segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz 2008!

Virada de 2007 para 2008 em Sidney (Tim Wimborne/Reuters)

Saúde, felicidade, paz de espírito e sucesso a todos os leitores do Flanar. Até o próximo ano!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Dezembro na história

Costuma-se chamar agosto de “o mês do desgosto” por causa das tragédias ocorridas na História neste período. Minha história pessoal não permite que eu concorde: minha mulher nasceu em agosto; casei-me no mesmo mês.

Ademais, em matéria de desgraças, dezembro é forte concorrente. No dia 11 de dezembro de 1941, Hitler declarou guerra aos Estados Unidos; em 13 de dezembro de 1968, foi decretado o Ato Institucional n. 5, o tristemente famoso AI-5; em 22 de dezembro de 1988, o ativista Chico Mendes foi brutal e covardemente assassinado; no mesmo dia, mas em 1968 (já sob a vigência do AI-5), Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos pelo regime militar; dia 29, Cássia Eller faleceu, vítima de overdose.

Dezembro também não é um bom mês para governantes assassinos ou corruptos (ou ambos): o ditador romeno Nicolau Ceaucescu, que ficou 24 anos na presidência do país, foi fuzilado no dia de Natal de 1989; Fernando Collor de Mello renunciou à presidência da República, na tentativa vã de escapar do processo de impeachment que o afastou por oito anos da vida pública brasileira, em 29/12/1992; e Saddam Hussein foi enforcado em 30/12 do ano passado.

Agora, para aumentar o triste portfólio do mês, Benazir Bhutto foi assassinada no dia 27.

É tão estranho, os bons morrem jovens...



Ontem, 29 de dezembro, fez 6 anos que Cássia Eller morreu estupidamente. Como vários outros bons, foi-se cedo demais.

Também morreu cedo demais Kurt Cobain, da banda americana Nirvana. Ele e Cássia poderiam ter-se conhecido e cantado juntos Smell Like Teen Spirit, que neste vídeo ela interpreta sozinha.

Cinismo midiático

A última edição de 2007 da revista Veja é quase toda tomada pela retrospectiva dos fatos mais marcantes do ano. As páginas 64 e 65 são dedicadas a Ana Júlia Carepa. Sob o título “Uma pororoca de escândalos” e ilustrada por uma foto da governadora paraense dançando carimbó no lançamento do PAC da Saúde, o artigo afirma que Ana Júlia esteve sempre presente no noticiário nacional de 2007 por conta dos escândalos mensais em que esteve envolvida – o mais grave deles, a prisão de uma menor em conjunto com homens, na Delegacia de Polícia do município de Abaetetuba.

No dia 13 deste mês, o adolescente Carlos Rodrigues Júnior foi assassinado por policiais militares em Bauru, interior do Estado de São Paulo. Torturado por seis PMs, que lhe aplicaram 30 choques elétricos, Carlos, suspeito de roubar uma motocicleta, morreu de ataque cardíaco, conseqüência dos pavorosos atos dos policiais.

Veja nada disse sobre o caso. Ao contrário: com uma desfaçatez sem tamanho, apresentou, na primeira edição após o caso de Bauru, uma reportagem asseverando que, após 50 anos, a cidade de São Paulo vivera um dia inteiro sem um único homicídio. Creditou a façanha ao governo José Serra, sublinhando as medidas que teriam permitido uma gama de recordes na política de segurança pública do Estado.

O tal dia sem homicídios ocorreu em 07 de dezembro; a morte do menor Carlos Rodrigues Júnior, no dia 13. Em lugar de veicular o artigo sobre o dia sem homicídios na edição seguinte ao fato, Veja somente o publicou na semana do assassinato do adolescente. Notícias sobre o fato do interior paulista, não houve nenhuma. Somente duas semanas depois, a coluna do jornalista André Petry repercutiu o crime dos servidores militares: cobrou do governador paulista uma resposta ao assunto, já que a reação de Serra teria sido protocolar e muito light frente à sua gravidade. Como coluna assinada, porém, evidentemente não espelhou a posição da revista a respeito; trata-se de opinião do signatário.

As demais mídias também não abordaram o assunto com o denodo devido. Não houve o mesmo espalhafato ocorrido quando da prisão da menor de Abaetetuba (espalhafato, diga-se, evidentemente merecido); mas neste caso, mesmo tendo havido morte – o que, recorde-se, não aconteceu no interior paraense, apesar da gravidade da situação – com participação direta, ativa e inquestionável de servidores estaduais, houve silêncio. Uma verdadeira omertà: nem o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) apareceu para pedir intervenção federal em São Paulo.

Em resposta ao artigo de Petry, o secretário de Comunicação do governo de São Paulo respondeu a Veja, afirmando que o colunista desinformava seus leitores e que José Serra havia, sim, tomado as atitudes necessárias à solução do caso. Não sei por que o secretário deixou para explicar ao respeitável público a reação do governo paulista somente após ter sido provocado. Ninguém antes ficara sabendo que, além de indignado, Serra, segundo seu auxiliar, movera o mundo para reparar o crime da Administração Pública que comanda.

Além de André Petry, o Observatório da Imprensa, em artigo de 25 deste mês, assinado por Carlos Brickmann, relatou o caso de Bauru da seguinte forma:

É devagar...

Na quinta-feira (13/12), um garoto de 15 anos, Carlos Rodrigues Jr., foi morto por choques elétricos aplicados durante sessão de tortura a que foi submetido, logo depois de ser interrogado por seis policiais militares. Bauru é uma grande cidade do interior paulista; o governador José Serra é o comandante supremo da polícia. Serra levou quase uma semana para falar do caso. E, quando falou, falou fino: disse que a morte do garoto foi uma brutalidade e que a linha de seu governo é o respeito aos direitos individuais. Pode ser; mas Rodrigues não é o primeiro que morre. E que outra coisa poderia Serra dizer? Até o general Pinochet, que o governador conhece bem e detestava, garantia ser favorável aos direitos humanos.

Mas a nossa imprensa é boazinha. Ninguém está pressionando o governador Serra a dizer que providências está tomando, o que fará para evitar esse tipo de barbaridade, como garantirá que a linha-dura contra o crime não ignore os direitos individuais. A governadora Ana Júlia, do Pará, onde ocorreu outra barbaridade inaceitável, foi bem mais pressionada pela imprensa, mesmo não tendo havido morte.

É assim mesmo: o Pará é tido e havido como o fim do mundo. A barbárie, ao que parece, só ocorre por aqui. Quando acontece alhures, é disfarçada, escondida e, por vezes, inclusive justificada.

Não fosse sério, perturbador e revoltante, seria engraçado verificar que na carta com que anualmente brinda os leitores de Veja (publicada na mesma última edição do ano), o dono da Editora Abril, Roberto Civita, afirma que “nunca é demais lembrar que o fortalecimento das instituições depende – acima de tudo – de uma população bem educada, bem informada por meios de comunicação responsáveis e empenhada na manutenção da liberdade, da democracia e da justiça”.

Civita, certamente, não se refere à sua própria revista, nem aos grandes grupos de mídia do país.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Ilha do Marajó em imagens


Exibir mapa ampliado

Como quase sempre fazemos, no final de mais um ano, voltamos nesta semana à Ilha do Marajó. Como não sobra mesmo muito tempo para texto, optamos por resumir as belezas daquele lugar mágico, com uma série de imagens que espero que apreciem.
Feliz 2008 à todos nossos visitantes!


De manhã cedo, a magia da Baía de Marajó.




Biguás pousados naquilo que um dia foi um curral.


O Guará e uma de suas mais conhecidas cores...


...pois existem outras (e eu não sabia).




Pousada dos Aruãs e seu ótimo ambiente.


A trilha ecológica.


Veja com atenção. Existem 2 Guarás nesta foto.


Uma surpresa que o sol nos trouxe em Goiabal.


O Biguá aguardando o momento de abocanhar sua presa.












O Jaçanã em seu habitat preferido.


Apesar da canela fina, não faltou coragem. Sucesso no final.




Ruínas da Igreja Jesuíta, ainda resistindo em Joannes.


As falésias de Joannes, com tempestade à vista.


No retorno, a surpresa do transatlântico. Tinha gente dizendo: Ulha!

Canção para fim/início de ano

Relógio, morre -
Momentos vão...
Nada já ocorre
Ao coração
Senão, senão...
Bem que perdi,
Mal que deixei,
Nada aqui
Montes sem lei
Onde estarei...
Ninguém comigo!
Desejo ou tenho!
Sou o inimigo -
De onde é que velho?
O que é que estranho?
Fernando Pessoa

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mascarada



Quando eu tinha pouco menos de dez anos, meu pai colecionava uma série da editora Abril, cujo nome não lembro, que trazia em uma capa branca uma pequena foto do sambista homenageado. Cada número era dedicado a um compositor e continha um vinil com grandes sucessos e um farto encarte.

Por meio destes discos, fui apresentado a Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Cartola, Candeia e outros mestres. Passei a vincular, num cenário único, sábados de manhã, o batuque em 33 rotações e o cheiro de pirarucu frito, que minha mãe fazia sempre que nos mandavam por encomenda – nesta época morávamos fora de Belém. Sob este ar familiar e desde então, apaixonei-me pelo samba de modo irremediável.

Havia uma canção em especial que eu pedia muito ao meu pai para escutar. Falava da paixão carnavalesca do compositor por uma mascarada.

Passei anos sem ouvir este samba, até que um dia, por obra e graça do grande Zé Renato, ex-Boca Livre, redescobri-o em um CD chamado “Natural do Rio de Janeiro”. Lá estava Mascarada, de José Flores de Jesus, imortalizado sob o apelido de Zé Kéti, em parceria com Élton Medeiros.

Finíssima estampa, este samba. Finíssima figura, o Zé Kéti.

Bom final de semana a todos os que nos honram com sua leitura e comentários.

Bravo!

A Deutsche Grammophone oferece seu extraordinário catálogo de música clássica para download. Segundo a imprensa, além de não ser discricionária como a Itunes, a gravadora alemã oferece produtos com uma qualidade de gravação superior aos oferecidos pela empresa norte-americana. Os ouvintes agradecem com click-aplausos nos botões do mouse.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Intolerância

Intolerância parece ser o grande mal da humanidade: é, sem dúvida, o principal obstáculo para a adoção de um código planetário de Direitos Humanos, a mais forte mazela que impede a convivência religiosa, a pior inimiga do respeito ao próximo e às suas diferenças.

Nesta quinta-feira, a humanidade deu mais uma prova de que a intolerância ainda é uma doença muito longe de ser erradicada: Benazir Bhutto foi assassinada hoje por um manifestante suicida que, após atirar na ex-primeira ministra do Paquistão, detonou uma bomba presa a seu corpo, matando mais 16 pessoas presentes a um comício realizado em Rawalpindi, no interior do país.

Benazir passou 8 anos em auto-exílio, tendo retornado somente em outubro deste ano à sua terra natal. Logo em sua chegada, quase foi vítima de um enorme atentado, atribuído à Al-Qaeda (grupo terrorista responsável pelo fatídico 11 de setembro), que matou mais de 130 pessoas.

Benazir Bhutto teve uma história de vida marcada pela tragédia. Tendo cumprido sua formação acadêmica entre as universidades de Oxford, na Inglaterra, e Harvard, nos EUA, retornou ao Paquistão em 1977, quando seu pai, Zulfiqar Ali Bhutto, tornou-se o primeiro premier eleito no Paquistão. Em 1979, Ali Bhutto foi deposto por um golpe militar e executado pelo novo regime. Benazir ficou presa, com toda a família, a mando do governo, de 1979 a 1984. Seus irmãos morreram assassinados: um na França, envenenado, em 1985; o outro a tiros, no próprio país natal, em 1993.

Benazir foi eleita por duas vezes primeira-ministra do Paquistão. Saiu sob acusações de corrupção, que ela sempre negou. Exilou-se a partir de 1999 até este ano, quando negociou com o presidente Pervez Musharraf seu retorno.

A história de Benazir Bhutto e, em particular, o episódio da queda e execução de seu pai, inspirou uma canção de Chico César, compositor maranhense, que prega justamente contra a intolerância:

Não aponte o dedo
para Benazir Bhutto
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai.

Não aponte o dedo
para Benazir,
esse dedo em riste,
esse medo triste
é você.

Benazir resiste
o olho que existe
é o que vê.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Mais fotos no Google Earth



Tenho recebido mais presentes de Natal do que o esperado. Agora há pouco, acabei de ser comunicado sobre mais fotos de minha autoria aprovadas para apresentação em todo mundo através do Google Earth e seu sítio de hospedagem de fotografias Panoramio. Entre elas, esta da bela obra de Oscar Niemeyer que é a Igreja de São Francisco de Assis na Pampulha, em Belo Horizonte.
Das 24 fotografias que tenho lá, 19 já foram aprovadas e outras ainda não foram analisadas.
Para vê-las, você pode ir direto até meu sítio no Panoramio ou então visitar os locais das fotos utilizando seu Google Earth.

O fantástico mouse que funciona sem atrito


Logitech MX Air. Mágica e design nas mãos.

A Logitech, tradicional fabricante de produtos de alta qualidade, lançou um produto que promete revolucionar o conceito de um mouse. Voltado aos usuários dos chamados Media Center PCs, o mouse funciona no ar, respondendo aos movimentos das mãos e dos braços. E ainda funciona sem fio (rádio-frequência) e baterias recarregáveis.
Trata-se do MX Air.
Veja o vídeo de demonstração na PC World BR. Desta vez, sem "ratada" no título.

Erro gravíssimo e espantoso

Foi-se o tempo em que quanto maior o "clock" do processador, mais poderoso era o PC. Agora, o que realmente importa é a quantidade de núcleos. Sendo assim, dual core, quad core são as palavras mágicas que exprimem o quanto seu PC será mais rápido.
É exatamente sobre isso que a PC World BR pretendia abordar em reportagem especial.
Só não precisava falhar de maneira espantosa justamente no título.
Se você não acredita, clique aqui para ver com seus próprios olhos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal no Iraque

Sabemos que nas guerras as mariores vítimas são os civis, especialmente as crianças e os idosos. Hoje a UNICEF divulgou relatório sobre a situação social de 2 milhões de meninos e meninas iraquianos, expostos à doenças, falta de escolas e violência. Detalhes na BBC-Brasil.

Feliz Natal



Natal é clichê. Votos de renovação, de felicidades, de saúde, são inevitavelmente repetidos. Mas como não sê-lo, tratando-se de uma festa tradicional e milenar do mundo cristão?

Assim, somando-me às saudações clichês, uma música clichê preenche este espaço (já tradicional, segundo meu querido amigo Paulinho Klautau) nas vésperas do 25 de dezembro. Creio, porém, que a escolha da canção é perdoável, pois é de autoria de um gênio e uma personalidade admirável (o beatle John Lennon) e fala de paz, de que tanto precisamos em nosso mundo conturbado.

Feliz Natal a todos.

Cantata de Natal

,,, E eu que não creio peço a Deus por minha gente...

Vinicius/Chico/Garoto - Gente Humilde

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O retrato da incompetência

È noticiado n'O Liberal que, de longa data, o Hospital de Pronto Socorro do Guamá está com os serviços odontológicos parados, porque foi roubado o compressor do consultório durante a realização de uma reforma no prédio. Não é bem assim. Está parado porque a Prefeitura de Belém não dá as chamadas providências cabíveis. Um compressor no mercado custa entre R$2.000 e R$7.000, uma quantia irrisória para quem é gestor soberano do Sistema Único de Saúde, que em transferências federais movimenta milhões de reais mensais O desinteresse em garantir o atendimento odontológico no HPS-Guamá é mais uma entre as tantas demonstrações do caos instalado na saúde pública de Belém, de que é igual exemplo a divida milionária da administração mirim de Duciomar Costa com o Hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia.

Mac OS Leopard: instalado e operante

Esta talvez seja a última "revisão" de sistema operacional do ano. Nada melhor do que fazê-la com o Mac OS.

Após cerca de 35 minutos de instalação, finalmente pude ver a nova interface bem cuidada do Mac OS Leopard, a nova versão do sistema operacional da Apple.
Recebi pelo correio na última terça-feira e iniciei o processo de instalação no mesmo dia.
O show já começa pela embalagem, primorosamente manufaturada, com efeitos holográficos.

Como recomendado em diversos sítios especializados, reformatei o HD e comecei tudo do zero, tomando o cuidado de exceutar o backup de dados previamente.


Nova área de trabalho do Leopard com as stacks.

Na primeira inicialização, a surpresa com um belíssimo vídeo de apresentação da Apple, sempre cuidadosa com seus recursos gráficos.
A segunda surpresa, nada agradável, é que o SO vem "pelado". Ou seja, os recursos do iLife não estão embutidos no DVD do Leopard. Ele terá que ser adquirido à parte. Já providenciei pois o iLife é uma suíte que reúne excelentes aplicativos para lidar com arquivos multimídia no computador.

De cara, observa-se logo o nôvo Dock desenhado em 3D com perspectiva, os novos ícones de Preferências do Sistema, da Time Machine (que por enquanto, optei por manter desativada) e do novíssimo recurso de stacks que deixa acessível ao usuário seus documentos contidos no Finder (gerenciador de arquivos do Mac). Aliás, no Finder, pude testar o Cover Flow. Nele, podemos visualizar o conteúdo de nossos documentos com animação gráfica. Muito bonito e de grande utilidade.
Tudo o que está na área de trabalho tem um leve efeito de transparência e o papel de parede default agora é púrpura.


Dock em 3D

Foram menos de 48 h de uso e pouco ainda posso dizer das novas funcionalidades do Leopard, restando apenas este post, com as primeiras impressões subjetivas.
Como tenho necessidade de ter o Windows Vista instalado junto com o Mac OS na mesma máquina, minha expectativa era pelo funcionamento do nôvo Boot Camp (software que permite a dupla instalação).
Pois ele melhorou muito. Antes, éramos levados a gravar um CD com drivers (softwares que tornam os dispositivos de hardware agregados a máquina, reconhecíveis pelo sistema operacional) antes de iniciar o particionamento do HD e instalação do Vista. Agora isto não é mais necessário. Os drivers já estão gravados no próprio DVD do Leopard, que é solicitado após a instalação do Vista.
A mera inserção do DVD do Mac OS, dá início ao script de instalação de drivers pelo Boot Camp. Ótimo! O que já era simples ficou melhor.

Quanto ao funcionamento do sistema, ele mantém a rápida inicialização que antes o Tiger já tinha: cerca de 30 segundos. Nisto, o Mac OS é absolutamente imbatível.
Já o Vista, no mesmo hardware, mais de 1 minuto.
Nenhum contratempo, nenhum aborrecimento, nenhuma mensagem de erro, nada!
Tudo funcionando na mais perfeita harmonia. Um presente de Natal que ninguém me daria.
Mas como disse no início, é muito pouco tempo para concluir qualquer coisa. E a Apple já corrigiu algumas falhas que são de imediato "baixadas" após a primeira inicialização.
Só o tempo irá dizer o restante. E eu estarei aqui para relatá-las, tão logo seja necessário.

Devagar, quase parando

Como os demais articulistas do blog, também diminuirei o ritmo das postagens neste final de ano. Agradeço publicamente aos meus colegas de Flanar a oportunidade de ter passado a fazer parte desta valorosa equipe; continuo correndo muito para conseguir alcançá-los. A todos, Flanar, Gui, Oliver e respectivas famílias, um felicíssimo e abençoado Natal.

Aos leitores do blog, razão de sua existência e fonte de estímulo para a continuidade das postagens, desejo também um Natal maravilhoso, farto, saudável e feliz.

El comandante

Fidel Castro Ruz, terça-feira última na televisão cubana: Meu dever elementar não é me apegar a cargos nem muito menos obstruir a passagem de pessoas mais jovens, mas aportar experiências e idéias cujo modesto valor provém da época excepcional que me coube viver.
Os EUA, país hostil ao governo cubano, informou que considerou interessante a afirmação do líder comunista.

Aos "flanares"

A partir de hoje, reduzo o ritmo das postagens em razão das festas de fim de ano. Desejo a todos (as) frequentadores (as) do Flanar que 2008 transcorra com saúde, paz e prosperidade espiritual, extensivos aos meus confrades Flanar, Gui e Francisco e famílias. Muito obrigado pela atenção que nos foi dispensada. Até 2008!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Pena de morte

Os jornais do mundo todo noticiaram que o estado americano de New Jersey aboliu de sua legislação criminal a pena de morte, 42 anos após Iowa e Virgínia Ocidental, os últimos entes federados dos EUA que o fizeram.

As organizações que defendem o fim da pena de morte pelo mundo comemoraram o fato. No entanto, 37 dos 50 Estados Unidos ainda mantêm a prática.

A pena de morte é um resquício no mundo ocidental moderno da Lex Talionis, expressa no brocardo dente por dente, olho por olho. No Estado brasileiro, a proibição de instituição de pena de morte é cláusula pétrea da Constituição Federal, excepcionada apenas nos casos de guerra declarada.

O movimento mundial de proteção aos direitos humanos ainda não conseguiu incluir a renúncia absoluta à pena de morte em seus documentos. A própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, apesar de prever o direito irrestrito à vida, à segurança e à liberdade e de repudiar a aplicação de castigos cruéis, desumanos ou degradantes, não negou expressamente a possibilidade de os Estados signatários (dentre eles, os EUA) adotarem a pena de morte. Posteriormente, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, ratificado pelo Brasil por meio do Decreto presidencial n. 592/92, assinado por Fernando Collor, fez menção expressa à pena de morte, permitindo-a “nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação vigente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio”, observada a devida sentença transitada em julgado, proferida por juízo competente.

No entanto, para mim é claro que caminhamos para a abolição completa da pena de morte. Apesar de boa parte da população ainda acreditar na relação de causa e efeito entre a pena capital e a diminuição da criminalidade, nenhuma estatística é conclusiva sobre o caso. Ao contrário: nos EUA, já foi várias vezes demonstrado que a eliminação dos criminosos não tem o poder pedagógico que os defensores da pena de morte acreditam que ela tenha.

A manutenção da pena de morte em países que se dizem avançados é a clara continuidade de uma prática superada, para dizer o mínimo. É insidioso assumir a defesa da morte do criminoso como meio de evitar crimes hediondos; é selvageria querer que o Estado vingue a sociedade, em lugar de punir e, com a punição, ressocializar o autor de um crime.

A propósito, o clown midiático Diego Mainardi defendeu a pena de morte em sua coluna da Veja desta semana. Assim Mainardi inicia sua defesa do assassinato estatal:

Pena de morte. É um tema perfeito para o período de Natal. Enquanto as pessoas confraternizam com parentes e amigos, distribuindo presentes e bons sentimentos, eu confraternizo com a cadeira elétrica e a forca.

A pena de morte reduz consideravelmente o número de assassinatos. Para cada criminoso condenado à morte, ocorrem de três a dezoito assassinatos a menos. A estatística consta de uma reportagem do New York Times, de onde chupei os dados publicados nesta coluna.

A reportagem do NYT, a que Mainardi se refere, relata uma controvérsia que retomou fôlego, nos Estados Unidos, entre scholars de Direito e Economia, contrapondo visões que vão desde a diminuição da criminalidade em decorrência do efeito persuasivo da pena de morte à importância de se custear a máquina administrativa da morte, em detrimento de outros investimentos em questões mais importantes.

O artigo do NY Times efetivamente faz menção à estatística mencionada por Mainardi, mas não chega à conclusão efusiva do colunista de Veja. Pelo contrário: propõe mais dúvidas que certezas.

Reafirmo, de minha parte: é um absurdo, nos dias de hoje, creditarmos à pena de morte a possibilidade de diminuição de crimes, notadamente dos mais graves, como homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), delitos de conotação sexual (atentado violento ao pudor, estupro) ou seqüestro, entre outros. A evolução do conceito de direitos humanos não permite a vendeta como punição penal – além da impossibilidade de correção, ou indenização, da vítima de erro judicial, quando lhe for cominada e cumprida a pena capital.

E agora, Dom Cappio?

O Supremo Tribunal Federal, na manhã de hoje, negou o pedido de suspensão das obras de transposição do rio São Francisco, que lhe havia sido formulado pelo Procurador-Geral da República. Confirmando a negativa de liminar anterior, da lavra do ministro aposentado Sepúlveda Pertence, o plenário do Tribunal negou provimento a agravos regimentais interpostos pelo Ministério Público Federal e diversas ONGs de defesa do meio-ambiente. O mérito da ação ainda será julgado, sem data de previsão.

Com isso, em tese as obras poderão continuar, se o governo federal cassar outras decisões obstativas ao projeto e não ceder à pressão do bispo da Barra, na Bahia, D. Luiz Flávio Cappio, que há 23 dias está em greve de fome, protestando contra a transposição.

O assunto toma dimensões grotescas: a Justiça brasileira está sendo pressionada – chantageada, dir-se-ia mesmo – pela ameaça de suicídio do religioso; os movimentos sociais, políticos e artistas engrossam o coro do bispo; e agora, até mesmo sua ordem religiosa presta-lhe apoio, na forma de um telefonema que lhe foi dado pelo ministro geral da Ordem Franciscana, diretamente de Roma.

O governo federal, por sua vez, inicialmente relegou à própria Igreja o problema. Hoje, porém, governo e CNBB mantiveram reuniões, com a finalidade de superá-lo.

A história se repete: há alguns dias, no Pará, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestaram contra o tratamento a eles dispensado pela Eletronorte invadindo a hidroelétrica de Tucuruí e recusaram-se a negociar com o governo enquanto não fosse concedida pela Justiça paraense ordem de habeas corpus ao líder do movimento, Roquevan Alves da Silva, que se encontrava preso em decorrência de abusos cometidos nos protestos. O habeas corpus, uma vez concedido liminarmente, tornou possível ao governo do Estado negociar a desocupação da barragem com o MAB.

O que se apresenta é um quadro de desrespeito às instituições e ao jogo democrático. E não me venham falar em Thoreau, Gandhi e desobediência civil: as condições do Brasil de hoje não são as mesmas da Índia dos anos 1940, nem o filósofo americano ou o político indiano pregavam a violência e a chantagem como formas válidas de combate político.


De mais a mais, a greve de fome de D. Cappio parece exatamente aquilo que é: muito barulho por nada. Afinal, as obras de integração do Velho Chico com as bacias do Nordeste Setentrional estão suspensas por outra ordem judicial, esta proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região.

___________

Atualizada em 20/12/2007, às 10:25hs: a greve de fome de D. Luiz Flávio Cappio terminou ontem, segundo noticiou a Agência Estado. Pelo menos isso.

Desacelerando

Estarei diminuindo gradualmente o ritmo de minhas postagens no Flanar a partir de hoje. A proximidade de uma viagem de 5 dias na semana que vem e as festas de fim de ano, absorvem de forma integral o tempo antes disponível. Sendo assim, o Flanar vai ficando sob a responsabilidade dos demais articulistas se também não estiverem na mesma situação.
Com promessa de normalização a partir do ano que vem. Até lá, desejamos a todos os que nos prestigiam ao longo destes quase 3 anos, um grande Natal e um excelente ano nôvo.
Até 2008!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Flanando pelo Google Earth


Exibir mapa ampliado

Paris é uma das cidades em que o Maps Google tem imagens da mais alta definição. Como esta em que a Torre Eiffel aparece em todos os seus detalhes, inclusive a famosa fila para entrar em seus elevadores. Clique nos controles e divirta-se.

Livros

"Pela grossura da camada de pó que cobre a lombada dos livros de uma biblioteca pública pode medir-se a cultura de um povo."
John Steinbeck - Escritor norte-americano(1902 - 1968)
Pior do que isso, só a biblioteca de Brasília, inaugurada duas vezes - e sem livros, hein Oliver?!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Terra de ninguém


Padre Prudêncio com General Gurjão. Mau cheiro, lixo orgânico e aterro.

No Repórter Diário hoje, um nota estarrecedora, que vem a confirmar minha velha suspeita.
O uso de locais públicos para despejar lixo de demolição já está institucionalizado por alguns animais. Em sucessivos posts a respeito, já toquei neste assunto, inclusive com fotos de celular.

Aterro impossível
Depois de quase dez dias de seguidos telefonemas para diferentes setores da Prefeitura de Belém, cidadão se cansou e está quase desistindo de encontrar um local apropriado onde possa despejar uma carga de aterro de construção. Na última tentativa, ele ouviu de uma servidora que poderia jogar a carga num determinado lugar, bem próximo ao centro da cidade. “Mas lá não é proibido?”, ainda ponderou. “É sim, mas se o senhor mandar descarregar à noite não terá problema”, ouviu ele, com espanto.

Com toda a certeza, um destes lugares bem próximos ao centro da cidade, é na esquina das ruas General Gurjão com Padre Prudêncio, a cerca de 2 quadras da região central (como mostra a foto acima).
Mas para depositar o entulho lá, não há necessidade de fazer isso em alta madrugada não. Basta ir até lá por volta de 18 h que dá até para prender o cidadão que deposita todos os dias seu aterro no local
Repito. Dá até para prender. Se de fato desejarem.

Vejamos então os posts que já foram publicados a respeito.

Campina Abandonada (9 de Maio/2006)
Pipi na rua (19 de novembro/2006)
Flanando pelo centro de Belém (26 de janeiro/2007)
Descaso absoluto (7 de abril/2007)
Descaso absoluto II (9 de abril/2007)

De nada adianta reclamar, ora bolas! A própria servidora pública sugere que se proceda desta maneira. Não é ótimo ainda ter que pagar o IPTU com este tipo de conduta adotada pela prefeitura há anos?

A mo(e)da cubana é (de) peso

O que acontecerá com os músicos cubanos que pediram asilo ao governo brasileiro? Serão nocauteados como os pugilistas ou poderão levar a vida na flauta, no Brasil?

domingo, 16 de dezembro de 2007

Mentiroso compulsivo

Querem uma pequena amostra de quem é nosso atual prefeito? Então leiam a série de posts do blog do jornalista Augusto Barata sobre Duciomar Gomes da Costa. Além de sua maior proeza – passar-se por médico oftalmologista, receitando óculos ilegalmente na década de 90 – há outras lembranças significativas do caráter do nacional: o registro duplo no CPF, a declaração de três datas diferentes de aniversário, a burla ao Serviço Militar.

Diga-me com quem andas que te direi quem és
, diz o ditado. As figuras centrais do PSDB e do ex-PFL paraenses andaram muito tempo com o dito-cujo; agora, as cabeças coroadas do governo estadual deram para andar também. Pelo amor de Deus, defenestrem esta figura da vida pública paraoara, antes que ele se reeleja.

Eu sou negão?

James Watson, Nobel pela descoberta do DNA, também conhecido por afirmar que as pessoas negras eram menos inteligentes que as brancas, e que, por essa razão, não se deveria investir tanto dinheiro na África, tomou um estrondoso tombo lá do alto do coqueiro em que havia encarapitado suas concepções preconceituosas. A empresa da Islândia DECODE Genetics, ao realizar exames no DNA de Watson, com permissão dele, divulgou que o cientista tem genes de origem africana em quantidade que supera 16 vezes a média do branco europeu.
Cabe destacar que cientistas brasileiros, ja haviam demonstrado que a relação entre genes e cor da pele não era linear como se poderia imaginar. Os estudos realizados no Brasil e Portugal demonstraram com grande freqüência que pessoas de cor branca tinham genes de origem africana, assim como pessoas de cor negra apresentavam genes caucasianos, evidências que iluminam o passado migratório e a miscigenação ocorrida na espécie humana. As conclusões obtidas nessas investigações genéticas constituem um instrumento para enfrentar o vergonhoso racismo, que de biológico nada tem; é sobretudo uma desinteligência ideológica.

Bom conselho


O caso é para estudo e não para vitupério

Silvio Romero em O BRASIL na Primeira década do século XX

sábado, 15 de dezembro de 2007


No Charges On Line

Nem cimento, nem tijolo

O Ministério da Saúde já anunciou a assinatura de um convênio com a prefeitura, no primeiro trimestre de 2008, para a liberação de R$9 milhões a serem aplicados na duplicação do PS da 14 de Março (Coluna Repórter 70 IN: O Liberal, 15 de dezembro de 2007).

A medida divulgada resolve no curto prazo a superlotação existente, mas no médio e longo prazos veremos novamente aquela unidade hospitalar novamente superlotada e sucateada, se não for acompanhada de urgente reorganização da saúde pública em Belém e no Estado.
Recordo que na administração de Edmilson Rodrigues o HPSM foi reformado e a cidade recebeu um segundo hospital de urgência no bairro do Guamá, que equipado custou próximo de 11 milhões de reais, se não me falha a memória. Contudo, em razão da situação em que se encontrava a organização das redes e serviços de saúde pública no interior do Estado, em um ano os hospitais já apresentavam sinais de retorno à superlotação.
É crucial que entendamos que as unidades de saúde, tal qual os orgãos do corpo humano, não operam isoladas, sim em redes interligadas e hierarquizadas que garantem a efetividade do sistema. Sem essa noção, qualquer investimento realizado em Belém, ou no Pará, estará fadado a não render os dividendos que interessam para a melhoria da saúde dos paraenses.

Sociedade do espetáculo

O Bispo Luiz Flávio Cappio programou o vigésimo oitavo dia de greve de fome para cair no Dia de Natal. Em termos biológicos esse é o momento crítico para o organismo frágil sucumbir ao jejum prolongado. Nesse momento, em geral, entra-se em coma e para proteger a vida do suicida, os médicos entram no cenário.
Sabedores disto alguns políticos da oposição baiana, acompanhados de lideranças leigas da Igreja Católica local, levaram ao governo uma pergunta no mínimo cínica: o que o executivo baiano fará no day after do passamento do religioso. Nada, respondeu o Palácio Rio Branco, acrescendo em seguida: Mas queremos discutir com os senhores o que NÒS faremos pela segurança do bispo para que o day after não aconteça.
Aí se deu o inusitado. Os postulantes da primeira pergunta começaram uma algaravia entre eles e bateram em retirada, deixando o executivo baiano sem resposta. Mas o cheiro de carniça é sedutora também para outros. Segundo fonte idônea, as Organizações Globo já têm pronto o necrológio do bispo jejuno, que irá ao ar no Jornal Nacional e será publicado em matéria de capa n'O Globo.
O caso é delicado e está movimentando intensamente a alta hierarquia da Igreja Católica, no Brasil e em Roma, confrontada com uma forma de fundamentalismo que junta política, suicídio, martirização e mídia, de modo incompatível com os cânones religiosos da instituição.

O gigante tremeu

Os EUA não suportaram a pressão na reunião sobre mudança climática da ONU e jogaram a toalha. Numa reviravolta espetacular, o governo norte-americano cedeu às pressões da China e da Índia para rever suas emissões de carbono. É uma vitória histórica dos países em desenvolvimento e, particularmente, do grupo de países conhecido pela sigla BRIC, integrado pelo Brasil, Rússia, Índia e China. Da reunião derivará um novo acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto, instrumento diplomático que os EUA se recusaram a assinar em 99. Está acertado que o novo documento estabelecerá aos países ricos metas para redução da emissão de gases em 25-40% até 2020.

Consciência


Publicada no Diário do Pará, edição de hoje

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A pexotada da Sabatella


Sasheen Littlefeather na Academia de Artes e Ciências de Hollywood.
Letícia Sabatella, uma das poucas atrizes engajadas na questões sociais brasileiras, protagonizou uma embrulhada na Bahia, à ocasião de evento do governo Jaques Wagner (PT-BA) promovido em comemoração ao Dia Mundial dos Direitos Humanos. Sem discutir com a organização do evento, na hora, deu-lhe na telha ler um discurso de apoio à greve de fome do Bispo Luiz Flávio Cappio, que protesta contra a transposição do Rio São Francisco, um projeto do governo Lula na região do Nordeste brasileiro. Em resposta, alguém tentou no melhor estilo centro acadêmico cortar o som do microfone da bela, e a gafe e a reação derrubaram um balde água fria na cerimônia.
Agora a atriz justifica a falta de profissionalismo, com a inocência de um querubim:
Não fui totalmente educada. Mas não imaginei que seria tão inconveniente em se tratando de uma questão relacionada a direitos humanos.
Então tá. Imaginemos a atriz em cerimônia da Rede Globo, de quem é contratada, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa baixar o malho no patrão por ser um dos bastiões da defesa da ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1994. Pensaria duas, tres, n vezes; gastaria um século antes de abrir a boca.
Bom exemplo deu Marlon Brando na cerimônia do Oscar em 73, quando foi pela segunda vez laureado. Decidiu não ir e fez-se representar por uma índia, que em nome dele recusou não só o prêmio, mas leu o discurso do ator contra a repressão militar norte-americana à reserva indígena Wounded Knee no Colorado, em razão dos protestos que faziam pela defesa de seus direitos étnicos. Coerência, expliquem a Sabatella, é isto. Nem sempre dá para conciliar militância com mais alguns cobres na algibeira.

Chove nos campos de Cachoeira

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente publicou no final do ano um álbum comemorativo, entitulado Paisagens Literárias. A idéia é fazer o cruzamento entre as regiões brasileiras, os parques nacionais e, como voz de suas regiões, trechos da obra de autores nacionais. A Amazônia é distinguido com a escolha de Milton Hatoum, Thiago de Mello, Djalma Batista e Dalcídio Jurandir, de que transcrevo a seguir o texto publicado:
Irene, por que não atravessar a chuva, não vem correndo pelo aterro e pelos campos para embalar esta rede parda, acender um candieiro na sala, e ficar em silêncio, como um anjo da guarda? As mãos de Eutanázio gelam com a chuva, com a falta de sono de Irene...
Irene não virá trazes a madrugada e o sereno já deve estar branqueando os campos, cobrindo a vila...
Irene estava bela com a sua gravidez de terra inundada.
Mas outras chuvas caíram, os campos encheram, os gogozeiros carregaram-se de frutos, o Ararí transbordou, os jacarés vinham roncar debaixo das casas e Felícia pela primeira vez sorriu com certa intenção pra o Teodoro que, na cabeça da ponte do Delfimn, pescava piranha.
Os campos inundados fervem ao sol da janela seleta. Sobe um calor das águas paradas que subiram meio metro. Os peixes bóiam n'água transparente comendo o resto de comida que Inocência sacode da toalha.
O negrito é meu, para destacar a beleza poética do texto. Jurandir em 2009 completará centenário de nascimento. Aguarda-se que o Estado do Pará comemore a efeméride na altura da importância de um dos maiores regionalistas brasileiros, de porte ombreado com José Lins do Rego, Raquel de Queirós e Jorge Amado.

Crença na humanidade


É possível crer na humanidade. Iniqüidade, violência, insegurança, intolerância, miséria, fome, nenhum dos males causados ao Homem pelo próprio Homem resiste à esperança. Disso já sabiam os gregos antigos, que cantavam a ode à criatividade e potencialidade humanas, abrigadas no último dos sentimentos, em mitos como o da caixa de Pandora.

Prova maior de que o Homem é divino e que ainda há esperança na humanidade, apesar de sempre estarmos vaticinando o fim dos tempos, reside na música. O máximo do requinte humano está singularmente representado, entre muitos outros exemplos, nas obras de Johann Sebastian Bach. Dois séculos depois, outros homens vieram e fundiram o som de Bach aos seus ritmos tradicionais, tão sofisticados quanto a música do compositor alemão. No barroco buscaram raízes, deram-lhe suíngue e criaram o jazz.

A evidência de que barroco e jazz são mais próximos do que se supõe? Ouçam a magnífica interpretação de Nina Simone, ainda novinha, para Love me or Leave Me, clássico de Walter Donaldson e Gus Kahn e tirem suas conclusões.

Pequenez humana

Crédito: NASA

Houve uma época em que o clichê padrão dos críticos de cinema era que o filme, se clássico, evocava a pequenez humana frente à força da natureza, à grandeza do mundo, ou à inevitabilidade do destino. Cansei de ler esta expressão em suplementos culturais: a pequenez do Homem. Parecia-me coisa de cretinos.

Entretanto, frente a fotos como esta de cima, não há como não lembrar da pequenez humana. Talvez por isso os primeiros astronautas acabaram, quase todos, incorrendo no misticismo mais inconcusso.

À moda de Chávez

Pior que perder uma disputa, é não saber perdê-la. Por isso, faria melhor o ministro Tarso Genro se ficasse calado, em lugar de minimizar com ironias a derrota do governo na votação da CPMF.

De acordo com a Folha Online, em formatura de novos policiais federais realizada hoje, da qual participou, Genro fez as seguintes afirmações a respeito de Fernando Henrique Cardoso e da vitória da oposição no embate no Senado:

É visível que, por trás desse movimento, tem a sombra do Fernando Henrique Cardoso, que não admite que o Lula é melhor presidente do que ele. E que o governo tirou o país da estagnação e o presidente Lula é muito mais respeitado internacionalmente do que ele.

Essa atitude do Fernando Henrique Cardoso demonstra que ele estava fazendo revanche não só da derrota que sofreu, com a não-eleição de seu candidato.

[É uma revanche] à derrota que está sofrendo no seu íntimo, na sua dor que vem expressando do fato que o presidente Lula tirou o país do atoleiro que ele deixou. Isso dói muito nele.

O ministro também disse que o DEM e o PSDB, supostos responsáveis pelo não à prorrogação da contribuição, “agiram dentro do processo democrático” para impor uma derrota ao governo.

As referências ao processo democrático de votação do projeto no Senado não parecem exprimir o verdadeiro pensamento de Tarso Genro. Falasse ele com sinceridade, deveria ter enaltecido a forma como a votação se deu, e não atribuí-la ao alegado arrivismo da oposição.

Afinal, o governo deveria fazer uma auto-análise percuciente das razões de sua derrota. Notadamente porque não só a oposição votou contra o Executivo; parlamentares da base aliada também disseram não à prorrogação da CPMF. Prova de que a base não é tão sólida, nem tão aliada assim. E a culpa não é de FHC.

Se pudrió

Na coluna Repórter 70 d'O Liberal, informa o diretor geral do Hospital de Pronto Socorro Municipal que aquela casa de saúde continua superlotada. Em situação pior que em 1997, quando era o único hospital para atender urgência em todo o estado, hoje o HPSM está com 90% dos seus leitos ocupados por pacientes procedentes do interior. Preocupado, o administrador do hospital vai convidar o secretário de saúde de Ananindeua, município da região metrolitana de Belém, que responde por 54% do total de internados, para discutir o assunto.
O percentual de ocupação/procedência de pacientes é ainda mais escandaloso, se considerarmos que hoje a Secretaria Municipal de Saúde conta com um segundo hospital de urgência, inaugurado em 2000, e outro para atendimento à população da região metropolitana. Se não tivemos nenhuma explosão demográfica registrada pelo IBGE, o que houve então?
As razões para tal situação não foram declinadas pelo administrador da unidade hospitalar, contudo a causa primeira para a origem e manutenção do caos denunciado é clara: por mais de dez anos estivemos sem projeto que organizasse a saúde nas cidades do interior do Pará, que permitisse a implantação de um sistema hierarquizado e regionalizado, onde referência e contra-referência não fossem um joguinho de palavras.
Mas, para completar, contribui decisivamente para aumentar o caos instalado a balbúrdia instalada no sistema de saúde de Belém, ao ponto da Santa Casa de Misericórdia, também superlotada, acumular em 2007 um beiço de 7 milhões de reais da Prefeitura, que só falta dizer ao presidente da secular instituição, Dr. Antonio Anselmo Bentes de Oliveira, que vá se queixar ao bispo. Como diriam os argentinos, apodreceu.

Vergonha nacional

O desembargador federal Cândido Ribeiro, relator da ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra o nacional Duciomar Costa, vulgo Dudu, que tramita pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e cujo mote é o desvio de verbas do SUS para a aquisição de carros da Guarda Municipal, determinou à Justiça Federal no Pará que promova o interrogatório do acusado, para instrução do processo.

Em breve, portanto, Dudu sentará no banco dos réus para ser interrogado por um Juiz Federal da Seção Judiciária do Pará, que posteriormente encaminhará os autos do processo, com a ata do depoimento, de volta ao TRF.

Parafraseando Lula, nunca na história desta cidade um prefeito foi submetido a tal vexame.

Agora é esperar para ver se os jornalões locais, altamente comprometidos com a gestão catastrófica do réu, repercutirão a notícia.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CPMF - o filme

Trago à ribalta comentário anônimo, pinçado do Blogue 5a. Emenda, que repercutiu o comentário da ex-deputada petista Araceli Lemos, hoje no PSOL. É bem ilustrativa de como num balaio de gatos políticos de repente todos os gatos se tornam pardos.

Tirinho de festim da Araceli Lemos. Reclama que o governo fez aliança com a direita, mas esquece que esteve no mesmo barco dos senadores Arthur Virgílio, Jereissati e Flexa Ribeiro. Foi lindo ver o Senador Neri votando junto com os tucanos contra a CPMF. Detalhe: ela diz que não é o fim do mundo, que o imposto não é importante, etc, mas confessa sutilmente que o ato de não aprovação do imposto redundará no aumento de outros. Sabe, portanto, do efeito negativo que o partido dela acarretou ao país, e faz jogo de cena com o eleitor. A valorosa ex-deputada do PSOL já fez intervenções bem mais inteligentes.

Os detalhes do cometimento de Araceli podem ser lidos aqui, no post de Francisco Rocha Júnior, logo abaixo, ou no blogue do Juvêncio, o tonitruante 5a. Emenda.

Migrando do Vista para o XP: alguns cuidados



Este é um assunto polêmico. E muita gente que adquiriu seu equipamento novo com o Windows Vista pré-instalado, tem mostrado alguma insegurança ou mesmo franca insatisfação com o novíssimo sistema operacional da Microsoft.
Se você é um daqueles insatisfeitos e deseja retirar o Vista e instalar o Windows XP (ao que se convencionou chamar de downgrade Vista --> XP), é preciso cercar-se antes de alguns cuidados.
E a PC World BR dedica um artigo inteiro a respeito, feito pelo jornalista americano Jon L. Jacobi. Nele, relata com alguns detalhes os problemas que apresentou com o Vista, e os motivos que o levaram a fazer o downgrade para o XP.
Acontece que o processo, leva a inteira reformatação do HD do usuário, com inevitável perda de dados (fotografias, documentos, vídeos, etc).
Se você já decidiu pelo downgrade, é altamente recomendável dar uma boa lida no artigo.

Biblioteca

Eis um exemplo que VALE ser imitado por aqui:

O Sistema Usiminas fecha 2007 com investimento de R$ 3 milhões em fomento à leitura. O valor inclui a sétima biblioteca patrocinada pelo grupo que será inaugurada na quarta (13/12), em Ipatinga (MG). Segundo a coluna Mercado Aberto, a unidade atenderá a cerca de 15 mil empregados e terceirizados.
"Folha de S. Paulo - 11/12/2007 - Reproduzido do site http://www.publishnews.com.br/

CPMF: derrota do governo?

A ex-deputada Araceli Lemos, em seu blog, faz a seguinte análise da derrota do governo na votação da prorrogação da CPMF:

Balas de festim - Governo perde CPMF. Fim do mundo é adiado

Por que o governo perdeu a CPMF? Simples: faltaram-lhe votos. E mais ainda, houve a ausência do mais importante: a força de argumentos verdadeiros. Uma derrota sentida, por certo, mais de pouca conseqüência prática para os dias seguintes.

A ameaça de fim do mundo, com a suspensão dos programas sociais e o caos anunciado na saúde - ou melhor, sua ampliação em níveis ainda mais insuportáveis, foi afastada. Não passava de retórica oca, chantagem barata e "luta de classes" de mentirinha, tudo bem ao estilo do presidente-ilusionista.

Conforme informou o jornalista Josias de Souza em seu Blog no UOL, o governo já tem seu plano "B" diante da acachapante derrota por 45 a 34 votos na madrugada de hoje (precisava de 49 senadores a favor da prorrogação). "O governo planeja para o início de 2008 o anúncio da elevação de alíquota de uma série de impostos e contribuições. O pacote deve incluir o aumento de pelo menos quatro impostos que independem de autorização do Congresso Nacional", diz o colunista da Folha, citando fontes governamentais.

Para completar essa verdadeira batalha de Itararé - aquela que foi anunciada e acabou não existindo - o governo selou com a oposição de direita - que de ladra muito, porém não tem os caninos tão afiados assim - um pacto para prorrogar, até 2011, a famigerada Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite o governo manipular até 20% do total da arrecadação federal sem qualquer partilha com Estados e Municípios e sem atender aos princípios constitucionais de gastos mínimos com saúde e educação. Um crime contra o povo brasileiro que prosseguirá por mais quatro anos.

O resto, bem, o resto são tiros de festim, discursos inflamados, caras feias e dentes que rangem, enquanto o sol nasce imponente, em mais uma manhã no Planalto Central.

De boca fechada

A entrevista da ex-exposa do Senador Fernando Collor (PRTB - Alagoas), publicada na Veja desta semana, vale mais pelo que ela não diz do que pelas descoloridas confissões ali reveladas.

Veja – A senhora, então, achava que o presidente era um homem muito rico?
Rosane – Sempre achei que o Fernando fosse rico. Quando moramos em Miami, ele me deu um Porsche de presente. Tínhamos uns dez cartões de crédito. Também guardávamos dinheiro em um cofre da casa. Quando voltamos ao Brasil, continuamos vivendo maravilhosamente bem. A minha mesada era de 40 000 reais. Passávamos o réveillon em Angra dos Reis com ilha alugada, com segurança, mordomo e até helicóptero. Também costumávamos esquiar em Aspen. Com a nossa separação, em 2005, descobri que Fernando tem uma renda mensal declarada de 25 800 reais.

Veja – Entre o impeachment, em 1992, e a sua eleição para o Senado, no ano passado, o ex-presidente praticamente não trabalhou. Como ele bancava seus gastos pessoais com uma renda de 25 800 reais?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – Estima-se que a parceria entre PC Farias e o ex-presidente tenha deixado um saldo de 60 milhões de dólares em contas secretas no exterior. A senhora tem alguma idéia de onde foi parar esse dinheiro?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – A senhora acredita que o presidente tenha contas secretas no exterior?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

Veja – A senhora não pode responder porque não sabe ou porque tem medo de sofrer alguma retaliação?
Rosane – Não posso falar sobre isso.

A derrota da CPMF

É a maior derrota política do Governo Lula. Que lhe sirva de lição para qualificar a relação com o Congresso Nacional. E corre outros riscos, como perfeitamente colocado pelo Senador Tião Viana (PT-Acre), quanto a ser derrotado também na DRU ao propor a votação em separado essa matéria da CPMF.
Se bem entendo de estratégia militar, uma das formas de derrotar um inimigo é cortar-lhe o suprimento de recursos estratégicos, levando-o a inanição, ou quase.
Mas, no limite, aproveitando o golpe de quem ataca, é saída dar ao inimigo a chance de fazer o mal de uma só vez, para que adiante pela adversidade provocada lhe seja devolvido em definitivo contra-golpe o prejuízo imposto?
Nesse caso, em sendo o governo derrotado na DRU, haverá a declaração de guerra total contra tucanos, grande elenco da oposição e aliados pero no mucho ou quinta-colunas?
Não, não será assim, recomenda a experiência. Nem ao mar, nem tanto a terra, porque a história das elites na república brasileira é de sempre acomodar as camadas tectônicas do modo que siga o barco, mais ainda quando conta com a ajuda providencial de mãos canhas, ás cegas radicalmente canhotas.
Atualizando: no melhor estilo da paz dos cemitérios, a DRU não foi rejeitada com a contribuição de votos do PSDB e demais partidos da oposição. Os puros de espírito fazem acreditar que ela é suficiente para equilibrar as contas nacionais na ausência da CPMF. Acreditam que estão votados ao reino dos céus.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Belzonte - Um século

Belo Horizonte, a primeira capital planejada da federação, completa 100 anos. O projeto foi de um paraense, Aarão Reis, no melhor estilo francês tão em voga na época. Uma pena que poucos anos depois foi seguidamente descaracterizado. O que não impede um brinde aos mineiros, honorários ou de nascimento, que frequentam o Flanar.

Jucá jogou a toalha

Segundo informa o blog do Noblat, o senador Romero Jucá (PMDB/RR), líder do governo no Senado, acaba de jogar a toalha na votação da CPMF.

Já o senador Cristóvam Buarque afirmou ao jornalista, por telefone, que ninguém sabe de nada no Senado.

O jogo continua em aberto.

Guerra aberta

O líder do PSDB no senado, o finíssimo senador Arthur Virgílio, acaba de anunciar que o partido votará contra a prorrogação da CPMF e a aprovação da DRU (Desvinculação de Receita da União), instrumento que permite ao governo reservar 20% da arrecadação total de impostos para gastar como quiser.

A previsão passa a ser sombria para o governo - caso, obviamente, nenhum senador do PSDB trairar o partido.

Alea jacta est

Começa daqui a pouco, às 16 horas, no Senado da República (nome pomposo para um lugar nem tanto assim), a sessão de votação da prorrogação da CPMF. O governo apostou suas fichas no empenho favorável ao “imposto do cheque” dos governadores, inclusive do PSDB, mas garante não ter certeza da vitória. Os tucanos, por sua vez, ainda estudam liberar a bancada para a votação.

Por falar nisso...

Ainda não entendi: se o governo paulista anunciou possuir mais de onze bilhões de reais para investimento nos próximos anos, qual a motivação política para o governador José Serra impor a seus senadores a votação favorável à CPMF? Será que ele acredita que, mesmo Lula com muito dinheiro em caixa, conseguirá se eleger presidente em 2010?

Nada de novo no front

O Senado tem novo presidente: eleito com o voto de 68 de seus pares, Garibaldi Alves (PMDB/RN) assume a cadeira de Renan Calheiros – aquele das vacas de ouro e do laranjal midiático – para um mandato tampão que se estenderá até fevereiro de 2009.

No entanto, o quarto cidadão na linha de sucessão da Presidência da República já assume o posto vergastado por denúncias de utilização de caixa dois na campanha de 2002. As acusações fomentam denúncia formulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, que indica que R$ 210.000,00 saíram do orçamento da Secretaria Estadual de Defesa Social e foram parar nas contas da empresa Polis Propaganda e Publicidade, de João Santana, ex-sócio de Duda Mendonça e responsável pela campanha vitoriosa de Garibaldi Alves ao senado.

Ou seja, mais do mesmo vem aí. E ainda dizem que o país tem instituições sólidas; de fancaria, isto sim.

E a novela continua

A respeito da longa novela da transposição do rio São Francisco, noticia o sítio Migalhas:

TRF da 1ª Região suspende obras do Projeto de Transposição do Rio. AGU apresentará recursos contra decisão

O Desembargador Federal Antônio Souza Prudente, do TRF da 1ª Região, concedeu liminar no dia 10/12 para suspender as obras do Projeto de Transposição do Rio São Francisco. O magistrado suspendeu a Resolução CNRH 47/2005, que aprovava o aproveitamento hídrico do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, bem como os demais atos administrativos derivados, com destaque à outorga e ao Certificado de Sustentabilidade Hídrica da Obra.

Trata-se de recurso, apelação em mandado de segurança, do Ministério Público Federal contra sentença da 2ª Vara Federal do Distrito Federal.

Segundo a liminar, o projeto não poderia ter sido aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos sem que um procedimento administrativo que trata de conflito de águas fosse analisado pelo comitê de bacia hidrográfica do Rio São Francisco. No entendimento do magistrado, registrada tal pendência, não se poderia deliberar quanto ao aproveitamento hídrico do projeto de transposição do Rio São Francisco ou quanto à integração deste com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional, pois deve-se aguardar definição das pendências em âmbito administrativo.

Além disso, acrescentou o magistrado que diversas ações sobre a validade do estudo de impacto ambiental realizado ainda aguardam julgamento no STF. O estudo deve anteceder à licença, registrou o Desembargador do TRF da 1ª Região, evitando-se assim desrespeito à Constituição e à legislação ambiental. Para o magistrado houve um atropelamento do devido processo penal e desatenção aos princípios constitucionais que privilegiam a defesa do meio ambiente (CF, art. 170, VI).

Restaram, assim, suspensas a Resolução CNRH 47/2005 e as obras do Projeto de Transposição, até que se restaure a legalidade de todo o procedimento para a aprovação pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos do Projeto.

Apelação em Mandado de Segurança 2004.34.00. 046483-4/DF

AGU apresentará recursos contra decisão que suspendeu obras de transposição

A secretária-geral de Contencioso da AGU, Grace Maria Fernandes Mendonça, anunciou ontem que a AGU recorrerá ao STF e ao TRF da 1ª Região, contra a decisão que suspendeu as obras de transposição do Rio São Francisco.

"Apresentaremos uma reclamação constitucional no STF e também um agravo de instrumento no TRF. Esta questão não é nova no Supremo. Várias liminares já foram deferidas na Justiça de primeiro e segundo grau, mas conseguimos suspendê-las em sede de reclamação", destacou.

Segundo ela, o STF reconheceu que sua competência originária julgar as ações relativas à transposição do Rio São Francisco e avocou todos os processos sobre o tema. A previsão é de que os recursos sejam apresentados ainda nesta semana.

A história é longa, tem inúmeros capítulos e é prima próxima de outra tão longa quanto, que nós conhecemos na pele: a da construção das eclusas de Tucuruí.

O engraçado, a respeito da transposição do Velho Chico, é que as exigências descumpridas pelo governo são de cunho administrativo e dependem, por isso mesmo, de órgãos do próprio Poder Federal. Vale dizer: o governo desrespeita a si mesmo; vai respeitar quem, então?

Vida longa ao Central Hotel

Aquarela de Sérgio Bastos, da série "Belém tem disso"

O Central Hotel, qual fênix, renasce amanhã para toda a população de Belém. Por iniciativa da C&A, multinacional do ramo de confecções de origem holandesa, o prédio foi revitalizado e abrigará a mais nova loja da cadeia no norte do país.

Pela fachada, parece que o prédio foi totalmente restaurado. As afirmações do arquiteto Aurélio Meira, profissional de renome que realizou o restauro, e o acompanhamento da obra feito pelo Ministério Público, na pessoa do promotor de Justiça Benedito Wilson Sá, dão o tom de boa notícia ao evento.

Tenho um carinho especial pelo CH. Na década de 90, fui advogado da causa da família do antigo locatário do prédio, que efetivamente o utilizava como hotel e por ele zelou durante quase 4 décadas.

O proprietário anterior – acredito que o mesmo que vendeu o imóvel à C&A – por várias vezes tentou livrar-se do que achava ser uma velharia, desrespeitando sua história e suas linhas arquitetônicas. Lutamos contra uma aquisição irregular, resistindo até o esgotamento dos administradores. A partir da tomada do prédio pelo seu então proprietário, que o adquiriu dos construtores e primeiros donos do CH, nada mais foi como antes: o imóvel, semi-abandonado, teve várias destinações, nenhuma delas garantindo sua preservação. Até agora.

A C&A, o arquiteto da obra e sua equipe de trabalho, o MP e o Movimento Central Hotel, que lutou pela preservação das linhas originais do prédio desde o anúncio da compra pela multinacional, merecem felicitações.

35 anos de esquina

Para comemorar os 35 anos dos discos Clube da Esquina 1 e 2, a gravadora EMI relançará os álbuns remasterizados em caixa especial. O primeiro não foi remixado em razão de não existir mais a fita master. O segundo recebeu um tratamento semelhante ao empregado na recuperação do disco Elis & Tom (1974), em 24 canais, também sob a direção de João Marcelo Bôscoli. Quem possuir som estéreo surround terá a emoção do ambiente vivido em estúdio, quando o disco foi gravado em 1978. Será emoção redobrada ouvir Elis soltar a voz para a posteridade em Para Lennon e McCartney: Por que você não verá, meu lado ocidental...

O ano dos portáteis



Os computadores móveis (não necessariamente portáteis), também conhecidos como notebooks (ou "nótibuk" como já dizem alguns), foram a grande estrela do mercado de informática em 2007. Segundo informa a PC World BR, as vendas devem crescer 219% no quarto trimestre de 2007.
Foi-se o tempo em que possuir um, era coisa de "gente muito boa". Com a queda de preços quase que vertiginosa experimentada neste ano, a classe média passa a ter acesso a computação móvel.
A exemplo do que inicialmente aconteceu com os celulares, respeitadas as proporções. Quem não se lembra do tempo em que era raríssimo ver alguém com aquele tijolaço da Motorola atracado no cinto. Hoje, certamente, seu jardineiro, cozinheira, faxineiro, e outros prestadores de serviços, já possuem um enfiado discretamente no bolso. Até mesmo porque - eles bem sabem - não é mais recomendável andar com eles atracados à cintura.
Mas voltando aos portáteis, a diferença de preço entre um computador de mesa e um portátil - que já chegou a ser de um triplo - em países como os EUA não passa de 20%.
E a classe média, com certeza, agradece. É só consultar a pesquisa do IT Data que comprova que a chamada classe A, prefere a TV LCD, deixando o "nóti" em segundo lugar. Ele é objeto de desejo das classes B e C. Sem a menor sombra de dúvida.

Deu no The New York Times


Foto: Marlene Bergamo/Folha Imagem (The New York Times)

The judge who placed the girl in the all-male jail, Clarice Maria Andrade, is being investigated and could lose her job. Two others in her office are accused of altering a document to make it seem as if the judge had approved a transfer from the jail shortly after the police made the request, not 12 days later.

Assim o The New York Times repercute hoje em grande resportagem do jornalista Alexei Barrionuevo o caso da menor de Abaetetuba, largada na cela com 34 detentos por quase 1 mês.
Leia a íntegra clicando aqui.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Diamantes de sangue

O historiador e antropólogo Márcio Meira, Presidente da Fundação Nacional do Ìndio - FUNAI, teve sucesso em sua embaixada junto a tribo dos índios cintas-largas, em Rondônia. Pessoalmente negociou com os guerreiros da tribo, que libertaram os cinco reféns, dentre os quais se encontrava um representante do Alto Comissariado da ONU.
Entretanto, a terra dos cintas largas permanece como zona quente de conflito devido as jazidas valiosíssimas de diamantes e a cobiça do mercado internacional, que em N.Y City, Amsterdã, no Quartier Latin (Paris), Rio de Janeiro e São Paulo usufrui dos resultados do contrabando de pedras garimpadas ilegalmente nas reservas de indígenas brasileiros.
Além de saúde e educação, os índios reinvidicam segurança contra marginais e o controle sobre a exploração das pedras preciosas.
Quando teremos um modelo de gestão das terras indígenas, que responda ao desafio de garantir dignidade a esses povos, possibilitando que a riqueza que existe nelas seja revertida para a melhoria das condições sociais dos índios e dos estados onde estão essas reservas?
Para imaginarmos o faroeste na fronteira diamantina da Amazônia, assistamos o Diamantes de Sangue, com Leonardo de Caprio: um tema que aguarda entre nós por um jornalista investigador que desvele mais essa dimensão criminosa na região. Quem, o corajoso?

Tô nem aí pro de "uro"



Sou muito mais o meu. Todo branco e de "práustico" mesmo.
Êta caboquinho bão! Sorry PCs!

Macbook de ouro



Esta vem do Blog MacMagazine.
Que tal um Macbook de 10.000 dólares?
Trata-se de um Macbook Pro folheado a ouro, com a maçã cravejada de diamantes.
Você pode comprar aqui.

Memória RAM original para Macbook

Permitam-me um jabá rápido.

Aqueles que adquiriram os primeiros e mais acessíveis modelos de Macbook da Apple, que possuem apenas 512 megabytes (2 pentes de 256 megabytes) de memória RAM onboard, tem aqui uma oportunidade de fazer um excelente upgrade, com memória original da Apple.
Tenho disponíveis para pronta entrega 2 pentes originais de 512 megabytes (totalizando 1 gigabyte de RAM) de memória SODIM DDR 2, 667 MHZ.
Como disse, inteiramente ORIGINAIS! Interessados (apenas de Belém, por favor), entrem em contato comentando este post para discutirmos os detalhes. Adianto que vendo os 2 pentes pelo preço de um, no comércio local. Instalo e ponho pra funcionar no seu Macbook.
Sim! Elas também podem funcionar em seu notebook de outras plataformas. Desde que seu hardware seja compatível. Consulte o manual de seu notebook e leia algo sobre as memórias que ele comporta. Procure por DDR 2, 667 MHZ.

Fecha o pano!

Brasil: esqueça o iPhone!


Celso Eluan

Em conversa ontem à tarde com Celso Eluan, um dos brilhantes proprietários da Sol Informática, para mim ficou claro que se depender da Apple, tão cedo o iPhone não chegará ao Brasil. Pelo menos de maneira oficial.
Segundo Celso, já teria havido uma tentativa de contato por parte das operadoras de telefonia móvel do Brasil com a Apple dos EUA, visando parcerias que viabilizassem o iPhone no Brasil.
O resultado é que os emissários nem teriam sido recebidos nos escritórios da Apple.
Ainda segundo informou Celso, a Apple já teria deixado claro que seu roadmap de lançamento do iPhone já estaria definido há muito tempo e incluiria além dos EUA, apenas a Europa e a Ásia. Na América Latina, ao menos por enquanto, nem pensar.
Motivo: possivelmente a pequena participação (menos que 1%) dos computadores Apple Macintosh no mercado brasileiro comparado aos tradicionais PCs.
Aos espertinhos que acham que estão ganhando grande coisa comprando os iPhones desbloqueados no Brasil, recomendamos cuidado. A Apple já deu provas de que não pretende aturar tamanha ousadia.

PS: nossas desculpas, Celso. Mas esta, foi a única fotografia que encontrei sua no Google Images.

Novidades para os notebooks em 2008


Memória Flash da Samsung

A Toshiba anunciou hoje que vai começar ano que vem a produção dos primeiros notebooks equipados com memória flash, em substituição aos atuais discos rígidos. É o que informa a PC World BR.
A notícia esquenta definitivamente o mundo da microinformática, há décadas assolado pela velha e limitada tecnologia dos discos rígidos, reconhecidamente lenta, vulnerável a impactos e consumidora de energia.
E concretiza o sonho anunciado pelo Flanar no post Memória flash de 128 gigabytes de 23 de outubro.
Finalmente, os notebooks entrarão em uma nova fase com armazenamento eficiente e longa duração de suas baterias.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Cabeça coroada com louvor

Nosso articulista Gui, assumiu em Julho deste ano uma cadeira no Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP). Entrou na vaga de número 32, cujo patrono é Misael Seixas e o último ocupante foi Dr. Danilo Mendonça, segundo informa em entrevista ao jornal do CRM-PA.
"Mineirinho" que só ele, Gui vem tendo participação "mineira" no Flanar. Com posts curtos mas muito comentados.
Em tempo, o "mineirinho" é de fato bem paraense.