sábado, 29 de novembro de 2014

Cesta do enfraseamento: amor sob o céu de Manaus

Mais um beijo, 
agora breve, 
sem ânsia. 
Ela tirou a blusa, 
Omar bolinou nos peitos dela, 
sem pressa. 
Ela deixou, 
se entregou, 
meio deitada no banco. 
Depois a cabeça dela sumiu, 
e um dos braços, também. 
Não pude, 
não posso afirmar o que ele fez. 
Sei, ouvi ele miar que nem jaguatirica no cio, 
mas abafado, 
mordendo, 
engolindo os dedos da mão esquerda dela. 

Um bêbado apareceu no outro lado da rua. 
Bebia no garagalo,
cambaleava, 
soluçava sem alvoroço. 
Avançou em oito até parar pertinho do conversível. 
De soslaio, observou a bandalheira. 
Uma festa carnal ao ar livre. 
Estrelas piscavam lá em cima; 
um bêbado piscou aqui embaixo. 
Assim os dois até as cinco da manhã.
Milton Hatoum, em: "Dois irmãos".

domingo, 23 de novembro de 2014

Cesta do enfraseamento: Safári em terra de onças


Drive your work. Do not let your work drive you
Kenneth Mattox, 2008 (comunicação pessoal)

Nestor é um desses cirurgiões inquietos. Está sempre de olho no próximo desafio. Acaba um logo mira outro. Após longo período na rotina, sentiu cuíra e procurou aventura fora da raia clínica. Lembrou-se de um amigo espanhol que costuma ir à África para fazer safáris e do lendário texano Keneth Mattox autor do livro “Top Knife – arte e estratégia na cirurgia do trauma”, que não sai de sua cabeceira. Nele leu o provérbio chinês: “vá para o coração do perigo, porque ali você encontrará a segurança”. A epígrafe é do capítulo intitulado “Safári em terra de tigres”.

Toda vez que avistava o livro sentia palpitação, até ter a seguinte ideia: ir ao Pantanal. Queria - porque queria - dormir sob a batuta de uma onça pintada solta no próprio habitat e, de certa forma, por isso, tinha inveja de seu amigo espanhol.

Comprou duas passagens e programou a ida com seu amigo de trabalho mais Pi, o melhor guia de Corumbá. O nome Pi era uma homenagem ao premiado filme “As aventuras de Pi”, pelo fato de conhecer bem as onças do Pantanal. Seria aquele o último estágio de sua inquietude - o desafio que lhe enclasurava na terra.

Já no primeiro dia de selva encontraram pegadas do felino. Era ali o local ideal. Pi endossou. Empunharam as baladeiras na cumeeira de uma Sucupira e esperaram a noite estrelar e o sono afagar. O amigo, cansado, logo desmaiou e começou a roncar pesado. Nestor havia esquecido que ele era um trovão humano e Pi avisou que onças se tornam mais agressivas quando ouvem roncos.

Nestor mal cochilava e logo despertava com o ronco do amigo. Ansioso, voltava a dormir. A partir de certa hora passou a despertar não só com o ronco, mas com outro ruído estranho. Algo rosnava e patinava no pé da árvore tentando, ora subir pelo tronco, ora pelo galho mais baixo. Olhou para baixo e percebeu um par de brilhos que pareciam dois vaga-lumes no meio do escurão. Era ela, assustada. Confirmou Pi, já desperto. Viu que sem asas não tinha como incrementar um escape aéreo, portanto, procurou se acalmar e ficar acompanhando o movimento do bicho de um lado para o outro. Mais calmo, sacava fotos em baixa velocidade com o diafragma todo aberto. Aquele clique da Pentax K1000 já provocava alerta na fera. Pi voltou a dormir, mas o ronco do vizinho continuava e lembrava o Guariba. Quando aumentava o volume dos trovejos, a onça se irritava mais e forçava nova escalada, felizmente sem sucesso. Nestor, impávido, esperava passar, pacientemente, a noite mais longa de sua vida.

Ao amanhecer o ronco amainou e a onça, sedenta, resolveu beber água num riacho distante dali. Foi quando Pi determinou que descessem. Tremiam mais que bambu em vendaval. Pi usou a trilha de segurança, uma sequencia bem definida de passos que, com cuidado e velocidade guiaria-lhes de um marco a outro sem se perder. Assim, liderou a fuga quase aérea, mas deixaram para trás as redes e pertences.

Em Corumbá lembrou de sua Pentax, empunhada na rede. Programou a volta para resgatar os pertences. Agora mais preparado e com Pi no tiracolo, chegou ao local à luz do dia. Achou seus pertences apenas remexidos e sua K1000 intacta no cume da árvore. Voltou pra casa satisfeito. Guardou na memória o resgate e o momento de aflição sem precisar se deseperar.

Certo dia realizou uma operação chamada mediastinoscopia e, inesperadamente uma hemorragia avermelhou o campo visual. Nada enxergava e não conseguia controlar o sangramento, pois o espaço lembrava o buraco de fechadura. Inicialmente bateu-lhe um uma sensação de derrota, impotência, depois optou por uma manobra simples, retirada das cabeceiras de “Top Knife”: deixar um tufo de gazes comprimindo, até parar o sangramento. A hemorragia estancou, mas teve receio de tirar o tufo, ressangrar e perder aquele inocente. Lembrou-se do safári. Deixou a gaze comprimindo para voltar e retirar depois - dias depois-, quando tudo estivesse mais calmo.
Labareda, do bando de Corisco

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dificil fotografar o silêncio

Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto eu tentei. 
Eu conto.
Madrugada, minha aldeia estava morta.
Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.

Preparei minha máquina de novo.

Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado.
Fotografei o perfume. 
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
 Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. 
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. 
Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakoviski - seu criador.
Fotografei a nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.

Manoel de Barros

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Virou Passarinho

Manoel chegando ao céu
deparou-se com Irene, a preta,
aquela mesma, do outro Manuel...

- Nem adianta, Manoel, falar
sobre nadas e desimportâncias
pois aqui és muito bem-vindo!

- Ah, Irene, e o que temos a fazer
nessa imensidão de espaço
e tempo ao meu inteiro dispor?

- Passarinho voa, Manoel,
e pousa e canta onde quer!

- E também se aninha onde
o coração lhe sugere?

- Como melhor te convier...

Assim, desde há pouco
um passarinho pantaneiro
tem buscado pouso e abrigo
para a sua terna poesia
no coração dos simples.

*Homenagem de Abel Sidney ao poeta Manoel de Barros (1916-2014)

domingo, 16 de novembro de 2014

Manoel foi pro céu: enfraseamento



Meu órgão de morrer me predomina.
Não posso mais saber quando amanheço ontem”
Manoel de Barros em: O livro das ignorãças

O meu mundo é pequeno. Tenho um rio que passa no meu quintal e escorrega pro mar, algumas mangueiras rechonchudas na varanda da minha cidade e muito pouca sabedoria: no máximo umas 400 palavras, mesmo assim em desacordo sintaxial.  
O que me queixo, mesmo, é de ser apreciador de gente.

Aí comecei a soletrar a poesia de Manoel de Barros como quem exagera no azul das pessoas. Descobri que todas as coisas do mundo se veem no peso da poesia, inclusive o que mastigo e engulo. Há aqueles que insistem em dizer que a poesia não serve pra nada; que toda poesia é conversa pra puxar descarga, e que nada tem a ver com ciência. Há outros que insistem em dizer que, não fosse a poesia, Adão e Eva seriam verdades; que o homem veio da evolução das espécies a partir de uma centopéia de dentro do DNA mendeliano, e não do pó... ou do barro. Este-um veio do barro, daí o nome: Manoel de Barros.

Manoel me convenceu: Adão e Eva existiram e o homem veio, ou do pó... ou do barro... ou ainda: do pantanal. E mais: que o céu era de Ícaro e não de Galileu. Foi de tanto lê-lo que me convenci. A partir daí vi outro mundo. Vi a gaita de Bob Dylan sonorizando um tamborim; vi pedras no caminho de Drummond até minhas retinas cansarem; vi as cores de Romero Brito numa curva do Araguaia e vi os passarinhos de Quintana passarando porriba de mim. Quintana é azul celeste e Manoel de Barros azul escuro. Ele acabou de se tingir em azul celeste para se igualar a Quintana e entrar no céu.


Todos são do meu tempo. O meu tempo é o deles, por isso me arvoro a ler Manoel de Barros como quem lê a mão do tempo para decifrar de que infância pernoito. A partir dele aprendi a entender um punhado de pessoas:
Jesse Teixeira certa vez me disse: “Não tem altura o silencio das pedras”; 
José Camargo outorgou: “as coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis”; Rami-Porta sublinhou: “ao lado de um primal deixe um erudito”; 
Diego González sapecou: “ocupo muito de mim com o meu desconhecer”;
Raul Coimbra me confessou: “as coisas que não existem são as mais bonitas”; 
Paula Ugalde navegou: “minha canoa é leve como um selo”; 
Martins disse-me: " o escuro enfraquece meu olho".


São todos do meu tempo e todos têm nas mãos leves a poesia de Manoel de Barros sincopada em gestos nobres.


Muitos outros poetas de mãos leves e gestos me abriram portas, mas me escasseou Manoel neles. Não sei por que. Perdoem-me eles, sou vazio por fora de frases à Manoel de Barros. Quem sabe no rumo da copa das árvores eu me nivele e solte mais enfraseamento, tipo assim, como quem liberta um Curió cantador.

Portanto...


Se Manoel de Barros morreu-de-ter-existido foi para continuarmos enxergando, pela janela, a fronteira do céu, e pelas portas abertas do mundo o passeio de mãos dadas da poesia com a ciência. De portas fechadas eu morreria, pois descobri que a poesia da ciência é amarrar o tempo no poste e esperar que poetas acendam a luz quando a ciência obscurecer de idéias; que exista um facho de Manoel, pois o infinito do escuro perena no meu mundo pequeno, posto que, ao desenquanto, só sei o nada aumentado.

Labareda, do bando de Corisco

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Nove assassinatos e uma morte


Nas periferias o ovo da serpente há muito já deu cria
Elias Pinto, jornalista.


O sol, que aurora entre Guamá e Terra Firme, bebeu a hemoglobina evaporada das ruas e canais, deixando aquela manhã ruborizada.
Reconheci na televisão uma técnica de enfermagem chorando. Era Rosa e o filho mais velho, que acabara de largar os ossos pelo chão. Era o quarto daquele morticínio.

-Virou anjinho lá no céu. Disse a mãe para o irmãozinho mais novo, de 3 anos.

Os outros dois, um casal, sabiam da verdade e ficaram meditando na saída do rabecão, a pedido da mãe.  Aquela verdade foi bala perdida. Era meia-noite e ele estava dormindo quando o Lobisomem, pela rua, chegou disfarçado numa Ponto 40. Bala achada debaixo da cama.

-Mas ele tinha apenas 16 anos! Exclamou o repórter.

Com olhos cerrados, o repórter presta um minuto de silêncio. A TV fica em silêncio. A cidade soluça, em silêncio. Vi-me vazio, em silêncio, e todo o céu pesado.

O repórter andou pela vizinhança: - "Num" sei. Chegaram disparando! Era barulho doido.

O repórter foi até a ronda. O policial disse:- "Briga de gangues. Espaço pelo tráfico."

O repórter foi até o Comando Geral: disseram que iam investigar milícias.

Um militante de direitos humanos se meteu na frente das câmeras e disse: Candelária! Carandiru!

O governador estampa no Jornal: “tudo está tranqüilo”.

Dias depois Rosa, com olheiras, mirou a penicilina na veia e acertou a artéria. Foi a primeira morte.
Labareda, do bando de Corisco

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Acorda, amor!

Imagem: Telesur

“Acorda, amor / Eu tive um pesadelo agora / Sonhei que tinha gente lá fora / batendo no portão / que aflição!”

Sim, acho que posso dizer que tenho sido acometida pela aflição nestas últimas semanas. Essa aflição que é tida por alguns dicionários como “1 Padecimento físico; tormento, tristeza pungente. 2 Desassossego, indisposição, inquietação” e que seria ainda o oposto de “alegria, contentamento”. Assim que estou aqui a desabafar, mas aproveito a oportunidade do espaço no blog, felizmente coletivo, para citar duas das principais razões para o que me levou a ler sobre comunidades e experiências que desconhecia, a ir para as ruas de Buenos Aires protestar, para compartilhar informações nas redes sociais e, por fim (ou não), a me deparar comigo mesma prostrada a chorar.

Colegas mexicanas tratam de conversar e mobilizar os mais próximos para a dramática situação que vive o país mais conhecido por ser pátria da encantadora Frida Kahlo; mas elas querem dar visibilidade especialmente à violenta ação policial na comunidade de Ayotzinapa, estado de Guerreiro. Há mais de um mês, além de torturados, mortos e feridos, há 43 jovens desaparecidos. Ninguém sabe, ninguém viu. E desde então, apenas as mídias alternativas ou as mais ligadas a linhas editoriais de esquerda prosseguem com a cobertura do caso.

Devo abrir um parêntese para dizer que fiquei emocionada em não só me engajar nessa luta pela busca que pede justiça aos culpados e o aparecimento com vida, dos que com vida foram levados. Fiquei emocionada em estar literalmente de mãos dadas a mulheres que, pra mim, representam um grande exemplo de resistência por direitos humanos, as Mães da Praça de Maio. Travestida de Catrina, participei da ronda em frente à Casa Rosada, uma ação que essas mulheres realizam há mais de 30 anos, desde o último dos seis golpes militares na Argentina. A cobertura midiática não mudou muito de cara, mas tem sido importante para pressionar o governo mexicano a tomar providências. Vale lembrar que o México é considerado pela ONU o país mais perigoso para o exercício do jornalismo nas Américas, onde operários da informação que se detém principalmente em temas como o narcotráfico vivem como se estivessem em cobertura de guerra entre países.

Como muitos dos desaparecidos pelo terrorismo de estado na Argentina, os jovens mexicanos que têm entre 16 e 18 anos eram estudantes que se encaminhavam de ônibus a um encontro tradicional de campesinos que lutam por seus direitos quando foram interceptados pela polícia.

Reafirmava então meu sentimento de solidariedade como algo que não deve ter fronteiras na humanidade. Mas não esperava por tamanha brutalidade na minha cidade natal, Belém, e quase no mesmo dia da ação global pelos jovens de Ayotzinapa, dia 5. A semelhança? A força do Estado atuando contra a própria população. Pra falar o mínimo!

Em tempos de demandas pela desmilitarização, vê-se a brutalidade da polícia em ambos os países. Em tempos de difusão de informações e mobilização pelas mídias sociais, vê-se a criminalização de quem utiliza os meios disponíveis e alguns chegam a menosprezar o uso das ferramentas, classificando os ativistas – por ignorância e por má fé – de “oposição de facebook”.

Como efeito reverso depois de tanta adrenalina, restou o choro e o desânimo. Pela manhã, comprei flores para sacada de casa. Margaridas e jasmins agora fazem par à pimenteira. Que os dias venham mais suaves para todos. De preferência, sem a verborragia estúpida pedindo a volta da ditadura militar no Brasil.

Aos que desejarem algumas sugestões de link para mais informações tanto sobre o caso mexicano como o de Belém, aqui enumero uma pequena lista:

Documentário sobre violência no Mèxico

Reportagens especiais sobre o caso Guerreiro

Site da rede venezuelana Telesur TV

Carta da SDDH sobre caso da #ChacinaEmBelém

sábado, 1 de novembro de 2014

Básico e misterioso

"... e que a tecnologia desumanizada mais assusta do que consola"
José Camargo, cirurgião.

Quando residente de cirurgia, depois de um dia escaldante de trabalho, Nestor ficava até tarde da noite a catar conchas e caracóis nas radiografias torácicas. Achava aquele exame básico, porém envolto de mistérios. 

Mas o mistério maior era diferenciar os segmentos pulmonares. O pior deles era, no frontal, separar o segmento 6 do lobo médio. E o que dizer da língula, que fica lambendo o coração? Nestor ficava até tarde da noite separando conchas de caracóis neste exame básico e envolto de mistério.

D. Sonia, que fazia a faxina do hospital, certa vez perguntou, com seu sotaque carioca:

- O que "cê" faz até agora, menino?

-Separando conchas de caracóis. Respondeu.

Ela balançava a cabeça de um lado para o outro ao gesto de quem estivesse com pena. Não entendia como um médico tinha que catar conchas e caracóis numa chapa do peito. Também não entendia como algo básico ao mesmo tempo guardava tanto mistério. Lá em Vila Valqueire, onde morava, chamavam este tipo de gente de bocó.

No dicionário bocó quer dizer infantilidade. Para Manoel de Barros, bocó é algo similar a tonto; gente acrescentada de criança; exceção de árvore; homem que costuma conversar com as águas. Bocó é também aquele que fala com os sotaques das origens e, na terra de Nestor, menino bocó é o mesmo que menino aru ou abestado.
Para d. Sonia, Nestor entrara para a academia dos arus e toda vez que ouvia falar em conchas e caracóis soltava aquela gargalhada.

Certo dia Nestor passeava pela Rua da Carioca quando avistou um sebo. Adentrou. Deu de cara com um Fraser e Parè, cuja edição já ultrapassava 10 anos. Leu nele que existe uma maneira de diferenciar conchas de caracóis. Era a salvação, portanto. Depois de pechinchar, comprou os quatros tomos a preço de Jerimum na Xepa, mas era quase o valor total de um plantão noturno que fez no dia do seu aniversário.

         Após uns 12 anos Nestor retornou ao hospital para rever amigos. Deu de frente com d. Sonia, já secretária do Dr. Iberê, chefe da Radiologia – que havia ensinado muito a Nestor, menos catar conchas e caracóis. Após a discussão de certo caso, que juntava radiografia e as modernas tomografia e ressonância, o chefe atinou para um detalhe que Nestor havia alertado.

Desde então d. Sonia o estima.

Labareda, do bando de Corisco