quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O Pará não precisa de divisão. Precisa de intervenção.

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Este é o título do post publicado pelo jornalista e cientista político Leonardo Sakamoto em seu blog hoje, 14/12. Concordo em parte com a afirmação. Penso que nos conflitos de terra é caso de intervenção. Na violência urbana, não! E não acho que o Pará deva trocar divisão por intervenção: discordo. Não queremos divisão: essa foi a decisão da maioria. Mas isso não quer dizer que acabaram-se as minorias depois do plebiscito: Não!
Michel de Montaigne lá do séc. XVI sacou a seguinte questão,- que "Por diferentes caminhos chega-se ao mesmo lugar". Podemos escolher. Eu escolhi o Não. Mas não ignoro nenhum dos conflitos existentes na questão da Divisão. Fiz uma escolha. Minha questão com a divisão não é por salvaguardas institucionais. Apoia-se no território e na população. São os dois maiores valores do Estado em que nasci: perdoem-me. Sei que precisamos ir para o empate com a federação, e acho que mais Representação iria apenas aumentar o tamanho do rombo público. Quero diferenciação e retorno na distribuição dos impostos; não quero apenas dar e não receber. Estou feliz com a não divisão do Estado. E acho necessário pensar numa intervenção sobre o conflito agrário e a morte de representantes de sindicatos rurais: agora foi em Rondônia.


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3 comentários:

gb partituras disse...

Eu acho que precisa sim de intervenção, mas essa intervenção deveria ultrapassar os limites agrários. Deveria ter intervenção na fiscalização do emprego do dinheiro público. Tanto no estado quanto no município o dinheiro está se esvaindo em pagamentos à alguns servidores "temporários" que recebem altos salários como recompensa pelas atividades incompetentes que exercem. Se gastos fossem cortados certamente alguma coisa já poderia ter sido feita para melhorar a vida dos mais necessitados.
Mas como funcionária pública sei que isso é apenas um devaneio. Cada novo gestor que chega faz a faxina, e já traz os novos ocupantes da casa. E assim os anos passam e nada muda. Como diz o jornalista Boris Casoi, isso é uma vergonha.

Adelina Braglia disse...

Cara Marise,

Que bom "reve-la" aqui!
Concordo com você sobre o nosso maior patrimônio: a população e o território.

Sou contrária à divisão do estado por acreditar que já fomos divididos há décadas e disto jamais resultou melhores condições de vida para o povo.

Fomos divididos pela federalização do território paraense, seja pelo Drcreto 1161/71 que, embora revogado, jamais resultou em devolução do patrimônio fundiário do Pará.

O plebiscito permitiu duas coisas importantíssimas: a discusssão a nossa independência federativa e a discussão da descentralização da gestão.

Sobre a federalização, recomendo a leitura do precioso estudop feito pelo Professor Gilberto Mirabda, como colaboração ao estudo (di) visões territoriais do estado do Pará. Aqui:

http://www.idesp.pa.gov.br/pdf/(Di)VisoesTerritoriais_OcupacaoUsoTerritorio.pdf

Abração.

Marise Rocha Morbach disse...

Adelina, a recíproca é verdadeira: muito bom revê-la aqui.Vou ler sim e quem sabe levar para um debate com alunos. Precisamos discutir com muita firmeza e elegância a questão federativa e o que nos custa tudo isso; além da gestão, é claro!
Bj