quarta-feira, 30 de abril de 2008

Aprendiz da Agonia

Espere um instante, deixe-me encher o copo. Quer chupar a rodela de laranja e cuspi-la a seguir no cinzeiro, idêntica a uma fatia baça e seca de sol de outubro, chupar a laranja, de olhos baixos, para se poupar a si mesma o espectáculo derisório da minha comoção, comoção de bêbedo, às duas da manhã, quando os corpos se principiam a deslocar como limpa-pára-brisas, o bar é um Titanic que nafraga e as bocas caladas entoam hinos sem som, abrindo-se e fechanco-se à laia dos beiços tumecfatos dos peixes? Há qualquer coisa, sabe como é, de galeão espanhol submerso nesta sala, povoado de cadáveres à deriva da tripulação que uma claridade sublunar diagonalmente ilumina, cadáveres que flutuam sem aderir as cadeiras, entre duas águas, a ondulares os braços sem ossos num vagar de limos. Até os empregados se tornam demorados, sonolentos, criando raízes no balcão à maneira de corais estupefactos que o barman estimula por vezes ao dar-lhes a cheirar o frasco de sais de uma aguardente de pêra, salvando-os dessa forma de um coma vegetal. E aqui estamos nós, afogados também, franzindo de tempos a tempos as vieiras das pálpebras, polvos de aquário borbulhando palavras que a música de fundo dissolve num murmúrio em surdina de maré, você a escutar-me com a tranquila paciência das estátuas (que língua falariam as estátuas, se falassem, que frases se segredam à noite no silêncio oco, de sarcófago com escarradores, dos museus?), você a escutar-me, dizia, e eu contando-lhe da chamada ao rádio para ouvir de Gago Coutinho, palavra a palavra, a notícia do nascimento da minha filha, agarrado às costas da cadeira do cabo de transmissões e a pensar Vai-me dar uma camueca e estou fodido.
Trecho magistral do romance Os cus de Judas (Editora Alfaguara. Rio de Janeiro,1979), escrito por Antònio Lobo Antunes, considerado um mestre da literatura portuguêsa contemporânea. O livro é a narrativa das aventuras de um médico português depois de voltar da guerra da independência de Angola, que o faz de forma densa e inovadora como tragédia irrecuperável para os povos que dela participaram. Lobo Antunes (66 anos), que tem costados paraenses de partes do avô paterno, é médico de formação, com especialização em psiquiatria. Sua família e as tradições paraenses que lhe acompanharam na infância, ele as narra no livro Memória de Elefante, disponível em edição brasileira. Em 2007, recebeu o Prêmio Camões, considerado uma das maiores honrarias da literatura em língua portuguesa.

Rica Para Poucos

Riqueza não é tudo, se confrontada com uma brutal concentração de renda que estabelece padrões de vida moralmente insustentáveis entre indivíduos, e entre estes e o meio ambiente. Todas as vezes que vou a cidade São Paulo, até por duas vezes no mês, vejo-a pujante em riqueza. Dá-me sempre a impressão que a cada visita está mais rica e sofisticada. Decidi assim confrontar a percepção da progressiva riqueza paulistana com dados estatísticos.
De cara foi confirmada. Segundo dados da FECOMERCIO, caso o município de São Paulo fosse um país, estaria entre os 50 mais ricos do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a 22 estados norte-americanos. Os 102 bilhões de dólares de PIB paulista correspondem a 85% da economia de Israel e a 14% do PIB de toda a América Latina, deixando para trás também Egito e Kuwait.
Nela vivem 30 mil milionários brasileiros. Mas, como disse antes, a urbe monstruosa guarda em seus lugares escuros as piores desigualdades sociais em moradia, renda, saúde, transporte público e educação. Uma política de Estado para enfrentamento das desigualdades sociais, por estado e entre estados, representa uma condição de futuro para o Brasil.

Seriedade, o remédio

Há dengue em Cingapura, capital de uma ilha de igual nome no sudeste asiático, considerada cidade-estado. Segundo informação consular, o PIB desse país com 693 km2 é de U$124 bilhões (2005), o que corresponderia a renda per capta de pouco mais que U$ 28 mil dólares. Vivem na ilha cerca de 4,5 milhões de cingapurianos.
Ao contrário da nossa outrora bossanovista Cidade Maravilhosa - com uma população em torno de 6 milhões de habitantes; com 68% do total de casos de dengue no Estado (por sí responsável por 36% da cauística nacional, ou 32 mil casos), a despeito de seu PIB ser classificado como o trigésimo maior entre as cidades mais ricas do mundo -, a cidade de Cingapura teve no primeiro trimestre deste ano 8.800 pessoas infectadas, dentre as quais 20 óbitos. O governo e a população de Cingapura, contudo, não descansam. Sabem dos riscos dessa estatística, ainda que abaixo da média de 14209 casos ocorridos em 2005.
A disparada de casos acendeu todos os alarmes vermelhos do pequeno país e o Straits Times, abriu manchete de primeira página: Singapore Braces Itself for Worst Dengue Epidemic, que adentra o primeiro caderno por mais de meia página. Na matéria ficamos sabendo que o esforço governamental reune cerca de vinte agências de saúde, consumindo cerca de U$ 140 mil doláres / dia. Essas agências, reunem-se mensalmente num gabinete de crise, que consolida informações e toma decisões estratégicas.
Tamanha seriedade do governo cingapuriano foi elogiada pela Organização Mundial da Saúde, em seu boletim de fevereiro, afirmando que Singapore has been a world leader in Aedes control for decades. Em entrevista a rede BBC, o professor Duane J. Gubler da Universidade do Havai é taxativo: Cingapura tem o mais efetivo - quiçá o único realmente efetivo - de controle da dengue. Comprovam essa constatação as estatísticas de saúde para doença, que registram a redução de 78,6% do total de casos entre 2005 e 2006, ou a queda de incidência, considerando dengue simples e hemorrágica, no mesmo período, de 326.5/100 mil habitantes para 69.7/100 mil habitantes. Respeitável desempenho de gestão em saúde.
Mas, afinal, qual é a receita desse sucesso de crítica e de público? Que panacéia os cingapurianos inventaram para espantar o Aedes aegypti em um país não menos tropical que o nosso?
Ao contrário do que alguns futurologistas poderiam pensar, os cientistas de Cingapura não provocaram modificações genéticas no genoma das suas carapanãs. Elas continuam como foram criados pela natureza, doidinhas da silva por sangue que as tornem férteis para garantia da sobrevivência da espécie.
Trata-se de seriedade no tratamento do maior bem de uma sociedade, que é seu capital humano. Vontade política de cumprir uma forte política de controle domiciliar e peri-domiciliar de Aedes e de trazer a população, por meio de medidas de educação em saúde, como aliada na destruição de criadouros para as larvas. Há também um forte investimento em condições de saneamento, que permita impedir fossas a céu aberto, cacimbas e drenagem de charcos.
No quesito de atenção aos casos suspeitos ou acometidos da doença, os orgãos de saúde de Cingapura tem investido na aquisição de kits de diagnóstico rápido e no subsídio de 50% do valor de cada exame. A confirmação diagnóstica leva até 5 dias e, mesmo assim, as autoridades consideram tempo muito longo, capaz de inviabilizar os esforços de isolamento de uma área suspeita.
Mas, não só. O braço da lei se movimenta e alcança a quem desafia as medidas de proteção comunitária. O governo de Cingapura dobrou de U$70 para U$140 dólares a multa para residências em que sejam encontrados focos do mosquito. Sendo que, para as construções civis a multa é de U$1400 para a primeira vez; que, se reincidentes, terão as obras paralizadas até que seja assinado termo de ajuste de conduta. Ano passado 6000 residências foram multadas e 44 obras suspensas.
Cingapura é generosa com sua boa prática de saúde pública e busca internacionaliza-la. Este mês, em correspondência com a Embaixada do Brasil, o governo cingapuriano colocou-se a disposição e ofereceu estágio de treinamento em saúde ambiental à técnicos brasileiros de vigilância epidemiológica e de combate ao Aedes aegypti e ao dengue. Vamos ver o que aqueles finórios, prefeitos de factóides, dirão antes de serem sovados nas urnas das próximas eleições de outubro; mas, principalmente, o que farão aqueles secretários de estado da saúde, parcimoniosos com a incompetência dos prefeitos em combater a dengue, e que, por isso, assinam igual sentença de incompetentes ao não supervisionarem e garantirem a cooperação técnica na solução de problemas que as municipalidades demonstrem dificuldade para enfrentar. Dinheiro do governo federal não espanta mosquito, nem faz ganhar eleição. É preciso trabalhar seriamente.


Um surto de imbecilidade*

O consumidor de notícias tem vida árdua. Depois de aguentar o barraco armado entre o fenômeno Ronaldo e uma trinca de travestis no boudoir de um motel de quinta categoria, deparo-me com uma indecência acadêmica. Trata-se da justifificativa do professor Antonio Natalino Manta Dantas, ilustre coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, sobre a razão do baixo desempenho dos alunos no ENED: tudo é conseqüência do baixo Coeficiente de Inteligência (QI) dos baianos.

*Assim o governador Jacques Wagner (PT/BA) definiu a conduta do coordenador do curso de Medicina da UFBA.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dinossauros


Foto: PC World.

Este foi o primeiro Mac "Portátil". Com processador de 16 MHZ, pesava um pouco mais que 7,5 kg. E custava os "olhos da cara". Mas já se viam algumas inovações. Veja a "trackball" que era o dispositivo apontador da época. Anos mais tarde, a Apple inovaria com os atuais "trackpads".

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Atualizada às 17:09h

Por um erro de digitação, reduzimos o peso do "portátil" da Apple em 6 kg. O peso real já está corrigido no post.

Lei que pune spam pode ser aprovada em breve

Olá, caríssimos editores e visitantes do Flanar. Ainda procurando tempo em meio às correções de provas, encontrei uma brecha para vir aqui, com uma notícia auspiciosa para todos os usuários da internet.
Segundo informa o Consultor Jurídico, o Projeto de Lei 21/2004, do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que pune o envio de spam com pagamento de multas de até R$ 1 mil, está tramitando com o apoio tanto da oposição quanto do governo. Com isso, acredita o senador, segundo sua assessoria, que até o final deste mês de maio ele possa ser aprovado em sua casa legislativa.
Isso, claro, se as etapas forem cumpridas em boa velocidade, pois ainda é necessária avaliação pela Comissão de Educação do Senado, antes de chegar ao plenário.
Se aprovado, haverá remessa para a Câmara dos Deputados, que possui um grupo especial formado por parlamentares de várias comissões, onde será analisado. Mais uma votação plenária e, se bem sucedida, irá à sanção presidencial.
Já passou da hora de medidas assim serem implementadas no país. Mas esse é apenas um passo. Considero ainda mais urgente punir com rigor os abusos do telemarketing, que é muito mais agressivo e incômodo do que o spam. É criminoso, mesmo, já que muitas vezes o estelionatário do outro lado da linha consegue enganar o consumidor e causar-lhe um prejuízo financeiro.
Fica esta proposta para o elenco das leis que o Brasil deveria possuir.

Arf!

A tecnologia USB, revolucionou o mundo da informática há alguns anos, imerso antes disso, nas lentas e complicadas portas paralelas e seriais dos computadores.
Desde de seu desenvolvimento, vem servindo para conectar scanners, impressoras, pen drives, players de mp3, handhelds, e muitos outros periféricos.
Mas definitivamente nem tudo é assim tão interessante. Especialmente no setor de desenvolvimento de periféricos USB.
Por exemplo, veja o vídeo abaixo e responda se você consegue imaginar alguma utilidade para ele.
O pior é que sempre vai existir alguém que compre.

domingo, 27 de abril de 2008

Balança o Balança

Foi uma genial criação de Max Nunes e Paulo Gracindo para a Rádio Nacional. E eu tudo acompanhava ainda menino, em Belém, os scatchs do programa Balança, Mas não Cai, que, arrisco, com esperança de correção pelo Edyr Augusto, era transmitido pela PRC-5. Os autores do programa humorístico, que tinham entre os personagens antológicos do humor brasileiro o Primo Rico e o Primo Pobre, diziam que o título do programa se devia ao fato dos principais artistas da Rádio Nacional residirem naquele endereço, Edifício Tupis, sito a Av. Presidente Vargas, 2700 - Rio de Janeiro.
Mas, farra maior era a minha, que o curtia em igual assiduidade às Aventuras de Jerônimo, o Herói do Sertão, ambos ouvidos no RCA-modelo Tatú de baquelite, que, nesse momento, mais de cincoenta anos depois, aqui entre nós vivinho da silva, habita o espaço de onde lhes escrevo com o HP-Pavillion PC- Intel c0re 2 duo-E4500 que veicula este post no Flanar e para o mundo.
Mas, desculpem, pois quase esquecia o motivo do post: Li hoje n' O Globo que o Edifício Balança, Mas não Cai teve a marquise interditada por ameaça de desabamento. Sinal de desapreço do poder público com um imóvel identificado com um programa de rádio, líder de audiência por 17 anos, que, depois, com o advento da televisão, seguiu entretendo novas gerações com seu estilo de humor genuinamente brasileiro.

Determinantes sociais da saúde

Em 1946 apenas 45% de todas as crianças negras norte-americanas nasciam em hospitais. Por contraste, para termos uma idéia da restrição racial ao acesso a cuidados de saúde, no mesmo período, 87% de todos os bebês de pais brancos nasciam em ambiente hospitalar.
Em Chicago, onde as leis segregacionistas eram menos impositivas, 71% de todas as mortes da população negra foram registradas no Cook County Hospital, enquanto apenas 8% foram registradas em outros 60 hospitais que atendiam a população branca, sugerindo práticas discriminatórias mediadas por profissionais de saúde.
Em 2007, o United States Periodic Report ao CERD (Convenção para a Eliminação de Formas de Discriminação Racial) omitiu a longa história de coação governamental com respeito a saúde reprodutiva de mulheres não brancas.
Do início até a metade do século XX, milhares de afro-americanas, porto-riquenhas e índias norte-americanas foram esterilizadas sem que tivessem conhecimento do ato, ou firmassem consentimento informado. Nos anos 70, o governo federal norte-americano utilizou de ameaças e desinformação para coagir milhares de mulheres indígenas a consentirem que fossem esterilizadas imediatamente após o parto. Nesse mesmo período, funcionários públicos federais também enganaram afro-americanas analfabetas, que, sem o saber, autorizavam a esterilização de suas filhas. Do mesmo modo, médicos aceitaram realizar abortos e partos somente se as pacientes atendidas nos consultórios do Medicaid "consentissem" na esterilização.

Os abusos acima relatados constam no documento Unequal Health Outcomes in the United States, relatório encaminhado ao Comitê para Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas, em janeiro de 2008, e produzido pelo Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente do CERD, disponível on line.

Porno



Na Itália, o Instituto de Autodisciplina Publicitária ficou nervoso e censurou o comercial da Tom Ford, alegando que a imagem é muito alusiva, vulgar e ultrapassa os limites aceitáveis de comunicação visual. Quem produziu a propaganda foi Terry Richardson, o rei da pornografia fashion, autor de ensaios apimentados para a Hugo Boss, Banana Republic, Levi's, Gucci, Nina Ricci e outras empresas de moda e perfumaria. Em minha opinião, há moralismo demais na decisão do orgão regulador.

Risco real

Ao contrário do que foi noticiado por matérias pagas, devidamente denunciadas no blogue Quinta Emenda, é nada tranquila a situação da dengue na cidade. O Ministro Temporão, em entrevista ao Estado de São Paulo, afirma que existe risco real de epidemia de dengue em 2009 nas regiões do Nordeste, Norte e Baixada Fluminense, a semelhança do que está acontecendo na cidade do Rio de Janeiro, onde já faleceram quase 100 pessoas, vitimadas pela dengue hemorrágica. Temporão foi taxativo: além de ter investido R$700 milhões em 2007 para o controle da doença, investirá outros R$800 milhões este ano. Contudo, ressalta que, sem o compromisso de governadores e prefeitos para combater a doença, estará malhando em ferro frio. Sem investimentos para educação em saúde da população, sem investimentos em saneamento básico e na melhora das condições habitacionais, a dengue continuará sem controle no país.

Fator VIII

É noticiado hoje na imprensa local a pesquisa que pretende sintetizar o fator VIII na indústria nacional. Esse hemoderivado importado é essencial para o tratamento da hemofilia. No último ano, o SUS gastou mais de R$ 300 milhões na compra do produto de alto custo, onerando o saldo da balança comercial brasileira. Daí porque a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde apoiou a pesquisa para síntese do fator VIII no Brasil, em parceria com a FINEP do Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pelo repasse de recursos aos centros que desenvolvem a molécula. No Brasil, calcula-se que existam cerca de 7 mil hemofílicos.

Outras são as razões

Muito interessante a entrevista da Dra. Rebeca Hamoy no Diário do Pará deste domingo, em que aborda questões importantes sobre a violência contra crianças e adolescentes. Reclama a entrevistada, coordenadora jurídica das ONG CEDECA-Emaús, que a ausência de informações sobre a violência contra menores de idade é responsável pela ausência de políticas públicas. Discordo totalmente. Quem se dispor a procurar na literatura especializada da área, e nos marcos legais, verá que existem elementos suficientes para construir, fortalecer e articular políticas públicas de proteção à família, à criança e ao adolescente. Mais: certo seria falar do desânimo das autoridades para fazê-las, e da permissividade da sociedade que se contenta em consumir os produtos do circo de horrores da violência contra crianças e adolescentes, mas efetivamente não se mobiliza para cobrar dos governos uma política que as proteja contra agressores e de situações que tornem as crianças e os adolescentes também agressores.

sábado, 26 de abril de 2008

Vô, é só uma picadinha...


Abertura oficial da vacinação em SP. Foto Luiz Carlos / Folha Imagem

O Ministério da Educação informa: não faz parte das habilidades dos economistas aplicar injeções.

O "problema" Vista

Mais de um ano após seu lançamento, o Windows Vista parece ainda uma espécie de problema no mundo corporativo, sempre muito sensível. E parece que sua enorme exigência de hardware, associada a uma flagrante desaceleração na economia americana, tem levado os responsáveis por TI nas empresas a cortar a adoção do sistema operacional da Microsoft.
Leia este artigo Microsoft's Vista Problem no The New York Times.

E nós, usuários domésticos? Qual o sistema operacional que estamos usando?
Analisando o tráfego do Flanar nos últimos meses através do excelente Google Analytics, a performance do Vista é pífia, frente ao Windows XP (veja tabela abaixo).



O Vista está instalado em apenas 13, 78% dos leitores que utilizam Windows, enquanto o XP ainda manda ver com incríveis 83,82% das máquinas!! Em números absolutos, neste período de 30 dias, apenas 563 leitores do Flanar utilizaram o Vista. Enquanto 3425 continuam com o XP.

Pessoalmente, não estou mais nesta estatística. Continuo em "mar de brigadeiro" com meu Macbook e Mac OS X Leopard. Sem antivírus.

A diva em Seattle


Foto: The Seattle Traveler.

Complementando o post anterior, Ernestine Anderson aos 79 anos, atualmente vive em Seattle, segundo o The Seattle Traveler, que mostra uma fotografia mais recente sua, de setembro de 2007.
Para quem desejar adquirir seu último CD, Love Makes the Changes (2003) ou mesmo ouvir algumas amostras de seu conteúdo, é só clicar aqui.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Flanando pelos Jazz Singers



Ernestine Anderson, iniciou sua intimidade com a música bem cedo, como cantora de gospel em Houston, no Texas. Cantou com alguns músicos importantes da história do jazz e firmou sua carreira como intérprete de blues. Ainda viva, agora com 79 anos, gravou seu último CD Love Makes the Changes em 2003.
Vale a pena ouvir sua bela voz, em outros hits antológicos como os clássicos It Don't Mean A Thing (If It Ain't Got That Swing), Georgia on my mind (com Ray Brown Trio), A Lovers Question, T'ain't Nobody's Bizness If I Do, There Will Never Be Another You, entre outros.
Ela ainda possui um modestíssimo sítio pessoal, com design característico ainda da primeira geração da web. Mas para saber um pouquinho mais sobre ela, pode-se ir até a Wikipedia.
E esta é nossa sugestão de garimpagem para o fim-de-semana aos nossos leitores.
Enquanto isso, no vídeo acima (um dos raríssimos existentes no You Tube), ela aparece cantando a versão feminina the I Want a Little Girl junto com o Ray Brown Trio em Berlim, 1978.

A Fome

O que significa a literatura num mundo que sofre fome? Como a moral, a literatura necessita ser universal. O escritor deve, pois, colocar-se do lado da grande maioria - bilhões de famintos - se quiser dirigir-se a todos e ser lido por todos ( Jean Paul Sartre).

Sabes que passarão séculos e a humanidade proclamará pela boca do seu saber e da sua ciência que não existe o crime e, em conseqüência, tampouco o pecado - que só existe a fome. (Feodor Dostoievski).

Em cada parada me esperava uma fome; diante de cada fonte me esperava uma sede (André Gide).

O ventre é a base sólida: o pão, o vinho e a carne devem preceder a tudo, pois, só com pão, vinho e carne pode-se criar Deus (Nikos Kazantzaki).

De novo em primeiro plano a fome no mundo, agora na perspectiva da onda econômica dos biocombustíveis. Nessa hora, nada mais atual do que recordar do grande Josué de Castro, médico pernambucano que se destacou por sua luta contra a falta de alimentos nos países do então denominado Terceiro Mundo.
Falecido prematuramente aos 65 anos, Josué de Castro foi cassado pelo ditadura militar no posto de Embaixador do Brasil em Genebra. Presidiu ainda a FAO e foi professor na Universidade de Paris, onde exilou-se. A luta incansável contra a fome o fez ser indicado por duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Com obra substancial, em número de títulos e conteúdo, em geral é lembrado por dois grandes clássicos do pensamento sociológico: Geografia da Fome e Geopolítica da Fome, traduzidos e publicados em 25 idiomas.
Na bibliografia de Josué de Castro destaca-se um único romance, Homens e Caranguejos, em que narra o drama dos homens do mangue, na cidade do Recife, com inspiração memorialística. Da antefolha do preâmbulo desse romance, que o autor ironiza como uma tanto gordo para um livro um tanto magro, foram destacadas as interessantíssimas e pertinentes citações que ilustram este post.

Saindo da caixa um Macbook Air



Taí uma sensação de prazer inigualável, que talvez nunca experimente. Por enquanto, minha meta é tirar da caixa um iMac. Talvez mais cedo do que imagine.

A Vida Como Ela É

Sem 45, ele marcou bobeira. Liberal, tornou uma gentileza num ato político. Ficará no limbo.

Todo Mundo Louco

Nem aos loucos deixam de importunar nesse mundo sem paz, especialmente se o alienado declarar no Iraque um altissonante Eu sou NAPOLEÃO! Imaginem que o exército norte-americano invadiu e prendeu todo mundo, inclusive pacientes, no Hospital Psiquiátrico de Al-Rashad de Bagdá. Sem justificativa oficial da ação militar empreendida, cogitam os analistas internacionais que o fato está ligado a atentados suicidas praticados por mulçumanos portadores de transtorno mental, atendidos naquela casa de saúde. Suspeita-se que médicos estejam recrutando pacientes para explodirem-se em reação a ocupação estrangeira no país.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Cores


Foto: Carlos Barretto (2005)

Assim é o Caminito, interessante atração turística do bairro de La Boca, Argentina.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Curiosidade

O fato é que o périplo da tocha olímpica é cerimonial recente, do primeiro terço do século XX. Foi pensada e realizada pelos nazistas para a Olimpíada de 1936. Integrava a estratégia de propaganda do estado nacional-socialista alemão, que prezava atos públicos grandiloqüentes para sedução das massas. Na contramão do pensamento da supremacia racista de seus idealizadores, a cerimônia superou à tragédia social e política da Alemanha e se tornou expressão de diferentes povos reunidos em festa esportiva, para a celebração da Humanidade.

Dialética das Efemérides

Hoje, há 63 anos, o Exército Vermelho entrava em Berlim, praticamente encerrando a Segunda Guerra Mundial. Dias antes, a dupla de criminosos Hitler e Goebels, respectivamente presidente e ministro da propaganda da Alemanha, haviam cometido suicídio para escapar do julgamento por seus atos hediondos contra a Humanidade.
Hoje, 23 de abril, é o Dia Internacional do Livro (UNESCO, 1995) - referência a data que, em 1616, ano também da fundação de Belém do Pará e do princípio da conquista portuguesa da Amazônia, morreram dois gigantes da literatura mundial: Miguel de Cervantes e William Shakespeare.

Mentes Que Brilham

Concluo que as globais Cristina Lobo, Mônica Waldvogel e Maria Beltrão são olímpicas. Constituem a santíssima trindade do senso comum em jornalismo político. Desconcertante é vê-las disputar com a arma da melhor besteira a supremacia entre si.

terça-feira, 22 de abril de 2008

La (Dificil) Unidad Latino-Americana

Realizou-se em La Habana, Cuba, o VI Encontro Hemisférico de Luta Contra os Tratados de Livre Comércio (TLC) e pela Integração dos Povos. Em pauta os TLC com os EUA e a União Européia e as relações com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio.
Entre os conferencistas teve destaque o professor Emir Sader, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudioso e defensor do movimento bolivarista de Hugo Chávez, Sader teceu elogios ao projeto de bloco econômico ALBA, que reúne Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Embora não fizesse referência ao governo Lula, que inviabilizou a ALCA norte-americana com a discrição de quem enterra um indigente, e a correspondente teimosia brasileira de sustentar o MERCOSUL, Sader, para contrabalançar a parcialidade da omissão do papel do Brasil sobre o tema, com a noblesse oblige dos bons intelectuais deixou registrado que hoje a questão latino-americana não é entre a esquerda boa e a esquerda má, como diz a direita que nos quer dividir, mas entre os que firmam o Tratado de Livre Comércio e os que privilegiam o processo de integração regional. Desfocou o professor, contudo, que tal distinção é bem nutrida entre as esquerdas continentais, estejam elas em processo revolucionário, estejam disputando o poder pela via eleitoral. A luz do Sol exemplos não nos faltam.

Pontos de Política Externa

1. A cooperação Cuba - Venezuela é pra valer. Um casamento perfeito dizem. O estado cubano entra com saúde e biotecnologia na Venezuela e o bolivarista com energia e dinheiro na Ilha.
2. Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Alfredo Palácio (Equador) são considerados politicamente limitados por lideranças cubanas.
3. Cada vez é mais freqüente, ainda que em tom simpático, ouvir-se nos encontros latino-americanos comentários sobre a vocação imperialista do estado brasileiro.

O Novo Capítulo Chavista

Caiu a ficha da mídia. Requer enfoques diferentes o tratado e o contrato comercial da exploração de Itaipú. Ambos, por serem internacionais, só podem ser revistos de comum acordo entre as partes soberanas. É lícito, portanto, que o Paraguai apresente pedido de revisão dos preços de compra do excedente energético pelo Brasil. Cabe ao governo brasileiro apreciar a questão é dar uma resposta justa. Está certo também reconhecer que no plano moral a dívida histórica e social do Brasil com os paraguaios é enorme, dimensionada em decorrência da mortandade nos campos de batalha e das pesadas penalidades econômicas impostas após o fim da Guerra do Paraguai, o maior conflito bélico das américas em número de mortos e feridos, e que valeram até a ditadura Vargas, que a aboliu. Contudo, em termos comerciais de exploração da Hidroelétrica Binacional de Itaipú, o ciclo vicioso impôs ao Paraguai uma dívida progressiva com o Brasil, visto nunca ter pago com suficiência a manutenção da usina desde que foi construída na década de 70.
Por outro lado, o desejo do Presidente Lugo de vender a terceiros o excedente energético esbarra num obstáculo sério: o Paraguai não possui linhas de transmissão para dar conseqüência ao desejo presidencial. Em não tendo dinheiro para fazê-las no médio prazo, o novo governo paraguaio haverá de negociar essa exploração com alguma empresa estrangeira? Claro que não, ao socorro de Lugo virá o Presidente Hugo Chávez, disposto a financiá-lo com seus petrodólares. Será um negócio inaudito entre um coronel e um ex-bispo, onde o custo de oportunidade paraguaio será dimensionado pela estratégia geopolítica regional traçada no Palácio de Miraflores em Caracas. A bola está em campo novamente e o outrora modorrento jogo diplomático na América Latina volta a ficar animado.

Nota Bene

Maurílio Biagi, mega-empresário brasileiro da cana de açúcar, não leva desaforo para casa. Entre holandeses, à ocasião da última visita presidencial à Europa, respondeu com firmeza as acusações de que a economia dos biocombustíveis seria desastrosa para a Amazônia. Projetou um mapa do Brasil e apontou as regiões onde a economia da cana é preponderante, recordando aos ouvintes que a Holanda, hoje tão ciosa de zelos ambientais, no século XVII, quando foi de seu interesse, invadiu o Brasil por duas vezes para adquirir hegemonia mundial na economia do açúcar, pouco importando o que fora destruído de meio ambiente para obtê-la, do mesmo modo que nos séculos seguintes nada fizera pelo desenvolvimento e pela proteção do bioma amazônico. E concluiu que embora a cana de açúcar não se torne cultura de peso na região, o cultivo desregulado dessa fonte de commoditie em outras regiões brasileiras derivará um vetor da economia sojeira e da pata de boi para a Amazônia, o que levará sérios danos ambientais. Com os devidos pingos nos ii.

O Microscópio*

O olho no microscópio
vê o outro lado, é solene
sondando o indefinível.

Dramática a paciência
do olho através da lente,
buscando o mundo da lâmina.

A tosse espera a sentença,
o leito aguarda a resposta.
O tísico pensa na morte.

O silêncio é puro e o frio
envolve o laboratório.
Os frascos tremem de susto.

O infinito dos germes
reflete o olho imenso
que pousa na objetiva.

O avental se levanta.
Os dedos inconscientes
escrevem a palavra rápida.

O resultado terrível
entra nos óculos do médico
e ele diz: positivo.

O doente tira o lenço.
Aperta a mulher e o filho,
chora no ombro da esposa.

Imagina a reclusão
no sanatório, a saudade
e o vento no quarto branco.

Olha o papel: positivo.
Cresce a palavra com a tosse.
A febre queima a esperança.

O microscopista, no entanto,
conta anedotas no bar.
Está alheio e feliz.

Não sabe que o olho esquerdo
ditou a sentença e a morte.
Paga o café e caminha.

*Bueno de Rivera - Mundo Submerso (1944).

Tempos do Coração Selvagem


Foi lançado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo o livro Clarice Fotobiografia de Nádia Battella Gotlib, professora livre-docente de literatura portuguesa e brasileira da Universidade de São Paulo - USP. Faltava, e falta, uma biografia que contasse a história desta extraordinária autora, migrante da longínqua Ucrânia, onde nasceu e em tenra idade se tornou fugitiva de pogrons, aqui aportando em Maceió, para depois seguir com a família ao Recife, e depois ao Rio de Janeiro onde concluiu sua formação profissional em Direito e deu seus primeiros passos no jornalismo.
É, contudo, diz o título, uma biografia contada por fotos e documentos, que ilustram momentos bem marcados da biografada, com um ou outro texto curto da autora, da biografada ou da irmã da biografada, Elisa Lispector, também escritora de boa cepa, apesar de hoje, infelizmente, pouco lembrada. Há, é claro, um capítulo sobre o tempo de Clarice em Belém, ilustrado por cartões postais do acervo da biografada, fotografias e cartas em que dava notícias às irmãs do cotidiano que então vivia na cidade e de sua amizade com o extinto professor Francisco Paulo Mendes.
Também registrou que na cidade havia excelente livraria, onde encontrava tudo que precisava, exceto o seu primeiro livro publicado, Perto do Coração Selvagem. Há nesse capítulo um cochilo do revisor, que não corrigiu o equívoco da autora em chamar a avenida 15 de agosto (atual Presidente Vargas) de 15 de outubro. Anos ou páginas adiante, outro intelectual paraense é citado, o filósofo Benedito Nunes, pelo estudo crítico Leitura de Clarice Lispector. Diagnostica ela, em dedicatória à Murilo Rubião - e para a posteridade -, que o autor lhe entendera mais que ela própria. Sem dúvida a Fotobiografia de Clarice é um dos grandes lançamentos do ano, e decerto candidatíssimo ao Prêmio Jabuti.

A Noiva Cadáver

O Oriente sempre seduziu a civilização ocidental pelo exotismo de suas belezas naturais e os costumes de seus povos. Na China, alguns deles se apresentam no mínimo como bizarros e até perigosos no momento em que a sociedade chinesa vive o hibridismo comunipitalista, onde o lucro e o crime fazem com frequência associações inusitadas.
Conta a revista Superinteressante que, ano passado, as autoridades chinesas meteram cinco chineses na cadeia por assassinarem mulheres jovens e venderem por até 2 mil dólares, em cidades do interior do país, os corpos das vítimas para fins nupciais .
A encomenda dessas noivas cadáveres obedece a um costume milenar, de que falecidos na condição de solteiros enfrentarão no além problemas que lhes comprometerão a descendência na próxima encarnação. Daí que as famílias logo providenciam uma falecida que lhes faça companhia side by side nos sete palmos.
O problema é quanto a longevidade que vão adquirindo os chineses com a melhora das condições de saúde no país. Daí a solução criminosa que certamente custará a vida dos traficantes de noivas defuntas. Mas, se um deles for donzelão, estará reiniciada a quadrilha mórbida?

Identifique-se!

Hoje, enquanto aguardava na fila do banco, presenciei um diálogo interessante entre uma cidadã e o caixa. Cliente, ela pagava uma conta que por algum motivo o código de barras não fora lido no caixa eletrônico daquela instituição financeira, que se localizava numa espécie de ante-sala de acesso ao banco propriamente dito.
Após fazer os procedimentos habituais com o cartão magnético da cliente e o boleto, antes que ela digitasse a senha, o bancário solicitou-lhe que fornecesse documento de identidade. Com calma de quem obedecia a ordenação, a cliente retirou-a da bolsa e quando o caixa quase a tomava das mãos, disse que não forneceria o documento, pois ele não tinha autoridade para solicitar aquele documento. De nada adiantou os esclarecimentos de que era uma medida de segurança geral da instituição financeira, que zelava pela segurança dos clientes.
A cada justificativa a mulher redarguia com uma contra-resposta, alegando que apenas autoridades policiais ou judiciárias tem a prerrogativa de exigir documentação de cidadãos e, que, sobretudo, enquanto medida de segurança se tratava de uma burrice, pois se ela não fosse de fato a cliente e houvesse pago a conta ou sacado o dinheiro no caixa eletrônico e pago em outro banco, tudo ficava no elas por elas e o tal zelo pela segurança bancária mais furada que tábua de pirulito.
Não fiquei para ver o final da quizumba, que se mostrava bem interessante pelo duelo verbal estabelecido entre as partes, ambas bem educadas. Mas a verdade é que achei na tal medida de segurança um erro de cálculo. Quanto ao poder do banco em solicitar identificação de clientes, afora o cartão de saque/crédito e senhas alfa-numéricas tenho muitas dúvidas. Afinal todos os correntistas assinam um contrato em que se comprometem a zelar pela segurança do cartão e a comunicar de imediato o extravio ou furto desse documento.

Delicadeza e valentia

No post anterior, relatamos uma importante característica do Louva-a-Deus, que muitos já conhecem. Por trás de toda sua aparente singeleza, existe um valente.
E falo sério mesmo. Em meu périplo no universo digital em busca de imagens para ilustrar o post, encontrei este vídeo incrível, onde ele prova suas habilidades. Veja e confira.


Esperança e o Louva-a-Deus


Bernardo e seu Louva-a-Deus (Foto: Carla Torquato)

Este aí de cima, é o Bernardo, filho de Carla Torquato, advogada amazonense e amiga, que acabei por fazer aqui mesmo, virtualmente, na blogosfera. Ela é titular do blog Acontecimentos Aleatórios, que recomendamos pelo cunho intimista. É daqueles que a gente sente que há uma pessoa humana por trás do teclado. E não um conselho editorial. Gosto muito de blogs com este perfil.

Mas qual a razão de trazer aqui a bonita figura de Bernardo? Vamos então começar a ligar os pontos.

Ontem visitando o Acontecimentos, encontrei o singelo post Futuro apresentador do Animal Planet. Nele, uma sequência de fotografias flagrando o fascínio de Bernardo por um Louva-a-Deus. Basta olhar em seus olhinhos para ver a sincera admiração pelo estupendo animal.

De imediato fiquei tocado. Algo dentro de mim, foi imediatamente resgatado da memória longínqua. E o motivo é realmente inteiramente pessoal.

Quando criança, nutri por anos a fio, a mesma curiosidade e admiração por este incrível animal.
Tal curiosidade logo se transformaria em obssessão. A cada dia, buscava mais e mais informações sobre a espécie, o que tentava fazer na época, frequentando a biblioteca de minha escola. Mas esta, se mostrava insuficiente em fornecer as informações que queria. "Mas deveria ser suficiente!" - questionava eu, na época. Foi a primeira de uma série de decepções que a escola me traria.

Decidi então, - aconselhado por meu pai - ir ao antigo Arquivo Público atrás de mais informações. E o fiz sozinho, fazendo a pé o caminho de minha casa até a biblioteca pública. Juntava assim dois prazeres: o de ir andando por minha própria conta até meu objetivo e o de saciar a sede de informações.

Com efeito, lá acabei achando o que queria. Aquele conhecimento tão precioso, motivo de minha existência. Em minha própria casa, complementei tudo, consultando a enciclopédia Delta-Larrouse, que meus pais haviam adquirido há algum tempo, não sem algum esforço financeiro. Quem não se lembra das grandes e onerosas enciclopédias?

Para agravar mais a situação, nos jardins da casa de minha mãe, em uma florida planta trepadeira, havia uma grande quantidade destes bichos, em variados estágios evolutivos. A pesquisa depois, responderia sobre a razão para a concentração destes animais nos jardins de minha mãe.

Ao cabo e ao fim, dei-me por satisfeito formatando um pequeno resumo - escrito na velha máquina de escrever Olivetti Lettera 32- com tudo o que havia conseguido garimpar a respeito do Louva-a Deus. Foi um trabalho meticuloso, em linguagem de criança, mas, para mim, representava a vitória contra as "poderosas forças" que nos tentavam esconder o conhecimento.

Acrescentei também, algumas informações pessoais, obtidas da observação diária do comportamento destes bichos e da interação com outros atores como meus irmãos, colegas, funcionários da casa, etc.
Entre estas informações extra-documentais, digamos, aprendi que por aqui, também chamamos de "Põe-mesa". Havia inclusive uns versinhos que procuravam explicar o nome regional. Os funcionários da casa, logo acrescentaram outra denominação que a princípio achei bizarra mas, tasquei no relatório: "punha-mesa"!!
Mas o nome "Louva-a-Deus", certamente lhe é mais apropriado pois, quando está pousado, lembra a atitude de alguém em oração.


Foto: Wikipedia

Enfim, reconheço. Parece que eu era aquele tipo de criança que se costumava designar como "presepeira". E esta foi uma de minhas principais "presepadas".

Presepadas à parte, finalizado o relatório, orgulhoso, mostrei a todos na família. Para minha supresa, todos limitaram-se a comentários burocráticos e/ou com excesso de "animação". Ambos em minha visão, pouco recompensadores de meu esforço. Tudo bem. Resignei-me ante a clássica afirmação: "criança sofre".

Mas o que aprendi daqueles estudos, ficou na memória para sempre. E nos comentários que fiz no Acontecimentos, surpreendi-me exatamente com isso. Foi um resgate, seguido de emoção pura e simples. Um lampejo que surgia da profundidade de minha infância.

Vamos então, dar alguma consequência a este esforço da tenra idade. Resumindo:

a) os Louva-a-Deus são insetos carnívoros. Pasmem! Mas não se assustem. Na verdade, alimentam-se de outros insetos de pequeno porte como moscas, mosquitos, pulgões de planta, etc (suas presas favoritas). Seriam então insetívoros.
b) por trás de toda aquela aparente singeleza e fragilidade em tons de verde, existe um agressor competente e voraz. Prendem o almoço entre suas garras e os destroem gradualmente através de presas existentes em sua "boca".
c) quando ameaçado, assume uma postura agressiva (mas nunca o de "põe-mesa", que me desculpem os locais). Tal postura, no animal adulto com asas grandes e bem desenvolvidas, chega a ser teatral. Bizarra mas, bela. Mais parece o bailarino Jorge Dohn executando a coreografia do Bolero, de Ravel. (Veja a foto abaixo).


Foto: Blog Luz de Luma.

d) fixam-se em ambientes ricos em alimento onde põem ovos numa espécie de cápsula, de onde saem os jovens filhotes após algum tempo.
e) no jardim de minha mãe, conheci os filhotes (bem pequenos e na cor preta), os adolescentes (médio porte, já verdes mas, sem as asas) e os adultos (grandes, verdes, com asas amarelas, algo transparentes e exuberantes, normalmente escondidas por trás de uma "capa" verde, semelhante a uma folha. Por conta deste mimetismo, são difíceis de serem visualizados em seu próprio habitat. Só com muita atenção.

Era mais ou menos este o conteúdo do tal "relatório" que penosamente fiz. Se você deseja mais informações, basta dar uma pesquisada no Google. Em inglês, consulte "praying mantis". Na Wikipedia você encontra algo interessante também aqui e aqui. Viu como é fácil? Agora sente e imagine-se naquela época.

Mas minha trajetória com o Louva-a-Deus sofreria bem mais tarde, outra importante recaída. Lendo um livro antológico de Clarice Lispector (difícil e denso em um momento pessoal igualmente caracterizado) encontraria uma bela representação deste animal, associado com a esperança. Perdi o livro e não tenho mais o texto original. Quem puder trazer algum trecho, com certeza vai me atingir em cheio e de quebra, quem sabe, também dar início a outra "Louva-a-Deusmania".
Por enquanto, contento-me com mais um fenômeno de encontro propiciado pela blogosfera, na singela imagem de uma fascinada criança e seu belo animal.
Ligando os pontos, vamos nos tocando pela alma e nos encontrando nas esquinas de algum blogspot/wordpress.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Racismo é burrice



Composição: Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

Ops!

Antes de mais nada, afirmo que também preciso utilizar Windows.
Me desculpem os adeptos, mas, isso, no mínimo é expor as entranhas às massas, não é verdade?
No aeroporto internacional de Belém, agora há pouco, pelo menos em 2 lugares os computadores responsáveis pelas telas de informações de chegadas e partidas, estavam travados.
Demonstrando exatamente aquilo que nós, usuários domésticos, vemos muito frequentemente em nossos PCs.


No terminal de desembarque, duas magníficas telas LCD da LG.


Uma delas, com uma daquelas irritantes mensagens de erros de script.


Já no observatório do segundo andar...


...o problema era outro. Quem vai clicar em Não enviar?

Ao menos, dá uma sensação de que "acontece nos melhores ambientes de Londres".
Não dá vontade de aplicar um murro em cima do botão de Não enviar?

Imagens inesquecíveis



Esta foto fiz em julho do ano passado, quando iniciei o circuito mineiro fazendo Rio até Ouro Preto, pegando alguns trechos da estrada real.
É o belo lago existente em frente ao antigo Hotel Quitandinha, em Petrópolis. É um lago artificial, feito com o formato do mapa do Brasil.

Flanando pela história da propaganda



De uma só tacada, dois elementos históricos.

Tecnologia para todos



Revisitando meus bancos de imagens, encontrei esta charge do extinto blog Eu Hein, que agora é um website e se chama Privadinha.

sábado, 19 de abril de 2008

Sainte-Chapelle - Um depoimento


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Ontem, recebi surpreso este excelente comentário do magistrado trabalhista José de Alencar, sobre o post Sainte-Chapelle - Uma Jóia de Paris. Titular do Blog do Alencar, e contumaz frequentador da blogosfera, Alencar conta duas histórias que servem para reforçar a impressão altamente positiva daquele importante ponto turístico, em uma cidade recheada de outras atrações. São de fato tantas, que, se o tempo for exíguo, o visitante será levado a fazer escolhas. Entre estas, recomendamos enfaticamente esta pequena capela gótica. Afinal, quem vai a Notre Dame, pode perfeitamente dar uma esticada até a Sainte-Chapelle. É só ver no mapa acima, que realmente, elas estão muito próximas.
Mas melhor mesmo, é visitá-la com o prévio conhecimento de sua história, e principalmente com depoimentos como este, que Alencar nos presenteia.
Nós é que agradecemos, Alencar, em nome de nossos leitores de todo o Brasil, pela oportunidade que nos dá, compartilhando assim sua experiência com aquele mágico lugar.
Espero que o FRJ consiga fazer contato com o blog, antes de sair de Paris.
E assim, não perder a oportunidade de visitá-lo.


Caríssimo blogger.

1 Realmente, a Sainte-Chapelle é uma jóia gótica encravada no Ministério da Justiça de França. São Luís podia não entender nada de coroa de espinhos - adquirida por ele em uma época em que as falsificações de relíquias estavam em voga - mas entendia de capela. É impossível, inclusive para ateus e agnósticos, não se maravilhar com essa exuberante capela gótica.

2 É um desses lugares que devemos visitar pelo menos uma vez na vida. Conheci em Paris uma senhora gaúcha, avançada na idade, com problemas de visão, mas vigorosa o bastante para encarar uma excursão da Abreu. Um dia ela pediu para desligar-se do grupo porque queria visitar a Sainte-Chapelle. A guia, compreensiva, fez o possível para ajudar. Uma amiga dela, também gaúcha, explicou-me depois: ela sabia que aquela seria a última chance de rever a capela, pois sabia que estava perdendo a visão e a vida estava chegando ao fim. Ela foi, não sei como, mas foi. E ao reencontrar com ela no dia seguinte, ela estava transfigurada. Era alguém que realizava um último e recôndito desejo e com alegria e ânimo de fazer inveja aos mais moços, fruia a vida que lhe era dada para viver. Alegre e feliz por ter visto a capela, ainda que pela última vez. Nunca esqueço dela e até hoje lembro do seu rosto, dos óculos, da cor do cabelo e da alegria de viver. Foi assim que aprendi a gostar da capela antes mesmo de conhecê-la (fui lá depois).

3 Na última vez que lá estive presenciei uma cena inesquecível. Era dia de Corpus Christi. De repente, um grupo de alemães - a cidade estava cheia deles no feriado - postou-se em um lugar que parecia escolhido ao acaso e começaram a entoar - à capela - uma Ave Maria em latim. Todos os visitantes pararam para ouvir as afinadíssimas vozes - cinco - e até os guias fizeram respeitoso silêncio. Era um pequeno coro que tinha vindo da Alemanha exclusivamente para aquela performance, porque naquele exato ponto a acústica da capela é simplesmente fantástica (aqui em Belém, na Igreja de Santo Alexandre também tem um ponto G desse, me disse Maria Antônia, nossa maestrina cubana). Terminaram de cantar, saíram silenciosamente como entraram, sem muita conversa, deixando atrás uma pequena multidão de turistas do mundo inteiro simplesmente maravilhados com o que haviam acabado de ver e ouvir. A combinação de luz dos vitrais com a divinal música dos alemães até hoje está gravada na minha retina, nos meus ouvidos, no meu cérebro.

4 Assim aprendi que a capela é para ver, ouvir e ... viver.

5 Por tudo isso, meu caro blogger, muito obrigado por me propiciar tão boa lembrança e compartilhar com seus leitores tão boa indicação.

Seja feliz.

Vida longa para você e para o Flanar.

Sainte-Chapelle - Uma jóia de Paris


A entrada da Sainte-Chapelle já encanta e esconde a surpresa...



...da nave principal, com seus magníficos vitrais.

Citada como recomendação de alta prioridade para os visitantes de Paris em alguns comentários de posts anteriores, a Sainte-Chapelle é de fato uma preciosidade capaz de emocionar até os olhos menos atentos,
Erigida no século XIII por Luís IX, a pequena capela inicialmente se destinava a abrigar a suposta coroa de espinhos utilizada por Jesus Cristo.
Possui um ambiente ao nível do solo que encanta por suas pinturas de céu estrelado nas abóbadas. Mas a surpresa vem de repente, ao subir por uma estreita e curta escadaria, o visitante se depara com o ambiente principal da capela, rodeada por vitrais de magnífica configuração, projetando suas multicores no piso. Trabalhos em madeira com motivos religiosos, ricamente detalhados, adornam os quatro cantos do ambiente principal.
Vale a pena seguir os links sugeridos abaixo com imagens de uma das mais surpreendentes igrejas de Paris, que aliás, possui seu sítio próprio na web em http://sainte-chapelle.monuments-nationaux.fr/en/ (em inglês).
Mas para ver imagens espetaculares da capela, você tem que visitar o Imagennativa.
E também o Paris.org.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Revelando


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Em comentário encaminhado às 14:10, FRJ revela sua atual localização.
Os leitores, podem ir babando.

De férias e ainda flanando


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Flanando pelo Rio de Janeiro em merecidas férias, nosso querido articulista FRJ não esconde a satisfação de sorver aqueles gelados chopes da zona central da cidade ainda maravilhosa.
Ontem ele estava por aqui.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Férias II

Avenida Mem de Sá, esquina da Rua do Lavradio. Bar Carioca da Gema. Sete e meia da noite na Cidade Maravilhosa.
Chope gelado, pizza de pedra, papo gostoso. Férias apenas começando...

Veja como utilizar a nova versão do Google Earth



O Google Earth Blog publica este vídeo demonstrando as novas funções do festejado software de imagens de satélite. Nem preciso dizer que vale a pena assistir até o último bit.

Flanando pelo Google Earth


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Praia de Joannes, na Ilha de Marajó, como aparece agora na nova versão do Google Earth. Esta imagem é com absoluta certeza, uma das que foi adicionada na atualização. Muito embora, não seja recente. Se olharmos com atenção (para conhecedores), a Pousada Ventania não aparece com seu novo anexo, inaugurado em 2006.

Sai a versão 4.3 do Google Earth

Interface renovada, com fotos atualizadas e com muito mais recursos, já está disponível para download (33 mbytes) a versão 4.3 do Google Earth.
Algumas novidades bastante significativas foram observadas pelo poster. Ressaltamos a seguir as mais importantes.

1) Interface com o usuário.
O globo terrestre agora aparece em desenho algo mais apurado e bonito. Os controles de navegação foram redesenhados, como você pode observar na imagem abaixo.



2) O Street View, serviço antes disponibilizado apenas online no Google Maps, (como foi comentado neste blog no post Turismo Virtual de junho de 2007), agora está maravilhosamente integrado ao Google Earth. Este talvez seja o mais importante acréscimo da nova versão.


Street View - agora integrado ao Google Earth.

Para acessar as imagens do Street View, antes de mais nada, você deve habilitá-lo na caixa inferior esquerda do software, marcando a opção Vista da Rua (Street View). O mesmo vale para Construções em 3D, se desejar acessar o recurso seguinte.


Habilite a opção Vista de Rua.

Ressaltando que, por enquanto, o serviço só funciona com as grandes cidades americanas, ao marcar esta opção, você verá junto as ruas, ícones de pequenas câmeras fotográficas.


Street View - clique nos ícones das câmeras e passeie pelas ruas.

Ao clicar neles, surgem então as fotografias do Street View com um painel de navegação situado no canto superior direito da fotografia. Com ele, você poderá "caminhar" pelas ruas da cidade escolhida, através de fotografias.


Street View - Painel de navegação.

3) Construções em 3D
Este antigo recurso do Google Earth agora apresenta imagens muito mais detalhadas da cidade escolhida, como o Empire State Building do exemplo abaixo.


Empire State Building em 3D detalhado.

4) Mais imagens de satélite.
Como sempre acontece, a cada atualização, o Google acrescenta sempre novas imagens de satélite. Vale a pena revisitar lugares para encontrar surpresas. Eu por exemplo, visitei a região de Joannes, na Ilha de Marajó, e encontrei-a toda mapeada, podendo-se ver razoavelmente as ruínas jesuítas lá existentes, além de detalhes da praia que tanto encanta seus visitantes do mundo real.

Tudo parece funcionar muito bem. Para testar, sugerimos que você escolha a cidade de Nova Iorque e estude todas as novidades implantadas nesta excelente atualização.
Só não esqueça da velha recomendação: sem placa de vídeo 3D ou um hardware atual, o Google Earth não funciona.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Sombra e água fresca



O poster sai de férias e volta somente em maio. Aos que passam por aqui, muito obrigado por prestigiar o blog. Continuem vindo, pois o Flanar não pára.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cuidado!



A Microsoft liberou hoje o Vista Service Pack 1 em português. Trata-se de um pacotaço de correções e atualizações.
Levando em consideração as queixas e reclamações da versão americana, lançada há cerca de 1 mês, melhor tomar muito cuidado. Eles parecem ter conseguido deixar o Vista ainda mais lento.
Mais ainda, repito.

Então come cru!

Já venho dizendo desde o lançamento mas alguns ainda insistem.
Aqui vai mais um motivo para ainda não comprar o iPhone "desbloqueado" no Brasil.
Resista terrivelmente. Mas não o compre ainda.

Bons imitadores?

Os computadores abaixo, são desktops que possuem configurações razoáveis, com o diferencial de não exigir muito espaço em sua mesa. Todo o hardware está incluído na estrutura do monitor. E ambos vem com o polêmico Windows Vista pré-instalado.
O problema é quando eles economizam espaço e também a funcionalidade e performance ficam comprometidas.


O Sony da série LT, é um desktop com configuração à gosto do usuário, o que faz seu preço variar de 2000 a 3300 dólares. O modelo mais caro vem com Intel Core 2 Duo de 2,5 GHZ, 1 terabyte de HD e 4 gbytes de RAM. Uma máquina poderosa. Leia este review da PC Magazine (EUA).




Já o Gateway One ZX190 tem configuração mais modesta, equipado com um Intel Core 2 Duo de 1,5 GHZ, 400 gbytes de HD e 2 gbytes de memória RAM. E por isso mesmo, seu preço sai no mínimo por 1500 dólares.

Mas os dois, mesmo tão diferentes em configurações, tem uma coisa em comum: ambos desejam imitar o sujeitão aí de baixo.




Estes, contudo, seja em que configuração você escolha, não sentirá tanta diferença. A não ser que você pretenda montar uma ilha de edição, quando então deverá optar pelo modelo mais adequado em hardware (e também com preço maior). Mas se você for um usuário doméstico, interessado em editar aqueles vídeos e fotos caseiros, garanto que até os Macbooks fazem isso com folga e eficiência.
E aqui, os preços variam de 1200 a 2300 dólares. Sendo que o modelo mais poderoso vem com Intel Core 2 Duo de 2,8 GHZ, 500 gbytes de HD, 2 gbytes de memória RAM e placa de vídeo dedicada ATI Radeon HD 2600 PRO com 256 Megabytes de memória. E tudo isso é plenamente suficiente ao ótimo sistema operacional MAC OS Leopard.

E já que estamos falando de Apple, que tal dar uma pincelada na linha profissional da empresa de Cupertino? Se você tiver um bureau gráfico ou produtora de vídeo e precisa mesmo de um equipamento profissional confiável, pode ir preparando o bolso. Para isso, a Apple tem a série Mac PRO.


Tratam-se de workstations gráficas de alta performance com Intel Xeon Quad Core de até 3,2 GHZ e alta capacidade de armazenamento (até 4 terabytes em RAID), o que é perfeito para as "ilhas de edição" de vídeo. Isto é definitivamente um trator, daqueles que operam em mineradoras. Mas os preços também.
Para se ter uma idéia, a configuração mais modesta sem o monitor, começa a partir de 2800 dólares.
E por falar em monitor, já que você conseguiu botar as mãos num Mac Pro, que tal encarar os Cinema Displays?


Estes excelentes monitores da Apple estão disponíveis em 20, 23 e até 30 incríveis polegadas de pura satisfação. E os preços? Nem é preciso falar: 600, 900 e 1800 dólares respectivamente.
Fazendo as contas, se você optar pelo Mac Pro + Cinema Display mais simples, vai desembolsar no mínimo 3400 dólares (sem impostos), o que pensando bem, é bem razoável para uma estação gráfica.
É só ver quanto gastaria numa estação Wintel (Windows + Intel), apenas semelhante.
Aliás, suba no post até o Sony LT e compare preços e hardware. É verdade que o Sony é voltado a usuários domésticos. Mas se eu tivesse toda esta grana, juro que acabaria investindo em um Mac Pro. Mesmo que não precisasse de toda esta força.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Memória que cai

Entre quarta feira e sábado da semana que passou, duas das mais antigas construções do centro histórico de Belém começaram a desmoronar, ambas na segunda mais antiga rua da cidade.
O primeiro casarão, vizinho à famosa Casa Rosada, construído com a técnica conhecida como taipa de formigão, é do início do sec. XVIII.
O segundo, onde funcionou até pouco tempo um botecão chamado Mansuá do Carmo, já bastante modificado pelos proprietários, uma empresa de pesca.
Dois exemplos do descaso histórico das autoridades com a arquitetura e a memória da cidade.Segundo uma fonte que esteve nos locais e conversou com vizinhos, até agora ninguém se dignou a ir até lá, e tomar providências.
Pra afanar, tem dinheiro. Pra trabalhar, nem disposição.

Aperta ou solta?

Definitivamente está em pauta a chamada moderação de comentários nos blogs. Em pelo menos 2 artigos, o Observatório de Imprensa abre espaço para o debate em torno do assunto.
Em Quem vigia os vigilantes dos vigilantes, André Deak conclui:

(...) A solução contra os baderneiros da rede não precisa vir do controle sobre a participação, mas justamente do outro lado: mais participação. Se o leitor vigia o jornalista, quem vigia o leitor? Os vigilantes dos vigilantes serão vigiados por outros vigilantes: nós mesmos, os cidadãos. Inclusive nós, os jornalistas...

Em
Os limites da participação do público na produção colaborativa online, Carlos Castilho sugere:

(...) Para início de conversa, nesta questão não existe um lado bom e outro mau. O blog superliberal, não necessariamente é o good guy da polêmica, e o que impõe regras, o bad boy. A questão é muito mais complexa do que esta divisão em apenas dois lados. Não dá também para debater a questão da liberdade dos comentários sem examinar primeiro o contexto em que ela está situada (...)

Vale a pena ler os textos que contribuem para a preparação de blogueiros e comentaristas para a nova onda de baixarias, que certamente vai voltar à blogosfera, em novo feroz período eleitoral.

Com a roupa do corpo


Genebra: A grande fonte em manhã que negou-lhe juz à beleza.
12.04 - 23: 30 hrs. Enquanto a Air France, para escapar do overbooking, chamava seis brazucas a venderem seus assentos no vôo para Pindorama por 150 euros, decidi ir a virtualidade para espantar os três dias de chuva e frio de 3 graus que me acompanharam em Genebra. Devo alertar-lhes, porém, que a grande companhia aérea francesa se tornou uma trapalhona digna de nota, especialmente para aqueles que fazem conexão em Paris para seguir a algum outro lugar na Europa.
A semelhança de outros casos, a AF perdeu minha mala na Cidade Luz e, protestando eficiência, após quatro telefonemas meus, afirmou que a devolveria até às sete de noite no Hotel J. J. Rosseau, em Genebra. Mentiu, porque só as devolveu 24 horas depois, obrigando-me involuntariamente a proferir uma conferência internacional na Organização Mundial da Saúde, às 8:30 hrs do dia seguinte, trajando ... jogging, a roupa que escolho para viajar com algum conforto na classe econômica.
Que fazer, se, no intervalo entre 7 da noite e 8 da manhã o comércio suíço literalmente dorme para qualquer cuco ! cuco ! cuco! que teimem em despertá-lo? De qualquer modo, a audiência multinacional parece ter gostado do modelito inusitado, justo elogiado pela casualidade com que ocultava a fúria do portador contra a companhia aérea francesa.
Diplôs à parte, já no Aeroporto Charles De Gaulle, neste sábado, algumas notícias preocuparam-me, elas todas corretamente informadas pelo meu amigo Juvêncio no seu acapetado 5a. Emenda, no Pará, dentre elas, a demissão de Charles Johnson da Casa Civil do Governo do Estado, em clima de superexposição na mídia, e um inusual "elogio" ao combate a dengue em Belém pela Prefeitura.

domingo, 13 de abril de 2008

Justiça do Trabalho em foco

Em dois posts, nos seus respectivos blogs individuais, nossos colaboradores Juvêncio de Arruda (Capital e Trabalho em Parauapebas) e Yúdice Andrade dissecam alguns dos problemas da Justiça do Trabalho. Vale a pena a leitura.

Filho! O pai te ama!

Logo quando chegou a mídia o terrível caso da menina Isabella Nardoni, fiquei duplamente assustado. Primeiro, pelas supostas (e até o momento não provadas) circunstâncias que levaram ao desfecho fatal da pobre menina. Segundo, pela leitura que meus filhos fariam do caso, muito embora nunca tenha dado nenhum motivo para que eles nutrissem qualquer sentimento de temor a figura do pai.

Felizmente, ao menos na aparência, até o momento não percebi neles qualquer questionamento ou mesmo apreensão transferidos de forma automática a minha humilde figura. Mas devo também admitir que eles vêem pouco o noticiário televisivo, assoberbados em estudos, atividades físicas e lúdicas diárias. Ao menos por enquanto.

E agora a Folha Online publica matéria (infelizmente, só para assinantes) informando que, segundo os psicólogos, o caso de Isabella estaria abalando as crianças. A ser confirmado este fenômeno, depreende-se outro: a mídia, muito embora o caso esteja em pleno processo de apuração, conseguiu de alguma maneira "colar" a figura do pai ao autor do pérfido assassinato. E a conclusão, mesmo que ainda não finalizada sua apuração competente, parece já ter sido elaborada por parte da sociedade.

Venho mantendo um contínuo acompanhamento do assunto, evitando qualquer manifestação neste blog, numa atitude cautelosa, à espera de uma tese concreta, embasada em evidências irrefutáveis sobre o crime e seu autor. Mas não posso, como pai, deixar de manifestar preocupação, quando leio na própria mídia que nossas crianças já estariam manifestando reações, advindas de conclusões precipitadas.
Eis que aí, surgem outras preocupações. Estaríamos acompanhando adequadamente nossos filhos, orientando-lhes adequadamente sobre os acontecimentos do cotidiano?
Definitivamente, acho que o momento, apesar de bizarro, cruel e recheado de impropriedades e simplificações daqueles que se julgam adultos, é perfeito para que os pais façam um belo exercício de auto-crítica.
Os psicólogos na matéria em foco, recomendam textualmente que os pais "filtrem as informações das crianças e desacreditem a tese de que os parentes tenham responsabilidade no crime". Trata-se obviamente de uma estratégia que se pauta em uma espécie de "modo de sobrevivência". Ou seja, para evitar danos maiores, aceitemos um comportamento que seria algo questionável sobre outras luzes. Repito, "outras luzes". E a única luz que me norteia neste assunto, é a direção defensiva dos filhos.
Afinal, tudo que aí está, seja na TV, na internet, no mundo real, deve ser passível de óbvia e necessária orientação dos pais para a correta interpretação das crianças. Largá-las à própria sorte no mundo, na frente de uma televisão ou de um computador, com toda a certeza, não é a mais recomendada das condutas. E o caso da pobre Isabella, deve servir para reforçar essa firme atitude dos pais no acompanhamento de seus filhos.
E sem querer de forma alguma desmerecer ou desqualificar a preocupação dos psicólogos,
alguém aí perguntou se só as crianças estariam abaladas com a questão?