domingo, 31 de agosto de 2008

Livraria Universal

Eduardo Tavares Cardoso era um livreiro famoso nos anos 1900, em Belém. Português de Peniche, município litorâneo na região central do país, veio para o Pará no final do século XIX e, além da Livraria Universal - a primeira fundada na cidade, na época áurea da borracha - era proprietário do Chalé Tavares Cardoso, na antiga Vila de Pinheiro, atual distrito de Icoaraci, nos arredores da capital.

Início do século XX: interior da Livraria Universal

Na administração Edmilson Rodrigues, o Chalé Tavares Cardoso foi totalmente reformado para servir de biblioteca pública aos moradores de Icoaraci. Depois disto, foi abandonado à própria sorte. Ignoro se ainda serve de espaço público; o fato é que o prédio está novamente em péssimo estado.
Livraria Universal em 31/08/2008, totalmente reformada

Porém, a família Tavares Cardoso, ainda proprietária do prédio da Livraria Universal, no centro da cidade, tomou a iniciativa de reformá-lo. O projeto recebeu financiamento do Monumenta, do Ministério da Cultura, e fez valer a pena a resolução dos donos do imóvel.

Gang 90 e as Absurdetes

O título do post remete a uma banda brasileira dos anos 80 que, além de fazer sucesso nas vendagens fonográficas, foi tida por muitos como uma das influentes dos primórdios do rock nacional.

A banda nada tem a ver com o objeto desta postagem. Mas o nome é bem significativo para qualificar os deputados José Aníbal e Rodrigo Maia, PSDB e DEM, respectivamente. E poderia servir como carapuça vermelha em saci-pererê no senador Arthur Virgílio, no expoente do pefelê Jorge Bornhausen ou no ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

Sabe por quê? Por causa deste tipo de brincadeira. Fala sério!

Muito sol e noite estrelada



Sob um sol implacável e maré cheia pela manhã, as tardes em Mosqueiro foram sublimes para todos.



E as crianças aproveitaram as águas calmas para brincar, apreciando o incrível panorama favorecido pela boa conjugação de luz e clima.


E brincaram sem parar, ora jogando areia ao mar que os "desafiava", ora dando mergulhos, "pegando jacarés" nas ondas mais generosas e seguras...



...ora simplesmente sentando na areia e apreciando a brincadeira de outras crianças, algo mais velhas.



E de manhã cedo, a maré cheia batia na amurada com violência, trazendo momentos de paz e banho garantido sem grande esforço.



As águas da tarde, mornas e gentis, massageiam seu corpo levando ao relaxamento total dos endurecidos ombros do cotidiano das cidades.



Para tudo acabar em uma bela noite estrelada, daquelas que há muito não conseguimos vislumbrar, ofuscados pela iluminação feérica e amarelada das cidades.
Que as lentes do fotógrafo conseguiram captar, com exposições de 30 segundos.

De caminhos e Descaminhos

Lê-se no Repórter 70, edição deste domingo de O Liberal:

Aperto

Não tem acordo: ou a CDP cede a área que vai da Doca à praça Waldemar Henrique, mais os armazéns quatro, cinco, seis e sete, ou o Ministério Público ingressará com ação civil pública pedindo a paralisação das atividades da Companhia. O promotor Benedito Sá, que cuida do caso, concluiu que a operação mensal de sete a nove navios no porto de Belém rende à CDP pouco mais de R$ 12 mil, mas a despesa é estratosférica, o que torna sua permanência na área, digamos, mera teimosia

Saída

Ao ceder a área, a CDP ficaria com a rua Rui Barata inteira para construir um retroporto - de apoio às operações de guindaste -, e instalar os armazéns que seriam removidos do cais. No espaço cedido, o MP propõe uma extensão da Pedro Álvares Cabral até a Presidente Vargas, construção de um conjunto residencial e uma creche para atender comerciárias. No lugar dos armazéns, o poder público poderia criar mais uma espaço cultural, ampliando a oferta de lazer criada com a Estação das Docas.

Trata-se de iniciativa louvável do MP, que atende não só a comezinha lógica empresarial, mas a evidente necessidade da cidade reordenar seus espaços e vias públicas. Entretanto, o perigo mora no parágrafo não escrito, ou ainda por escrever. A incerteza se corporifica, quando pensamos em sobre qual eleito recairá a execução da saída proposta. A depender de quem for, poderá representar um verdadeiro beco sem saída.

sábado, 30 de agosto de 2008

Vendeu ou não?

Decerto que não foi o assunto de todas as rodinhas de conversas de ontem, mas posso assegurar que, nos meios acadêmicos, o tema UNAMA palpitou o dia inteiro. Quando entrei na sala dos professores, só se falava disso. Muitas implicações e preocupações; afinal, vários de nossos colegas lecionam também naquela instituição.
Enquanto um blog específico sobre avaliação de empresas - mantido por um professor da UnB e doutor em Contabilidade pela USP - analisava detalhes do negócio, a primeira universidade particular da Região Norte se apressava em colocar, em sua home page, um desmentido - uma nota de esclarecimento ao público informando que não houve venda alguma, apesar de um longo assédio de instituições. Tudo permanece como dantes, exceto pela renúncia à reitoria do Prof. Édson Franco, por motivos de foro íntimo. Acesse agora e verá a nota.
Os blogs, de um modo geral, comentaram a venda, dando-a como certa, já que estampada como matéria principal do Diário do Pará de ontem. O jornal, na edição de hoje, pisa em ovos, para não admitir que errou ou se precipitou. Menciona que os sócios negam que a venda já tenha sido realizada e prossegue falando do único fato consumado, que é a renúncia do reitor.
Nunca tive vínculos com a UNAMA. Não estudei nem lecionei lá. Não conheço, sequer de longe, qualquer um de seus proprietários. Também não entendo nada de mercado. Mas lamento a venda de uma instituição de ensino, caso amanhã a tal notinha de esclarecimento seja retirada e a venda seja confirmada. Porque, enquanto nas mãos das pessoas que a conceberam e construíram, curso a curso, prédio a prédio, projeto a projeto, ela ainda é uma instituição sonhada, desejada e realizada. Mas uma empresa externa não pretende comprar a história da UNAMA e sim, apenas, a sua rentabilidade. É um negócio e nada mais.
Toda instituição privada de ensino enfrenta o desafio diário de provar que é séria, não apenas um caça-níqueis. As pessoas em geral, que adoram tombar os outros mesmo sem saber do que falam, muitas vezes dão pouca credibilidade a elas. Sob o controle de um novo mantenedor, que gastou sabe-se lá quantos milhões pelo negócio, a finalidade de lucro se agigantará. Restará algum espaço para projetos político-pedagógicos? A concepção regional dos cursos será preservada ou terá que se adaptar aos modelos paulistas, sempre tidos como superiores?
Mais especificamente: haverá dispensa de professores e aumento inexorável de cargas horárias, para... como é mesmo que se diz? "Racionalizar as despesas"? O que precisaremos "racionalizar" ao preço do esforço de profissionais abnegados - funcionários incluídos -, além dos objetivos dos alunos?
No aguardo do desfecho dessa história.

Gruda "neles" e não solta

Esta seria uma solução eficiente para desinfetar alguns serviços no Brasil, atolados de germes da corrupção. Conheça abaixo o CyberClean. Limpa sem arriscar a sobrevivência do alvo da limpeza.
Muito embora, existam alguns que de tão especializados, tem óleo de peroba suficiente na cara para comprometer a eficiencia do produto.
Por ora, apenas uma boa idéia de origem suíça para limpar produtos eletrônicos de difícil limpeza.
Com os agradecimentos ao blog MacMagazine.


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Edyr Augusto lança livro em São Paulo

Do jornalista, escritor e teatrólogo Edyr Augusto Proença, recebi por e-mail este convite:

A obra é lançamento da Boitempo Editorial, editora de excelente qualidade, que pertence à fotógrafa Leila Jinkings. Em breve, certamente, será encontrada também em Belém, nas boas lojas do ramo, como diz Edgar Augusto Proença, irmão do autor.

_________________________
Corrigido às 9:04hs de 30/08/2008:
O autor compareceu na caixinha de comentários do post e fez a devida correção: a editora da Boitempo é a Ivana Jinkings, e não a Leila. Obrigado, Edyr.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Nostradamus

O mundo vai se acabar a 10 de setembro, e não será numa explosão de sal, como pensou Chico Buarque. Nesse dia um grupo de cientistas, na fronteira da França com a Suíça, em um túnel de 23 metros, sob a terra, farão um experimento inédito com acelaração e colisão de partículas atômicas, que poderá gerar micro-buracos negros. Por considerarem a pesquisa como de alto risco, outros cientistas entraram com ação judicial na União Européia, para sustar a experiência e salvar-nos de ser desmaterializados.
Já imaginaram? De repente, como ensina o mestre Saramago, Plof! Único, de duração mais rápida que a luz. E daí não mais Flanar, não mais flanares, e igual ao que foi dito do princípio restará o caos; que nem silêncio haverá, por absoluta e explicável falta de quem o ouça.

Aonde anda Wally?

Juvêncio anda brincando de jujú.

Novidade para o mundo Mac Brasileiro

Já está online a versão brasileira da revista MacWorld. E logo de início, com uma excelente coleção de dicas para aqueles que estão "cortando o rabo" no mundo Apple.
Visite agora o novíssimo MacWorld Brasil.

Vem aí a nova WGA

Com o lançamento do Windows Vista, seu predecessor (Windows XP) acabou ganhando uma súbita notoriedade. Downgrades para o XP espalharam-se pelo mundo.
E a Microsoft resolveu "encher o saco" novamente dos piratexes.
Clique aqui para entender e sinta-se avisado.

Mais sobre o assunto no Flanar:

Número "ferrolho"

Vem aí a tão falada portabilidade numérica para os usuários de telefonia móvel. Alguns vão gostar. Outros não.
Pra mim, já vem tarde. Saiba sobre o que estamos falando clicando aqui.

Ela fica!

Sabem aquela linda chinesinha citada no post Mais de 15 minutos de fama? O G1 informa que a fábrica chinesa dos iPhones da Apple, não pretende demiti-la. Seu emprego não corre perigo.

Tá bom. Reconheço que estou com falta de assunto nos últimos dias. É só acompanhar a caixinha de comentários do post Primeira viagem com o netbook para entender.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Parente É Serpente

Obama está encrencado. Ao que parece seus adversários chegaram no ponto necessário para quebrar-lhe a imagem pessoal de bom mocismo. A revista Vanity Affair, especializada em moda, traz uma reportagem bombástica, que vai dar panos pra manga. Segundo reportagem, Obama tem um meio irmão queniano, que vive abaixo da linha de pobreza, mantendo-se, portanto, com menos de 1 dólar/dia. A notícia irá provocar danos importantes na campanha do senador democrata, que , vestido com seu terno Armani, terá de explicar a indigência do parente, morador de uma favela na periferia de Nairobi, num barraco miserável de 2 x 3 metros. A reportagem completa está aqui.

Primeira viagem com o Netbook



Frustrante! Seria o resumo do texto que desenvolvo a seguir. Mas para entender as razões desta conclusão supreendente, só continuando a ler. Trata-se de uma experiência muito pessoal. Oliver, que também enveredou pela novidade dos notebooks de baixíssimo custo relativo, configurações modestas e conectividade wireless à internet, - que acabaram conhecidos na web como netbooks - vem tendo uma experiência mais frutífera do que a minha com este tipo novo de equipamento.
Mas vamos as razões de tamanha frustração.
Em uma viagem prevista para durar 15 dias, o ASUS EeePC (Easy to learn, Easy to work, Easy to play, daí os 3 "e" que a ASUS escolheu para batizá-lo), funcionou por apenas 48 horas!
Repito: míseras 48 horas).
Motivo: o carregador de 9,5 volts, simplesmente deixou de carregar a bateria do equipamento no segundo dia de viagem. E não se pode alegar que eu tenha inadvertidamente ligado o netbook em uma tomada inadequada. Primeiro pelo fato do carregador ser "bivolt", ou seja, aceitando tensões de 110 a 220 volts. Segundo, pela simples razão que nos EUA a voltagem padrão é rigorosamente igual a de Belém, ou seja, 110 volts.
Um transiente de energia elétrica poderia ter danificado o carregador durante o tempo em que permaneceu conectado a energia elétrica ainda em Miami? Improvável. Posso afirmar que a mesma tomada utilizada no hotel para carregar o EeePC, também foi utilizada para carregar as baterias das câmeras e smartphone. Além disso, nos EUA, este tipo de fenômeno não é tão frequente quanto no Brasil, principalmente, em Belém. Além do mais, se tal fato tivesse ocorrido, é mais provável que os danos não se limitassem ao carregador (ou fonte de alimentação), extendendo o dano ao portátil e seus delicados circuitos. De fato, o portátil ainda funciona perfeitamente. Apenas, para minha irrritação, a bateria ficou impossibilitada de ser recarregada.
Ao chegar em Belém, em busca da garantia para resolver o problema, sou informado que se decidir fazer um upgrade de memória no equipamento (o que de fato fiz, aumentando-lhe seus míseros 512 mbytes de RAM para 1 gbyte), perco a garantia. Para tanto, a ASUS cuidou de afixar na portinhola que dá acesso ao pente de memória, quatro adesivos, que ao serem retirados, anulam a garantia do produto. É bom portanto, que os demais usuários tenham acesso a esta informação. Eu a tinha antes de trocar o pente de memória e neste ponto, assumo a responsabilidade pelo que fiz. Só não imaginava ser atingido pelas costas, com um problema que nada tem a ver com a troca do pente de memória. O fabricante afirma que a configuração admite o upgrade de memória para até 1 gbyte de RAM DDR II 666 MHZ, sendo exatamente este o pente que foi adicionado. Alguns dos modelos de EeePC, são inclusive fornecidos já adicionados da mesma quantidade de memória RAM, com preço algo superior, é claro. Sendo assim, é provável que meu carregador tenha sido fornecido com um vício de origem. Já providenciei a aquisição de um novo carregador, que deve estar chegando a Belém a qualquer momento, e tudo deve voltar ao normal.

Fora este desagradável acontecimento, nas 48 horas que tive oportunidade de utilizar o produto, o que posso dizer é o seguinte:
1) Atende o que sua modestíssima configuração promete;
2) Seu baixo peso traz grande comodidade para o transporte;
3) A fragilidade do produto salta aos olhos desde o primeiro momento que sai da caixa;
4) O touchpad (dispositivo apontador) é mesmo bastante incômodo, sendo obrigatório o uso de um mouse conectado a uma de suas 3 portas USB;

Em outras palavras, é possível que este fato singular não desqualifique completamente o produto. O que realmente aborrece é a política de garantia da ASUS, que será testada de agora em diante.
Enquanto isso, o que me salvou nos EUA foi o velho e robusto smartphone iPaq hw 6945 com GPS, Wireless, Bluetooth e Celular Quadriband. Salvou literalmente toda a viagem, pois além da conectividade a internet, garantiu-me contato telefônico em roaming internacional, que foi importante em alguns contratempos que enfrentamos por lá.

Mais sobre o assunto no Flanar:

Que Fazer?

As eleições para presidente nos EUA apontam para o empate técnico dos candidatos. Barack Obama não conseguiu reverter a tendência de ficar face to face com o candiato republicano, mesmo após o anúnciar o vice, um senador insosso com expertise em política exterior. Aguardemos que alguma pesquisa descubra qual foi o impacto da declaração de apoio do clã dos Kennedy e, principalmente, de Hillary Clinton

Tragédia Anunciada

Um grande incidente internacional parece se desenhar com o avião sudanês sequestrado. Com o avião pousado na Líbia, por falta de combustível, segundo fontes do governo de Kadhafi, os sequestradores recusaram-se a receber ajuda humanitária do governo líbio e exigem apenas que sejam reabastecidos e fornecidas cartas de navegação que os guiem até Paris. Para o que fazer não disseram. Ocorre que o espaço aéreo sobre a Cidade Luz é reservado. Qualquer avião, sem autorização, não pode voar sobre Paris mais que cinco minutos, sob pena de ser abatido pela força aérea francesa.
Atualizado
9:42 - Os reféns foram libertados. A tripulação continua em poder dos sequestradores, que mantêm a exigência de seguirem até Paris. Não se sabe exatamente qual grupo ou facção política de rebeldes sudaneses está a bordo.
12:40 - Acabou o sequestro do Boeing 737 da Sun Air. Os sequestradores se entregaram às autoridades líbias. Não informações certas quanto a filiação política do grupo.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Pau e a Cueca

Calma, senhores & senhoras, o Flanar não enveredou pelo lucrativo negócio da sacanagem, embora algumas coisas aqui criticadas, no sentido figurado bem podem ser assim descritas. Digo-lhes que a escolha de tal título é justo e apropriado, porque fui surpreendido com a notícia de que o desabamento da calha e forro do HPSM foi fruto de sabotagem, decerto praticado por gente incomodada com o estrondoso sucesso local, regional, nacional, global e intergalático do Prefeito de Belém.
Dizem os prepostos de Duciomar Costa - o secretário de urbanismo, a secretária de saúde e o diretor do hospital -, que as armas do sabotador (a), encontradas no local do desabamento, são alguns pedaços de pau e uma cueca velha de espécie, marca e cor ignoradas. O bloger, contudo, experimentado na leitura de livros policiais, já solucionou o mistério mais claro do mundo e o revelará sem qualquer ônus para a municipalidade sofrida. Eis a solução do enigma:
Os pedaços de pau foram fornecidos pela cara dos atuais administradores da saúde de Belém... para comprovar, senhores & senhoras Watsons, basta usar com paciência uma boa cola e o molde das caretas manjadas aparecerá para tristeza dos culpados. Quanto ao safardana que deveria responder pela limpeza da calha, não se ouve sequer falar. Mas, quem sabe, o encoberto não é o dono da tal cueca, que, a combinar com o enredo, deve ser da cor amarela, a cor da incompetência hoje batizada de sabotagem.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Condomínio, é?

Uma das razões pelas quais o sedizente prefeito de Belém e ora recandidato foge das câmaras - apenas uma - é sua evidente falta de familiaridade com o ato de falar em público ou ao público. Infelizmente para ele, há horas em que não dá para fugir e o jeito é encarar. Mas quando se bota um despreparado para falar em público, vêm as gafes.
Na entrevista concedida pelo dito cujo ao Diário do Pará, publicada na edição de ontem, o nacional soltou uma pérola que merece entrar nos anais da política paraora. Disse que agora todo mundo sonha com uma casa na Vila da Barca, que é o único condomínio na beira do rio!
É isso mesmo: a Vila da Barca agora é o maior empreendimento imobiliário da cidade e até você queria morar lá, se pudesse, embora nunca se tenha dado conta disso.
Que bom que ele me informou. Eu também não sabia. Vou botar minha casa à venda hoje mesmo.

Desculpa Amarela

Cinco meses depois de reformado, o teto do HPSM desabou, ferindo pacientes nesse final de semana. Mas, segundo explica Duciomar Costa, o caos na saúde é nacional e o que se observa em Belém está relacionado a esse contexto.
Decerto o prefeito quiz dizer do nacional - ou seja, dele -, quando procurava escapar da saia justa, em entrevista publicada no Diário do Pará do mesmo domingo.

Descaso e má-gestão de prefeitos

CORREIO BRASILIENSE
25 de agosto de 2008
Daniel Ferreira/CB/D.A Press

Depósito de lixo a céu aberto em Abadiânia: criação de um aterro sanitário no município virou questão judicial




CGU constata diversas fraudes, como a utilização da verba para compra de enfeites natalinos e salgadinhos

Alana Rizzo e Thiago Herdy Do Estado de Minas

A esperança de melhorias nas condições de saúde de milhões de brasileiros se desfez nas mãos de prefeitos que receberam recursos federais para obras e compra de equipamentos, iniciaram os projetos mas não os levaram até o fim. Objetos de convênios inacabados representam a maior fatia dos R$ 426,4 milhões da saúde que desapareceram no submundo da política e da má-gestão nos últimos cinco anos, segundo os relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU). Foram R$ 73,8 milhões, quase 20% do total.

Os documentos de fiscalização produzidos pelos auditores são ilustrados com centenas de imagens que dão a dimensão exata do dano à União e citam exemplos de diversas naturezas. São José do Divino, na Região do Rio Doce, em Minas Gerais, recebeu R$ 209 mil para furar seis poços artesianos, mas concluiu apenas dois. Em Abadiânia, em Goiás, os recursos eram para a construção de um aterro sanitário, mas a obra ficou incompleta e o lixão ainda é usado na cidade (leia abaixo). Esqueletos de concreto e tubos sem função foi o que encontraram os técnicos da CGU ao visitarem as obras do sistema de esgoto de Alegre, no Espírito Santo. As obras do posto de saúde da rodoviária de Acopiara, no sertão do Ceará, estão paradas há dois anos.

O segundo lugar no ranking de irregularidades no uso da verba federal da saúde ficou com as despesas realizadas em desacordo com as determinações de portarias do Ministério da Saúde ou usadas para cobrir buracos da administração municipal. Foram R$ 70,1 milhões gastos em ações com objetivos diferentes do combinado — desde cobertura de folhas de pagamento de servidores de secretarias diversas, aluguel, tarifas bancárias e contas de consumo a despesas inimagináveis, como eletroeletrônicos, acessórios femininos, cosméticos, salgadinhos e enfeites natalinos.

Despesas sem comprovação representaram 14,3% do total de gastos irregulares. As prefeituras não conseguiram mostrar aos técnicos da CGU como usaram R$ 60,8 milhões transferidos aos cofres municipais. Problemas de toda ordem relacionados a processos de licitação foram responsáveis por um prejuízo de R$ 52,9 milhões, ou 12,4% do total.

São relatados casos como o de Itaberaba, na Bahia, em que a empresa do irmão do prefeito apresentou uma proposta maior que a do concorrente e mesmo assim ganhou o certame. Ou então de Érico Cardoso, também na Bahia, onde todas as obras fiscalizadas pela CGU foram licitadas e vencidas por empresas ligadas ao prefeito e executadas por operários da administração municipal. A repetição dos mesmos erros de português em propostas de concorrentes foi um dos elementos que ajudaram os auditores a descobrir que o processo de licitação fora forjado em Acaraú, no Ceará.

domingo, 24 de agosto de 2008

Cavaleiro das Trevas

Assisti O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight). Entre os mais recentes filmes do Batman, esse de fato é o mais sombrio dos quatro, quer pela fotografia, quer pela densidade psicológica com que foram construídos os personagens principais.
Com respeito a esses, destaca-se na película a interpretação de Heath Ledger para o Coringa. É um contra-ponto àquela realizada por Jack Nicholson, que preferiu explorar o lado mais clown do personagem, dando tintas de uma maldade infantil para os atos que praticava, como evocasse aquela ingenuidade vista no seriado de Batman, nos anos 60/70.
O Coringa de Ledger, ao contrário, é um arquétipo do mal, no seu estado mais puro. A ele não interessa roubar para ter dinheiro, ou matar para defender territórios da máfia. A esse Coringa, que Batman enfrenta no Cavaleiro das Trevas, interessa o prazer de praticar o mal pelo mal e a dor física produzida pela maldade, que prescinde de referencial histórico.
Não à toa, quando explica porque tem a boca rasgada, o defeito físico é invariavelmente associado à narrativas discordantes e, certamente, destituídas de veracidade. Para o Coringa, a história é o instante a ser inscrito no rol de maldades que lhe justifica a existência. Para ele não interessa encerrar o jogo, ao contrário, compraz-se com o moto contínuo aterrorizante.
Mas, de fato, sobressai no filme a excelente interpretação do jovem Heath Ledger, ator de carreira promissora, falecido ainda muito jovem, até antes do filme haver estreado no mercado norte-americano. A atuação é uma interpretação definitiva do Coringa, que, dificilmente, outro filme / ator irá superar. Por fim, no Cavaleiro das Trevas, apresenta-se aos espectadores outro arquivilão da série: Duas Caras. Mais filmes de Batman virão.

Araponga e Arapapá

O Liberal de hoje traz uma informação, no mínimo, inusitada. Anuncia com todas as letras, na última linha do Repórter 70, o nome do chefe da ABIN no Pará: Tom Farias - que, exonerado, aguarda que Brasília providencie sua substituição. Fosse nos EUA, o responsável pela inconfidência nada inocente já estaria a caminho da corte, e daí para o xilindró, por arriscar a integridade física do agente. O que, alías, aconteceu no governo Bush.

Paus D'água?

Lendo este artigo da edição dominical do The New York Times, têm-se a impressão que há algo de muito errado na terra do Príncipe Charles.

“They scream, they sing, they fall down, they take their clothes off, they cross-dress, they vomit,” Malia’s mayor, Konstantinos Lagoudakis, said in an interview. “It is only the British people — not the Germans or the French.”

Ou então com a política de turismo da região que os recebe na Grécia.

Leia a íntegra clicando aqui.

sábado, 23 de agosto de 2008

Perfeição e emoção



Há muitos anos fazendo todos os dias a mesma coisa, não se poderia esperar nenhuma supresa de Walt Disney World.
Eles conseguiram montar um mundo de entretenimento e overdose de emoções capazes de tirar do sério qualquer mortal. Especialmente aqueles que possuem crianças pequenas, estas, a verdadeira razão de nosso viver. E a emoção delas, aquele inesquecível brilho nos olhos, com tudo aquilo feito exclusivamente para elas, é o motor principal de nossa emoção ao entrar naquele espetáculo orquestrado nos mínimos detalhes, à ponto da perfeição.
Sempre existe algo que não agrada completamente a todos. Mas o balanço final é muito positivo. Positivo demais para encontrar algo que não funcione adequadamente.


EPCOT Center

Aliás, existe sim uma coisa que seguramente passa a não funcionar adequadamente após apenas um singelo dia naquela conjugação de mundos: as pernas.
Pensou em Disney, prepare-se. Se quiser conhecê-la por inteiro, terá que andar continuamente por pelo menos 5 dias, parando para descanso durante a noite e voltando no dia seguinte.
Ou então, alugue um troller e saia passeando feito um deficiente físico. Acredite. Ao final, todos parecemos meio fisicamente deficientes.


Começa o show pirotécnico mais famoso do mundo.

Mas sem a menor dúvida, a parada e o espetáculo de fogos ao final do dia, sincronizados à perfeição com aquelas velhas músicas da Disney, é algo de tirar o fôlego de adultos velhos e crianças. Ninguém segura a emoção tremenda provocada por aquela avalanche de sensações óticas e auditivas espalhada em todas as direções daquele imenso parque de diversões. Nem o mais bronco dos seres vivos.


Que se estende por muitos minutos.

E simplesmente, não há texto que consiga descrever com fidelidade tudo o que lá acontece.
E eu me rendi, sem quase piscar os olhos durante aqueles longos minutos.
Sei que vai aparecer gente por aqui, dizendo que já viu isso, já viu aquilo, e blá, blá, blá. E que acha centenas de vezes mais emocionante do que o que tive oportunidade de ver por lá.
Ótimo! Nada contra.

E também acontece no EPCOT em em todos os demais parques.

Apenas me resignarei e manterei a afirmação de que o que lá vi, é o que há de mais espetacular que meu trabalho poderia garantir até o momento, em termos de espetáculo noturno.
Pagaria por isso tudo novamente, se houvesse a oportunidade de fazê-lo.
Ponto.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Viva Maurren!

Maurren Maggi, parabéns para você é pouco; obrigado ficaria melhor. Não só pela premiação, mas pelo exemplo de superação.

Valeu, Maurren!

Quem precisa de apoio?

Caso se confirme a ridícula disposição da governadora Ana Júlia de dar dinheiro público aos times de futebol paraenses - diga-se com sereno senso de realidade: aos ordinários times paraenses -, é melhor que algum cidadão de bom senso (estou certo de que há muitos por aí) proponha uma ação popular, na qual peça ao Judiciário que determine a restituição do dinheiro aos cofres públicos.
Não interessa a justificativa engraçadinha dada. Quem quer investir em esporte cria programas específicos para isso. Cria e mantém espaços onde os atletas podem praticar suas atividades, devidamente orientados por treinadores e assistidos por profissionais de saúde. Cria meios para que os atletas consigam participar de competições nacionais e até internacionais. De modo algum se pode admitir como "incentivo ao esporte" dar dinheiro a instituições privadas e sem credibilidade - seja quanto aos seus resultados, seja quanto a sua administração. Isto sobretudo. E aqui não me refiro apenas ao histórico de dilapidação patrimonial dos clubes. Refiro-me, também, à insana política de contratar jogadores mulambentos por salários fabulosos, sem sequer reconhecer a inidoneidade financeira do clube. Queria saber se algum desses cretinos paga cinco mil reais para a empregada doméstica deles. E olha que a doméstica exerce uma função social bem mais relevante.
Portanto, dona Nhá Júlia (thanks, Fred Guerreiro), dê do seu dinheiro para essa joça. Não do nosso. Mesmo que a maioria do eleitorado concorde com tamanha imbecilidade.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Exibição de vídeo na Fotoativa



O poster recebeu um gentil convite da artista plástica Andréa Feijó, para comparecer à primeira exibição de seu vídeo Adote um Urubu, domingo, 24 de agosto, na Fotoativa, a partir das 17 horas.

Tive a oportunidade de assistir ao vídeo, quando ainda não estava editado. A proposta de Andréa é exemplar: trabalhou o senso de preservação ambiental dos veranistas da ilha de Maiandeua, onde fica localizado o badalado vilarejo de Algodoal, que eram convidados a "adotar" sacos de lixo reciclável que eles mesmos haviam produzido, para retirá-los da localidade quando de seu retorno ao continente. As reações variavam, obviamente, mas o recado estava dado - e, concretamente, algo se fez pelo meio ambiente.

O convite está estendido a todos que passam por aqui: vá lá na Fotoativa e adote um urubu. A Fotoativa fica na Praça das Mercês, em frente ao antigo Convento dos Mercedários, no Centro Histórico de Belém.

Filas na venda do iPhone na Polônia

Será que é isso que vai acontecer por aqui, durante o lançamento do iPhone por Claro, Tim e Vivo?

Enjeitado da Terra Firme à Sacramenta

Sob o título Eleições 2008 - Duciomar é escorraçado na Sacramenta, o blog do Barata noticia, auspiciosamente:

Teve um desfecho traumático a caminhada que o prefeito Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, pretendeu fazer na passagem Santa Catarina, entre as travessas Barão do Triunfo e Angustura, no bairro da Sacramenta, na manhã de segunda-feira passada, 18, acompanhado de quatro seguranças. Segundo uma testemunha do imbróglio, ao ser hostilizado pelos moradores da passagem, Dudu tentou dissipar a animosidade atribuindo a si o asfaltamento da Santa Catarina, sendo imediatamente desmentido de corpo presente por uma mãe de família que reside no local.
De acordo com a testemunha do barraco protagonizado por Dudu, o desmentido desestabilizou emocionalmente o atual prefeito, que postula a reeleição, mas amarga uma colossal rejeição dos eleitores. Ensandecido, Dudu bateu boca com a mãe de família pela qual foi desmentido e vociferou que vereador não manda em nada, porque quem faz e desfaz é o prefeito.
A reação colérica de Dudu, acentua a mesma testemunha, exacerbou a animosidade dos moradores da passagem Santa Catarina, que virtualmente escorraçaram o prefeito e seus seguranças sob vaias, abortando o proselitismo de Duciomar.
Algo semelhante, diga-se, já ocorreu com Dudu no bairro da Terra Firma, um dos mais violentos de Belém e de onde ele e seu séquito de áulicos e seguranças foram obrigados a sair correndo, por temor de uma agressão física ao prefeito.

Ainda ponho fé no povo de Belém. Vamos nos livrar deste que foi, e ainda insiste em ser, o pior prefeito que esta cidade já teve.

Warhol e a Pop Art


Fachada do MOMA, Nova Iorque.

E foi no MOMA (The Museum of Modern Art) em NYC que o poster teve o privilégio de rever alguns ícones de Andy Warhol. Entre eles, as Campbels Soups e um exemplar das inúmeras Marilyn Monroes que o artista retratou.


Sopas Campbels - Andy Warhol

Em Belém, Emmanuel Nassar (EN), talvez seja um dos mais inspirados neste movimento. Muito embora, não goste muito do rótulo. Mas também não manifesta desconforto.


Marilyn - Andy Wahrol

Aliás, antes da viagem, conversando com EN na Taberna São Jorge (também conhecida como "Bar da Valda"), após uma dose de Germana e 6 copos de cerveja, prometi a ele que iria fazer um protesto em frente ao MOMA, pela inclusão de algum de seus quadros no acervo do museu.
Na oportunidade, bem humorado como sempre, alegou que eu tomasse cuidado pois acabaria em Guantánamo.
Mas o MOMA foi para nós adultos, um dos pontos altos da rápida permanencia em NYC. Reformado e ampliado em 2004, o museu reúne um grande acervo de obras de arte moderna, além de incríveis fotografias e igualmente notáveis peças de design.
Em seu excelente restaurante, 6 iMacs com telas de 24 polegadas estão permanentemente disponíveis aos visitantes.
Infelizmente, não pudemos rever um dos quadros mais populares do museu: Noite estrelada de Van Gogh não estava disponível. Viajava emprestado em uma turnê pela Europa.

Mais de 15 minutos de fama


Imagem: G1

O artista plástico e "cineasta" americano Andy Warhol (Pittsburgh, 6 de Agosto de 1928 — Nova Iorque, 22 de Fevereiro de 1987), além de notabilizar-se pela chamada pop art, ficou célebre ao afirmar que todo mundo um dia teria direito aos seus 15 minutos de fama.
E uma linda chinesinha, funcionária da linha de produção da fábrica que produz os iPhones da Apple naquele país, parece ter alcançado bem mais do que seus 15 minutos de direito.
Segundo informa o G1, um consumidor britânico teria encontrado em seu iPhone recém ativado as fotos da bela oriental. Após tê-las publicado no fórum MacRumor, as fotos teriam recebido até citação na propalada revista geek Wired.

Visita ilustre

Na caixinha de comentários do post Os "bebês" da Santa Casa, o Flanar recebe honrado a sempre esclarecedora visita do jornalista Lúcio Flávio Pinto. Recentemente, Lúcio disponibilizou online seu Jornal Pessoal, para o júbilo dos internautas.

Santa Casa: duvidando

Enquanto isso, em seu blog, o jornalista Augusto Barata no post SAÚDE – O alerta diante da greve dos médicos da Santa Casa, elogiando a pauta de reivindicações da greve dos médicos daquela instituição, afirma:

(...) Espera-se, porém, que o Sindmepa, o Sindicato dos Médicos do Pará, porte-se com a dignidade que lhe faltou nos 12 anos de sucessivos governos do PSDB, ao longo dos quais tomou forma e prosperou o sucateamento da Santa Casa, sem que a entidade desse um pio, sequer. (....)

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Santa Casa: "berrando"

Em seu blog pessoal, o médico/sindicalista e candidato a vereador Waldir Cardoso afirma que as "entidades médicas" já "berravam" os problemas da Santa Casa de Misericórdia do Pará, desde "novembro de 2007".

A mortandade ocorrida na Santa Casa foi uma tragédia anunciada. Desde novembro de 2007, por ocasião da manifestação nacional das entidades médicas nacionais, o Sindicato dos Médicos do Pará passou a denunciar a grave situação.(...)
(...)
Berramos na porta da Santa Casa que mortes estavam ocorrendo e que iriam continuar a acontecer se nada fosse foito. Como nada foi feito, a bomba explodiu. Em cima dos bebês, vítimas da incompetência administrativa e miopia do governo estadual. Esta é o resumo da ópera.(...)


Leia a íntegra clicando aqui.

Lá também, no post Homenagem tece elogios a médica Rosângela Brandão Monteiro, que atuou no hospital durante a gestão Hélio Franco (Almir Gabriel), lá permanecendo na gestão Paulo Mota (Simão Jatene).

Outra figura pública foi vitimada no bojo da crise da Santa Casa. Rosangela Brandão Monteiro contribuiu, e muito, para o sucesso da administração de Helio Franco e deu integral apoio a Paulo Mota, durante o governo Jatene. Incansável, competente, comprometida “até a medula” com o interesse público, deu tudo de si para que a Santa Casa se tornasse um hospital de qualidade e referência materno infantil do Norte. Com a mudança de governo, agindo com o coração, teimou em ficar trabalhando no hospital. De nada adiantaram as ponderações acerca do quadro político que trazia o risco de perseguições.


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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A Viagem do Elefante

E aqui temos o pobre diabo desfazendo-se em agradecimentos, em juras de gratidão para toda a vida, até que o cornaca se decidiu a perguntar, Que foi que o elefante lhe fez para que você lhe esteja tão agradecido, Se não fosse ele, eu teria morrido de frio ou teria sido comido pelos lobos, E como conseguiu ele isso, se não saiu daqui desde que acordou, Não precisou de sair daqui, bastou-lhe soprar na sua trombeta, eu estava perdido no nevoeiro e foi a sua voz que me salvou, Se alguém pode falar das obras e feitos de salomão, sou eu, que para isso sou o seu cornaca, portanto não venha para cá com essa treta de ter ouvido um barrito, Um barrito, não, os barritos que estas orelhas que a terra há-de comer ouviram foram três. O cornaca pensou, Este fulano está doido varrido, variou-se-lhe a cabeça com a febre do nevoeiro, foi o mais certo, tem-se ouvido falar de casos assim, Depois, em voz alta, Para não estarmos aqui a discutir, barrito sim, barrito não, barrito talvez, pergunte você a esses homens que aí vêm se ouviram alguma coisa. Os homens, três vultos cujos difusos contornos pareciam oscilar e tremer a cada passo, davam imediata vontade de perguntar, Onde é que vocês querem ir com semelhante tempo. Sabemos que não era esta a pergunta que o maníaco dos barritos lhes fazia neste momento e sabemos a resposta que lhe estavam a dar. Também não sabemos se algumas destas coisas estão relacionadas umas com as outras, e quais, e como. O certo é que o sol, como uma imensa vassoura luminosa, rompeu de repente o nevoeiro e empurrou-o para longe. A paisagem fez-se visível no que sempre havia sido, pedras, árvores, barrancos, montanhas. Os três homens já não estão aqui. O cornaca abre a boca para falar, mas torna a fechá-la. O maníaco dos barritos começou a perder consistência e volume, a encolher-se, tornou-se meio redondo, transparente como uma bola de sabão, se é que os péssimos sabões que se fabricam neste tempo são capazes de formar aquele maravilhas cristalinas que alguém teve o génio de inventar, e de repente desapareceu da vista. Fez plof e sumiu-se. Há onomatopeias providenciais. Imagine-se que tínhamos de descrever o processo de sumição do sujeito com todos os pormenores. Seriam precisas, pelo menos, dez páginas. Plof.

Parte do trecho do último livro de José Saramago, ainda não impresso - em que o autor conta a história da viagem do elefante salomão, no século XVI, pela Europa.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Não Faça o que Eu faço

A que ponto chegamos. Condolezza Rice, a poderosa secretária de estado dos EUA, descascou em cima da Rússia por causa da invasão da Geórgia. E saiu-se com estas pérolas, no melhor estilo o inferno são os outros:
Está se tornando mais e mais criminoso este conflito
Eles (os russos) pretendiam, e provavelmente ainda pretendem, estrangular a Geórgia e sua economia
"Bom, isso é o que eles têm feito - cruel destruição da infra-estrutura civil, informes de uso de munições que jamais deveriam ser usadas contra civis, o assédio nas auto-estradas contra viajantes legítimos, o fechamento do Porto de Poti que agora começa a afetar Estados vizinhos".
Tais palavras caíam bem numa ópera bufa, não fossem tão ilegítimas.

Potencialmente Perigoso

O simpático Elias Pinto escreve, na coluna que mantem no Diário do Pará, sobre quem seriam as personalidades ilustres fichadas no DEOPS* - Pará, uma dessas sombrias repartições policiais, mantida no país entre 1924 e 1983, com o fim de identificar, monitorar, prender e fichar cidadãos considerados inimigos políticos do sistema, especialmente nos tempos de ditadura, fosse ela varguista ou a dos generais pós-64.
Como se tivessemos em sintonia telepática, eu exatamente pensava sobre o assunto ontem, no final da noite, quando fechei o livro Caça às Suásticas/ O Partido Nazista em São Paulo sob a Mira da Polícia Política, de autoria da pesquisadora Ana Maria Dietrich, 388 pp, edição conjunta da Humanitas, Imprensal Oficial e FAPESP em 2007. Dietrich, ela própria descendente de alemães, usa como fonte primária os arquivos do extinto DEOPS-SP, integrado ao projeto PROIN (Projeto Integrado Arquivo do Estado/USP), "que tem contribuído para a construção do conhecimento histórico acerca do exercício moderno do poder por meio de instituições públicas".
Não temos nada assemelhado no Pará, até porque, salvo engano, os arquivos do DEOPS-PA foram destruídos, quando o orgão foi extinto no processo de redemocratização do país nos meados dos anos 80. Perdemos assim uma das mais ricas fontes materiais para o estudo de nosso passado recente, assim como depois perdemos todos os arquivos na extinção do Hospital Juliano Moreira e, com eles, a possibilidade de escrever-se uma história da Psiquiatria no Pará, que fosse além da biografia deste ou daquele médico atuante na especialidade.
Mas, voltando ao artigo do Elias Pinto. Demonstra ele surpresa em saber que Jarbas Gonçalves Passarinho teve ficha no extinto DEOPS-PA, aberta em algum momento de sua vida pública. O espanto demonstrado pelo jornalista se explica pelo fato de Passarinho ter sido não só um dos mais ativos conspiradores para a derrubada do governo democrático do presidente João Goulart, mas também um dos mais poderosos condestáveis dos sucedidos governos militares, quando exerceu cargos federais de presidente da Petrobrás, ministro de estado do Trabalho e da Previdência Social, da Educação e Cultura e presidente do Senado Federal - todos cargos de extremo valor estratégico para a consolidação do projeto político da ditadura militar e para a distensão "lenta, gradual e segura" com que o último general - aquele que dizia preferir o cheiro de cavalo ao do povo -, enfim devolveu aos brasileiros a democracia representativa, vinte anos depois, exaurido que estava o regime de arbítrio, de apoio interno e externo.
É do tempo dos anos de chumbo a frase emblemática de Passarinho de mandar às favas todos escrúpulos de consciência, dita à ocasião de reunião do Conselho de Estado, quando justificou para a posteridade a assinatura do Ato Institucional no. 5, instrumento discricionário que mergulharia o país nas trevas da violência política, com o fortalecimento ainda maior dos DEOPS, DOPS, dos serviços secretos militares e fecharia a porta das delegacias para a prática de tortura e morte de dissidentes. A sinceridade da afirmação se confirmaria cinco anos depois, em 1973, quando, em carta ao arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, deu satisfações sobre a tortura e morte do estudante Alexandre Vanuchi Leme nas salas do DOPS-SP, sem se importar com o impacto que a resposta amoral teria na amizade que cultivava com o religioso, dali em diante em definitivo destruída:
Alexandre foi atingido não enquanto estudante, mas enquanto terrorista.
Mas, nos anos pré-64, o DEOPS-PA tinha razões para vigiar o então major JG Passarinho, considerado potencialmente perigoso na percepção da polícia política. Exatamente porque os meganhas desse nível têm faro apurado para intelectuais, e o futuro ministro dos governos militares sempre foi e é um intelectual de grande atividade, concordemos ou não com as suas idéias de extrema-direita. E como agravante para atrair a atenção da polícia secreta, em algum momento, naquela época, o hoje Coronel Passarinho, na sua inquietude por conhecimento, fosse lá por qual interesse, também se mostrou interessado por idéias socialistas. Por essa época, não só discutia o assunto com seus pares de letras na planície, mas mantinha até correspondência ativa com intelectuais cubanos, que o obsequiavam com livros, autografados com o calor próprio de quem é gauche na literatura, sem se darem conta, porém, do feroz anti-comunismo daquela alma híbrida que segredava com seus camaradas de caserna um golpe de estado que fosse fértil. Essas raridades bibliográficas não se perderam, ainda existem. Algumas delas tive a oportunidade de manusear, quando visitei anos atrás um homem de letras, dos mais importantes no Pará, que zelava por elas para uso da História.
*Departamento de Ordem Política e Social

O que fazer com o iPod Touch?



Resposta que a Apple vai dar em breve.
A grande novidade para o segundo semestre deste ano, sem a menor sombra de dúvida, é o relançamento do iPod Touch. Além dos novos Macbooks, é claro.
Sobre o Touch, há de verdade grande expectativa sobre qual seria a estratégia para o novo lançamento. Especialmente, no tocante a preço e funcionalidades. O motivo, você já leu no Flanar: o lançamento do iPhone 3G por 200 dólares em junho, - feito um furacão - deixou o Touch meio sem razão de viver.
A PC World Online informa que a Apple vai relançar o Touch em setembro, junto com novas versões de seus Macbooks. E aposta que seus preços serão algo menores do que os praticados atualmente. No caso do Touch, a queda de preços esperada promete ser abissal, de quase 100 dólares.
Mais um assunto que montarei desde já, um camarote para assistir o desenrolar dos acontecimentos, e de quebra, entender as estratégias mercadológicas da empresa de Cupertino, quase sempre algo autofágicas.
O anúncio deveria bastar para que consumidores afoitos evitem adquirir os iPods Touch até setembro. E mata o produto atualmente vendido nas lojas brasileiras por cerca de incríveis 1500 reais (16 gbytes) e 1800 reais (32 gbytes). Melhor os varejistas irem reduzindo os preços se não quiserem encalhar seus produtos. E rápido. Para setembro, falta um pulo.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os "bebês" da Santa Casa

O alto índice de mortalidade de crianças escancarou mais uma crise da Santa Casa de Misericórdia, uma instituição tri-secular do Pará. Mas a campanha de denúncia esconde mais do que o interesse pela causa pública: é uma peça no jogo político e comercial das elites do Estado.

Em seu Jornal Pessoal "finalmente" Online, Lúcio Flávio Pinto faz uma análise profunda da crise do dia 24 de junho na Santa Casa de Misericórdia do Pará, com a morte de 12 bebês em um fim-de-semana.
Clique aqui para ler na íntegra.


Mais sobre o assunto no Flanar:

Atualização de câmera digital

Nada como fazer um bom upgrade de câmera digital e sentir a diferença. Em minha opinião, diferenças muito importantes, que podem passar despercebidas, tendo em vista a boa qualidade das câmeras disponíveis no mercado. No meu caso, devo dizer que minha última aquisição superou todas as expectativas.

Antes, eu possuía uma Sony DSC H5, com 7 mpixels e zoom onboard de 12 x. Uma câmera estupenda, com alguns recursos extraordinários. Ficaria satisfeito com ela por anos a fio, não fosse o velho sonho de possuir uma verdadeira câmera "reflex" ou SLR. Daquelas com lentes intercambiáveis e tudo o mais.


Sony DSC H5

Agora nos EUA, aproveitei e adquiri o sonho através da Nikon D40. Uma câmera fantástica com 6 mpixels e 2 objetivas. Uma grande angular de 18 - 55 mm (boa para o cotidiano) e uma pequena teleobjetiva de 55 - 200 mm, capaz de garantir as mesmas aproximações da Sony.


Nikon D40

Tudo, coerente com post já escrito no Flanar, comentando sobre fotografia digital e a inexplicável "guerra dos megapixels". Em resumo o post afirmava o seguinte: para que investir em uma câmera de 10 megapixels se, no máximo, quando você decidir imprimir uma imagem, não pretende ultrapassar o tamanho A4? Com este raciocínio em vista, em nada me incomodou passar de uma câmera de 7 para outra de 6 megapixels com muito mais qualidade e recursos óticos de primeira linha.

Mas sem muita verborragia, vamos ao que interessa. Fotografias do mesmo objeto tiradas com as duas câmeras. Avalie você mesmo a diferença.

As imagens abaixo, não sofreram nenhuma edição qualitativa por software. Ambas, foram reduzidas na mesma proporção, para caberem no blog sem ocupar espaço de armazenamento no blogger.


South Beach - Miami na Sony DSC H5


South Beach - Miami na Nikon D4o

Além da grande angular empregada na fotografia, observe que o formato da imagem é bem diferente na D40, além da melhor vivacidade das cores. Na imagem da Sony, a imagem é mais próxima de um "quadrado". Enquanto que na imagem da D40, o formato é mais retangular, quase um "widescreen". Clique nas imagens para ampliá-las e vê-las no tamanho original da postagem.

E você? O que acha?

domingo, 17 de agosto de 2008

Que o Rosário Não Seja a Trindade

Leio que a Igreja de Na. Sra. do Rosário dos Homens Pretos, no bairro da Campina, foi restaurada. Espero que tenham feito o serviço com os cuidados históricos que esse templo merece. Ano passado, em visita a Igreja da S. Trindade, o único templo de arquitetura neogótica de Belém, vi que as reformas não respeitaram algumas características internas do templo, agora com ar-refrigerado. Para completar, li que o pároco, responsavel por essa igreja, encomendou uns vitrais para ornamentá-la. Sinceramente, espero que alguém profissional em arquitetura histórica o oriente em suas melhores intenções.

Chutando Alto

Valéria Pires Franco jogou bem ao reconhecer que a construção do Pronto Socorro do Guamá e os 2/3 da avenida João Paulo II, ambas da administração de Edmilson Rodrigues, representam o melhor da administração pública em Belém. Mas, erra ao afirmar que o problema da cidade não é falta de recursos e, sim, de gestão. São ambos, embora a má gestão amplifique os efeitos da primeira.
Com a mesma sinceridade com que demonstrou decepção com o prefeito Duciomar Costa, a senhora Vic Pires Franco esqueceu de fazer o mea culpa sobre o quanto as administrações tucanas, do qual foi fiel aliada, prejudicaram os dois governos petistas de Edmilson Rodrigues, tomando-lhe recursos e impondo óbices burocráticos para a realização de projetos, incluídos aqueles elogiados por ela.
De resto, na bem-comportada entrevista de hoje n'O Liberal, sobram algumas apelações, como aquela de contruir oito vilas olímpicas em Belém. No sentido literal, e sem qualquer outra referência ideológica descabida, posso concluir que nem Hitler foi tão megalômano ao preparar a Alemanha para as Olimpíadas de 1936. Mas, quem tem Paulo Chaves como vice de chapa não pode escapar desse perigo.

A Política e a Lei dos Gases

Publicaram a pesquisa eleitoral sobre as possibilidades dos candidatos a Prefeitura de Belém. A imagem alardeada em primeira página reflete dados de pesquisa estimulada. Na espontânea, o quadro é bem diferente e aponta para um cenário marcado pela indefinição dos eleitores. Considerando que a campanha está no comecinho, com o passar do tempo, o gás que alguns hoje exibem tende a tomar o volume real das candidaturas que os contem, refletindo a densidade política dos candidatos e respectivos partidos, os erros e acertos dos comandos de campanha e, claro, a robustez financeira das campanhas. Atentem que, propositalmente, não citei os planos de governo dos postulantes, pois, sobre a decisão do eleitor, a maioria têm menor influência que a simples referência a ações políticas isoladas neste e naquele campo, aquelas palavras lançadas ao vento, de pouca demora no ouvido de quem as escuta.

Alto Risco

A saúde pública no Pará segue fazendo vítimas entre suas autoridades. Foram exonerados na semana última a diretoria do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. O estopim teria sido a transmissão de imagens em programa de TV, que demonstrava as precárias condições no atendimento psiquiátrico.
Em referência indireta à Secretaria de Saúde de Belém, no jornal Diário do Pará, a atual secretária de estado da saúde reconhece falhas, diz que chegou no limite e que não mais assumirá os erros alheios. Por qual boa-vontade a doutora Rossetti pratica a bonomia com uma administração municipal, deletéria ao interesse cidadão, nada foi escrito ou sugerido na matéria publicada.
O certo é o seguinte: pelo andar da carruagem do SUS do Pará, qualquer alma que assuma direção de unidade de saúde, especialmente quando for hospitalar, estará arriscada de ver sua reputação desmoralizada rapidamente. E não adianta escrever documento com doutices, porque a leitura de estalo da realidade vívida, imperiosa e não contradita por si fala. Ululante.

iMac: 10 anos que mudaram o mundo


Imagem: PC World Online

A PC World Online comemora os 10 anos de iMac. Dê uma clicada aqui e veja o que fez deste extraordinário computador um marco na vida da Apple.

Hard Candy de Madonna

Para quem não sabe e é fã, a popstar Madonna tem um canal exclusivo no You Tube que pode ser acessado clicando aqui.



E para dar uma amostra de sua última produção chamada Hard Candy, aqui vai um vídeo com o sucesso do novo álbum chamado 4 minutes (to save the world), onde se mostram os bastidores da produção.

As Apple Stores como atração turística

Em Miami, foi realmente uma surpresa encontrar a "modestíssima" Apple Store na Lincoln Road Mall, uma rua inteiramente dedicada as compras em South Beach. Modestíssima comparada ao que iriamos conferir em NYC, é claro. A Apple Store Miami segue o estilo Art Deco de South Beach e reúne a mesma turba encontrada na loja da Quinta Avenida. Como meu alvo principal da viagem, era na verdade encontrar a Apple Store da quinta avenida em NYC, encontrar uma em Miami foi algo inteiramente fora dos planos.
Mas vejam a imagem para conferir.


Apple Store em Miami.

Mas é em NYC onde a Apple reserva o maior show de bola possível a seus visitantes.
Situada em um dos quarteirões mais caros do mundo, na Quinta Avenida em frente ao famosíssimo Hotel Plaza, na esquina do Central Park, a loja é uma fábula.


O Hotel Plaza situado bem em frente a Apple Store NYC...


... que aqui aparece, em um dia calmo.

Aborrecido com os contratempos criados por uma reserva de hotel não confirmada (narrados no post Supresas em NYC), resolvi que precisava equilibrar adequadamente as emoções do dia, para não estragar a viagem logo no primeiro dia. E assim, tomei a decisão de que nada poderia salvar mais aquele dia do que visitar a famosa loja da Quinta Avenida. Pois valeu a pena.

Fomos caminhando 26 quarteirões de nosso hotel - na altura da rua 33 - até a 59 (ou Central Park South). Quando íamos chegando, a primeira surpresa. O famoso cubo de vidro é na verdade bem menor do que imaginamos nas imagens. Ou será que o entorno o diminui?


De longe, mal podemos distinguir o cubo de vidro na esquina.


E de perto, tudo impressiona.


A visão da famosa logomarca suspensa no centro do cubo.

O fato é que só ao chegar bem em frente à loja, é que temos a noção de suas reais dimensões. E os produtos, são vendidos em um lotado e abafado subterrâneo, pequeno para a enorme afluência de cidadãos, não necessariamente interessados em comprar alguma coisa.

Tudo é em vidro transparente. Piso, escadas e elevadores. Descemos pelas escadas por onde já haviam dois fluxos lentos de pedestres: uns entravam, outros saíam. O que nos exigiu a máxima atenção. Isso, após enfrentar uma fila rápida para entrar.


De dentro, o ceú e os usuários comprimidos no elevador transparente.


Que deixam também seus pés no único vidro fosco da loja.

Lá dentro, um grande sufoco. Muita gente caminhava pelos apertados espaços da loja. Milhares de iPods saíam naquelas famosas sacolinhas, nas mãos de clientes satisfeitos. Todos os produtos da empresa podiam ser encontrados lá. Além dos iPods, iPhones, Macs e Macbooks, uma ampla variedade de acessórios e softwares poderia ser facilmente encontrada.


No subsolo, nem queira imaginar o movimento desta loja...


...que proprociona bizarras imagens.

O atendimento, apesar de conturbado pela grande quantidade de pessoas, funciona perfeitamente e as filas (cerca de 10) andam sempre. Espalhados pela loja, funcionários vestindo aquelas camisas "geek", orientam e respondem as perguntas dos compradores.


A sacolinha branca: o prêmio guardado com carinho.

Impossível resistir ao apelo consumista que a loja proporciona. Saí de lá com 2 iPods Nano, um carregador de parede (o menorzinho, recém lançado) e um mouse wireless bluetooth da Apple (também chamado de Wireless Mighty Mouse). Tudo enfiado naquela famosa sacolinha branca onde se lê: Apple Fifth Avenue. Guardada com carinho em um lugar especial de meu escritório. Um prêmio de viagem.

Propaganda onipresente da Apple nos EUA

Não é à toa que a Apple faz tanto sucesso nos EUA. Seja por apresentar um produto sólido, bonito e bem cuidado, seja pelos massivos investimentos em propaganda. Pudemos encontrar peças publicitárias da empresa de Cupertino nos mais variados locais das cidades em que visitamos. Vejamos os exemplos abaixo.


Em Miami, na Washington Avenue...


Em NYC, próximo ao Times Square...


...na Quinta Avenida...


... e até em Chinatown.

A história ao vivo

Quando, há 36 anos, Mark Spitz conquistou sete medalhas de ouro nas Olimpíadas de Munique e tornou-se o maior ganhador individual, em uma única edição, da história dos jogos, Michael Phelps sequer havia nascido.

Agora há pouco, aos 23 anos, Phelps, diante dos olhos do mundo, bateu o recorde e tornou-se, com oito medalhas de ouro (três em equipe), o maior ganhador da história em uma só Olimpíada.

Quanto tempo durará este novo recorde? Place your bets, ladys and gentlemen.

sábado, 16 de agosto de 2008

Sabe aquela do pior cego?

Reconheço e louvo o esforço da Justiça Eleitoral em melhorar a qualidade das eleições neste país e, como conseqüência, fazer valer um pouco o nosso sonho de que a democracia brasileira, que é apenas uma declaração de intenções no papel e nos discursos, torne-se real e efetiva. Tal esforço se tornou mais nítido com a tal "lista suja", que já chamei de lista reveladora, e suas implicações.
Todavia, forçoso também é reconhecer que se a justiça criminal aplicasse tanto o princípio do favor rei (o benefício da dúvida) como a eleitoral, as cadeias estariam vazias. De todos os ramos do Judiciário, o Eleitoral é provavelmente o que mais decide inocentando o acusado por insuficiência de provas. Como no caso da cassação do então candidato Simão Jatene, em 2002, com o uso de aviões do Estado e a coincidência de agendas entre o candidato e o governador. Tudo muito incipiente e duvidoso, a candidatura foi confirmada.
O que me leva a estas elucubrações, agora, é o tema do domicílio eleitoral, mais uma bravata da legislação brasileira. Supostamente, o domicílio eleitoral deveria ser um condicionamento às chicanas políticas que forjam candidaturas, mas nunca cumpriu o seu papel. Decerto todos pensarão logo em José Sarney, que um dia, subitamente, virou amapaense de coração e está até hoje ocupando uma das três cadeiras no Senado a que o Amapá tem direito. Mas se o problema fosse só o Sarney, estaríamos no lucro.
O que explica a Justiça Eleitoral não ver problema nenhum em Manoel Pioneiro ser prefeito de Ananindeua por dois mandatos e um dia, de repente, passar a ter domicílio em Belém, para ser vice na chapa do... você sabe quem? Ah, decerto por serem cidades contíguas. O mesmo motivo que explica a ex-vereadora de Belém, Sandra Batista, agora ser candidata a vice-prefeita ali depois do shopping.
E Priante? Foi deputado federal se elegendo com votos hauridos sobretudo no interior do Estado, mas acabou aqui (reconheço, contudo, desconhecer se ele mudou de domicílio, já que, para se candidatar a deputado federal, ele podia ser registrado em qualquer Município paraense).
Claro que as pessoas mudam de domicílio. O que me irrita é que a imprensa anuncia, às vezes com anos de antecedência, que a manobra A ou B será feita. Depois ela acontece e... tudo bem. Ninguém viu nada de errado. Isso confirma o que digo: domicílio eleitoral não é garantia de coisas nenhuma. Ou se moraliza, ou se acaba com ele de vez. Moralidade de fachada não serve de nada.

Le parkour de Madonna


Madonna: Jump (Joe Henry/Madonna/Stewart Price)

Madonna é, muitos dizem, a artista pop do século XX e início do XXI. Enquanto os Beatles se desfizeram, Elvis Presley virou lenda, Michael Jackson ficou datado e o talento de Prince cedeu espaço a seu ego gigante e esquisitices, Madonna Louise Ciccone Ritchie continuou atual, explorando e utilizando, em seus números musicais e dançantes, todos os elementos mais, digamos, atuais da contemporaneidade.

Prova disso é sua nova tournée mundial, durante a qual ela celebra cinqüenta anos de idade. O Confessions Tour explora em suas danças uma modalidade indefinível de atividade física (seria balé, esporte radical, método de fuga?) denominada por seu criador, o francês David Belle, de Le Parkour.

Le Parkour (do frânces parcours, percurso) é uma loucura hipnótica: corredores superam obstáculos em altíssima velocidade, sem qualquer espécie de instrumento, saltando vãos entre prédios, passando sobre carros, usando postes como apoio, pulando escadas. Quase parecem voar, na materialização de um antigo sonho da espécie humana. Seus praticantes, denominados traceurs, costumam conceituá-lo como a arte do deslocamento (l’art du déplacement).

Madonna realmente dá show. Gostando ou não de suas músicas, não há como negar que ela é a artista mais performática e moderna da música pop.

Baiano bom


Suíte dos Pescadores, com Cristina Motta

Dorival Caymmi morreu hoje, às 6 da manhã. Encerrou-se uma carreira longa, cujas músicas recendiam a mar, peixe, porto e paisagens baianas.

Na minha adolescência, cantei em coral. A música que eu mais gostava de cantar era a Suíte dos Pescadores, de Caymmi. Uma canção lúgubre, grave, em tom menor, que falava da luta dura do pescador do Recôncavo Baiano pela sobrevivência e da morte que rondava o cotidiano dos habitantes do lugar: morte vinda do mar, de onde provinha também o sustento. Suíte dos Pescadores era a trilha sonora perfeita para Mar Morto, de seu conterrâneo Jorge Amado. Tragédia, alegrias fugazes e amor carnal resplandeciam na voz grave, de baixo-cantante, de Dorival.

Certamente não foi doce morrer como ele morreu, lutando contra um câncer de rim que o acometia desde 1999. Ao final, veio o descanso, após uma vida profícua compondo as músicas verdadeiramente brasileiras, como dele disse Tom Jobim.