sábado, 31 de dezembro de 2011

Uma página a virar

Meus queridos parceiros de blog e leitores desta obra coletiva, hoje, uma vez mais, é dia de celebração. Às vezes penso que o réveillon é como dizia Renato Russo: "nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu; está tudo assim tão diferente". Creio que ninguém fique indiferente a essa ideia de ciclo que termina, mesmo que na próxima semana eu esteja no mesmo emprego, na mesma vida, no mesmo turbilhão de sempre. Aprendi que todos precisamos de fechamento para os fatos de nossa vida. É uma condição para estarmos aptos a prosseguir.
Assim, não preciso pensar em crenças, credos ou religiões; não preciso pensar no tipo de festa (ou na ausência dela) que faz o seu estilo; não preciso mencionar especificamente os seus planos para o ano vindouro. Posso apenas lhes desejar que, esta noite, seus corações estejam realmente em festa. Que haja uma família ou amigos queridos (ou ambos) para aquecê-los. Que haja uma perspectiva positiva para começar a fazer efeito já nos próximos dias. Desejo, enfim, que 2012 comece como uma promessa de felicidade.
E que logo se realize.

Caleidoscópio


Imagem: Scylla Lage Neto

As datas aplicadas aos fatos, os homens e as mulheres "enfiados" entre dois números simples de lápides ou nas narrativas obscuras de fatos diversos têm valor absoluto tanto quanto os sonhos ou os vestígios dos mitos.
Rober Graves

Feliz 20?? !

2011 aos olhos do "The Boston Globe"

Imagem: Pete Souza (The White House)
Quem circula há mais tempo na web, já sabe que o The Boston Globe publica no final do ano sua coletânea de imagens que marcaram o mundo. E possui um website totalmente dedicado a esta finalidade. Se ainda não conhece, clique no link e conheça o The Big Picture. Veja e entenda imagens marcantes como esta, feita pelo fotógrafo oficial da Casa Branca Pete Souza. 

Reuters Best Photos of The Year

Imagem: Eric Thayer (Reuters)
Nada como fazer uma retrospectiva do ano em imagens. Mais ainda, em se tratando de uma agência internacional de notícias como a Reuters.  Neste link, você vai ver imagens espetaculares dos craques em fotojornalismo mundial. Como esta, do norte americano Eric Thayer. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A deliciosa ironia do Yúdice


Acho que já falei em outros tempos do quanto estimo e aprecio nosso parceiro e blogueiro Yúdice Andrade (na imagem, Yúdice com sua querida Júlia). Seus textos, especialmente quando recheados daquela fina ironia, me levam frequentemente às gargalhadas. Mas este aqui, está insuperável. Clique no link e entenda o que eu digo.
Kkkkkkkkkkkk!

Dark House

Você sabe o quê é isso?

Tributo ao gênio Les Paul





Ouça o resultado!

1 ano da iStore Belém


Quem usa PCs nem se incomoda. Há fartura de "técnicos" e "micreiros" capazes de fazer algum tipo de reparo em qualquer computador da plataforma. Contudo, quem utiliza qualquer produto Apple, há pelo menos 1 ano, está plenamente amparado pelo ótimo Centro de Serviço Técnico Autorizado Apple em Belém. E este tipo de usuário sabe muito bem valorizar a iniciativa de Albery Rodrigues e Flávio Sonoda. 
Na verdade, com seu empreendedorismo, eles conseguiram trazer tranquilidade para os usuários que decidiram tomar a pílula vermelha. Aquela que vai na contramão da maioria. Na direção daqueles que um dia, resolveram "pensar diferente".
Tirando a óbvia provocação deste poster, a iniciativa dos dois jovens empresários é uma façanha digna de nota.
Há algum tempo, especialmente para nós aqui nesta "senzala nortista", esta era uma decisão para corações fortes e convictos. Quase uma insanidade. Afinal, onde poderíamos conseguir suporte técnico para nossos MACs?
Graças a visão dos jovens proprietários da iStore, qualquer um hoje, pode tomar a mesma decisão sem se preocupar com assistência técnica local. E eles comemoram 1 ano de vida. E eu comemoro junto. Com carradas de motivos. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Papel e caneta simulados no iPad


Quem já tentou utilizar o iPad, (com qualquer tipo acessório tipo stylus pen) para escrever textos à mão livre, como se estivesse escrevendo com uma caneta real sobre papel, já sabe que a experiência é frustrante. De fato, o iPad não foi feito para isso. E nem para ser utilizado com qualquer tipo de stylus pen.
Contudo, convenhamos, não é exatamente uma má idéia, não? Com o aplicativo e acessório corretos, seria interessante rabiscar notas no iPad, exatamente como se faz com um papel e uma caneta.
Eis então que, segundo o MacGasm, parece ter surgido uma solução que promete uma experiência mais efetiva neste sentido.
A solução iPen, ainda é um protótipo no aguardo de investimentos. E consiste na verdade em uma "caneta", um sensor e um aplicativo. Após encaixar o sensor na porta de sincronismo do iPad, com o aplicativo instalado, a "caneta" passaria a funcionar de maneira tão precisa quanto uma caneta real. A tecnologia envolve sinais ultra-sônicos e infravermelhos.
Clique no link e assista ao vídeo. Vale a pena.
Eu gostei!

The day after


Imagem: Moisés de Macedo

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ode aos ácaros


Aceria anthocoptes

Considerando que a idade média de um travesseiro é de 6 anos, estima-se que 10% do seu peso seja constituído de "pele que se soltou, ácaros vivos, ácaros mortos e estrume de ácaros", segundo o Dr. John Maunder, do Centro Britânico de Entomologia Médica.
Os ácaros, como a maior parte dos seres vivos, são de diminutas dimensões, e podem chegar ao assustador número de 2.000.000 de unidades apenas no seu colchão.
Imagine o banquete microscópico que você proporciona a eles com seus óleos corporais adoráveis e incontáveis flocos crocantes de pele que perde enquanto dorme.
Mas pelo menos esses são os seus ácaros. E quando dormimos num colchão estranho? E num hotel?!...
O inacreditável de tudo isso é que os nossos companheiros noturnos foram descritos apenas em 1965.
A lição que os ácaros nos ensina é que temos incontáveis animais microscópicos intimamente ligados às nossas vidas, assim como nós estamos conectados às deles.
E para os obcecados com limpeza, guardo a pior informação para o final: as atuais máquinas de lavar, operando com detergentes em baixa temperatura, estimularam a proliferação de ácaros...
Usando as próprias palavras do Dr. Saunder, "se você lava roupa suja a temperaturas baixas, tudo o que obtém são ácaros mais limpos".
Será o Benedito?!...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Educação ambiental



Neste complicado momento da história do planeta Terra, a abordagem correta da educação ambiental pode e trará repercussões definitivas nas próximas gerações.
Visando suprir a demanda por educação de boa qualidade, será lançado no próximo dia 29 o livro Educação Ambiental Escolar, da Profa. Nazaré Resende de Almeida.
Nazaré, de quem tenho a honra de ser amigo, é mestra em Educação pela Universidad de la Empresa, em Montevidéu (Uruguai), e leciona Ciências na Escola de Aplicação da U.F.Pa., em Belém, tendo, portanto, não só a vivência teórica, como a prática diária na sala de aula.
O lançamento será feito inicialmente en petit comité, numa cerimônia íntima para a família e uns poucos amigos.
Os interessados podem adquirir o livro pelo e-mail almeida.naza@bol.com.br.
Parabéns à Maestra Nazaré!

Admirável mundo novo baiano

Tive, mais uma vez, a certeza de que podemos nos enganar redondamente com as pessoas quando vi e revi, prazerosamente, o documentário “Filhos de João, o admirável mundo novo baiano”.

Uma das coisas que mais me impactou foi ouvir, dos próprios músicos, que o bossanovista João Gilberto foi o mentor intelectual de um dos grupos que é a cara do Brasil-pandeiro, o encantador Novos Baianos. Pra mim, até então, isso era simplesmente impossível: João, um “quadrado”, conspirando a criação de algo tão vanguardista e saculejante. O documentário, aliás, é construído a partir desta perspectiva e, não à toa, o nome de João Gilberto é destaque no título da película.

Imagens de época são costuradas delicadamente com depoimentos generosos dos músicos, narrando várias etapas de construção até a desconstrução do grupo, movido à paixão, paixão pela música e pelo futebol. Chegaram a se achar melhor jogadores que músicos! Torravam grana em tantos jogos de camisa que poderiam ter quitado o sítio que alugavam para morar juntos. Pepeu Gomes descreve quase incrédulo.

Hoje dizem que viveram intensamente até que a liberdade no modo de se relacionarem uns com os outros começou a ser contaminada pelo modelo capitalista de se controlarem uns aos outros. E foi aí que os Novos Baianos deu o ponta-pé para sua derrocada. Essa é uma versão levantada por eles. Não se sabe a versão de Baby, por exemplo, a única do grupo que não topou fazer parte do documentário.

Recomendo muito. E podem começar por aqui.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Não fui abduzido!

Mas se tivesse rolado, contaria tudo. Publicaria um livro e me divertiria muito com isso.

Às vésperas de um pequeno recesso, fui obrigado a desacelerar. Estou com três férias acumuladas e um tantinho cansado.

O melhor disso?

– Claro que é voltar ao Flanar. Ler tudo o que não li e perceber – de cara – que o espaço está substancialmente reforçado por duas componentes muito, mas muito interessantes.

Aproveito o ensejo, apesar de imperdoavelmente atrasado, desejar as melhores energias à caçula dos flanantes: Erika Morhy. Sinta-se abraçada e acolhida como irmã Erika.

E o ano de 2011 bate asas e dá adeus. Que ano, gente! Pra mim foi espetacular em todos os sentidos.

Volto já, com alguma música para distraí-los. Desejo Boas Festas a todos. Lamento não estar em Belém para abraçá-los pessoalmente, em particular o Raul Reis, que não conheço pessoalmente.

No mais...Vamos em frente.

Chuva luminosa


Imagem: Scylla Lage Neto

Em plena noite natalina, a cidade semi-deserta emanava energia luminosa desde o chão, em direção a um céu sem cometas.
Ou teria o fotógrafo tomado uns drinks a mais?!...

sábado, 24 de dezembro de 2011

Meu abraço


Acabei de deixar, na caixa de comentários da postagem de feliz Natal de Erika Morhy, mais abaixo, a seguinte  manifestação:

O tempo passa e não consigo superar um problema de origem: não gosto do Natal. Não que algo nele me incomode. É que nessa época fico muito mais incomodado com o sofrimento de pessoas como a senhora retratada na postagem e com o de outros, que se encontram em condição pior ainda. Já fui voluntário no setor de câncer oncológico do Ophir Loyola e passei quatro natais por lá. Era doloroso demais.
Em suma, o Natal me maltrata, por mais que eu veja nele uma oportunidade para o mundo. Gostaria que mais pessoas agarrassem essa oportunidade. Feliz Natal para todos.

Quero deixar claro que, justamente porque existe tanta dor no mundo, o Natal é um tempo da maior importância. Sou adepto da teoria do mal menor. Portanto, se ao menos nessa época muitas pessoas passam menos fome ou ganham breves minutos de atenção, melhor isso do que a rotina do restante do ano. Ainda quero acreditar que, de Natal em Natal, as pessoas ainda aprenderão a se reconhecer como irmãos.
Feliz Natal para todos, de coração.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal



Edvan veio com "blues".
Eu vou com música tradicional do Natal estadunidense. Cantada por um ótimo representante da música daquele país. E com admiradores em todo o mundo. Entre os quais, me incluo sem a menor preocupação.
Vejam James Taylor interpretando o clássico Have Yourself a Merry Little Christmas.

PS: não deixem de ver Google Doodle de hoje.  E se tiverem um tempinho, aproveitem e digitem no campo de buscas Let It Snow. Vejam o que acontece.


Christmas future is far away, Christmas past is past.
Christmas present is here today bringing joy that may last.
Have yourself a merry little Christmas, may your heart be light.
In a year our troubles will be out of sight.
From now on, have yourself a merry little Christmas, make the yuletide gay.
In a year our troubles will be miles away.
Here we are as in olden days, happy golden days of yore.
Precious friends who are dear to us gather near to us once more.
I know that in a year we all will be together, if the Fates allow.
Until then, we'll just have to muddle through somehow.
And have ourselves a merry little Christmas now.
Cause everybody knows...

O bom. O mau. E o feio?

Não, nem todo rico é mau e nem todo pobre é bom. E vice-versa. Creio nisto, com todos os reducionismos ou desmembramentos conceituais que os termos podem nos remeter. E não faltam exemplos no nosso cotidiano que põem em xeque esta pseudo-dicotomia. Talvez por isso, viver numa sociedade que ainda estabelece muitas de suas regras a partir do que julgo ser “vazio” de sentido seja tão desconfortável.

Doeu encontrar como pedinte uma senhora que conheci pobre, mas que agora se encontra muito mais empobrecida e humilhada. Choramos juntas. Foi inevitável. Mas seguimos para fazer o que era possível e necessário naquele instante. O assistencialismo. Ela saciou, no jantar, a fome do café da manhã. E levou para o casebre sacolas plásticas de felicidade para os filhos. Levou para casa também mais uma das punições do mundo: o segurança do supermercado tentou impedir Dona Francisca de entrar no recinto. Calada ouviu. Calada permaneceu a me olhar. A uma explicação da distinta jornalista de que aquela senhora estava comigo, o segurança abriu a guarda. Não valia a pena culpa-lo naquele momento. Nos resignamos e seguimos para as migalhas do dia e traçamos planos que, aos poucos, se realizam. E como são poucos, para esta senhora que pariu onze filhos, foi abandonada pelo marido e enfrenta todas as mazelas de uma saúde condizente a dos miseráveis.

Não somos bons. Nem somos maus. Prefiro pensar, talvez, no que é feio. Feio é não nos sensibilizarmos diante da dor alheia. Feio é não fazer algo pra mudar o que for possível e um pouco mais. A dor não passou.

Feliz Natal, Dona Francisca!

Christmas Blues


Hoje, conversando com um amigo que detesta Natal, lembrei dessa canção de um dos ídolos, Dean Martin. Ela traduz como ninguém esse blues, que mesmos os que passam as festas cercados de amigos e familiares nem sempre conseguem escapar: " I'm sure that you'll forgive me /If I don't enthuse/ I guess I've got the Christmas blues" .Se esse blues vier, que seja pelo menos com estilo.Um Natal o mais alegre possível. E que o bissexto 2012 nos traga sorte.Até lá!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Que Beleza!

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Recesso!

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Quanta diferença da minha noção de pobreza...

Mapa da pobreza na Alemanha aponta tendência surpreendente
DA DEUTSCHE WELLE, NA ALEMANHA


O bem-estar social na Alemanha difere bastante em cada região, registrou o mais recente mapa da pobreza do país. Região do Ruhr, antigo coração industrial do país, é a região mais problemática.
A região do Vale do Rio Ruhr, no oeste da Alemanha, é atualmente a maior fonte de preocupação do país. Nela, a desigualdade social aumenta mais do que em qualquer outro território. A surpreendente informação é da Confederação Alemã do Bem-Estar Social, que nesta quarta-feira (21/12) divulgou um relatório sobre as tendências de risco de pobreza nas diferentes regiões. Na Alemanha, uma pessoa é considerada ameaçada pela pobreza se recebe menos do que 60% da média salarial do país.
A confederação abriga 10 mil organizações, fundações e instituições das áreas social e da saúde. Ela apresentou seu primeiro mapa da pobreza em maio de 2009. Segundo Ulrich Schneider, seu diretor geral, o atual relatório permite constatar tendências de desenvolvimento, pois foi realizado durante um período relativamente longo.

Looks Like December



Uma tarde melancólica, modorrenta e calorenta. Vou até os teclados manter a alma em dia, enquanto aguardo as poucas horas que antecedem o próximo plantão noturno. 
Por alguma razão, a primeira música que tento executar no Roland, é de Antonio Carlos Jobim. De súbito, uma saudade do tamanho do mundo me domina.
Volto ao Mac e faço uma pesquisa rápida no You Tube. Eis então, que encontro uma versão em inglês de uma de suas músicas mais marcantes. Batizada de Looks Like December e cantada pelo próprio Tom, é uma versão interessante, que nunca tinha ouvido antes, da belíssima "Anos Dourados".
Ouça sem preconceitos.
A letra, você pode encontrar aquí.

Sofrimento na ditadura

Digam o que disserem, eu definitivamente não acredito nas reações absolutamente histéricas que o povo norte-coreano está exibindo, nas ruas, pela morte do ditador Kim Jong-il. E não sou apenas eu, evidentemente, já que a grande imprensa tem destacado essas reações absurdas e ridículas com um perceptível tom de desconfiança.
Sabemos que todo regime totalitário tenta se respaldar em uma violenta propaganda ideológica. Não me surpreenderia se boa parte do povo norte-coreano estivesse sofrendo de verdade essa perda. Mas daí a assomarem as ruas, perfilados como se fossem pelotões militares, voltados todos para uma mesma direção, gritando como cães do inferno, vai uma longa distância, que a baixíssima inteligência dos staffs de ditadores não seria capaz de perceber. Embora não seja dado a teorias conspiratórias, cofio minha barba pensando se Jong-il não deixou instruções expressas sobre o comportamento do povo após sua morte, a ser assegurado pelas forças públicas, à bala se preciso, como forma de pavimentar o sucesso de seu filho à frente do país.
Tantos grandes líderes já morreram e não houve reação semelhante. Não me refiro aos bons homens, apenas. Mesmo quando crápulas mundiais morrem, seus seguidores reagem com violência, atentados, terrorismo. Mas são atitudes mais ou menos isoladas, erráticas, próprias de pessoas em confusão emocional. Nunca antes vimos um marcha-soldado de condolências.
Poucas coisas conseguem ser tão ridículas quanto uma ditadura. Até o sofrimento é melhor nas democracias.

O irmão de Jesus

Semana passada recebi uma visita que mudou (para melhor) o meu espírito natalino, e que acabou contagiando toda a minha família.
Uma senhora, portadora da moléstia de Alzheimer, chegou muito agitada à consulta, gritando para a filha que a acompanhava que me desse o "pequeno Jesus", o "pequeno menino Jesus".
A filha prontamente retirou uma imagem de Jesus, dessas de presépio, a qual a paciente me entregou, ainda num contexto de grande agitação psicomotora.
Em vez de se acalmar, a senhora manteve-se meio agressiva verbalmente durante toda a consulta, desta feita gritando para a acompanhante, "o outro", "o outro".
Resolvi interferir e perguntei com muita calma, no tom de voz mais tranquilo que pude usar, o que ela queria que fosse feito.
Ela fez a filha retirar outra imagem do menino Jesus da bolsa e me deu, gritando, "o irmão", "o irmão".
Caí na gargalhada, e, ao receber o "outro" menino, disse a ela que não sabia que Jesus tinha tido um irmão, muito menos gêmeo, e indaguei o nome dele.
"Júnior", "Júnior", ela dizia compulsivamente, e ao repetir o nome terminou por acalmar-se pouco a pouco.
A paciente foi embora bem tranquila e eu fiquei ainda mais calmo, na companhia dos meninos.
O mais difícil foi encontrar um manjedoura apropriada para gêmeos.
A propósito, eles são bivitelinos: Jesus é loirinho, e José Júnior tem cabelos castanhos.
E ao reproduzir esta história me sinto inundado de felicidade por saber que, deste natal em diante, sempre teremos dois meninos em nosso presépio.
Feliz natal, Jesus e José Junior!



Jesus (à direita) e José Júnior, na manjedoura dupla

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Aqui não existe natal



A ausência de um movimento punk brasileiro autêntico talvez tenha deixado lacunas e sequelas nos jovens brasileiros das décadas 1970/1980 (nós!).
As primeiras bandas, como Restos de Nada, AI-5, Detrito Federal, Cólera e Aborto Elétrico, por exemplo, além de não almejarem o sucesso obtido nos EUA e na Europa por bandas precursoras (Ramones, Sex Pistols, The Clash, Television), acabaram sufocadas, inicialmente pela censura da ditadura militar, e posteriormente pelo próprio punk de boutique da MTV (Supla & Cia).
Talvez por ter sido ligeiramente influenciado pelo punk paulista dos anos 80, todo período natalino cresce um meme em minha mente: a música Papai Noel Velho Batuta (título fake, apenas para efeitos de censura), da banda Ratos de Porão.
Curiosamente, a letra pasteurizada pela censura foi a usada pela banda Garotos Podres, numa improvável aparição no Programa do Jô (?!), reproduzida acima.
Desculpem os palavrões e o mau jeito, mas neste país, como diz a letra "original" exposta abaixo, não existe mesmo natal!


Papai Noel Velho Batuta (Ratos de Porão)

Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo!
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo!
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

Pobres, pobres...
Mas nos vamos seqüestrá-lo
E vamos matá-lo!

Por que?

Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!
Aqui não existe natal!

Por que?

Papai noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo!
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Blogosfera 2.0

Já faz tanto tempo que interagimos virtualmente que ouso considerá-lo um "amigo virtual". E dos melhores. Comentarista dos mais presentes neste blog, Alan Souza retomou seu blog Blogosfera
Já estava entre os melhores em nossa coluna direita. E agora, foi atualizado com o novo endereço da versão 2.0. Nunca procurei saber qual a atividade profissional de Alan. Mas sempre admirei-lhe as posturas equilibradas e saudável informalidade nas horas adequadas.
Vale sempre a pena visitá-lo. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

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nozes, figos, tâmaras, damascos, castanha-portuguesa, abacaxi, leitão, pêssego, peru, farofa, frutas cristalizadas, pannetones, rabanada, cremes, licores, suflês, docinhos, tortas, pastéis, vinhos, assados, compotas, tender, salpicão, bolos,castanha-do-pará, musses, biscoitos, pudim...


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Abstinência


Fórmula 1: Daniel Ricciardo (Hispania), em Abu Dhabi

Encerrada a temporada 2011 de automobilismo, nada restou aos "viciados' em esporte motorizado.
Com o término de todos os campeonatos e torneios, só nos sobra a "silly season" (temporada de boatos) e a possibilidade de rever algumas categorias menores pela TV paga.
A queda de audiência da F-1 no Brasil tem sido acentuada (cerca de 50% nas últimas 10 temporadas), o que põe em risco a tradicional transmissão de Galvão Bueno e seus serviçais pela Rede Globo, a partir de 2013, deixando-a para o canal Foxsports.
Lembro que, em 1980, a Globo sublocou a Fórmula 1 para a Rede Bandeirantes, e se deu mal: Piquet foi vice-campeão e a Band faturou no IBOPE.
A boa notícia é que Galvão transmitirá menos corridas em 2012, nos poupando de seus bordões e do universo paralelo que a vênus platinada quer injetar nos cérebros brasileiros.
Que venha a Foxsports!

"Jóia da Coroa"

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Rita Soares, Aline Brelaz e Elias Santos entrevistam o procurador da República Ubiratan Cazetta na edição de O Diário do Pará de ontem. Na entrevista Ubiratan Cazetta defende as posições que o Ministério Público Federal tem adotado ao se contrapor a implementação da Hidrelétrica de Belo Monte. Além disso, o procurador saí em defesa do também procurador Felício Pontes, alvo de uma representação impetrada pela Advocacia Geral da União.
Duas pérolas da entrevista:

P: Guardadas as devidas proporções, Belo Monte pode representar impactos semelhantes aos de Serra Pelada?
R: Acho que sim. A diferença é que em Serra Pelada não se tinha controle de nada. Já Belo Monte, em tese, é possível ter algum controle. As cheias do rio Xingu coincidem com os momentos de vazantes no restante do sistema hídrico, então Belo Monte teria uma capacidade de regulação neste processo. O problema é saber se essa função justifica R$ 30 bilhões e os danos ambientais advindos com ela.
P: O governo vem se esforçando para garantir a implantação de Belo Monte. Qual o posicionamento do MPF sobre essa articulação?
R: Belo Monte tem uma característica peculiar: pode-se dizer que ela é apartidária. Essa discussão já vinha do governo FHC, continuou no governo Lula. O setor elétrico é praticamente apartidário, conseguiu passar pelo regime militar e pelos governos PSDB e PT praticamente com o mesmo quadro de pessoas e com a mesma visão: olhando a Amazônia como uma grande caixa de energia. Os motivos para a pressão do governo diz respeito a visão arraigada do setor elétrico, de que Belo Monte é uma joia da coroa, a salvação da questão energética do Brasil.[...]


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domingo, 18 de dezembro de 2011

Coalizão é isso; entre outros...

PMDB x PT

[...] O PMDB e o PT da presidente Dilma Rousseff controlam os principais postos na diretoria da Caixa, mas nas últimas semanas os apadrinhados dos dois partidos entraram em conflito, levando os peemedebistas a ameaçar retaliar o governo em votações no Congresso.

O foco principal da disputa é o FI-FGTS, fundo de investimentos formado com recursos do FGTS e que tem cerca de R$ 19 bilhões aplicados em empresas associadas a projetos de infraestrutura como a usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.[...]

Me desculpem...

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O mundo das paixões é delicioso, vital! O mundo dos interesses, também!
Leio coisas curiosas por toda parte: em sua grande maioria filhas da paixão.
Uma está relacionada ao PSDB e as bombásticas revelações que levam ao dossiê. Além do burburinho causado pela nomeação de Jader Barbalho.
Que os leitores medianos vejam como novidade, tudo bem! Mas não há nenhuma novidade; apenas evidências e conecções muito bem descritas por um livro que está nas bancas no momento em que o PT é governo. E isso é ótimo!
Qual é a grande novidade?? Por quê o PT se queixa da ausência de maior repercussão?!? O PT foi a mais consequente oposição que tivemos na Nova República até aqui. Agora é Governo! Como oposição e militância pregou durante anos um discurso moralizador da política. É natural que o Mensalão fosse uma bomba no colo do PT. As justificativas podem ter sido diferentes: financiamento do movimento social, libertação dos povos, etc. Pode ser que nenhum dos mensaleiros tenha ficado rico; mas nem Maquiavel ousou afirmar que consenso sobre meios é a mesma coisa que consenso sobre fins. Não, não são!
Postei aqui um artigo do cientista político Renato Lessa abordando o fato de que o PSDB não tem a competência do PT para ser oposição, e que não temos oposição ao Governo Dilma. Isso é fato! Temos que bradar pelo fim da corrupção sejam quais forem as finalidades que se apresentem. Os partidos estão usando os mesmos meios para capturar recursos; o que muda é o grau e a magnitude da captura.
Se quiserem discutir a diferença na mediação da notícia; a diferença na abordagem da questão, a diferença na captura dos burocratas e dos poderes, vamos lá! Mas esse discurso de coitadinhos não cola; nem para o Eleitor.
A reeleição do Fernando Henrique foi uma das coisas mais nojentas e perniciosas da história republicana brasileira. O autoritarismo e as relações calhordas de José Serra: nem se fala!
Agora, dizer que o Mensalão é peixe pequeno é querer tapar o sol com a peneira...

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Sesta de fim-de-ano



"Francisquinha acordava cedo, arrumava o quarto, chegava, até algumas vezes, a recolher os bacios, e realizar algumas outras tarefas subalternas, exclusividade das serviçais e crias da casa. Na hora da sesta, quando todos se recolhiam, descia para a sombra da cajazeira, ao lado do açude, que tinha um galho rés ao chão, perfeito para sentar e balançar. Discretamente levava um livro, agora com o apoio de Titonho, ele proprio chegado às letras. Dessa feita, chegou a ganhar, dele mesmo, Titonho, três livros que trazia como tesouros no fundo da maleta de couro cru. Os Miseráveis, em três volumes, Os Sertões e Ideias de Jeca Tatu, recem-lançado em Fortaleza, e considerado fraco pelo tio, que nem chegou a ler…"





Caros sextantes,
Começo com um párêntese: (Peço desculpas mais uma vez por mais este
atraso. Foram muitas mensagens que chegaram me cobrando a tal da
"Sesta da Sexta", mas é que estive em Macapá em missão hipocrática e
se só pude retornar agora, sábado).

Fecha parêntese.

A "Sesta da Sexta" finaliza o ano na carona da Câmara dos Deputados e
o Senado Federal, para solicitar um recesso. Voltaremos em Janeiro,
junto com os políticos, afinal de conta não é tão fácil assim ficar
pensando, toda sexta, o que tenho para escrever... ou transcrever.
Manoel de Barros diria: "transver".

Vamos ao que interessa. A "Sesta" deste fim de semana vem da prosa,
pois arremata uma passagem do livro "A Batalha do Riozinho do
Anfrísio", de autoria de André Costa Nunes. O Objetivo é valorizar o
descanso, ou melhor, uma boa sesta, (ou recesso) desde que regada a
leitura. Ou como diria Djavan: "Um dia frio. Um bom lugar prá ler um
livro." Eu e o Djavan sugerimos ler o André. Um livro que tem como
pano de fundo a natureza viva do Rio Xingu e a Cidade de Altamira da
época da Borracha. É uma excelente dica. Quem quiser adquirir esta
bela obra, que tem prefácio de Lucio Flavio Pinto e "orelha" de Pedro
Galvão, basta ir até o hospital Porto Dias (Isso mesmo!), 9o andar,
Bloco B e adquirir com o André Nunes "Filho", pneumologista dos bons
(aliás a tuberculose é citada em várias passagens do livro). Custa
mais barato que na Saraiva. Aproveitem.
Feiz Natal. Bom 2012.

Roger Normando

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nosso planeta sem noite

Imagem: NASA
Um satélite da NASA, em órbita síncrona com o sol, realizou a primeira imagem global de nosso planeta em um único dia. Com a órbita síncrona com nosso astro rei, o satélite registrou imagens completas, sempre à luz do dia. O resultado é este mosaico como se nosso planeta não tivesse noite.
Para baixar a imagem em alta resolução (3360 x 1680, 2 mbytes), clique aqui.

[Via Engadget]

Saudade de Cesária Évora



Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé


Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau


Cesária Évora
(Mindelo, 27 de agosto de 1941 - Mindelo, 17 de dezembro de 2011)

Cesaria, a eterna

Alguns meses depois de dar adeus aos palcos, a musa dos pés descalços nos deixa definitivamente.
Cesaria Evora morreu hoje, no seu Cabo Verde natal, que ela colocou no mapa, o país que ela celebrou a vida inteira, como numa das faixas de Nha Sentimento, um dos seus recentes CDs, o eloquente Verde Cabo di Nha Odjos, um poema de Luis Pastor em parceria com Teófilo Chantre. “Verde Cabo do meu olhar / Mindelo das minhas glórias / Quero morrer no teu verde / E viver nas tuas canções”. Não se poderia imaginar melhor epitáfio para dona Cesaria.

Simples mortais



Se tem uma coisa que eu adoro na Bélgica é a maneira como vivem as autoridades em geral - prefeitos, parlamentares, ministros etc. O vídeo acima mostra a equipe de uma TV regional do norte da Holanda, esta semana no centro de Bruxelas, procurando o Manneke Pis ( a famosa fonte que é estátua de um menino fazendo xixi, atração turística da capital belga) . Eles pedem informação a um passante, que responde em bom neerlandês: "na primeira rua à direita". A produtora da equipe parece duvidar, e o passante firme reafirma: "acredite-me é lá, à direita". Uma senhora belga se aproxima e faz um elogio em francês ao cidadão que ajuda os jornalistas, pois ela sabe quem é o passante: o novíssimo primeiro-ministro da Bélgica, Elio Di Rupo (do PS, o Partido Socialista francófono). O premiê agradece o elogio e só aí então os jornalistas holandeses perceberam de quem se tratava . A cena ganhou os sites, jornais e TVs belgas, depois que a TV holandesa, bem-humorada, publicou o vídeo no seu próprio site como o "fail of the year" (a falha do ano).
Isso mostra um dos princípios básicos do comportamento dos homens públicos na Bélgica: eles são simples mortais. Aqui o prefeito, por exemplo, é o burgemeester - palavra em neerlandês usada tanto do lado flamengo quanto do lado valão, francófono. Em tradução livre seria algo como cidadão-principal.
Em Brugge, por exemplo, o nosso bugermeester Patrick Moenaert anda sozinho nas ruas, à pé ou de bicicleta. No verão, o vejo sempre, em short e camiseta, nas tardes de domingo, cuidando do jardim, quando visitamos minha cunhada e sobrinhos que moram ao lado dele, num bairro comum, com casas comuns. Recentemente, Moenaert, que tem 62 anos de idade, foi um dos DJs numa festa organizada por uma associação de estudantes. Dizem que ele arrasou nas pickups.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Sobre os anjos e demônios que podemos ser

A cólera, como expressão da raiva e da indignação, é assustadora. Transforma o rosto e o comportamento humano em formas diabólicas. Me vi assim esta semana, depois de me deparar com o que considerei uma afronta ao meu direito de consumidora. Mas não só isso, porque esse cenário, que julgo ser uma acintosa tendência de mercado, me fala sobre os rumos das relações humanas.

Sobre demônios: Depois de ter perdido meu notebook para uma deliciosa cachaça mineira, que derramou quase inteira sobre ele, ganhei antecipadamente do Papai Noel um outro note, adquirido na loja da HP do shopping Boulevard. Pra mim, era o lugar certo, especialmente porque entendi que a loja era "coberta" pela Sol Informática. Eis que no 12o dia da aquisição, o note começa a travar. Manual pra cá e pra lá, decido ir até a sede da Sol. A assistência técnica me atendeu, sim, mas era informalmente. Disse que havia defeito físico, mas não poderia formalizar laudo, já que esse era papel da HP. A Sol apenas adquiriu a franquia da marca. Queixo caído, liguei pro tal 0800 e a saga começou a me transformar numa "forma abominável". Eram 12h e dali até às 21h não consegui fazer mais quase nada no dia, a não ser os testes que me indicavam por telefone: HD, memória, F2... A esta altura, eu já tinha dito uma série de impropérios aos atendentes. E não era pessoal, deixava claro, no que me restava de sanidade. Me senti de macacão e graxa na cara. Esse trabalho deveria ser da assistência técnica, não do consumidor, pois não? A lógica do mercado parece ter transferido a responsabilidade da empresa para o consumidor, tornando os custos menores para a empresa, obviamente. Não era justo, fosse comigo ou com qualquer cidadão.

Às 21h e tantos, quando o oitavo atendente me informou que, passados os testes, eu teria de reinstalar o sistema, "blasfemei" pela última vez no 0800 e parti pra loja do shopping. Respirei fundo e expliquei para a simpática atendente todo meu drama. Caderno em punho, com todos os protocolos e testes e nomes que consegui anotar. "Aqui está o notebook. Ou me dão outro novo e funcionando ou quero meu dinheiro de volta". Ela retornou da conversa com seu "superior" em menos de cinco minutos, garantindo a troca, que se efetuou na manhã seguinte.

Sobre anjos: Recuperada da minha forma diabólica, fui fortemente tocada pelo que me dá a leveza dos anjos. Sempre tive encanto enorme por rituais e tradições. E a Marujada de São Benedito, de Bragança, é uma delas. Conheci a Pérola do Caeté a trabalho. Início do ano 2000. Foi paixão a primeira vista. Mas daí pulo para esta quinta-feira (15), quando a comitiva com a imagem peregrina veio pela primeira vez à capital e à Basílica de Nazaré. Saí do trabalho com minha pequena cidadã "nos braços" e parti pra igreja. Foi como entrar num portal. E não consigo conter o pranto, que tem um quê de convulsivo e de reflexivo. Aproveitando os clichês, "lavo a alma e me torno melhor".

Podemos ser anjos e demônios, radicalmente, em certas ocasiões, mas sempre somos um pouco de tudo isso diariamente.

Ótima sexta-feira para todos!

A máfia no divã



"O rock'n'roll é a forma de expressão mais brutal, pervertida e repugnante, maliciosa, devassa e, verdade seja dita, francamente obscena... um afrodisíaco de odor nauseante... a trilha sonora de todo delinquente da superfície da terra."

Frank Sinatra
(In The New York Times; 1957)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Paixão por "The Big Bang Theory"



E paixão absolutamente declarada, diga-se. 
No momento em sua 5ª temporada, conheci só recentemente a série The Big Bang Theory através de minha namorada. 
Em um momento inicial e delicado de nosso atual relacionamento, ela me trouxe um DVD com a 1ª temporada completa. Hoje, percebo que ela sabia exatamente qual o meu perfil de sujeito. E como seria fácil me fazer aderir a uma mini-série. Agora, acredito que ela nem tenha tanta consciência de sua façanha. 
Digo isso com a convicção, de quem há cerca de alguns meses, detestava qualquer tipo de mini-série enlatada americana. Odiava mesmo. Ouvia meus filhos falarem sem parar de algumas delas. Mas simplesmente, um bloqueio absoluto a este tipo de produção, persistia e impedia-me de, minimamente, tentar ver para conferir o motivo do envolvimento deles naquilo que considerava uma perda de tempo. Entre outros adjetivos, que prefiro omitir. 
O fato é que The Big Bang Theory, hoje já faz parte de meu arsenal de prazeres cotidianos. Todos os seus personagens tem seu charme e momentos de rolar de rir. Contudo, em minha opinião, um deles brilha de maneira especial: Jim Parsons.


Jim, atua na série como o Doutor em Física Sheldon Cooper. Um personagem absolutamente marcante  pelas manias, afetações e excentricidades. 
Descrevê-lo é inútil. Ao leitor, resta tentar fazer o mesmo. Dar uma olhada e formar sua própria opinião vendo ao menos um capítulo da série, que acontece todas as terças no canal Warner.


Para mim, foi ótimo descobrir o vídeo acima, onde Jim é entrevistado no The Late Night, com (o nem sempre tão engraçado) David Letterman. Foi a primeira oportunidade de ver Jim, simplesmente como Jim. E não como o polêmico Sheldon Cooper. Para mim, valeu o fim-de-semana.
Vejam.

Documentário da BBC sobre Steve Jobs, agora, no You Tube



O vídeo ainda está aqui. Na íntegra. Não se sabe até quando. Portanto, veja logo! Já!

3º Encontro de Cordas da Amazônia


O poster recebe convite e divulga com o máximo prazer. Amanhã, dia 16, às 19 horas na Sala Ettore Bosio, vai acontecer o 3º Encontro de Cordas da Amazônia. Uma boa pedida.
Clique na imagem para ampliar e ver mais detalhes.

Vicente Salles: esse sabe das coisas....

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Bancarrota blues

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Na esquina da Trav. Benjamin Constant com a Aristides Lobo há um grande terreno com um tapume preto em uma clara indicação de que ali será um edifício. Algumas quadras depois está o Shopping Boulevard. No quarteirão anterior temos o Colégio Dom Bosco que, à noite, abriga uma faculdade particular. Qualquer cristão abnegado que tente atravessar da Presidente Vargas no sentido Doca de Souza Franco pode perder 30 minutos em horários de pique. O bairro do Reduto ainda nos trazia a esperança de uma pequena ilha horizontal que amenizaria o clima e a paisagem da cidade, para quem mora no centro. Imaginemos agora quem está dentro dos confortáveis e climatizados ônibus de Belém neste horário; e na quantidade de pontos de táxi para quem quer estacionar; e no volume de veículos particulares.
Não esqueçamos de outro volume: o de esgotos. Agora imagine no que está se transformando o Reduto com mais um edifício; mais uma faculdade particular; milhares de motoristas selvagens querendo sair do engarrafamento a qualquer custo: e para os desgraçados usuários do sistema de transporte público de Belém?? Imaginou?

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Que bom!

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Ainda bem que o PSOL vê o "Supremo" na contramão da história e não na contramão da soberania popular; ainda bem!

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Blues de proveta



O blues teve um filho famoso, e ele se chama rock'n'roll.
Mas o velho blues não se conforma facilmente, nem pára de evoluir e de trocar a pele.
Da nova geração, Jonny Lang é certamente uma cria pródiga.
Seu primeiro disco foi gravado aos 14 anos de idade, e desde então sua voz rouca e a tocada singular de sua guitarra vêm fazendo história dentro de um gênero musical marcado por músicos de idade bem mais avançada.
No momento, Lang está nos estúdios preparando mais uma "bolacha".
Vida longa ao blues!

Sixty - Um telefone sem fio com visual "retrô"

Coisa de nerd? Talvez. Mas vejam que coisa interessante. 

Imagem: Inevitável
O Sixty parece um telefone antigo, daqueles com roda de discagem. É provável que muitos leitores sequer tenham idéia do que estou falando. Mas os telefones com roda de discagem (ou rotary dial) foram parte da minha infância. Dos tempos em que o número do telefone fixo de meu pai era 2248. Simples assim. 
Contudo, não se engane com este produto propositadamente retrô da Sagecom. Apesar do design, trata-se de um telefone residencial sem fio, com touch screen, tela LCD monocromática de 4 linhas, secretária eletrônica e identificador de chamadas. Faz, portanto, exatamente o mesmo que muitos que já existem por aí. Mas tem o apelo deste visual exclusivo.
 Imagem: Sagecom
Excentricidades à parte, o produto custa 80 libras, ou cerca de 232 reais.
Vai encarar?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"O Pará precisa de intervenção" - Blog do Sakamoto

Em relação ao post abaixo de Marise Morbach, aqui vai o link para o artigo de Sakamoto.

O Pará não precisa de divisão. Precisa de intervenção

O Pará não precisa de divisão. Precisa de intervenção.

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Este é o título do post publicado pelo jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto em seu blog hoje, 14/12. Concordo em parte com a afirmação. Penso que nos conflitos de terra é caso de intervenção. Na violência urbana, não! E não acho que o Pará deva trocar divisão por intervenção: discordo. Não queremos divisão: essa foi a decisão da maioria. Mas isso não quer dizer que acabaram-se as minorias depois do plebiscito: Não!
Michel de Montaigne lá do séc. XVI sacou a seguinte questão,- que "Por diferentes caminhos chega-se ao mesmo lugar". Podemos escolher. Eu escolhi o Não. Mas não ignoro nenhum dos conflitos existentes na questão da Divisão. Fiz uma escolha. Minha questão com a divisão não é por salvaguardas institucionais. Apoia-se no território e na população. São os dois maiores valores do Estado em que nasci: perdoem-me. Sei que precisamos ir para o empate com a federação, e acho que mais Representação iria apenas aumentar o tamanho do rombo público. Quero diferenciação e retorno na distribuição dos impostos; não quero apenas dar e não receber. Estou feliz com a não divisão do Estado. E acho necessário pensar numa intervenção sobre o conflito agrário e a morte de representantes de sindicatos rurais: agora foi em Rondônia.


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Paciência!

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Jader Barbalho conseguiu conquistar aquilo que o voto popular lhe deu: uma cadeira no Senado da República. Direito incontestável: regras são regras. A lei da Ficha Limpa não pode retroagir; é isso? Pois bem: a vaga é dele por direito. Se o TRE tivesse tornado Jader Barbalho inelegível aqui, não teríamos o que discutir. Jader Barbalho tem direito adquirido ao Senado: que exerça a função de Senador da República.

Inquietude subatômica


Simulação do Bóson de Higgs

"...vivemos num universo cuja idade não conseguimos calcular exatamente, cercados de estrelas cujas distâncias não sabemos totalmente, repleto de matéria que não conseguimos identificar, operando de acordo com leis físicas cujas propriedades não compreendemos realmente."

Bill Bryson (in Breve História de Quase Tudo)

Tão bonito isso!

Necessito de um ser
um ser humano
Que me envolva de ser
Contra o não ser universal,
arcano Impossível de ler
À luz da lua que ressarce o dano
Cruel de adormecer
A sós, à noite, ao pé do desumano
Desejo de morrer.
Necessito de um ser, de seu abraço
Escuro e palpitante
Necessito de um ser dormente e lasso
Contra meu ser arfante:
Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado.

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Mário Faustino

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tá explicado, rsrsrsrsrs

Conversa de casal tem tudo para dar errado, diz linguista.


[...]Locke, doutor em psicologia cognitiva e professor do Lehman College, em Nova York, não descobriu a pólvora. Pesquisas em neurociência e psicologia já provaram que vários estereótipos de gênero têm sua razão de ser.

É nesses estudos que Locke se apoia. "Mulheres passam longos períodos discutindo problemas", disse o pesquisador, em entrevista à Folha. Se elas têm disposição ao diálogo e são polidas, eles interrompem uns aos outros e amam piadas infames.

O motivo da diferença, para ele, é biológico: por milênios, homens e mulheres seguiram seus próprios caminhos evolutivos. Eles foram selecionados para agredir, lutar e caçar. Elas, para acertar na escolha de parceiro e cuidar da família. Boa parte do tempo, cada um ficou cercado de gente do mesmo sexo.[...]

Apple surpreende e lança a iTunes Store BR

Os rumores apontavam a próxima quinta-feira. Mas a boa nova veio na velocidade do twitter, pelo amigo @caiobaptista. E aconteceu na virada desta segunda para terça. De surpresa mesmo.

Brasileiros e brasileiras! Comemorem!
O dia tão esperado chegou agora há pouco. Finalmente, está aberta a iTunes  Store Brasileira! E com o mesmo conteúdo variado que já existia na iTunes Store/EUA. 
Como podemos ver na captura de tela ao lado, o rei Roberto Carlos é a capa do dia do lançamento. Mas lá também estão Marisa Monte ao lado de Shakira, Rihana e a famosa coleção digital dos Beatles (com destaque para Yellow Submarine). O novo disco de Chico Buarque Chico também está em destaque em lançamentos, podendo ser adquirido na íntegra. 
Os preços praticados, são precisamente os mesmos nominais praticados em dólar americano. Ou seja, 0,99 centavos DE DÓLAR. Em outras palavras, ao passar seu cartão de crédito, lembre-se que isso será convertido pela taxa de câmbio do dia praticada pela sua operadora de cartão de crédito. Não sabemos ainda se as operadoras de cartão de crédito irão cobrar a taxa de compras em dólar no exterior. Ou seja, na melhor das hipóteses, o preço em reais deve variar de 1,82 a 2 reais por música.
E por fim, para completar as boas novas, o iTunes Match está valendo oficialmente no Brasil. Agora, por uma anuidade, você vai poder manter backup online de todo o conteúdo de sua biblioteca do iTunes.

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Atualizada às 00:58 h

O iTunes também foi atualizado agora há pouco para a versão 10.52. Totalmente recomendável que seja feita sua atualização, antes de qualquer aquisição de conteúdo. Muito embora, a iTunes Store BR tenha funcionado normalmente na versão anterior instalada em meu Mac.

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Atualizada às 1:11 h
Há conteúdo nacional surpreendente. Para se ter uma idéia, encontrei o álbum Sotaque de Reggae-Boi do Arraial do Pavulagem,  Guitarradas do Pará e o álbum Na explosão do Carimbó de Pinduca. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Olhares sobre Salinas 2

Mais algumas imagens, que registram meu reencontro com Salinópolis, após 5 anos!

Da janela do tradicional Hotel Solar, o registro noturno com o Farol. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
O velho farol. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
Sobre este belo farol, notei que a cortina que tradicionalmente era aplicada durante o dia para proteger seus elementos, não mais existe. Além disso, quando em funcionamento, notei muita sujeira nos vidros. Será que aposentaram o faroleiro?

Na pracinha da igreja. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
Pardais saltitantes na Praia do Farol Velho. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
A alegria de uma criança no Atalaia. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Rinhas humanas


Raio-x do braço do lutador brasileiro Minotauro

Nem galos, nem cães.
As rinhas do neo-imperialismo foram ocupadas pela espécie Homo sapiens sapiens.
Nada contra as lutas marciais, mas o que se vê na UFC é, aos meus olhos, uma barbárie. Vide as lutas de ontem à noite e suas consequências.
Programe várias técnicas de luta num cérebro treinado para comandar um turbilhão muscular e, voilá, fraturas, concussões, contusões e incontáveis lesões, numa busca pelos também incontáveis milhões.
Os "gladiadores do terceiro milênio" (bordão recém-criado por Galvão Bueno) bem que poderiam assistir (com muita atenção) o filme pacifista (?!) Clube da Luta.
Talvez então seus empresários multi-milionários tivessem que procurar outras atividades para potencializar os seus lucros.
Mas, pensando bem, enquanto houver apostas e audiência, nada feito.
Vale tudo!

Beleza Pura!

Olhares sobre Salinas

Foram apenas duas noites, que enfim pude rever a simpática Salinas. Apesar do flagrante abandono da pracinha e suas residências (que já conheceram dias melhores), vou compartilhar algumas imagens que não me escaparam.

Vendedor de bebidas no Atalaia. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
A torre da igrejinha central. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
A lua cheia surgiu insinuante e linda. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
Na praia da Curvina, o registro de uma sequência de felicidade. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
Felicidade 2. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
Felicidade 3. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.
E por fim, o registro do esplendor de sempre. Imagem: Carlos Barretto. Todos os direitos reservados.