domingo, 31 de outubro de 2010
Em 2012
Saudade de outros tempos...
sábado, 30 de outubro de 2010
Desespero de causa
No segundo semestre de 2009, foi divulgada uma pesquisa sobre a popularidade dos governadores. Yeda Crusius amargava a pior rejeição, na casa dos 60%. Um escândalo de corrupção comprometeu a ela e seus auxiliares mais diretos. No ano seguinte vieram as consequências: num país em que o povo adora reeleger políticos, por mais ordinários que sejam, Crusius concorreu à reeleição e amargou um humilhante terceiro lugar, com 18,39% dos votos válidos, tendo sido eleito já em primeiro turno Tarso Genro, do PT - o outro lado da maldita polarização com o PSDB.
O povo gaúcho respondeu à altura.
Na época, a segunda pior governadora do país era Ana Júlia Carepa. O resultado: por muito pouco não perdeu a eleição já em primeiro turno para o candidato do PSDB. Tanto quanto nos permitiram saber acerca das pesquisas eleitorais, a diferença entre os dois sempre foi grande e estável. O dia de amanhã não nos trará nenhuma surpresa, ainda mais com o roldão de políticos que, finórios que só eles, traem históricos e compromissos partidários para pular dentro da canoa do candidato que deve vencer, levando junto a mercadoria que mais interessa: os votos de seus currais eleitorais - expressão que adoro, pois bem expressa o que o eleitor brasileiro tem sido ao longo de toda a História deste país.
Se é verdade que aqui se faz (ou não se faz), aqui se paga, Ana Júlia aprendeu que, mesmo na política, há um limite que nem a propaganda, nem a máquina pública, nem alianças podem vencer. É por isso que o eleitor, maltratado o ano inteiro, continua sendo mimado nestas épocas. Que dia feliz será quando ele descobrir o poder que tem!
PS - A eleição em âmbito nacional também não terá surpresas. Comemoração de tucanos? Só no Pará. Se não gostou, conforme-se.
Criatividade e tecnologia
Eis aí um uso inusitado do iPhone. Para os poucos que ainda pensam que ele é só um telefone bombado.
[Via Blog MacMagazine]
A pequena notável e eterna
Comecei esta semana uma nova unidade nas aulas de português brasileiro para os alunos do sétimo nível da língua de Camões na escola SNT, em Brugge. E o tema é Música do Brasil. Falar da nossa arte maior não é tarefa fácil: como explicar tanta diversidade, tanta criatividade, tanta coisa para gente que, em sua maioria, nunca pisou no Brasil? Resolvi então começar com a Pequena Notável. Escolhi este vídeo do You Tube e mostrei a eles. Foi incrível a reação maravilhada dos alunos, todos entre 40 e 60 anos de idade. Nenhum deles tinha ouvido falar de Carmen Miranda, mas alguns tinham referências da iconografia cantora-com-frutas-na-cabeça-e-saia-rodada... O vídeo é uma jóia, e na gravação, a voz do nosso buda-nagô Dorival Caymmi é de arrepidar. Afinal, foi ele quem inventou Carmen Miranda e ajudou a mostrar ao mundo, o que que a baiana e o Brasil têm.
O Museu da Adobe
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Será um review do psicodelismo?
Reis nos traz deliciosos comentários sobre alguns detalhes muitos interessantes sobre os "The Flaming Lips." Uma banda americana pouco conhecida fora do circuito underground, objeto do post.
Veja o que ele escreveu.
Ótima escolha, Val-André! Os "Flaming Lips" são bem famoso aqui nos EUA. Eles têm uma legião de groupies e tietes comparável ao "Grateful Dead" e agora ao "Phish".
Os shows deles são louquíssimos, com veradeiras art performances no palco. Teve uma época que os membros da banda só se apresentavam vestidos como animais de pelúcia.
Eles tem umas tietes famosas, como a atriz Juliette Lewis, que as vezes se apresenta com eles dançando no palco, ou cantando/tocando um instrumento.
O CD "Yoshimi Battles the Pink Robots" (não tenho certeza se é este exatamente o nome, mas é proximo) é um clássico. Há uns anos atrás eles tiveram o "desplante" de "regravar" o clássico album "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd :)
Um sacrilégio, mas eles acabaram sendo elogiados pela ousadia (e pela proposta)...
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Minha réplica.
Raul vou entregar o jogo. Pensei em você e na Califórnia quando mixei esse set.
Foi na última terça-feira, estava meio aborrecido com algumas coisas. Comezinhas, conclui depois, e preparei esse mini special.
Você acrescenta muitas informações preciosas ao post.
Afinal, não é qualquer banda que tem como fã ativa e uma belezura detentora de esparramado talento como a inigualável e instigante Juliette Lewis e seu jeitinho adoravelmente inocente e doidona.
Adoro as duas coisas. São características maravilhosas de muitas pessoas a qual me relaciono.
Os show's são realmente incríveis, como pude constatar num DVD que retrata o interessante avanço das bandas indies como influencia para os caminhos do bom e velho rock and roll. E lá estava os caras, tocando alucinadamente o megahit "Race For The Prize" que abre o set do special para o Flanar.
É com ousadia e talento que a humanidade fica cada vez menos careta e mais alegre, divertida e mais solidária para com os menos aquinhoados.
Com sua licença, vou aproveitar o maravilhoso gancho que você me deu ao citar os "Grateful Dead", que tanta falta faz no cenário.
Na minha modesta percepção, há um hiato tão grande, mas tão grande deixado pelos caras que, aos poucos, ao longo de 20 anos de carreira, uma banda em particular começa a ser citada pela crítica especializada com "herdeiros dos hippies doidões" na melhor acepção da palavra.
Você foi certeiro ao citar o melhor álbum da banda.
Segundo a Wikipédia, "Yoshimi Battles the Pink Robots" é o décimo álbum de estúdio da banda The Flaming Lips, foi lançado em 2002[1] e é o mais bem sucedido de sua carreira.
Após o maestria sinfônica apresentada no álbum anterior, The Soft Bulletin, o "Flaming Lips" retornou as influencias do rock psicodélico, música eletrônica e pop alternativo dos álbuns anteriores.
E quem será? O leitor pode perguntar. Os herdeiros do "Grateful Dead"?
Repondo.
Só tem uma banda com tamanha e agora demonstrada competência para tal: o Dave Matthews Band, sem qualquer sombra de dúvidas.
Já está pronto dois especiais do Dave Matthews Band. Tenho material raro deles desde o longínquo 1993!
De lá pra cá a evolução da banda é um dos processos musicais que mais me impressionou dentre todas as bandas, especialmente quando observo o engajamento político e destinação de recursos angariados em show's gratuítos ao ar livre em prol de causas humanitárias como o faz várias bandas, como os irlandeses do U2, apenas para citar uma delas.
Como o material sob minha posse do Dave Matthews Band é extenso, interessante, instigante e uma aula de como uma banda bem administrada pode galgar degraus sempre superiores sem abandonar o cerne de seu som inicial ou proposta de longo prazo, como queiram. Pretendo, com a habitual generosidade de nosso editor-chefe, Carlos Barretto e demais companheiros "avuadores", publicar não dois, mas, cinco especiais dos herdeiros do psicodelismo mundial.
Quem sabe daqui a pouco não sai o primeiro?
Até lá então. E obrigado Raul.
P.S.: Raul. Nos informe sobre a aprovação da liberação da maconha na Califórnia. Tenho uma porrada de questionamentos sobre o assunto.
Depoimento de um Sanitarista
Sou Helvécio Bueno, 57 anos, nascido em São Gotardo – MG, morei em Belo Horizonte de 1961 a 1971 e, desde 1972 moro em Brasília. Formei em medicina pela Universidade de Brasília – UnB, fiz especialização em saúde pública e administração de sistemas de saúde e sou mestre em saúde coletiva.
Entrei para a Secretaria de Saúde do DF em 1982. Na SES-DF fui médico sanitarista do Centro de Saúde n° 4 de Taguatinga – CST4, depois da Coordenação de Saúde da Comunidade, em seguida Chefe do CST4 e vice diretor do Hospital Regional de Taguatinga – HRT.
Em 1985 fui convidado para trabalhar no Ministério da Saúde – MS como técnico do Grupo de Trabalho para a Erradicação da Poliomielite no Brasil – GT Pólio. Trabalhei no MS de 1985 a 1999. Foram quase 15 anos e nesse período convivi com os seguintes ministros da saúde:
1. Carlos Corrêa de Menezes Sant’anna 15 de março de 1985 13 de fevereiro de 1986 José Sarney
2. Roberto Figueira Santos 14 de fevereiro de 1986 23 de novembro de 1987
3. Luiz Carlos Borges da Silveira 23 de novembro de 1987 15 de janeiro de 1989.
4. Seigo Tsuzuki 16 de janeiro de 1989 14 de março de 1990.
5. Alceni Guerra 15 de março de 1990 23 de janeiro de 1992 F. Collor de Mello
6. José Goldemberg 24 de janeiro de 1992 12 de fevereiro de 1992
7. Adib Jatene 12 de fevereiro de 1992 2 de outubro de 1992
8. de outubro de 1992 29 de dezembro de 1992
8. Jamil Haddad 29 de dezembro de 1992 18 de agosto de 1993 Itamar Franco
9. Saulo Moreira 19 de agosto de 1993 30 de agosto de 1993
10. Henrique Santillo 30 de agosto de 1993 1 de janeiro de 1995
11. Adib Jatene 1 de janeiro de 1995 6 de novembro de 1996 FHC
12. José Carlos Seixas 6 de novembro de 1996 13 de dezembro de 1996
13. Carlos Albuquerque 13 de dezembro de 1996 31 de março de 1998
14. José Serra 31 de março de 1998 20 de fevereiro de 2002
Nesses anos tive a oportunidade de ser o Coordenador do GTPólio e acompanhar o último caso desta doença ocorrido no Brasil; a seguir, como 1º diretor do Departamento de Operações da Fundação Nacional de Saúde – DEOPE/FUNASA pude coordenar a criação do Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde – PNACS (depois mudado para PACS) e, do Programa Nacional de Parteiras Tradicionais – PNPT (descontinuado na gestão seguinte). Em 1991/1992 participei da reestrutração, por meio de empréstimos junto ao Banco Mundial, do Programa Nacional de Controle das DST/Aids – PN DST/Aids onde fui o 1° Chefe da Unidade de Controle das DST e posteriormente Chefe da Unidade de Assistência à Aids (o PN DST/Aids foi criado em 1985 na gestão do ministro Carlos Santana).
Em 1996 foi criada, no MS, a Secretaria de Políticas de Saúde da qual fui convidado para ser o 1º diretor do Departamento de Avaliação de Políticas de Saúde e depois, em 1998, diretor do Departamento de Informação em Saúde. Nesse período, participei da criação, em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS e fui o 1° coordenador da secretaria técnica da Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA e, junto com o DATASUS, da Rede Nacional de Informações em Saúde – RNIS.
Aí assumiu o MS o ministro José Serra.
Meu 1º contato com o então ministro José Serra ocorreu da seguinte maneira: eu estava participando de uma reunião com todo o 1º escalão do MS na sala de reunião, ao lado do gabinete do ministro, que não se encontrava. A reunião era conduzida pelo Chefe de Gabinete. Depois de uma hora e meia de reunião, no momento em que falava o Secretário de Políticas de Saúde, o ministro Serra entrou na sala, não cumprimentou ninguém, interrompendo o palestrante, sem pedir licença, perguntou ao Chefe de Gabinete o que ele, Serra, precisava saber do que já havia ocorrido naquela reunião. Pegou o Chefe de Gabinete pelo braço e levou-o para seu gabinete deixando seu 1° escalão e alguns convidados sem dirigir-lhes uma única palavra. Essa era a forma com que tratava seus subordinados, o sorriso só aparecia na presença da mídia.
Porém, o mais importante e demonstrativo de seu caráter, foi quando, após 1 ano de sua posse, o ministro Serra solicitou uma avaliação da situação de saúde do país e, quando apresentei, entre outros dados, o aumento da mortalidade infantil na região nordeste ele simplesmente disse: “esta informação não pode sair deste ministério”. Foi quando, em setembro de 1999, pedi demissão do cargo que ocupava no MS.
Além disso, o candidato Serra diz, em sua propagando política, que criou o Programa de Aids e o medicamento genérico. O programa de Aids foi criado pelo ministro Carlos Santana em 1985 e reestruturado, ganhando dimensão internacional, em 1992, na gestão do ministro Adib Jatene; já o genérico foi criado em abril de 1993 pelo ministro Jamil Haddad, durante o governo de Itamar Franco.
Destes 14 ministros, com os quais convivi, destaco pela relevância do trabalho em prol da saúde da população brasileira o ministro Adib Jatene, Henrique Santillo e Carlos Albuquerque.
Se trago este depoimento é unicamente pela preocupação com o destino da maior parte da população brasileira que necessita continuar a melhorar sua qualidade de vida, não só de sobrevivência, mas de cidadania. Toda minha vida profissional, como médico sanitarista, foi dedicada à saúde pública, mas nunca me filiei a nenhum partido político, pois isso me dá a independência necessária para criticar quem precisa e elogiar só quem merece.
Brasília – DF, 20 de outubro de 2010.
Helvécio Bueno
Elements of distortion Vol.2
Caprichada produção exclusiva para os leitores do Flanar. Trata-se de uma montagem com os mais expressivos remixes (12") da exclusiva dupla londrina do Hybrid.
O set é adequado para dançar ou simplesmente curtir o show de samples e repaginação de hit's de bandas peso pesado do mainstream como: U2, Bjork, REM, Kate Bush e Radiohead são algumas das pérolas remixadas pela dupla do Hybrid.
Coloquei tudo num caldeirão e montei para vocês curtirem. É porrada do início ao fim e dá a medida de como está, cada vez mais sofisticada, a produção de música eletrônica de qualidade na atualidade.
Eis o Set List.
1 Alanis Morissette - "So Pure (Hybrid Instrumental Mix)"
2 BT - "Never Gonna Come Back Down (Hybrid's Breaktek Mix)"
3 Hybrid - "Alanis Morissette - So Pure hybrid mix"
4 Every Little Thing - "Time Goes By (Hybrid Remix)"
5 Divine - "Psychedelic Shack (Hybrid Mix)"
6 Divine - "Kick Your Butt (Hybrid Mix)"
7 BT & Tori Amos - "Light Speed (Hybrid Remix)"
8 Every Little Thing - "Time Goes By (Hybrid Remix)"
9 Golden Girls - "Kinetic [Hybrid's Audiopyrotechnix Mix]"
10 Hybrid - "Enigma - Tears Fromm The Moon (Hybrid`s Twins)
11 Dj Icon - "Voco Me (Hybrid Remix)"
12 Electrotek - "Superfly (Zouk Club mix)"
13 Hybrid - "U2 - New Years Day (Hybrid Mix)"
14 Hybrid - "Bjork - Pagan Poetry (Hybrid Mix)"
15 Hybrid - "Saint Etienne - Boy is Crying (Hhybrid Mix)"
16 Moby - "Bodyrock (Hybreed Mix)"
17 ILO - "At The End (Fierce Ruling Diva Big Room Build Up Twins"
18 Hybrid - "Finished Symphony (Hybrids Echoplex Remix)"
19 Hybrid - "Radiohead - Everything In Its Right Place"
20 Hybrid - "Radiohead - Everything In Its Right Place"
21 Hybrid - "Kate Bush - Experiment IV (Hybrid Remix)"
22 Hybrid - "Rob D - Clubbed to Death (Hybrid Remix)"
23 Pink Floyd - "Another Brick In The Wall (Mike Truman Remix)"
24 Kinetic - "Golden Girls (Hybrid Remix)"
25 REM - "The Great Beyond (Hybrid Remix)"
26 Hybrid - "Inner Sanctum - How Soon Is Now (Hybrid long Version)
27 Ron Houder - "Outskirts (Hybrid's Tech Funk Break Mix)"
28 BT & Hybrid - "Running Down The Way Up"
29 Moby & Gwen Stefani - "Southside (Hybrids Dishing Pump"
30 Moby & Gwen Stefani - "Southside (Hybrid Remix)"
Enjoy Now!
Apenas um rapaz psicodélico americano
Trocadilho de "Apenas um Rapaz Latino Americano", define bem o meu humor para apresentar essa banda de meliantes adoráveis.
Nexus Two seria lançado em 8 de novembro
Imagem: Nexus One (Wired Gadget Lab) |
Tuitando do Monte Everest
Imagem: Engadget |
Distintivo Foursquare da Nasa |
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Folha pede a STF acesso à processo da ditadura contra Dilma
A Carta Maior entrou com um amicus curiae (amigo da corte) brief para, segundo eles, expor as verdadeiras intenções da Folha. Reproduzo abaixo o primeiro paragrafo do amicus curiae brief, de Marcio Mello Casado:
"Amicus Curiae Virtual - A ação cautelar da Folha de S.Paulo
Com indisfarçável interesse de interferir no processo eleitoral, a Folha de S.Paulo ajuizou uma ação cautelar no STF para ter acesso ao processo que a ditadura militar moveu contra Dilma Rousseff. A Carta Maior (cujo nome é inspirado, justamente, na Constituição Federal do Brasil) abriu o espaço para que um amigo da Corte (figura rotineira em nosso sistema jurídico) possa expor a verdadeira intenção da Folha, aliada à falta de fundamento legal de sua pretensão. Entre fraudar o processo eleitoral e expor desnecessariamente a cidadã Dilma ou “dar um novo xerox” à Folha, não se podem ter dúvidas: preserva-se o processo democrático e a pessoa humana.(...)"
I Love Being Here With You
Diana Krall
I love the East, I love the West
North and South, they're both the best
But I only want go there as a guest
Cause I love being here with you
I love the sea, I love the shore
I love the rocks and what is more
You and they never be a bore
Cause I love being here with you
Singing in the shower
Laughing by the hour
Life is such a breezy game
I love all kinds of weather
As long as we're together
Oh I love to hear you say my name
I love good wine, fine cuisine
Candle light I love the scene
Cause baby if you know just what I mean
I love being here with you
I love Ella singing, Basie's band is swinging
Cause that's something else you know
They know how to play it, they know how to say it
They just wind it up and let it go
I love a thrill a paris show
I love the kiss you on your nose
just let me say before i close
I love being her with you
Cary Grant through
Two time beggars but his charm just takes me away
But don't get me wrong how do you say
I love being here with you
Bom dia, STF
De escritos anteriores, pode-se observar que eu sempre tive todos os pés atrás quanto ao resultado do julgamento. Sempre parto do pressuposto que a bandalheira prevalecerá, por isso meu único indício de animação foi quando surgiu o rumor de que, a persistir o desempate, prevaleceria a interpretação do regimento de que o recurso deveria ser improvido. E faz sentido. Afinal, se eram necessários seis votos para dar provimento ao recurso, com menos do que isso a decisão recorrida não foi desconstituída e, por conseguinte, deve ser confirmada.
No final, foi exatamente o que aconteceu. Queria ver a cara do Jader Barbalho (e da Marinor Brito) ontem à noite.
O PMDB, claro, já anunciou que vai requerer a realização de eleição suplementar. Direito do partido. E estratégia. Porque a decisão de ontem é declaratória e não constitutiva. A inelegibilidade tem como fato gerador a renúncia e não o veredito do STF. E considerando a data em que Barbalho renunciou ao mandato de senador, ele recuperará os seus direitos políticos em 1º de fevereiro de 2011. Ou seja, se houvesse nova eleição, provavelmente ele já poderia concorrer e teríamos mais do mesmo. Mostraríamos como, neste país, a safadeza sempre vence.
Mas o Procurador da República Daniel Avelino, que atua no Pará pelo Ministério Público Eleitoral, já afirmou que a posição institucional é no sentido de que a pretensão é improcedente porque, embora a eleição de senador seja majoritária (e não proporcional), não existe a necessidade de quórum para a eleição. Tanto que os dois senadores eleitos em 2002 se elegeram com, no máximo, 23% dos votos. A mim, parece a interpretação mais sensata.
Enfim, muita água ainda rolará debaixo da ponte. E pode ser que, no fim, como sempre, o mal prevaleça. Mas vivendo um dia de cada vez, hoje estou satisfeito.
E que venha o décimo primeiro ministro e um roldão de ações rescisórias. Que não têm efeito suspensivo...
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Denúncia Gravíssima de Jornalismo Investigativo
Nota à imprensa
Aos colegas jornalistas:
Estou passando às mãos de todos cópia de uma pequena parte do material que entreguei hoje à Polícia Federal. Todos os papéis foram obtidos de forma legal sem quebra de sigilo fiscal. Vale lembrar que a documentação refere-se aos anos de 1998 até 2002.
O que foi entregue não é resultado de militância partidária, que nunca tive, e sim da única militância que reconheço e pratico, a do jornalismo. Prova disse é que, em junho de 2005, fui o autor de “Aparece o dinheiro”, reportagem de IstoÉ (edição 1863), em que foi exposto o Mensalão do PT. Desejo que a liberdade de imprensa em vigor no país possa servir, agora, ao esclarecimento da população.
São informações oficiais a que tive acesso nos longos anos em que estou trabalhando no tema das privatizações. Pela primeira vez estão sendo trazidas ao conhecimento público. São, portanto, absolutamente inéditas. Foram obtidas judicialmente através de uma ação de exceção de verdade. São documentos da CPMI do Banestado, cujo acesso estava, até então, proibido aos brasileiros. Agora, vieram à luz. Espero que possam, enfim, ajudar a esclarecer um período sombrio do país. Vocês são parte importante e decisiva neste processo.
Chamo a atenção para dois pontos especialmente, ambos alicerçados em informações oficiais obtidas pela dita CPMI na base de dados da conta Beacon Hill do banco JP Morgan Chase e no MTB Bank, ambos de Nova York. A Beacon Hill Service Corporation (BHSC) onde eram administradas muitas subcontas com titulares ocultos. Nos EUA, a BHSC foi condenada em 2004 por operar contra a lei. No Brasil, inspirada pela designação Beacon Hill, a Polícia Federal deflagrou a Operação Farol da Colina, apurando, entre outras personalidades envolvidas, nomes como os do ex-governador paulista Paulo Maluf e do banqueiro Daniel Dantas. Os pontos em questão são os seguintes:
1 . Os depósitos comprovados (pag. 4/11) do empresário GREGÓRIO MARIN PRECIADO, casado com uma prima de JOSÉ SERRA e ex-sócio do ex-governador de São Paulo (o mesmo SERRA), na conta da empresa Franton Interprises (pag. 3/11), vinculada ao ex-caixa de campanha do próprio SERRA e de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, RICARDO SÉRGIO OLIVEIRA. A soma de tais valores ultrapassa os US$ 1,2 milhão e cresce sobretudo no ano eleitoral de 2002, quando SERRA foi candidato à Presidência. Mais de 80% dos recursos recebidos pela Franton na Beacon Hill tem origem em PRECIADO. RICARDO SÉRGIO, como se sabe, foi diretor do Banco do Brasil e o grande articulador de consórcios de privatização no período FHC.
2. Os depósitos realizados pela empresa Infinity Trading, pertence ao empresário CARLOS JEREISSATI, (pag 9/11) igualmente na Franton Interprises e RICARDO SÉRGIO. JEREISSATI liderou um dos consórcios que participou dos leilões de privatização e comprou parte da Telebrás. É de conhecimento geral que a formatação de consórcios e as privatizações da Telebrás também tiveram a intervenção de RICARDO SÉRGIO. Em muitas ocasiões se falou de propina na venda de estatais, mas esta é a primeira vez que aparece uma evidência disso lastreada por documentos bancários oficiais.
Tenho certeza da relevância do material e espero que façam bom uso dele. Um abraço a todos e bom trabalho.
Amaury Ribeiro Junior
Repórter
(Conforme noticiado no portal Terra e no site Dilma na rede)
Essa é uma denúncia gravíssima. É para o eleitor refletir e perguntar: como eleger um candidato à Presidência da República, contra o qual pesam suspeitas diretas de indiscutível gravidade? Como seriam apuradas essas denúncias, caso fosse eleito? Licenciar-se-ia do cargo até a conclusão das investigações, mal empossado? Ou mergulharia o país no caos ao modo como foi o impeachment de Collor? Melhor seria que renunciasse disputar o pleito. Mas, infelizmente, não o fará.
Turnê dos Los Hermanos no Nordeste
Minha banda brasileira preferida, Los Hermanos, fez recente turnê pelo Nordeste. Ai que vontade de estar lá!!! "Acompanhei" por twitter da propria banda e dos fãs. A foto acima, de Marcos Melo clicada no show de Recife, foi salvada diretamente do blog "Instante Posterior", de Bruno Medina, o tecladista dos Los Hermanos. Recomendo o blog do Medina. Otimas dicas de musica em posts super bem humorados (apesar dele parecer tão serio no palco).
Pra quem quiser conferir mais de 80 fotos do show de Salvador, recomendo este post de Jackie Brito.
Morte de Kirchner consterna brasileiros e argentinos
Presidente Lula foi informado da morte de Nestor Kirchner durante um evento em Itajaí, Santa Catarina. Ele interrompeu seu discurso para informar a plateia. Depois do evento, a Presidência divulgou nota de pesar, na qual Lula disse estar "consternado" com a perda de um "aliado e amigo". O Presidente declarou três dias de luto oficial.
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, também manifestou pesar pela morte de Kirchner. Dilma disse que Kirchner foi um grande amigo do Brasil. Ela solidarizou-se com o povo argentino e com Cristina Fernandez, por sua perda de "um ente querido e companheiro de luta."
Morre Nestor Kirchner
PIG: surpresa ontem, desmoralização agora. E o futuro?
E que me permita um dia, quando os cabelos – se restarem – ficarem brancos, escrever como o aposentado Carlos Moura, da mineira Além Paraíba, faz hoje numa carta aberta ao jornalista Ricardo Noblat, respondendo a uma agressão insólita e desnecessária que fez, ontem, em seu blog, a Lula, dizendo que lhe falta, desde que decidiu eleger Dilma, “caráter, nobreza de ânimo, sentimento, generosidade”.
A carta de Moura foi publicada no Escrevinhador, de Rodrigo Vianna, e eu a reproduzo aqui:
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Os gordinhos da Fórmula 1
Kubika e Petrov
Essas são as minhas favoritas.
Morre Ronoel Simões e Deixa sua Alexandria Musical
O título da postagem faz referência a Biblioteca de Alexandria, uma das maravilhas da Antiguidade. Considerada a maior do mundo na época, reunia todo o conhecimento publicado. Perdeu-se num incêndio. Calcula-se que do acervo escape do fogo chegou apenas 1/3 até nós.
Wagner Tiso Atualiza o Lula-Lá
O Maiô de Dona Marisa ou:
Mas, para os que preferem a extensão twitteriana dos textos, um trecho pode bem servir de resumo à satisfação da curiosidade:
Partido e candidato que um dia representaram uma vertente modernizante das classes média e alta de São Paulo, de quadros intelectuais e tecnocratas bem-formados, dissolveram-se na geléia geral em que quatrocentão e “painho”, uspiano e grileiro, socialite e “coroné” existem, desde sempre, em continuidade e solidariedade uns com os outros. As promessas desesperadas de ampliação do Bolsa Família vindas de quem até pouco tempo o desdenhava como “Bolsa Vagabundo”, ou a cortina de fumaça que se constrói ao redor do debate do pré-sal, indicam que, atualmente, é impossível eleger-se no Brasil negando certos direitos recém-descobertos por vastas parcelas da população. A elite, mais do que nunca, precisa esconder seu verdadeiro programa.
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O Treme Serra
Privatização no Brasil - Parte 1/A
Por Marcelo Bemerguy (1)
O tema privatização ocupou intensamente a agenda de debates na década de 1990, em seu início, na gestão de Fernando Collor, e em seu meado, início do governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde então, argumentos contra e a favor da privatização tem sido produzidos em perspectivas econômicas, administrativas, sociais ou meramente eleitorais.
A ênfase das privatizações ocorridas no governo Collor foram as empresas do setor siderúrgico e petroquímico. Apesar disso, cessaram as contratações para estatais de todos os setores e diversos programas de demissão voluntária foram implantados e as empresas perderam muitos de seus melhores empregados. Algumas estatais foram simplesmente liquidadas sem que nenhuma outra estrutura as substituísse, como foi o caso da Portobrás.
No governo de Fernando Henrique Cardoso, a tarefa foi mais complexa, pois foram privatizadas, ou criadas as condições para privatizar, as empresas provedoras de serviços e facilidades infraestruturais tais como telefonia, energia, ferrovias, portos e rodovias.
Em geral, especialmente do ponto de vista da comunicação governamental, a legitimação do processo de privatização baseou-se numa lógica simplória: o setor privado, por ser mais eficiente do que o setor público, pode oferecer mais e melhores serviços a um custo menor. O provimento de bens e serviços diretamente pelo estado seria, portanto, mais cara e de menor qualidade.
A eficácia persuasiva dessa simplificação foi extraordinária e factualmente corroborada pela baixa penetração, baixa qualidade e, em alguns setores, como no caso da telefonia, pelo alto custo dos serviços. Com isso, aspectos mais complexos e mais relevantes capazes de explicar a ineficiência estatal deixaram de ser discutidos, praticamente circunscrevendo o debate sobre a privatização à questão da propriedade dos ativos.
Some-se a isso a necessidade de financiamento do setor público, ou seja, a privatização, a um só tempo, transferiria o provimento ao setor privado, capaz de fazer mais, melhor e por menos, e ainda aportaria recursos para o estado que poderiam ser revertidos em benefícios imediatos à população.
Privatização no Brasil - Parte 1/B
(i) o modelo tarifário vigente não refletia e não cobria adequadamente os custos dos serviços, independente da propriedade dos ativos;
(ii) o estado, por sua vez, não tinha capacidade fiscal para investir na manutenção e na expansão da infraestrutura;
(iii) ao final da década de 1990, quando foram consumadas as grandes privatizações, as empresas estatais tinham sido vigorosamente esvaziadas por programas de demissão voluntária, aposentadorias e cessões de empregados a outros órgãos do governo;
(iv) ao tempo que as empresas foram debilitadas, não se construiu capacidade, em outras áreas do governo, para formular, planejar e regular a expansão da oferta dos serviços que deixavam de ser diretamente providos pelo estado; e
(v) o aumento de penetração dos serviços prestados nem sempre seria economicamente viável, e o estado deveria estar preparado para provê-los diretamente ou para fornecer os incentivos necessários para que as empresas o fizessem. Em outras palavras, a presença do estado no provimento ou no financiamento não poderia ser completamente descartada.
Privatização no Brasil - Parte 1/C
A questão central, contudo diz respeito ao fato de que, o financiamento dos investimentos em infraestrutura dependia fortemente da redefinição das políticas tarifárias, pois só assim seria possível dar sustentabilidade à operação e viabilizar novos investimentos destinados à expansão da oferta. Esse modelo tarifário foi sistematicamente negado às empresas estatais e só foi revisto como condição para a privatização.
Diante desse panorama, pode-se dizer que a debilidade do estado como provedor de serviços de infraestrutura é consequência de uma política antiestado deliberadamente conduzida ao longo dos mandatos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso e que levou à inevitável conclusão de que o setor público estatal era incapaz de operar, investir e expandir a oferta de serviços públicos.
O Santinho do Pau Oco - 2/2
Privatização no Brasil - Parte 2/A
Por Marcelo Bemerguy (1)
A privatização no setor de infraestrutura no Brasil, a despeito dos diversos objetivos declarados que as nortearam, acabaram tendo o tempo de sua implementação definido mais pela agenda fiscal do que por qualquer outro fator. A redução do déficit fiscal foi sustentada por dois pilares fundamentais: as privatizações e os cortes com o custeio da gestão pública.
Mesmo as empresas não privatizadas foram preparadas para serem transferidas aos particulares, principalmente por meio de programas de incentivo à demissão, que causaram significativa perda de massa crítica das empresas do governo e o consequente esvaziamento técnico do setor estatal. O esvaziamento também se deu por meio da cessação de aporte de recursos fiscais para investimento na operação, expansão e melhoria dos serviços prestados.
Esse fator foi determinante para que a transição de um modelo baseado no investimento público para um outro em que os investimentos seriam providos por agentes privados ocorresse sem uma base institucional capaz de suportar e gerir uma mudança de tal magnitude. O setor elétrico brasileiro é o exemplo mais concreto deste panorama.
Historicamente, no Brasil, o planejamento da expansão da infra-estrutura era elaborado dentro das empresas estatais. No setor de energia, por exemplo, a Eletrobrás e a Petrobrás cumpriram esse papel em suas respectivas áreas de atuação, ainda que sem uma visão integrada.
Privatização no Brasil - Parte 2/B
Argumentos assim reforçam a tese de que deve haver, no interior da administração pública direta, uma burocracia capaz de delinear marcos estratégicos e captar as percepções dos diversos agentes interessados no desenvolvimento da infraestrutura nacional, sejam eles produtores, consumidores, concessionários, usuários ou mesmo representantes de outros setores governamentais potencialmente afetados.
Ocorre que os ministérios setoriais não tinham a tradição de formular e enunciar políticas e diretrizes para a oferta de serviços e para a expansão do setor de infraestrutura. Essa tarefa era cumprida, de forma segmentada e não sistêmica, pelas empresas estatais, uma vez que foram criadas justamente para construir as bases da infraestrutura nacional. O processo de privatização levado a cabo na década de 1990 não preocupou com esse fenômeno.
Durante a privatização - ou a preparação para a privatização -, grande parte da competência de planejamento foi perdida nos planos incentivados de demissão. Nesse tempo, não houve um movimento compensatório de reforço das equipes da administração direta que possibilitasse aos ministérios gerir o processo de mudança.