? Fail, galera! Simplesmente, apesar de manter a comunicação por texto, não conseguimos trocar qualquer sinal de áudio ou vídeo. Maravilha, não? Deve ser por isso, que a funcionalidade vem escondida da barra de tarefas, obrigando o usuário a adicionar manualmente os ícones da câmera e do microfone. Deve ser sim. 
Mas até o momento, posso afirmar que, ao menos, alguns bugs idiotas observados na versão BETA, não foram notados. Um deles, para o leitor ter uma idéia, era absolutamente irritante. Obrigava o usuário, a cada execução do software, atualizar sua imagem de perfil. Caso não o fizesse, iria ficar com aquele ridículo ícone da flor, associado ao seu perfil. Que tal?
Para quem de fato gosta de emoções fortes ou deseja dar uma chance à Microsoft de acertar a mão em desenvolvimento para o Mac, o Messenger 8.0 para Mac OS X, pode ser baixado clicando aqui.

Sai o Office 2011 para Mac OS X

Home and Student Edition
Usuários de Mac normalmente torcem o nariz para a suíte de escritório da Microsoft. Nada de pessoal. Apenas pelo fato de a suíte iWork, equivalente desenvolvida pela própria Apple ser plenamente satisfatória, bem como abrir mais rápido e talvez ser um pouco mais intuitiva. Contudo, há aqueles com longos anos de uso dos aplicativos do Office, que poderão encontrar algumas temporárias dificuldades durante a migração para a plataforma Apple. Para estes, a Microsoft desenvolveu o Office para Mac Os X. 
E a novidade é que finalmente está disponível a versão do Office 2011 para os amantes da maçã. 
Com duas versões assim definidas:

  • Home and Student Edition - Word, Powerpoint, Excel - R$ 200,00
  • Home and Business Edition - Os três mais o Outlook - R$ 600,00 
Como se pode ver, a mera introdução do Outlook aumenta em 400 reais o preço da suíte. Aí, há que se ter em mente a necessidade real de uso do Outlook. Trata-se de um software de interesse tradicionalmente corporativo, por conta da compatibilidade com o Exchange Server e o consequente sincronismo e gerenciamento do e-mail, contatos e agenda corporativos. 
Home and Business Edition
Mas algumas modificações foram muito bem vindas. Como por exemplo, a morte de um aplicativo confuso, que fazia às vezes de software de agenda e gerenciamento de contatos. Tratava-se do Entourage, que deu muita dor de cabeça aos usuários de Mac Os X, quando tentavam importar contatos e calendários do próprio Outlook para Windows. Isso, dificultava e muito a migração dos usuários Windows para a plataforma da Apple. Coisa de outros tempos, onde a Microsoft ainda teimava em ignorar a Apple. Pois ele morreu e foi substituído pelo Outlook, um software que, pessoalmente, sempre detestei. Mas agora, é plenamente compatível entre as duas versões.
Além disso, desenvolvido inteiramente na plataforma do próprio Mac OS X denominada Cocoa, os aplicativos agora abrem mais rápido, segundo o review da Mac +.
E quem já é usuário de Macs, já sabe que os aplicativos nativos da Apple para este fim (como o Mail, iCal e Agenda), são plenamente efetivos e flagrantemente elementares na gestão e sincronismo de e-mails, calendários e contatos. Certamente, se for um usuário doméstico, não vai precisar do Outlook. E o Office 2011 Home and Student, por 200 reais, passa a ser uma proposta atraente, que deve ser estudada com algum interesse, por aqueles que juram de pés juntos que não podem viver sem o Office ou que jamais fariam nenhum esforço para aprender a suíte iWork.
Para maiores informações sobre o lançamento, sugerimos um review da Mac + ou então, o Mactopia que é como a Microsoft batizou sua área de desenvolvimento para Mac OS X.
Ressalto que, apesar de já estar disponível na Apple Store americana,  a suíte ainda não deu as caras  na Apple Store BR. O lançamento em nossas terras está previsto para 3 de novembro, em alguma FNAC por aí.

Corrente

O Treme Serra

O PSDB treme de ouvir falar em privatizações e Paulo Preto. É a PPP do Serra.

Reunião Flanar

Privatização no Brasil - Parte 1/A

Por Marcelo Bemerguy (1)

O tema privatização ocupou intensamente a agenda de debates na década de 1990, em seu início, na gestão de Fernando Collor, e em seu meado, início do governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde então, argumentos contra e a favor da privatização tem sido produzidos em perspectivas econômicas, administrativas, sociais ou meramente eleitorais.

A ênfase das privatizações ocorridas no governo Collor foram as empresas do setor siderúrgico e petroquímico. Apesar disso, cessaram as contratações para estatais de todos os setores e diversos programas de demissão voluntária foram implantados e as empresas perderam muitos de seus melhores empregados. Algumas estatais foram simplesmente liquidadas sem que nenhuma outra estrutura as substituísse, como foi o caso da Portobrás.

No governo de Fernando Henrique Cardoso, a tarefa foi mais complexa, pois foram privatizadas, ou criadas as condições para privatizar, as empresas provedoras de serviços e facilidades infraestruturais tais como telefonia, energia, ferrovias, portos e rodovias.

Em geral, especialmente do ponto de vista da comunicação governamental, a legitimação do processo de privatização baseou-se numa lógica simplória: o setor privado, por ser mais eficiente do que o setor público, pode oferecer mais e melhores serviços a um custo menor. O provimento de bens e serviços diretamente pelo estado seria, portanto, mais cara e de menor qualidade.

A eficácia persuasiva dessa simplificação foi extraordinária e factualmente corroborada pela baixa penetração, baixa qualidade e, em alguns setores, como no caso da telefonia, pelo alto custo dos serviços. Com isso, aspectos mais complexos e mais relevantes capazes de explicar a ineficiência estatal deixaram de ser discutidos, praticamente circunscrevendo o debate sobre a privatização à questão da propriedade dos ativos.

Some-se a isso a necessidade de financiamento do setor público, ou seja, a privatização, a um só tempo, transferiria o provimento ao setor privado, capaz de fazer mais, melhor e por menos, e ainda aportaria recursos para o estado que poderiam ser revertidos em benefícios imediatos à população.

Privatização no Brasil - Parte 1/B

Ante essa lógica dicotômica, foram escamoteados aspectos relevantes do debate sobre as privatizações, tais como:

(i) o modelo tarifário vigente não refletia e não cobria adequadamente os custos dos serviços, independente da propriedade dos ativos;

(ii) o estado, por sua vez, não tinha capacidade fiscal para investir na manutenção e na expansão da infraestrutura;

(iii) ao final da década de 1990, quando foram consumadas as grandes privatizações, as empresas estatais tinham sido vigorosamente esvaziadas por programas de demissão voluntária, aposentadorias e cessões de empregados a outros órgãos do governo;

(iv) ao tempo que as empresas foram debilitadas, não se construiu capacidade, em outras áreas do governo, para formular, planejar e regular a expansão da oferta dos serviços que deixavam de ser diretamente providos pelo estado; e

(v) o aumento de penetração dos serviços prestados nem sempre seria economicamente viável, e o estado deveria estar preparado para provê-los diretamente ou para fornecer os incentivos necessários para que as empresas o fizessem. Em outras palavras, a presença do estado no provimento ou no financiamento não poderia ser completamente descartada.

Privatização no Brasil - Parte 1/C

Ainda hoje, quando se retoma a discussão acerca dos resultados do processo de privatização, a ênfase argumentativa é dedicada ao simples fato de que a transferência da propriedade dos ativos à iniciativa privadas, dadas as suas virtudes gerenciais intrínsecas, propiciou aumento da oferta, redução de preços e melhoria na qualidade dos serviços prestados.

A questão central, contudo diz respeito ao fato de que, o financiamento dos investimentos em infraestrutura dependia fortemente da redefinição das políticas tarifárias, pois só assim seria possível dar sustentabilidade à operação e viabilizar novos investimentos destinados à expansão da oferta. Esse modelo tarifário foi sistematicamente negado às empresas estatais e só foi revisto como condição para a privatização.

Diante desse panorama, pode-se dizer que a debilidade do estado como provedor de serviços de infraestrutura é consequência de uma política antiestado deliberadamente conduzida ao longo dos mandatos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso e que levou à inevitável conclusão de que o setor público estatal era incapaz de operar, investir e expandir a oferta de serviços públicos.

(1) Engenheiro mecânico, especialista em regulação dos serviços públicos concedidos, especialista em gerência e operação de energia e auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União.

O Santinho do Pau Oco - 2/2

Clique na imagem para ampliar e veja a empolgação do governo FHC e do ministro do planejamento José Serra no auge da farra privatista.

Privatização no Brasil - Parte 2/A

Por Marcelo Bemerguy (1)

A privatização no setor de infraestrutura no Brasil, a despeito dos diversos objetivos declarados que as nortearam, acabaram tendo o tempo de sua implementação definido mais pela agenda fiscal do que por qualquer outro fator. A redução do déficit fiscal foi sustentada por dois pilares fundamentais: as privatizações e os cortes com o custeio da gestão pública.

Mesmo as empresas não privatizadas foram preparadas para serem transferidas aos particulares, principalmente por meio de programas de incentivo à demissão, que causaram significativa perda de massa crítica das empresas do governo e o consequente esvaziamento técnico do setor estatal. O esvaziamento também se deu por meio da cessação de aporte de recursos fiscais para investimento na operação, expansão e melhoria dos serviços prestados.

Esse fator foi determinante para que a transição de um modelo baseado no investimento público para um outro em que os investimentos seriam providos por agentes privados ocorresse sem uma base institucional capaz de suportar e gerir uma mudança de tal magnitude. O setor elétrico brasileiro é o exemplo mais concreto deste panorama.

Historicamente, no Brasil, o planejamento da expansão da infra-estrutura era elaborado dentro das empresas estatais. No setor de energia, por exemplo, a Eletrobrás e a Petrobrás cumpriram esse papel em suas respectivas áreas de atuação, ainda que sem uma visão integrada.


Privatização no Brasil - Parte 2/B

Naturalmente, por mais que sejam importantes instrumentos de implementação de políticas de governo, cada uma dessas empresas tem seu processo decisório orientado também por interesses outros que não os do governo. Dirigentes, funcionários, acionistas minoritários, fornecedores e grandes consumidores que dependem dos insumos ou das facilidades geradas por essas indústrias podem determinar a condução de diversas questões empresariais em detrimento dos interesses do governo ou mesmo do interesse social geral.

Argumentos assim reforçam a tese de que deve haver, no interior da administração pública direta, uma burocracia capaz de delinear marcos estratégicos e captar as percepções dos diversos agentes interessados no desenvolvimento da infraestrutura nacional, sejam eles produtores, consumidores, concessionários, usuários ou mesmo representantes de outros setores governamentais potencialmente afetados.

Ocorre que os ministérios setoriais não tinham a tradição de formular e enunciar políticas e diretrizes para a oferta de serviços e para a expansão do setor de infraestrutura. Essa tarefa era cumprida, de forma segmentada e não sistêmica, pelas empresas estatais, uma vez que foram criadas justamente para construir as bases da infraestrutura nacional. O processo de privatização levado a cabo na década de 1990 não preocupou com esse fenômeno.

Durante a privatização - ou a preparação para a privatização -, grande parte da competência de planejamento foi perdida nos planos incentivados de demissão. Nesse tempo, não houve um movimento compensatório de reforço das equipes da administração direta que possibilitasse aos ministérios gerir o processo de mudança.