quarta-feira, 30 de julho de 2008

Fumaça

O ministro Carlos Minc informa que reduziu de 20% o desmatamento da Amazônia, no mês de junho em relação a maio passado. O aumento da devastação no Pará, considerando o período antes citado, foi de 93%. No Instituto Tecnológico de Pesquisas Espaciais - INPE, avalia-se que tal percentual se deve a ampliação da amostra territorial investigada em junho. Contudo, por quais condições metereológicas, institucionais ou tecnológicas a observação dos roçados paraenses foi dificultada em maio, nada foi informado e ficou o dito pelo dito. Quanto ao Imazon, também monitor da farra madereira e sojeira no nem tanto Inferno Verde, a ONG informou que os dados do INPE, apesar da diferença metodológica, estão de acordo com os divulgados no início da semana.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Joker

Vale a leitura: nosso confrade Yúdice Andrade, em seu outro blog, transcreve a coluna do jornalista Augusto Nunes no Jornal do Brasil do último domingo, sobre Daniel Dantas.

Quem já viu o novo Batman em cartaz (O Cavaleiro das Trevas), ao ler este trecho do artigo, vai identificar um personagem do filme:

Passam o dia cometendo crimes ou planejando os próximos. Preferem lucrar pouco com um negócio ilegal a ganhar bilhões honestamente. Enganam sócios e parceiros enquanto golpeiam adversários. Não gostam de publicidade, não casam com a Miss Brasil quase balzaqueana, evitam a imprensa, não aparecem em colunas sociais. Nunca desperdiçam dinheiro, porque não é a necessidade de bancar gastanças que os leva a pecar. Um escroque internacional só faz negócios bandidos por vício.

É, senhores: Dantas é a cara do Coringa.

Da mediocridade do debate

Está em voga uma tendência, que me parece ser bem brasileira, de futebolização de toda espécie de debate. Não há uma crítica que se faça em que não apareça um interlocutor apontando o dedo para aquele que considera adversário, acusando-o de fazer o mesmo, ou pior. É assim na política, na imprensa, na economia.

Não há quem, hoje em dia, ao analisar uma conduta e sobre ela expressar opinião, não seja rotulado por quem discorda de "inimigo" e fustigado com argumentos do tipo "vocês roubavam mais", "o partido tal também fazia", "todos fazem assim", ou ironias como "é, só nós fazemos, vocês não".

Assim seguimos na nossa mediocridade, acreditando que o mundo se divide em mocinhos e bandidos, céu e inferno, positivo e negativo. Simplificamos o debate, maniqueístas como só nós sabemos ser.

A chegada dos bárbaros

A cada dia a barbárie engole mais e mais nosso cotidiano: a foto na capa do Amazônia Jornal de ontem, abaixo da manchete sobre o acidente de carros que matou oito pessoas no domingo, na estrada PA-124, mostra o crânio de um dos corpos carbonizados sobre o banco do Vectra que explodiu ao colidir com o EcoSport.

Assim, mais uma barreira se rompeu: o que até então era restrito à população de baixa renda – para quem a dignidade é um luxo, segundo a grande imprensa paraoara – chegou violentamente às portas da classe média e alta da cidade.

Bem diz o Juvêncio Arruda, do Quinta Emenda: estes jornais da terra são umas pocilgas. Melhor dizendo: são um lixão, sobrevoado por urubus atrás de carniça. Ou cercado de hienas, risonhas e sanguinolentas.

Caveira de Burro

Um e meio campo de futebol por minuto. Sim, leitores, um e meio campo de futebol por minuto foi quanto a Amazônia perdeu de floresta no último junho, informa a organização não governamental Imazon. Ao se considerar os estados que a compõe, verifica-se que o Pará ocupa vergonhosa pole position: responsável por 63% da área perdida. Por aqui, Minc é manco em junho e Júlia comeu abiu.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Espetacularização

Ninguém disse nada sobre a espetacularização da prisão do deputado estadual Natalino Guimarães (DEM/RJ) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de chefiar uma milícia que atuava na zona oeste da capital fluminense. Nem a revista Veja, nem o ministro Gilmar Mendes.

Por que o silêncio?

Tudo como Dantas...

Como já havia sido antecipado aqui no Flanar e vinha sendo alardeado em vários blogs do país, a operação abafa foi mais forte que a Satiagraha. Daniel Dantas sumiu de boa parte do noticiário nacional. A Veja, por exemplo, apesar da divulgação do relatório final de Protógenes Queiroz, limitou-se, em sua última edição, a incluir uma reportagem, de uma mísera página, falando mais uma vez do delegado federal - e tão somente dele.

Lauro Jardim é um pouco mais generoso, ao divulgar três notinhas na coluna Radar. Em uma delas, que menciona Danielle Silbergleid, diretora jurídica do grupo Opportunity, Jardim toca em um ponto importante da investigação, mas que as grandes revistas, jornais e televisões do país não se dignaram a esclarecer aos seus leitores e telespectadores: a de que o banco de Dantas estaria em nome de laranjas.

Já Diogo Mainardi, singelamente, fala de sua vida privada e de seus filhos. E nada mais.

Pagando as prioridades

Logo que o primeiro mandato de Lula começou, um amigo economista justificou seu desinteresse em colaborar com o programa "Fome Zero", que àquela altura encantava das donas de casa às grandes empresas. Disse que, mesmo que não houvesse corrupção (hipótese suscitada apenas por amor ao debate, claro), ainda assim boa parte do dinheiro arrecadado seria perdido, porque o Estado brasileiro insiste em criar estruturas burocráticas pesadas para tudo. Referia-se à secretaria especial criada, no âmbito do governo federal, para gerenciar o programa. Assim, com os vencimentos de servidores, DAS, água, luz, telefone, papel, transporte, diárias e incontáveis outros itens, seria gasto um horror de dinheiro, que deixaria de ser empregado na atividade-fim: a distribuição de comida aos necessitados. Concluiu dizendo que continuaria a fazer o mesmo que todos os anos: ir até uma instituição de caridade que costuma ajudar, perguntar de que precisam e fazer sua doação diretamente - única forma de assegurar que cada centavo gasto na doação seria, de fato, empregado no objetivo maior.
Dei-lhe inteira razão. Agora, quando vejo deslanchar mais uma malsinada e nefasta propaganda eleitoral, rememoro essa história. Não que tenha uma relação muito direta, mas me permitiu uma comparação, pois a cada eleição os custos da campanha disparam e um dos principais fatores para tanto é a publicidade.
Com efeito, gasta-se tanto dinheiro com campanhas, mas tanto e tanto, que só quem pode gostar disso é quem lucra com a coisa. Nós, meros mortais que não marqueteamos nada, como cidadãos e sobretudo como contribuintes, deveríamos repudiar essa indecência insana. Tanto por uma questão de princípio (no final das contas, os mecanismos de contenção do poder econômico não funcionam, de modo que saem favorecidos os candidatos mais ricos), quanto, principalmente, por uma questão de bom senso e humanidade: a cidade tem uma enormidade de necessidades; elas é que deveriam absorver esse dinheiro que, em geral, sai mesmo dos cofres públicos, ilicitamente, e não donos de produtoras, compositores de jingles, fabricantes de camisetas, santinhos e chaveiros, dentre outros.
Naturalmente, isso também implica em circulação da riqueza. O dinheiro não foi queimado e se tornará, p. ex., salário para os funcionários das produtoras, gráficas, etc., chegando a pessoas bem humildes. Mas o maior beneficiário será sempre, em última análise, um empresário ou profissional liberal, não o povo, não o desempregado, não o sem teto, o sem transporte, o sem posto de saúde.
Considerando o público que normalmente acessa blogs, ainda mais os que enveredam por temas políticos, provavelmente serei execrado pelo que digo. Mas o fato é que repudio essa tenebrosa inversão de prioridades. Alguém deveria dizer ao eleitor, sobretudo o mais humilde, que bom candidato é aquele que faz a riqueza chegar até ele e não até os marqueteiros.

Tristes férias

Todo ano, a mídia reverbera as estatísticas das Polícias Rodoviárias sobre acidentes e respectivas vítimas nas estradas. Ano após ano, leis são endurecidas e campanhas educacionais são veiculadas, para que os motoristas tenham cautela na direção, não bebam antes de se postar ao volante, obedeçam a sinalização, contenham seus ímpetos de poder à frente de uma máquina possante.

No entanto, todo ano são registradas centenas de mortes nas ruas. Em especial, jovens são ceifados no auge da vida, deixando para trás tristeza, sonhos não realizados e expectativas não concretizadas. Todos os anos, alguém é vitimado, por mais massivas que sejam as propagandas pregando a direção segura.

Este final de semana, infelizmente, não foi diferente. Como todas as férias - quando a saída para as estradas aumenta a probabilidade de acidentes - as estatísticas expõem dor. Os jornais de hoje noticiam que 10 pessoas morreram nas estradas. Em um dos acidentes, 5 jovens voltando de Salinas, no último fim de semana de suas férias, tiveram seus corpos carbonizados após batida frontal com outro carro, vindo no sentido oposto. No outro veículo, mais 3 jovens vítimas.

A nós, que ficamos, somente resta desejar paz de espírito às famílias enlutadas. Aliás, de luto ficamos todos nós, quando pessoas jovens morrem.

Um ano sem Lauande

Hoje completa-se um ano da morte de Eduardo Lauande, sociólogo, professor e blogueiro alvejado na porta de sua casa e diante de sua mulher por dois marginais, ao reagir a assalto.

Lauande será lembrado e homenageado hoje, a partir das 19 horas, em um culto ecumênico a ser realizada na Catedral Anglicana de Santa Maria, na Serzedelo Corrêa, n. 514, entre Gentil Bittencourt e Conselheiro Furtado, em Belém.

domingo, 27 de julho de 2008

Cadeia Alimentar

Todo animal político tem seu predador.
(de um marqueteiro político anônimo)

Inteligente referência (ou reverência) à seleção natural de Darwin. Serve aos que nos salões, alcovas e porões do poder urdem ao modo de Rasputin, Fouché e Chalaça.

sábado, 26 de julho de 2008

Calor e muitos hispânicos

Daqui de South Beach, o que posso dizer é que meu inglês anda afiado demais para tanta gente falando espanhol.
Uma bela praia, organizada, limpa, de águas transparentes e mornas. E muito. Mas Muuuuiito calor. O que transforma Miami num imenso balneário.
Mas as mulheres. Bem. Aqui entre nós, sou mais as cariocas.
Ficamos em um hotelzinho na Hispanic Villagge, bem baratinho e very nice.
Mais apenas 3 dias e logo estaremos indo de trem para Orlando.
Agora a tarde, compras.

Flanando pela MPB




Nunca esqueci esse show: teatro do Sesi, na Almirante Barroso, Belém, anos 90. Casa lotada. Surge, à capela, uma voz límpida, forte, brilhosa, a cantar Vagando. Ela entra no palco, linda e magnética. Nunca esqueci Diana Pequeno.

Com este post musical, pago minha dívida com nossa querida leitora e blogueira Cris Moreno. Taí, Cris, a música da semana (em formato novo).

Bom final de semana a todos.
Vaudreil-Canadá

O Bom Rapaz

Barack Obama segue em seu round pela Europa. No bolso, o discurso mal enjambrado que sinaliza uma nova ordem mundial com base na constituição de um bloco de países ricos, liderados pelos norte-americanos, contra o terrorismo.
Nada como mobilizar o medo das pessoas em torno da simbologia de que o mal são os outros, estratégia também usada de forma grosseira pela revista New Yorker, contra o atual candidato democrata à cadeira ocupada pelo presidente Bush.
Na janotice do discurso, nenhuma palavra sobre o verdadeiro mal que enraíza o terrorismo no mundo: a pobreza, o isolamento cultural e político dos povos muçulmanos no Oriente Médio. Nenhuma palavra sobre a abismal desigualdade social intercontinental, que divide pela fome a Humanidade, separando os povos entre aqueles que vomitam de tanto comer e os que nada tem para comer, como duramente distinguiu Dom Hélder Câmara nos anos 80 passados.
Face ao tema abordado, de Obama nem sequer ouviu-se um muxoxo sobre a face vergonhosa da república que pretende liderar, acostumada secularmente a rasgar tratados internacionais e usar da força para fazer valer seus interesses nos quatro cantos do mundo, de que é exemplo o protagonismo em páginas vergonhosas como My Lai no Vietnã e as atuais Guantánamo e Abu Graib.
Mas, é Obama, frente aos sinais de declínio e ineficiência do modelo hegemônico norte-americano, o melhor do pior dos líderes apresentados ao mundo pelo stablishement norte-americano desde JFK. Com seu terninho bem cortado, seu sorriso largo e voz educadamente bem nivelada, Barack fala mais pelo o que não diz.

Dito & Feito

Onde não há gestão, há gestapo.
(de um filósofo paraense desconhecido)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

De Bem

Reuters
Chegou a bonança. Hoje, presidente Chávez e o rei Juan Carlos I fumaram o cachimbo da paz. Na camaradagem, o Coronel chegou a dizer a S.M.: por que não vamos à praia? Como se demonstra, nada como a realidade econômica venezuelana, onde o investimento espanhol fala por si em alto e bom som. O fato, destaque na mídia internacional, é bom exemplo de que Tudo que é sólido se desmancha no ar, lição bem ensinada pelo sempre atual Marx.
Com esse post, estou de volta no batente do Flanar.

A história de Maddie



Meses atrás, no hotel de uma cidade onde passava férias, conheci a mulher, a filhinha e a cunhada de Gonçalo Amaral, o inspetor da polícia portuguesa que primeiramente presidiu a investigação do sumiço da garotinha inglesa Madeleine McCann, que ficou tristemente conhecida como Maddie, após ter sumido ano passado de um resort em que passava férias com seus pais no Algarve, região sul de Portugal.

Travamos conversa, eu, minha sogra e as mulheres, no lobby do hotel, a respeito do caso. Àquela altura, a mulher de Gonçalo (cujo nome não recordo) disse-nos que seu marido estava escrevendo um livro sobre seu período à frente do inquérito, do qual fora afastado, segundo ela própria, por interesse do governo inglês.

O Algarve é uma região pobre de Portugal, cujas maiores divisas advêm do turismo. O afluxo de ingleses às cidades litorâneas representa a receita mais importante de suas pequenas cidades, tais como a Vila da Luz, onde fica o hotel de onde Maddie sumiu.

Gonçalo alegou ter sido afastado do caso porque sua linha de investigação tendia a seguir pela incriminação dos pais da menina, algo que as autoridades britânicas teriam tentado evitar desde o início. Para isso, ainda segundo ele, teriam atrapalhado o máximo possível as investigações conduzidas pelas autoridades portuguesas, a ponto de gerar um incidente diplomático que poderia trazer proporções catastróficas para a economia do Algarve.

Segundo nos contou sua mulher, as próprias autoridades lusas, temendo o caminho que Gonçalo trilhava, alijaram-no do posto. Com isso, mantiveram abertas as portas para os endinheirados ingleses continuarem a deixar seus pounds nos resorts da região.

Gonçalo Amaral teria sido, durante o inquérito, vítima de perseguição da mídia inglesa. Responsável pelas maiores apreensões de drogas até então feitas pela polícia portuguesa, passou a ser acusado pela imprensa britânica de contribuir com o tráfico, de ter sido flagrado com outra mulher e de ter transformado a investigação em um assunto pessoal, fustigando o casal McCann. De acordo com sua esposa, as acusações foram tentativas de desqualificá-lo para comprometer as conclusões a que havia chegado.

Eis que agora, Gonçalo Amaral concluiu seu relato e lançou seu livro. Acusa os pais de Maddie de simular o seqüestro da menina e de ter ocultado seu cadáver. O relato, “Maddie – A Verdade da Mentira”, foi lançado na Europa nesta 4ª feira, logo depois do anúncio de arquivamento do caso pela polícia portuguesa. Certamente será bestseller, vendendo como tudo o que se relaciona com a tristemente famosa história da criança inglesa.

Esqueceram de mim

Maria Inês Nassif, editora de Opinião do jornal Valor Econômico, trata de modo claro sobre o que já havia sido postado no blog, ontem.

Realmente, esqueceram de Daniel Dantas.

Incongruências

Em postagem anterior, discuti aqui a reclamação feita por candidatos às eleições pelo fato de terem sido incluídos na lista suja da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), sem que fosse, segundo alegaram, separados, como trigo, do joio - isto é, sem que fossem diferenciados os processados por corrupção e crimes de colarinho branco daqueles pelos quais, em seu entendimento, haviam sido acionados por promoverem a luta por direitos sociais (neste caso específico, leia-se invasão e depredação de patrimônio público, cárcere privado e outros).

Pois bem: há pouco, o G1 noticiou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu a Fazenda Maria Bonita, do Grupo Opportunity. Segundo o coordenador regional do MST, trata-se de "um ato contra a corrupção. O STF se posiciona pela soltura de chefes de quadrilha, mas criminaliza os movimentos sociais. De um lado persegue trabalhadores organizados e de outro mantém solto quem pratica crimes". Isto é, para dar uma lição ao Supremo, o MST resolve praticar crime de esbulho possessório. Para mostrar que o Supremo viola a lei, o MST também viola a lei.

Não satisfeito, o MST anuncia que o acampamento é "permanente": a intenção é iniciar conversações com a superintendência regional do INCRA para promover a desapropriação das áreas e realizar assentamentos de trabalhadores rurais no local.

Neste passo, é preciso lembrar ao MST que a desapropriação pressupõe justa e prévia indenização ao proprietário em dinheiro ou em títulos da dívida agrária, dependendo da situação. Em qualquer caso, a indenização beneficiária exatamente quem o MST quer prejudicar: Daniel Dantas, o dono das terras.

Pode-se até mesmo questionar o fato de que as terras são irregulares, conforme já declarou o Estado. Mas isto é ainda questionável, é claro, e a discussão certamente se tornará um litígio judicial em que o Estado, ao que parece, sairá perdendo de qualquer forma. Afinal, para a Administração Pública (e, por conseqüência, para a coletividade) se aponta uma faca de dois gumes: o Estado poderá perder para Dantas, tendo que indenizá-lo pelas terras desapropriadas; ou poderá perder para o MST, caso a irregularidade da aquisição das áreas pelo Opportunity seja reconhecida - neste caso, as terras invadidas seriam do próprio Estado do Pará, que delas ficará privado.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Escândalo à vista

Se for verdadeira a denúncia do advogado Erivaldo Santis, diretor da subseção da OAB/PA em Marabá, vem escândalo novo por aí: Santis afirma que o fórum de Marabá, que corre risco de desabamento, foi construído pela Engetel Ltda., que pertenceria ao filho do(a) presidente do Tribunal de Justiça do Estado na época da obra.

A denúncia seguiu ao CNJ e foi divulgada pelo advogado em entrevista à Radio Clube do Pará, como noticia o blog do jornalista Hiroshi Bogéa.

Silêncio

O Consultor Jurídico, do grupo Estado, informa que o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Marcos Wink, criticou o modus operandi do delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha.

A coluna do Josias de Souza, na Folha de São Paulo, assegura que o presidente Lula também anda reclamando aos mais próximos dos procedimentos adotados pelo policial, exigindo ainda a "restauração da hierarquia na PF".

Pasmem, senhores: estas são as últimas notícias sobre a investigação dos negócios de Daniel Dantas. De Dantas, propriamente dito, e suas peripécias, necas de pitibiriba.

Férias



Com os 2 posts abaixo, este poster se despede e vai tirar 15 dias de férias. Enquanto isso, os leitores do Flanar ficam nas competentes mãos de FRJ e talvez, Yúdice, que em meio a um vendaval de fraldas comemorando o nascimento de "nossa" querida Julinha, quem sabe encontre tempo de dar uma honrosa passadinha por aqui.
Para ele e Polyana, deixo especial abraço pelo novo período que inauguram em suas vidas, com a chegada da famosíssima Júlia, cercada de carinhos e todo o amor que o mundo poderia lhe garantir. Disto, tenho a mais firme convicção.

Saúde de Steve Jobs continua a intrigar a imprensa


Imagem: G1/Reuters

A imprensa internacional continua preocupada com a saúde do CEO da Apple. As imagens impressionantes da flagrante perda de peso de Jobs, causaram alerta entre os investidores da Apple.
O G1 repercute hoje aquilo que os Applemaníacos já haviam observado durante o lançamento do iPhone 3G. E o Flanar já havia observado o fenômeno no post Preocupação na mídia de 10 de junho de 2008. Veja também o post Steve Jobs em Stanford onde, em um vídeo histórico, ele discursa e fala abertamente de sua luta contra o câncer de pâncreas.
Mas Jobs, já disse que está bem e que apenas tem problemas de nutrição associados a uma cirurgia, que de fato realizou há 4 anos atrás para retirar um tumor de pâncreas.
Tomara que ele não esteja levando muito a sério as palavras com que finalizou o famoso discurso em Stanford: Stay hungry! Stay Foolish!

Reação



Essa história de carros na areia da praia é uma afronta histórica. A praia e o mar (o verdadeiro dono da primeira, diga-se) vez por outra vêm cobrar seu espaço de volta. Este é um cenário que há muito já deveria ter sido resolvido. Seja por obras adequadas para tentar acomodar a horda de veranistas que para lá acorrem, seja pela pura e simples educação ambiental. Mas infelizmente, o problema permanece e as belas praias de Salinas, são sistematicamente atacadas todos os anos. E quase sempre, o contra-ataque acontece.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Calhordices da imprensa - I

Desejo com este post inaugurar uma seção, aqui no blog, para tratar sobre calhordices da imprensa nacional, vistas por um mero leitor.

O texto de lançamento da série, digamos assim, foi a postagem Calhordice, do último 15 de julho. Era para ficar só nesse. Mas as malinagens são tantas que passou a ser inevitável tentar desvendar as intenções por trás das matérias ditas jornalísticas.

Hoje, o Diário do Pará deu sua contribuição. Em 1a página, com letras garrafais, a folha dos Barbalho grita a plenos pulmões: Candidata do PSol na lista suja. A chamada para a matéria, logo abaixo da manchete, exulta: Lista da Associação dos Magistrados do Brasil inclui Marinor Brito, que concorre à prefeitura, e os candidatos a vice-prefeito João Carlos Mesquita (PSL) e Leila Santos (PCdoB). Respondem a processos na Justiça.

Antes que digam que estou fazendo a defesa de Marinor - cujo processo penal tramita por invasão e depredação de prédio público, ocorrido em passeata ou greve -, assevero firmemente que não apóio, de modo algum, o uso da força para imposição das próprias razões. O Quinta Emenda trata de maneira corretíssima a questão em postagem de hoje, à qual aderi integralmente, inclusive comentando-a.

Porém, o que não se pode deixar de criticar e veementemente repudiar é o uso maldoso do jornal para denegrir a imagem da candidata do PSol, colocando-a ao lado de outros que estão sendo alvo de ações criminais por desvio de dinheiro público e outras traquinagens do gênero. Afinal, é evidente que desde o início a chamada lista suja vem sendo vinculada a crimes de corrupção e assemelhados e o Diário do Pará sabe disso. A manchete não foi, de forma alguma, ingênua.

Certamente por esta razão, a assessoria de Marinor Brito apressou-se em tentar dividir o joio do trigo, em releases enviados aos blogs paraenses, hoje. Não tem razão ao justificar o ilícito que cometeu, que materializa crime e que deve ser por isso alvo de processo judicial. Mas também não se pode deixar, repito, de apontar o dedo na cara do Diário, pelo uso maldoso e pela veiculação distorcida da informação.

Disfarce perfeito


Imagem: The New York Times

Radovan Karadzic, capturado nesta semana na Sérvia, vivia disfarçado como praticante de Medicina alternativa. Chegou mesmo a escrever para uma publicação local.
O disfarçe impressiona. Ninguém o reconheceria.
Na foto da esquerda, em uma de suas últimas fotografias como presidente, mais parece o pianista Liberace. Na da direita, o disfarce, sairia bem como Papai Noel.

Leia a íntegra da reportagem The Double Life of an Infamous Serbian Fugitive no The New York Times. Veja também o slideshow The End of a Manhunt preparado pelo jornal novaiorquino.

Utilidade pública

A notícia política mais importante da noite foi a divulgação, por parte da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), da chamada lista suja, que elenca os candidatos às eleições de outubro que respondem a processos penais.

Quer saber se seu candidato é réu em ação criminal? Clique aqui.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Já estão no Brasil os iPhones da Claro


Imagem: G1

Em testes e aguardando resolução da Anatel, os novos iPhones 3G da Claro já chegaram ao Brasil.
É uma ótima notícia. E segundo o G1, a operadora diz já ter mais de 100 mil cadastrados para comprar o iPhone.
Observem contudo, um trecho da matéria original.

Em 13 dias e sem nenhum anúncio ao mercado, a Claro acumula uma lista de 100 mil interessados em comprar o iPhone, celular da Apple cuja terceira geração foi lançada no dia 11 de julho nos Estados Unidos.

É claro que há um erro. Os iPhones na verdade estão na segunda geração, salvo algum erro de entendimento de minha parte. O fato de ser 3G tão somente alude a tecnologia de comunicação móvel implantada no aparelho.

Ritmo lento

As postagens, nos próximos dias, sofrerão uma diminuição de ritmo: nosso chefe de redação viajará na próxima sexta, em merecidas férias, e retornará somente após 15 dias; Oliver está atarefadíssimo em suas viagens a trabalho e não lhe tem sido possível dedicar tempo ao blog; Juvêncio, com a proximidade das eleições, tem-se dedicado mais ao seu outro blog, especializado na área política; e Yúdice passará, a partir de amanhã, a viver a delícia de ser pai, com toda a carga de trabalho extra que isto acarreta.

Assim sendo, dos 5 articulistas do Flanar, restei solitário na tarefa de atualizá-lo, mas absolutamente solidário aos meus amigos no momento em que cada um vive. De todo modo, este período é passageiro e cada qual, após suas ausências momentâneas, voltará certamente de espírito renovado para esta tarefa, que a todos enche de alegria e satisfação.

Orgulho paraoara

Foto: http://www.r4nt.com/article/Graz_Austrias_hidden_Gem

Olhem só que bacana.

Foi na bela cidade de Graz (foto acima), a segunda maior da Áustria, que o Coral Carlos Gomes, regido pela maestrina cubana Maria Antonia Jimenez, ganhou medalha de ouro na categoria Coros Mistos de Câmara e de prata na categoria Música Contemporânea, competindo com 441 grupos vocais de 93 países que disputavam a World Choir Games, a Olímpiada Mundial de Corais.

O CCG foi o único representante do Brasil na competição, que é realizada a cada dois anos, desde 2000. O sucesso do Coro no evento é, realmente, de deixar qualquer paraense cheio de orgulho.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sortudo



Este impressionante vídeo do G1, comprova que muitos, definitivamente, ainda não estão no momento certo de morrer.

Floriram mais cedo



Em imagem de celular, a captura de um espetáculo que se repete todos os anos no Hospital Barros Barreto. O fenômeno vem se antecipando a cada ano, como podem comprovar os posts Floração de Ipê de 10 de agosto de 2007 e Presente da Natureza de 14 de agosto de 2006.
Em outras palavras, o que costumava acontecer em agosto, neste ano explode em meados de Julho. Se a vida me permitir, postarei todos os anos sobre sua floração, registrando com fotos e anotando as datas. Assim, poderemos discernir despretensiosamente sobre a existência de algum padrão ou ritmo no espetáculo.

Leia mais sobre a série Floração do Ipê:

Crime de opinião I

A barbárie em que vivemos ainda permite acontecimentos deste tipo: neste fim de semana, a casa do jornalista Jeso Carneiro, que edita de Santarém o blog do Jeso, foi alvo de um incêndio criminoso.

O atentado seguiu-se a uma série de críticas e denúncias feitas pelo jornalista contra políticos da região. Ao parece, trata-se de uma tentativa de intimidar e calar o editor do blog.

O episódio lembra muito o da agressão sofrida pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto, há três anos atrás, no restaurante do Parque da Residência, em Belém, perpetrada por Ronaldo Maiorana, diretor corporativo das Organizações Romulo Maiorana. Coincidentemente, inclusive, as vítimas são, ambas, santarenas.

Crime de opinião II

O jornalista Manoel Dutra comentou post do blog do Jeso relacionado ao crime. Segue o comentário e a conclamação final certeira:

Do jornalista e professor doutor Manoel Dutra.

Não deixar esfriar. O mandante Já!
Mandar botar fogo na casa de um jornalista é um crime que extrapola a sua segurança pessoal e a de sua família! Estes merecem imediata proteção do Estado - da Polícia e da Justiça. E do Legislativo também.
Mas a questão é mais profunda: atentar, na escuridão da noite, contra quem quem age às claras, pois o papel do jornalista é agir às claras, é atentar contra todos nós, contra toda a sociedade, é atentar contra a Democracia que a tanto custo procuramos construir neste País.
O atentado à casa e à família do Jeso atinge a todos nós jornalistas.
Se agora nos omitimos, se calamos, amanhã a vítima poderá ser qualquer um de nós que vivemos de produzir notícias, boas e más, como bons e maus são os procedimentos das pessoas, dos políticos, do homem e da mulher comum, das autoridades.Por isso é que esse episódio não pode esfriar.
E não cabe só ao Jeso procurar a solução. Somos todos nós, jornalistas e todos os cidadãos os responsáveis, por pressionar por uma solução imediata. Nesta segunda-feira tudo deve ser feito: acompanhar de perto a investigação policial, procurar e instigar uma ação firme do Ministério Público, exigir um pronunciamento da Câmara de Vereadores e da Assembléia dos Deputados, mesmo em férias, a fim de pressionar a máquina estatal a encontrar, já, o mandante desse crime que não é o primeiro.
É preciso envolver a governadora do Estado para que, do alto de sua autoridade, determine imediatas e eficazes ações para trazer a público o nome desse ou desses inimigos públicos que, se hoje tentam destruir um jornalista e a sua família, amanhã poderão fazer muito mais, do muito que, provavelmente, já fizeram contra a ordem pública e contra o bem público, inimigos que são da convivência democrática.
Ao mesmo tempo, é hora, e já passou da hora, de todos os jornalistas de Santarém e do Pará inteiro se unirem, a despeito de suas eventuais diferenças político-partidárias, e denunciarem essa selvageria e exigirem a investigação completa até chegar à cara do mandante ou mandantes. Cada jornalista que se calar ou será conivente ou estará criando a possibilidade de também virar vítima amanhã.

Embora não tenha mandato por eleição, o jornalista é uma pessoa pública pela natureza de seu trabalho. Atentar contra um desses profissionais é atentar contra todos e ferir a liberdade de expressão. Se alguém não gosta das coisas que o Jeso ou qualquer outro jornalista escrevem, que vá se queixar na Justiça.
Fazer diferente, merece a repulsa geral.
Por isso, sugiro aos colegas jornalistas de Santarém que não deixem a peteca cair: comecem hoje a coletar assinaturas de colegas e de todas as pessoas de bem de Santarém, a fim de remeter essas assinaturas de repúdio e pedido de sérias providências à governadora, aos presidente dos tribunais, aos parlamentares locais e estaduais, aos órgãos de imprensa nacionais.
A ação deve envolver o Sindicato dos Radialistas, o Sindicato dos Jornalistas do Pará, a OAB, as igrejas, os demais sindicatos, associações empresariais e populares, os dois cursos de Jornalismo de Santarém, as Universidades, Ongs, enfim, todos os grupos da sociedade civil organizada no sentido de botar na rua a cara de quem fez e de quem mandou tocar fogo na casa do jornalista.
EU GOSTARIA QUE ESTE MEU MANIFESTO SAÍSSE DAS PÁGINAS DO BLOG DO JESO PARA OUTROS BLOGS, PARA AS REDAÇÕES DE TODOS OS JORNAIS DE SANTARÉM E DE BELÉM, PARA AS RÁDIOS, PARA AS TELEVISÕES, QUE FOSSEM FEITAS CÓPIAS E DISTRIBUÍDAS NAS RUAS, NAS FEIRAS, NOS MERCADOS, NAS IGREJAS. SUGIRO QUE, NO PRÓXIMO FIM DE SEMANA, ESTAS FORÇAS SOCIAIS PROMOVAM UMA CONCENTRAÇÃO EM LOCAL PÚBLICO, PARA FINALIZAR O DOCUMENTO CONTRA ESTE CRIME E CONTRA A CORRUPÇÃO DE MODO GERAL, COLETANDO ASSINATURAS PELAS RUAS DA CIDADE.
Assim, demontraremos, todos, que não mais aceitamos o mandonismo daqueles que querem continuar impunes, traindo a confiança do povo.
Façamos um cruzada contra o crime e a corrupção. O MANDANTE, JÁ!

Ass: Jornalista Manuel Dutra

Eles conseguiram

O golpe foi dado: em lugar de expor e debater os porões das atividades escusas de Daniel Dantas - estas sim é que poderiam ser classificadas de subversivas - e suas ligações com figuras proeminentes dos governos Lula e FHC, a grande imprensa desfocou o tema e concentrou-se nos erros de português, equívocos de avaliação e vazamentos do inquérito presidido pelo delegado Protógenes Queiroz.

Se a opinião pública nacional não reverter o quadro que se desenha, serei forçado a concordar com o raivoso Reinaldo Azevedo, ainda que por motivos muito diferentes: se alguém pensar que a trilha e o sistema de corrupção instalados entre Administração Pública e grande capital (odeio esta expressão, mas sou obrigado a usá-la, à falta de outra melhor) foram arranhados, estará redondamente enganado. Deus queira que eu esteja errado.

Prognósticos eleitorais

Quem diria, hein? O nacional que se elegeu carregando criancinhas e beijando as cabeças das velhinhas - tática pra lá de velha - tem a sua maior rejeição, justamente, no eleitorado mais pobre, que conseqüentemente tem menor nível de instrução e, por conseguinte, é mais permeável a salvadores da pátria e ofertas políticas de ocasião. Se mesmo assim ele cai pelas tabelas, decerto é porque sua "gestão" não conseguiu cumpriu nem sequer a política de pão e circo, que normalmente é utilizada pelos administradores que não fazem investimentos realmente relevantes em políticas sociais, infra-estrutura, etc.
Por sua vez, a candidata demo não é lá muito bem quista pelo eleitorado feminino e de maior renda. E olha que seu discurso sempre envereda pela cantilena da mulher. Mas goza de elevada aceitação entre os mais pobres, com certeza colhendo os frutos de sua atuação como vice-coordenadora, quando esteve à frente de projetos que levavam saúde e documentos à população mais carente (por sinal, uma tática igualmente vetusta, que os presidentes de assembléias legislativas também adoram utilizar). Pelo visto, a imagem de protetora dos pobres saiu da pessoa do sedizente para a de Valéria Pires Franco - a sugerir que o eleitorado continua votando como sempre votou, mesmo mudando a escolha nominal.
Se assim for, os prognósticos não são dos melhores. Porque este país não dará um passo sequer à frente enquanto a meta do eleitor seja conseguir comida, um emprego, uma certidão de nascimento, etc. E, naturalmente, a culpa disso é, como estamos cansados de saber, de quem mantém o povo na ignorância, para se locupletar dela.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Sutileza paquidérmica

A coluna Repórter Diário de hoje me saiu com esta:

Os indicadores do combate à criminalidade no município de Ananindeua trazem resultados animadores. De janeiro até julho, o índice de assaltos a banco caiu a nível zero. A taxa de homicídios caiu da média de 18 para 7. Arrombamentos, de 29 para 6. Roubo a transeunte, de 96 para 43. Registros de desordens caíram de 14 para 3. A ocorrência de roubo a taxistas se manteve em zero até ontem. Os números acabam de ser tabulados pelos setores competentes da Polícia Civil e devem melhorar ainda mais depois da entrega de equipamentos (26 novas viaturas) à Prefeitura de Ananindeua, realizada ontem.

Ficamos todos, decerto, felizes de saber que a criminalidade caiu em Ananindeua. Mas o pulo do gato da notinha acima reside na parte final, quando mistura uma especulação a fatos, tentando insuflar uma espécie de esperança no futuro. E o arremate: desde quando prefeituras têm a ver com o policiamento ostensivo das ruas? Ao misturar alhos com bugalhos, a nota dá a entender que a maior segurança dos ananins se deve à atuação do atual prefeito, o que está longe de ser verdade.
O problema é que a maioria das pessoas não têm senso crítico para perceber isso. Aí...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mania

Lima, eficiente controlador do problemático estacionamento da central de autorização de exames e internações da UNIMED de Nova Déli, diz que se retirassem a buzina de seus veículos a maioria dos motoristas da cidade não saberia dirigir.
Tem razão o Lima.

Sensação


Imagem: Vi o mundo

Tá reclamando de insegurança? Mas por quê?
Tá aí a Quarta Frota dos EUA, reativada, patrulhando as águas da América Latina.

Sonata ao Luar



A bordo de um Steinway & Sons, no vídeo musical da semana o falecido pianista Wilhelm Kempff interpreta o primeiro movimento da Sonata ao Luar, de Ludwig Van Beethoven, uma das mais bonitas e famosas melodias da música erudita.

Não há muito a dizer. Basta ouvir.

Desejo que a paz que esta música evoca nutra o fim de semana de todos os que passam por aqui.

Imagens do cotidiano



A criatividade popular não conhece limites. Em imagem capturada agora há pouco pelo celular, este ciclista montou uma geringonça apropriada para defender-se do calor e principalmente, do sol implacável, sem prejuízo de seus interesses.
Mas será, que do ponto de vista da engenharia, deslocando o centro de gravidade do veículo, bem como acrescentando a variável dos ventos (se circunstancialmente existirem), não estaria ele à beira de um grave acidente?
Que respondam os universitários.

Malinagens

I

A Justiça já mandou - e reiterou o mandado - para que fossem retiradas todas as placas de obras da prefeitura que não estão em execução e que configuram, portanto, uma forma de enganar o cidadão, com finalidades claras de proveito eleitoral. As placas continuam por aí - no Entroncamento, ao longo da Marquês de Herval e em vários outros pontos da cidade, em geral indicando asfaltamento de vias que, no entanto, estão na terra, como sempre estiveram.
Infelizmente, o Judiciário brasileiro sempre foi bom para mandar, mas péssimo para fazer cumprir.

II

Outro setor que vai de mal a pior no Município é a saúde - talvez pela absoluta falta de identidade entre o sedizente prefeito e essa área. Basta ver que, volta e meia, a imprensa divulga notícias - a par dos interesses outros que as empresas jornalísticas têm nas eleições vindouras - capazes de revelar o tamanho do drama. Depois de faltar alimentos para os internos do Pronto Socorro Municipal e seus acompanhantes, agora a Justiça Federal (velha conhecida do sedizente) age de novo e manda a prefeitura pagar, imediatamente, sob pena de multa diária de dez mil reais, as clínicas particulares que prestam serviços de hemodiálise através do Sistema Único de Saúde.
Só quem convive ou já conviveu com renais crônicos pode saber o tamanho do sofrimento dessas pessoas, mesmo quando dispõem de planos de saúde. Imagine quando dependem da boa vontade do poder público. E, mesmo assim, para o pagamento ser feito, só com ordem judicial e anúncio de auditoria por parte do Ministério da Saúde.

III

Aguardemos a propaganda institucional. Porque a eleitoral já conhecemos de antemão.

Postura correta

Arvoro-me a dar uma sugestão ao Poder Judiciário, mesmo fazendo parte de um órgão ligado à defesa do Estado: o mais correto, no caso da desembargadora Ana Teresa Murrieta, seria o Tribunal de Justiça reconhecer a responsabilidade objetiva da Administração Pública e pagar aos 157 lesados pelos crimes da magistrada os mais de 3 milhões de reais surrupiados de contas judiciais abertas no Banpará.

Afinal, como sustenta a sentença condenatória de Murrieta, não há, por parte da defesa desta, a negativa dos crimes ou de sua autoria. O leit motiv da contestação do advogado Osvaldo Serrão é tão somente a inimputabilidade da ré, que estaria acometida de mal psiquiátrico que tornou-a incapaz de reconhecer a extensão e a natureza de seus atos ilegais. Logo, não há como negar que uma agente pública, investida na função, apropriou-se indevidamente de valores que estavam submetidos à sua administração.

A medida reforçaria a imagem do Judiciário junto à população e daria provas de que o Poder está atento à realidade dos fatos. Negar a responsabilidade da Administração e evadir-se da obrigação de pagar os valores devidos aos jurisdicionados é tão nocivo quanto tudo o que já fez a desembargadora aposentada.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Desembargadora solta

Logo após a devolução do processo com a sentença condenatória, no início da tarde, o advogado Osvaldo Serrão, criminalista que defende os interesses da desembargadora Tereza Murrieta, apresentou pedido de habeas corpus liberatório contra parte da decisão, que decretava a prisão imediata da magistrada (leia notícia abaixo).

Algumas horas depois, foi concedida medida liminar pela desembargadora Maria Helena D'Almeida Ferreira, concedendo o HC. A desembargadora atuou na qualidade de Vice-Presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Estado.

Desembargadora condenada

A desembargadora Ana Tereza Sereni Murrieta, acusada de crime de peculato, foi condenada hoje pela manhã a treze anos e quatro meses de reclusão, mais 350 dias-multa. A íntegra da sentença pode ser lida no serviço de consultas processuais do sítio do Tribunal de Justiça do Estado, na aba "despachos". O número do processo é o 2005.2.004551-6.

______________________
Atualizada às 16:33hs - Não somente a desembargadora foi condenada, como foi decretada sua prisão imediata, a pedido do Ministério Público. Resta saber o que ocorrerá agora: Murrieta chegará a ser presa?

3G finalmente em Belém

A tecnologia 3G, ansiosamente esperada, finalmente já está disponivel em Belém através da Claro. E a loja do Shopping Iguatemi já está vendendo os minimodems 3G para uso imediato. E para quem aguardou, e não entrou na onda dos modems GPRS de outras operadoras, é a justa recompensa.
Mas é possível - a exemplo do que vem acontecendo em outras cidades brasileiras onde esta tecnologia de acesso móvel a web já está implantada - que ainda ocorram alguns percalços ou soluços na conexão. Melhor deixar amadurecer um pouco.

Bom lembrar também que a chegada da Claro, renova as nossas esperanças pelo iPhone até o Natal.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Defesa siciliana*

O delegado federal Protógenes Queiroz, que conduziu a investigação que redundou na Operação Satiagraha, foi afastado da presidência do inquérito. Segundo a Superintendência da Polícia Federal, o motivo seria a conclusão do Curso Superior de Polícia, obrigatório para quem, como ele, possui mais de 10 anos de serviço.

Além de Protógenes - que a assessoria de imprensa da PF afirma ter-se afastado por deliberação própria e por uma coincidência de datas -, outros dois delegados envolvidos no mesmo inquérito serão afastados das investigações.

A debandada ocorre, também por coincidência, após uma reunião realizada hoje entre o presidente Lula, o ministra da Justiça Tarso Genro e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

Estranho. Tudo muito estranho.

___________________________
*A defesa siciliana é a mais conhecida defesa do jogo de xadrez. Nada a ver com mafiosos, é bom esclarecer.

FHC citado

O nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi citado por Daniel Dantas, em uma conversa legalmente grampeada que consta do inquérito policial mais conhecido do Brasil nos últimos tempos.

Dantas afirmou que FHC teria usado do cargo para auxiliá-lo na montagem do fundo CVC/Opportunity Equity Partners, parceria entre o Citigroup e o banco brasileiro sediado nas Ilhas Caiman.

FHC, a respeito, concedeu uma entrevista a Bob Fernandes, da revista virtual Terra Magazine, que pode ser lida aqui.

Calhorda

A edição de VEJA desta semana é uma das mais calhordas da história da revista: em lugar de dar destaque aos crimes de Daniel Dantas, apresentando os resultados da investigação de quatro anos que culminou na Operação Satiagraha, o hebdromedário (segundo o Aurélio: revista semanal feita por ruminantes) dos Civita preferiu desqualificar o delegado federal Protógenes Queiroz, que conduziu a investigação.

As reportagens, auxiliadas pela (quinta) coluna de Diogo Mainardi e pelo blog do nervosinho Reinaldo Azevedo, deixam de apresentar ao distinto público as estripulias financeiras de DD, esquecem que elas começaram nas privatizações do governo Fernando Henrique, não esclarecem nada sobre as ligações do banqueiro com figuras proeminentes do governo Lula mas - crème de la crème - são pródigas em adjetivações negativas ao delegado. Chegam a profetizar a escapada de Dantas das acusações, apontando o relatório de Queiroz como responsável.

Pululam explicações para a postura da revista em todos os quadrantes da web: todas sinalizam que a próxima operação da PF poderá ocorrer em um luxuoso prédio da Avenida Marginal Pinheiros, em São Paulo, ou no templo de um certo oráculo, na Avenida Vieira Souto, em frente à praia de Ipanema - vizinho, aliás, de Dantas.

Ecos de Dantas

Luís Nassif mata a pau, mostrando a calhordice dos colunistas e editores da revista VEJA, no caso Daniel Dantas:

Os estertores

A luta está chegando ao fim. O que se tem agora são estertores do pior jornalismo que este país já conheceu em muitas décadas. A Abril estava esperando baixar a poeira para pensar em mudanças inevitáveis na revista Veja. Demorou, o furacão chegou e o preço a pagar será cada vez mais alto. Cada semana de Eurípedes Alcântara e Mário Sabino será mais saque sobre o ativo de imagem da revista.

Agora é apenas aguardar o sangramento até que a Abril encontre a oportunidade adequada para promover as mudanças e tentar recuperar a revista. Tenho cá para mim que o desgaste já chegou a um ponto de não-retorno.

Ainda se levará bom tempo para avaliar o que esse período de esbórnia, essa violência pornográfica, a falta de escrúpulos tentando compensar a falta de talento, produziram na maior revista brasileira.

A quebra de imagem é irreversível e não apenas entre os leitores mais esclarecidos – cuja ficha caiu há muito tempo. A falta de qualidade das matérias, a carência de pauta, a repetição monocórdica de escândalos mal apurados, mal escritos, a truculência, a arrogância, o exercício sistemático das armas da injúria e da difamação já bateram no leitor comum. Mais ainda nas redações.

Veja já foi uma revista admirada. Depois, passou a ser temida – o que de pior pode acontecer com qualquer forma de poder. Agora é ironizada. A incapacidade de fugir do ritual amador dos ataques destrambelhados, a impotência em trabalhar competentemente qualquer tema de peso já entraram para o terreno da galhofa. Pior: a cara da revista não é mais seu corpo de jornalistas, dos mais bem pagos do país. O modelo da gestão Eurípedes resumiu-se à criação de dois atiradores: um pilantra e um desequilibrado, incensados em suas cartas ao leitor, como se fossem a síntese do corpo editorial da revista. É tudo o que se produziu de novidade nesses anos desastrosos.

Indague-se de qualquer jornalista da grande imprensa, das assessorias de comunicação, da assessoria das grandes empresas o que representa a Veja, para eles. Lixo! Indague-se dos jovens candidatos a jornalistas cursando Faculdades, o que pensam da Veja. Lixo! E não é força de expressão. É a expressão corrente. É inacreditável que só agora tenha caído a ficha da Abril.

Eurípedes Alcântara e Mário Sabino entrarão para a história do jornalismo brasileiro pelo maior anti-feito de que se tem notícia: em poucos anos, arrebentaram com o maior ativo da Editora Abril, a imagem da revista Veja.

Os futuros manuais de jornalismo tratarão de estudar por muitos anos, como se fossem fósseis da pré-história jornalística, a troca despudorada de favores – eu-te-elogio-tu-me-elogias -, a tentativa de transformar uma pessoa medíocre no “oráculo de Ipanema”, a manipulação de listas de livros para auto-promoção, o uso de desequilibrados para inibir os críticos, a terceirização da reportagens para esquemas de corrupção, do qual o mais influente foi o de Daniel Dantas. Comportaram-se como donos de botequim ante uma Editora que perdeu completamente o controle sobre a gestão da opinião – o maior ativo de que dispunha.

Eurípedes Alcântara e Mário Sabino entram para a história do jornalismo nacional como o melhor anti-exemplo para as novas gerações: conseguiram desmoralizar a falta de escrúpulos. Durante anos, os alunos sairão das Faculdades sabendo que ambos se enterraram por terem desprezado princípios elementares de jornalismo, não terem conseguido se desvencilhar da armadilha da prática diuturna da difamação, por terem apelado para pistoleiros da reputação para se defenderem de ataques contra sua incapacidade de fazer jornalismo.

Para não repetirem a sina, só haverá uma alternativa para os estudantes: estudar e se esmerar no aprendizado permanente do bom jornalismo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Morre na Austrália a blogueira mais idosa do mundo


Imagem: CNN

A CNN divulgou hoje a morte de Olive Riley no dia 12, sábado, 108 anos, considerada a mais idosa blogueira do mundo. Olive mantinha o blog The Life of Riley e chegou a fazer cerca de 70 postagens onde falava de seu cotidiano, sobre as 2 guerras mundiais que presenciou, além de musiquinhas e poemas.
Aos mais jovens, chegou a escrever:

"You 21st Century people live a different life than the one I lived as a youngster in the early 1900s. Take washing day, for instance. These days you just toss your dirty clothes into a washing machine, press a few switches, and it's done."

Seu blog no momento, encontra-se inacessível, talvez pelo enorme número de acesso gerado pela notícia de sua morte. Mas seu amigo jornalista Eric Shackle, mantém o World's Oldest Blogger onde conta em paralelo, a história de Olive.

E no You Tube, encontrei este vídeo, de um filme feito a respeito de Olive. Algo absolutamente poético e bonito.

domingo, 13 de julho de 2008

LFP na rede



Lúcio Flávio Pinto e seu Jornal Pessoal estão finalmente na internet. Vida longuíssima ao JP e a seu editor.

Apple atualiza o .mac



Usuários de Mac, em especial aqueles que assinam o serviço online .mac, já podem festejar.
A Apple, durante a noite de sábado para domingo, iniciou a migração para o novo serviço Mobile Me. Mas ela não vai acontecer de forma automática, via Software Update.
Para aprender como atualizar, é indispensável dar uma passadinha no Mac Observer.

Será que dura?


Imagem: Maximun PC

A Microsoft lançou recentemente, ao preço de 60 dólares, um mouse ótico sem fio colapsável com a forma de um arco. O Wireless Arc Mouse tem um design aprimorado.
Mas sua forma traz alguma preocupação: será que aquela articulação vai resistir por muito tempo em mãos pesadas?

It Blends!



Da ótima série Will it Blend? da empresa americana fabricante de liquidificadores de alta potência Blendtec, assista a rápida destruição de um iPhone 3G.

iPhone 3G no Brasil até o Natal

Segundo informa o G1, se a Anatel colaborar, o iPhone 3G vai inciar suas vendas no Brasil ainda para o Natal, pela Claro, Vivo e Tim.
Resta saber se os problemas com a ativação do novo iPhone observados durante seu lançamento na última sexta-feira, irão se repetir por aqui também.

sábado, 12 de julho de 2008

Guerra Nacional

Como era de se esperar, a prisão do banqueiro Daniel Dantas, por duas vezes solto pelo presidente do STF, Gilmar Mendes, estabeleceu o início de uma guerra declarada também entre os órgãos de comunicação brasileiros.

Dentre outros, Diogo Mainardi e Lauro Jardim, colunistas do semanário Veja, já haviam sido acusados frontalmente pelo jornalista Luís Nassif de serem representantes dos negócios de Dantas e seus acólitos na grande imprensa. Nassif, agora, volta à carga violentamente, em resposta certamente à coluna de Mainardi trazida pela edição de Veja desta semana:

PF acusa Mainardi e Veja

O relatório do delegado Protógenes Queiroz, encaminhado ao Juiz Fausto Martin de Sanctis - que serviu de base para o pedido de prisão de Daniel Dantas e outros réus – acusa diretamente as revistas IstoÉ Dinheiro e Veja e os jornalistas Leonardo Attuch, Lauro Jardim e Diogo Mainardi de colaborarem com uma organização criminosa. Mainardi é explicitamente apontado como “jornalista colaborador da organização criminosa”.

O nome do documento é “Relatório Encaminhado ao Juiz Federal Fausto Martin de Sanctis". É o Inquérito Policial 12-0233/2008. Nele consta Procedimento Criminal Diverso no. 2007.61.81.010.20817.

Foi preparado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros do Departamento da Polícia Federal.

O capítulo 13 tem por título “Do papel da mídia no processo investigatório”.

Diz o seguinte:

Evidentemente com maior assiduidade na programação quase que diária dos meios de comunicação disponíveis, o grupo comandado por Dantas se serve com maior freqüência do que o grupo comandado por Naji Nahas. Ambos são convergentes quanto ao interesse comum e divergentes quanto às matérias publicadas, como forma de ludibriar para atingir seus objetivos. Com vantagens no final da falsa discussão pública.

Curiosamente, (...) o volume de dados analisados a respeito do material publicado ao longo da existência dessa organização criminosa usando a mídia, ora em proveito próprio ora em outros propósitos chantagistas

Neste momento trazemos à luz algumas matérias de fomento ao acordo recentemente efetivada pela BrT, Oi, Citigroup, Opportunity, aqui Daniel Valente Dantas, referente a alguns “conceituados” órgãos da imprensa escrita, tais como revista IstoÉ Dinheiro e Veja, ambos veículos a serviço do relevante grupo.

Apontamos a revista Veja, data de 16/01/2008, matéria “Rumo à supertele”, três folhas dedicadas exclusivamente aos interesses escusos da organização pelo jornalista Lauro Jardim.

Nesse mesmo dia 16.01.2008, matéria de capa da revista IstoÉ, “Os Vencedores da Telefonia”, como Carlos Jereissati e Sérgio Andrade, sócios da Oi, foram escolhidos pelo governo para comprar a BrT e, com o auxílio generoso do BNDES, formar um gigante das telecomunicações”, do jornalista Leonardo Attuch.

E aqui nesse momento, eu vou me servir do recente artigo publicado no dia 12.04.2008, edição 2054, da própria revista Veja, elaborado por um dos jornalistas colaboradores dessa organização criminosa, Diogo Mainardi, sob o título

“Entendeu, Tabatha”.

“Eles retomaram algumas das práticas mais antigas e mais imundas do jornalismo, como a chantagem, a mentira, a propaganda do poder e a matéria paga".

Ao lembrar essa assertiva ele talvez tenha revelado e audaciosamente expressado a vertente resumida de como funcionava a mídia para o grupo Opportunity, comandado por Daniel Valente Dantas, o que reforça e confirma todo o material coletado através de interceptações de dados telefônicos e telemáticos.

Em uma avaliação bem literal das condutas e comportamentos de alguns jornalistas que hoje estão no bojo do trabalhos coletados, é de se considerar como participantes da organização criminosa liderada por Daniel Valente Dantas especialmente aqueles que têm indícios de remuneração direta ou indireta de recursos originados do referido investigado ou de seus colaboradores.

No relatório de análises constou no dia 13/01/2007 que o investigado Daniel Dantas mantém diálogos com Verônica Dantas e Danielle Silbergleid afirmando textualmente da necessidade de utilizar a conexão direta entre ele e a imprensa como instrumento para plantar informações a fim de confundir a opinião de autoridades públicas nacionais e internacionais na disputa do grupo Opportunity, Citigroup, Telecom Italia pelo controle da BrT

Embora esse tema não seja foco inicial da presente investigação,é necessário conhecermos os meios ardilosos na divulgação das informações plantadas.

A voracidade em lançar informações falsas e até com cunho difamatório, e menciona o nome Moreira Alves (...) na empreitada suja de baixo nível.

E aqui vai a indagação: a mídia é um veículo independente comprometido com a verdade imparcial. Certo? Errado. O que estamos assistindo, o desmascaramento por meio do Judiciário Federal com a atenção auspiciosa do Ministério Público Federal é repugante !!! sob o ponto de vista ético e moral do papel da imprensa.

E aqui reproduzimos ipsis literis a mensagem interceptada de conteúdo sem o mínimo escrúpulo que possa nortear regras de boa conduta e convivência social.

Assunto: Pendências
De; Cristina Caetano 18/02/2008
Para Alberto Pavi

Pavi,

Obrigado. Outro dia retomaremos a conversa com Moreira Alves. Nosso prazo para entrar com a campanha difamatória é no começo de março. E se não formos fazer com ele temos que achar outra pessoa. Nós preferimos que você redigisse. Achamos que nesse caso tem muitos fatos, seria melhor ser redigido por um civilista do que por um criminalista. Vamos focar nisso?

Beijos

Conclusões

Depois, fala de contatos de Nahas com jornalistas, mas sem envolvimento com o a organização criminosa. Menciona jornalistas que tiveram reuniões com Nahas, no plano jornalístico apenas. Quando menciona Attuch, o relatório diz que

seria também responsável pela publicação de artigos jornalísticos “encomendados” pela organização criminosa com o objetivo de facilitar o tráfiuco de influência perante autoridade são públicas.

Para esse seleto grupo jornalístico Naji Najas ora se posiciona falsamente como opositor e inimigo de Daniel Dantas.

É comum jornalistas acima citados (acrescentamos o colunista Diogo Mainardi, na revista Veja) assinarem matérias favoráveis ao interesse do grupo Opportunity, principalmente à pessoa de Daniel Valente Dantas.

A contextualização e os tópicos de análise do papel da mídia na presente investigação, por questão didática, preferimos fazer referência aqui na forma de anexo digitalizado.

O relatório tem menção a vários links com gravações de conversas telefônicas.

Agora, Mainardi não vai poder ficar somente na palavra escrita, dizendo o que bem entende; talvez tenha que se explicar à Polícia Federal. O caminho seguido a partir da prisão de Dantas não tem volta. As investigações da PF podem, finalmente, ser o laxante necessário para limpar os intestinos do Brasil, na precisa figura de linguagem usada pelo jornalista Bob Fernandes, do Terra Magazine. É possível que nestes intestinos seja encontrado o colunista Diogo Mainardi.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Frases da semana

De Paulo Henrique Amorim, sobre a soltura de Daniel Dantas pelo presidente do STF, Gilmar Mendes:

Daniel Dantas faz o que quer no Brasil. É feito índio: inimputável.

Do mesmo Amorim, quando Dantas foi novamente preso, desta vez em caráter preventivo, menos de 12 horas depois da concessão de habeas corpus pelo ministro Mendes:

O Delegado [Protógenes] Queiroz acaba de dar o drible da vaca no Supremo Presidente Gilmar Mendes.

Sobre prisões e prisões

A quem interessar, no meu outro blog um ensaio sobre o prende-solta-e-prende de Daniel Dantas, numa abordagem técnico-jurídica que, acredito, pode ajudar os leigos a entender uma parte desses acontecimentos aparentemente caóticos - sem querer competir com o Luís Nassif aí embaixo, claro (postei antes de ler o texto em questão).

Advogado de ilibada reputação

O blog do jornalista Luís Nassif apresenta intrigante discussão a respeito do prende-solta-prende do banqueiro Daniel Dantas, nesta semana:

A constitucionalidade do HC

Como é um tema técnico, peço aos advogados-comentaristas que comentem o seguinte post.

Por Eduardo

Nassif, talvez o comentário nesse post não seja o local mais adequado. Mas gostaria de iniciar uma discussão séria sob o ponto de vista jurídico da decisão do Min. Gilmar Mendes que libertou o Daniel Dantas.Súmula 691 do STF diz o seguinte:

"Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar."

A questão é: o STF não analisa Habeas Corpus impetrado contra decisões liminares de Ministros do STJ, mas apenas após o julgamento definitivo por tal Tribunal por órgão colegiado.

No caso específico, o habeas corpus havia sido indeferido no STJ por uma decisão liminar do Ministro relator. O HC não havia sido julgado em definitivo pelo STJ.

Em 99,99% dos casos, portanto o Supremo Tribunal Federal sequer analisaria o Habeas Corpus e mandaria aguardar tal julgamento definitivo pelo STJ antes.

Mas o Min. Gilmar Mendes afastou a Súmula e analisou o Habeas Corpus, contrariando a jurisprudência pacífica do STF.

Afora esse, só consigo lembrar disso acontecer no julgamento de outro Habeas Corpus: aquele que libertou o Paulo Maluf e seu filho, em cujo julgamento, aliás o Min. Carlos Mário Velloso comentou que ficava tocado em imaginar a situação de pai e filho presos na mesma cela.

Há uma segunda questão jurídica importante: a liminar no Habeas Corpus preventivo que havia sido impetrado fora indeferida pelo TRF e pelo STJ pois os Juízes entenderam que não havia risco concreto de ameaça à liberdade do Daniel Dantas apenas com base naquela matéria da Folha de São Paulo. A situação era distinta quando o HC chegou ao Supremo, pois aí a prisão já havia ocorrido. Mas nesse caso, o STF normalmente deveria ter determinado ao TRF que julgasse a questão da liberdade sob o enfoque da nova decisão, mas nunca concedê-la diretamente, pois isso é uma clara e evidente supressão de instância.

Em suma, tudo muito estranho...

Veja Nassif, a crítica aqui é estritamente jurídica. Mas no fim das contas, ela acaba voltando a uma questão chavão: por que isso acontece apenas nesses casos envolvendo presos muito ricos?

Complemento o instigante post do leitor do Nassif, que o dono do blog levou à ribalta. O assunto pode parecer meio áspero para quem não é do ramo, mas é revelador.

As hipóteses de competência para apreciação originária de habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal estão previstas em três alíneas do inciso I do art. 102 da Constituição Federal: a “d” e a “i”.

Diz a alínea “d” que o Supremo conhecerá do habeas corpus se for paciente (isto é, aquele a quem o HC beneficia) um Ministro de Estado, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os ministros de Tribunais Superiores ou do Tribunal de Contas da União e os embaixadores ou outros chefes de missão diplomática de natureza permanente, seja no caso de crime de responsabilidade, seja no caso de crime comum.

A alínea “i” do mesmo artigo, por sua vez, prevê a competência do STF para conceder habeas corpus quando a autoridade indicada como coatora (isto é, contra quem se dirige a acusação de atentado à liberdade individual) for:

a) Tribunal Superior (o próprio STF, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral ou o Superior Tribunal Militar);

b) autoridade ou servidor público cujos atos estejam diretamente sujeitos à jurisdição do Supremo Tribunal Federal – isto é, aqueles cujos atos, judiciais ou administrativos, estejam submetidos à competência recursal ou revisional do STF. No caso em que o paciente esteja enquadrado nesta hipótese, também cabe o HC ao Supremo.

A mesma alínea prevê ainda a hipótese de HC no Supremo quando o crime imputado ao paciente seja decidido em única instância (caso, por exemplo, dos crimes comuns cometidos pelo presidente da República).

Mais adiante, ainda na Constituição Federal, anota-se o seguinte:

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

(...)

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal.

O que evidencia esta chatice jurídica é que o ministro presidente do Supremo Tribunal Federal violou a Constituição. Afinal, acatou habeas corpus em que nenhum dos pacientes (Daniel Dantas, Naji Nahas, Celso Pitta, Verônica Dantas e os demais) se enquadrava nas hipóteses constitucionais de beneficiários de um HC em curso, a esta altura, no STF. A autoridade apontada como coatora – o juiz da 6ª Vara Federal da seção judiciária paulistana –, por sua vez, estava sujeita a ter seu ato impugnado por HC dirigido ao Tribunal Regional Federal a cuja jurisdição está sujeito; nunca ao STF.

Na hipótese de ter-se valido de decisão anterior do STJ e ter apontado este tribunal como coator, como bem elucida o post do blog do Nassif, o presidente do Supremo, ainda assim, teria deixado de observar jurisprudência pacífica da Corte (no caso, a Súmula n. 691 do próprio Supremo). Em um tribunal superior, que objetiva a unificação do entendimento sobre matérias não pacificadas nas instâncias inferiores - e que por isto mesmo se vale sempre que possível dos precedentes e das súmulas em seus julgamentos -, a posição de Mendes é fortemente contestável.

O fato é que Gilmar Mendes a cada dia mais demonstra ter agido como verdadeiro advogado de defesa de DD e companhia: pessoalmente ou por assessores, apressou o juiz federal que respondia pela 6ª Vara a prestar informações no habeas corpus em menos de 24 horas, contrariando a praxe jurídica e o que diz o Código de Processo Penal (e até dificultando tais informações, já que o processo no qual foi proferida a primeira ordem de prisão possui inúmeros volumes), agindo com celeridade anormal para a concessão da ordem de liberdade, visto que trabalhou até muito depois do expediente forense, contrariando a conhecida e rotineira morosidade dos tribunais superiores.

Mas o mais grave não está aí. O pior foi Mendes ter encontrado desvios e filigranas jurídicas aptos a burlar a evidente incompetência da Suprema Corte para apreciar o HC: utilizou-se de um habeas corpus anterior, de caráter preventivo, que havia sido ajuizado por Daniel Dantas logo que veiculada reportagem da Folha de São Paulo, datada de 25 de abril e assinada pela jornalista Andrea Michael.

Como a reportagem falava na hipotética prisão de Dantas pela Polícia Federal, os advogados do banqueiro ingressaram com um pedido preventivo junto ao Supremo – mais uma vez, estranhamente, no Supremo, quando havia, também neste caso, instâncias inferiores a serem superadas. O pedido foi negado, pois faltavam evidências concretas de ameaça à liberdade do paciente. Quando eclodiu a Operação Satiagraha, o mesmo HC foi reiterado, desta feita sob caráter liberatório, e o presidente do Supremo o deferiu. Contra tudo e contra todos. Inclusive a Constituição.

_______________________

Corrigida e complementada às 15:11 hs.

Música da semana


Certa vez, quando postei um vídeo do álbum Selling England by the Pound, do Genesis, o teatrólogo Edyr Augusto Proença passou por aqui e generosamente indicou um disco, de um dos integrantes da primeira formação da banda inglesa. Chamava-se The Geese and the Ghost (Os Gansos e o Fantasma, em tradução livre).

Anthony Phillips era o guitarrista desgarrado do Genesis, ainda na época liderado por Peter Gabriel e com Phil Collins na bateria. Corria o tempo da psicodelia e do rock progressivo e Phillips participou de dois discos da banda: From Genesis to Revelation e Trespass. Após este álbum, saiu de cena por sofrer de pânico de palco. Porém, continuou trabalhando, construindo uma carreira de belas músicas.

Após conseguir uma cópia de The Geese and the Ghost, procurei outras coisas de Phillips. Ouvi pouco, perto do que soube ser sua obra. A dica do Edyr, no entanto, foi certamente a melhor de todas: canções que evocam um clima medieval, com violões, teclados e sopros ressaltados e nenhuma bateria. Um som de menestréis, como se tocado para nobres e princesas.

Com vocês Anthony Phillips, na belíssima Which Way The Wind Blows.

Musa dos anos 80


Imagem: O Fuxico (Google Images)

Quem viveu os anos 80, jamais poderia esquecer esta bela mulher. Detonou o Brasil em um inesquecível ensaio em P&B de Bob Wolfenson. Misturava na época a aparente inocência com belas curvas e configurava aquilo que os homens gostam de designar como ninfeta.
E hoje, em plena maturidade, ainda preserva a antológica beleza.
Vamos lá, "quarentões"! Digam quem é?

quinta-feira, 10 de julho de 2008

iPhone 3G: já começou



Taí o feliz e condecorado primeiro comprador do iPhone 3G. Na Austrália.

È puo, se muove*

O mercado, este ser invisível e no entanto muito real, começa a se mover: mais de um bilhão de reais foram sacados dos fundos Opportunity, entre ontem e hoje, após a dupla prisão de alguns de seus gestores, dentre eles o banqueiro Daniel Dantas.

DD sentirá o gostinho amargo que, como especulador, fez tantos passarem? Só o mercado poderá dizer.

____________
* "E portanto, ele se move": frase atribuída ao físico, astrônomo e geômetra Galileu Galilei, quando, ao perceber que o pêndulo da Catedral de Pisa se movia sem que ninguém o tocasse, começou a elaborar estudos sobre o movimento de rotação.

Ringue

De um lado, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal de 1a instância; de outro, outra banda da mesma Polícia Federal e o ministro do STF Gilmar Mendes; entre eles, Daniel Dantas e seus opportunystas.

O mais recente golpe foi desferido pela dupla PF/JF: Dantas acaba de ser novamente encarcerado, desta feita sob prisão preventiva - ao contrário da primeira, que era de natureza temporária.

Atenção aos lances. Ainda há muito a acontecer, nesta história.

Novos aplicativos no Orkut


Acessando o menu lateral esquerdo, você encontra agora o link Apps.


Quando eu digo que junho e julho são meses de grandes novidades na web, não estava brincando.
Como anunciado no post Novidades no Orkut, os usuários da brasileiríssima rede social agora podem utilizar alguns badulaques para enfeitar seu perfil. Chamados de aplicativos ou Apps, com eles você pode adicionar uma música a seu perfil, trocar emoticons entre outros penduricalhos.


Clique em + adicionar apps.

É possível que a novidade gere uma nova febre no orkut brasileiro.
Para saber como utilizar os novos Apps, veja o vídeo abaixo fornecido pelo Google.

Brasileiros agora podem criar contas no iTunes Store

Na véspera do início das vendas do iPhone 3G em alguns países, a Apple lançou hoje o novo iTunes 7.7, disponível para download aqui. Mas as novidades não param por aí. Na nova versão do software, os brasileiros agora também podem se inscrever na iTunes Store. Na verdade, apenas na iTunes Apps. Antes, a possibilidade de adquirir músicas era restrita apenas a usuários dos EUA, a quem era permitida a criação de uma conta na iTunes Store. Tudo mudou de ontem para hoje. Inaugura-se assim no Brasil, bem devagarinho, uma nova fase no uso das músicas digitais.
Por enquanto, apenas a seção Apps da iTunes Store estará disponível para os brasileiros. Em outras palavras, nada de músicas. Só joguinhos e aplicativos para iPods Touch e iPhones.

Veja como abrir sua conta no tutorial abaixo.

1) Faça o download do iTunes 7.7 clicando aqui;
2) Após a instalação, abra o iTunes. Se o software não abrir de cara na iTunes Store, vá até o menu lateral esquerdo e em LOJA, clique em iTunes Store;



3) Aberta a iTunes Store, baixe a janela até aparecer lá embaixo My Store. É possível que esteja selecionada previamente a opção United States. Mude para Brazil.



4) Aguarde o recarregamento da página da iTunes Store. Em seguida, vá até o menu do iTunes, localize o ítem LOJA e clique em CRIAR CONTA.
5) Você finalmente será levado a preencher um formulário, onde além das informações de praxe (e-mail, senha, primeiro nome, sobrenome, endereço, CEP, etc) deverá escolher entre 3 bandeiras de cartão de crédito (VISA, Mastercard ou American Express).
6) Forneça as informações do cartão de crédito que vai utilizar para adquirir os aplicativos e quem sabe em breve, as músicas. A Apple informa neste momento, que nada lhe será cobrado, se nada for adquirido.
7) Terminada esta etapa, tudo estará concluído e você já será usuário de uma legítima conta na iTunes Store.

Mas atenção! Apesar de o recurso de criação de conta já estar disponível e operante para os brasileiros, ainda não temos informações seguras de que as transferências de músicas já estariam oficialmente habilitadas. Melhor aguardar um pouco, antes de iniciar qualquer processo de aquisição.

-----------------------------------------------------
Atualizada às 14:55

Segundo o blog MacMagazine, por enquanto a iTunes Store Brasil funciona apenas para aquisição de aplicativos (iPod Touch e iPhone) e joguinhos. Além disso, os estados do Ceará e da Bahia, foram solenemente esquecidos.

* Com os agradecimentos a ASF@Web, sempre ligado, e ao Blog MacMagazine.

Recordar é viver

A prisão do banqueiro Daniel Dantas, solto pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, vem sendo insistentemente ligada ao escândalo do mensalão, no qual se descobriu que parlamentares recebiam mesada do governo federal para votar a favor de propostas do Executivo.

No entanto, nenhum dos grandes veículos de comunicação parece lembrar que a participação da Previ (o bilionário fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) no processo de privatização das estatais de telecomunicações foi entregue à administração do Banco Opportunity, de Dantas, e que tal processo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

A Previ tem seus diretores indicados pelo governo. Na época da privatização das chamadas teles, o responsável pela indicação de diretores e pela montagem dos consórcios que participaram do leilão de privatização foi Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa de campanha da reeleição de FHC e amigo íntimo de José Serra, outro prócer tucano. Os diretores indicados por Ricardo Sérgio fecharam um contrato de gestão com o Opportunity, por meio do qual Daniel Dantas veio a ser, durante um bom tempo e por alguns milhões de dólares, o homem mais poderoso das telecomunicações brasileiras, pós-privatização – e isto sem botar um tostão próprio no negócio.

Descobriu-se posteriormente que o Opportunity, em tal gestão, veio a privilegiar mais o Citibank, seu sócio estrangeiro, que a Previ. Lesou, com isso, milhares de investidores, empregados do Banco do Brasil com dinheiro depositado no fundo de pensão. Contou para isso com o auxílio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela fiscalização do mercado de ações, que fez vista grossa para os negócios de Dantas.

Como se vê, DD tem tentáculos muito longos, poderosos e que enredam personagens ilustres de várias matizes. Mas agora, Dantas, seus documentos e HDs poderão permanecer calados, por graça e obra do ministro Gilmar Mendes, ex-Advogado Geral da União no governo Fernando Henrique, e a mídia nacional poderá continuar vinculando o banqueiro baiano unicamente ao mensalão, como se ele tivesse aparecido somente em 2005 nos bastidores sujos da República.