Evo Morales sonha com uma integração latino-americana-caribenha com a União Européia. Sem dúvida essa multilateralidade é necessária neste mundo de poder unipolar, na primeira década deste século.
Mas, para tanto, é premissa que se construa uma unidade de ação em torno de eixos desenvolvimentistas e de mútuo respeito entre os governos nacionais da região. Supere-se, portanto, as hostilidades insensatas do presidente boliviano contra o Brasil, protagonizadas com o estímulo e a cumplicidade do condottiere venezuelano Hugo Chávez.
Afinal, com precisão, Bolívar já havia chamado a atenção que "de lo heroico a lo ridículo no hay más que um paso".
4 comentários:
O Evo está no limite desse passo... só falta pisar no chão. Fica até estranho dizer "pisar no chão", porque isso é o que com certeza ele não tem.
Vãs esperanças. Ainda se falássemos espanhol... Temos tão pouco em comum com todos os outros países da a américa latina.
Somos mais como Estados Unidos ou Canadá. Acho difícil tal unidade.
oliver disse...
Não por língua, realista. Se assim fosse não se teria formado ... a União Européia - onde as nações falam o inglês, o francês, o espanhol, o português, o italiano, o holandês, o finlandês, o alemão, o grego e sei lá mais o quê, com a possibilidade de se agregarem em 2007 os turcos, os croatas, os romenos e os búlgaros!!! Então língua não seria obstáculo para uma unidade latino-americana-caribenha, onde além das línguas indígenas, fala-se o espanhol, o português, o francês, o inglês e o holandês com acentos próprios.
Outra coisa, porém, é o que você levanta corretamente, a dependência cultural e econômica dos EUA. Mas, lembre que essa dependência não é tão antiga assim. Tem pouco mais de sessenta anos, com o fim da 2a. Guerra Mundial. E, se considerarmos, que esta acabou de fato com a queda do Muro de Berlim e a implosão da URSS podemos perceber que existe um realinhamento de forças no mundo, do qual a UE e um possível bloco oriental liderado pela China e Índia fazem claramente parte. Se a América Latina não perceber isto, então ficará ainda mais periférica nos mercados internacionais. Portanto, o movimento em tese está correto. Mas, como disse, para dar certo é necessário menos grito e mais juízo.
Não temos "tão pouco em comum com los hermanos" : fomos colonizados como eles, submetidos como eles, espoliados como eles(e ainda somos). Temos uma história comum de governos escravocratas, de monoculturas, de vale tudo!
Já fomos até governados, por um bom período, pelo reino espanhol. Temos territórios que pertenceram a eles e eles tem territórios que já pertenceram a nós. O que falta?
Falta o que Bolivar detectou muito bem nas suas lutas para construir Verdadeiras Nações Sul Americanas: " o grande problema é que ao sermos mestiços também somos parcialmente europeus, comprometidos com a colonização(mentalmente e materialmente) e todo o seu mal, na nossa própria pele"(mais ou menos isso) Sofremos, mais que quaisquer outros povos, de outras regiões, do PECADO ORIGINAL!
( obs: nos EEUU e no CANADÁ, não houve a mestiçagem e a escravidão foi limitada ).
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