Nesta quinta-feira, a humanidade deu mais uma prova de que a intolerância ainda é uma doença muito longe de ser erradicada: Benazir Bhutto foi assassinada hoje por um manifestante suicida que, após atirar na ex-primeira ministra do Paquistão, detonou uma bomba presa a seu corpo, matando mais 16 pessoas presentes a um comício realizado em Rawalpindi, no interior do país.
Benazir passou 8 anos em auto-exílio, tendo retornado somente em outubro deste ano à sua terra natal. Logo em sua chegada, quase foi vítima de um enorme atentado, atribuído à Al-Qaeda (grupo terrorista responsável pelo fatídico 11 de setembro), que matou mais de 130 pessoas.
Benazir Bhutto teve uma história de vida marcada pela tragédia. Tendo cumprido sua formação acadêmica entre as universidades de Oxford, na Inglaterra, e Harvard, nos EUA, retornou ao Paquistão em 1977, quando seu pai, Zulfiqar Ali Bhutto, tornou-se o primeiro premier eleito no Paquistão. Em 1979, Ali Bhutto foi deposto por um golpe militar e executado pelo novo regime. Benazir ficou presa, com toda a família, a mando do governo, de
Benazir foi eleita por duas vezes primeira-ministra do Paquistão. Saiu sob acusações de corrupção, que ela sempre negou. Exilou-se a partir de 1999 até este ano, quando negociou com o presidente Pervez Musharraf seu retorno.
A história de Benazir Bhutto e, em particular, o episódio da queda e execução de seu pai, inspirou uma canção de Chico César, compositor maranhense, que prega justamente contra a intolerância:
Não aponte o dedo
para Benazir Bhutto
seu puto
ela está de luto
pela morte do pai.
Não aponte o dedo
para Benazir,
esse dedo em riste,
esse medo triste
é você.
Benazir resiste
o olho que existe
é o que vê.
2 comentários:
"Benazir resiste
o olho que existe
é o que vê".
Congratulações pelo post!
Obrigado, das 19:25hs.
Volte sempre.
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