terça-feira, 12 de agosto de 2008

Surpresas em NYC


De Liberty Island, a visão total do famoso skyline de NYC.

Nova Iorque é sem dúvida uma cidade que nos provoca sentimentos conflitantes. Ao mesmo tempo que a amamos pelos seus belos arranha-céus, sua imensa variedade de atrações culturais, seus ótimos restaurantes, etc, a odiamos pelos seus problemas. Muita gente nas ruas, filas, mal humor no atendimento prestado por alguns estabelecimentos, engarrafamentos insanos, e ruídos. Muitos ruídos.


O Central Park continua belo e agitado nos dias de verão.


E os homeless sobrevivem por toda parte.

É verdade também, que no balanço final, as coisas, neste antagonismo, acabem por se harmonizarem de tal maneira a sairmos de lá com vontade de voltar. Pelo menos foi o que nos aconteceu na primeira vez em que lá estivemos em 1999.


"Ele" voltou a reinar, poderoso, no skyline da cidade.


E de lá, temos a mais bela vista de todo o resto.


A Times Square com seus exageros e tráfego insano.

Mas não voltou a acontecer nesta segunda, quando prometemos para lá nunca mais voltar. A cota de Nova Iorque está esgotada em nossos planos pessoais de viagem. Nada que a desmereça. Apenas uma questão de prioridades de viajantes de classe média brasileiros. Como não há dinheiro sobrando, temos que eleger uma programação abrangente para o curso da vida, em termos turísticos. E o Peru e a Europa serão a próxima missão, se a saúde física e financeira nos permitir.


Torres da Time Warner, confundindo-se com o céu.

Mas voltando a Nova Iorque (NYC), foi justamente ela que nos reservou ao menos 2 surpresas nem um pouco agradáveis da viagem.


O belo relógio de quatro faces do Grand Central Terminal.


E sua fantástica localização entre o velho e o "novo".

A primeira - não exatamente de responsabilidade daquela fantástica cidade americana - nos gerou um momento de pânico, que acabou por jogar nosso ânimo abaixo, logo no primeiro dia em que lá chegamos.


Fachada do Hotel Pennsylvania, em frente ao Madison Square Garden.

A reserva do Hotel Pennsylvania, paga com antecipação de 1 mês, havia sido misteriosamente cancelada pela operadora GTA (uma intermediária entre nosso agente de turismo e o hotel). E o atendente do check in, após consultar inúmeras vezes seu computador, deu a notícia com alguma elegância, e em tom de "caridade", nos "permitiu" passar 1 noite no hotel até que resolvêssemos o problema junto a operadora, o que só poderia ser feito no dia seguinte pelo celular. Não sem antes termos que passar uma vez mais o cartão de crédito para garantir a "caridade" do atendente. E ainda nos antecipou que mesmo que resolvêssemos a "pendência" no dia seguinte, o hotel já estaria lotado para o mês inteiro.

Um absurdo, certamente. Mas não tínhamos nenhuma alternativa. E ainda teríamos que conviver por duríssimas 24 horas na incerteza de abrigo decente naquela selva misteriosa. Imaginem quantas vagas em hotel conseguiríamos para o mesmo dia em Nova Iorque em alta estação? Seria muito difícil. Contudo, graças ao telefone celular previamente habilitado para funcionar em roaming internacional, consegui no mesmo dia contatar minha agente de turismo, a fantástica Mayzinha da Aspen Turismo, que no dia seguinte fez a gentileza de acordar-me pela manhã bem cedo com uma ótima notícia. Problema todo resolvido. Ficaríamos lá mesmo e não teríamos que pagar mais nada. Além disso, obrigou o hotel a estornar o que havia descontado indevidamente de meu cartão de crédito de maneira a garantir nossa permanência "em caridade" por uma noite. À ela, nossas homenagens e nossos públicos agradecimentos.

Ao Hotel Pennsylvania (por favor, não se impressionem com o sítio), nossa impressão é que se trata tão somente de um hotel velho, de preços módicos para os padrões de NYC, ao gosto da classe média brasileira. Pelo mesmo preço, ficamos em Orlando em um hotel bem melhor que nos dava rede wireless de graça, piscina, café-da-manhã e ainda transporte gratuito para todos os parques temáticos da região. E o atendimento, no estilo bem novaiorquino: seco, às vezes gentil, às vezes mal humorado, mas nunca plenamente satisfatório. Fora o mau cheiro dos corredores. Mau cheiro de carpete molhado e nunca trocado.
Mas nos deu razoáveis acomodações que não o desonram por completo. Mas também não o trazem nenhum mérito especial que valha uma recomendação. Apenas vá para lá se não tiver o bolso cheio. E não reclame. Em NYC tem coisa pior. Muito pior.

A segunda supresa, não foi nem agradável e nem exatamente desagradável. Foi apenas... uma supresa. Ao sairmos de Belém, embarcamos com 4 malas. Uma delas, reservei para manter os equipamentos eletrônicos que normalmente me acompanham: câmeras digitais, filmadoras, celulares, notebook além de seus respectivos carregadores. Tudo entremeado com algumas roupas para minimizar o risco de danos durante o transporte.
Pois ao entramos no Hotel Pennsylvania, ainda abatidos com o problema do check in, encontramos o documento abaixo, cuidadosamente colocado dentro da mala de eletrônicos.



Foi justamente ela que foi delicadamente inspecionada pelo TSA. E quando digo delicadamente, falo sério. Eles fizeram de tal forma a inspeção, que nada encontrava-se fora do lugar. Nem parecia que havia sido bisbilhotada.
E ao final, ao menos, merecemos a honestidade da autoridade de segurança, informando sobre suas atividades legítimas em nossos pertences.
E isso foi apenas o primeiro sinal de que NYC encontra-se sitiada por órgãos de segurança desde 11 de setembro. Em suas ruas, você passeia aliviado, tranquilamente, com suas câmeras à mostra. Há pelo menos um carro de polícia a cada 3 quarteirões, e policiais caracterizados e descaracterizados espalhados na cidade. O regime de tolerância zero inaugurado por Giulianni e mantido por Bloomberg, encontra-se em pleno funcionamento e bastante ampliado, diga-se.
Mas talvez a crise econômica que se abate nos EUA tenha mostrado seus efeitos na manutenção da cidade. As estações de metrô, antes limpas e novas, encontram-se velhas, imundas e sobrecarregadas. Resolvemos usá-las apenas para o absolutamente necessário. O táxi e os ônibus voltaram a ser a melhor opção. Fora as longas caminhadas, que sempre serão recomendadas. Afinal, não é possível conhecer de maneira satisfatória uma cidade sem nela caminhar livremente. Basta saber antecipadamente onde isso poderá ser feito em plena segurança. E em NYC, apesar dos problemas mil da grande metrópole cosmopolita da américa, é possível andar em paz pelas ruas.

4 comentários:

Itajaí disse...

Isto não se faz, Flanar. Despachar material eletrônico é um risco. Já tive colega que perdeu laptop com esse tipo de atitude e até hoje acredita que a companhia aérea vai ressarcir. Nem o seguro, pois também não se responsabiliza por esse tipo material. Depois, hoje, as autoridades de segurança norte-americanas estão autorizadas a reter todo material eletrônico, de Ipod, pen-drives, cartões de memória, máquinas de filmar, laptops, e checa-los detalhadamente por tantos meses quanto necessários, mesmo sem que exista qualquer evidência objetiva de algo errado. Tiveste realmente muita sorte.

Carlos Barretto  disse...

Pois é, Oliver.
Aprendi esta lição para sempre.
Abs

Anônimo disse...

Sugiro colocar um par de sapatos bem conforaveis e andar por praga. apesar de nesse momento estar teclando de paris-donde a dificuldade com o teclado;estou com saudades de praga e fazendo planos para voltar.

Carlos Barretto  disse...

Praga é um velho sonho, anônimo. O tempo de vida que me restar, será para cumprir uma volta a Paris, no caminho de Praga e de outros destinos.
Abs e obrigado pela visita.