segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Os "bebês" da Santa Casa

O alto índice de mortalidade de crianças escancarou mais uma crise da Santa Casa de Misericórdia, uma instituição tri-secular do Pará. Mas a campanha de denúncia esconde mais do que o interesse pela causa pública: é uma peça no jogo político e comercial das elites do Estado.

Em seu Jornal Pessoal "finalmente" Online, Lúcio Flávio Pinto faz uma análise profunda da crise do dia 24 de junho na Santa Casa de Misericórdia do Pará, com a morte de 12 bebês em um fim-de-semana.
Clique aqui para ler na íntegra.


Mais sobre o assunto no Flanar:

14 comentários:

Itajaí disse...

O texto do Lúcio é impecável. Mas, é uma pena que a fonte do jornalista - quase assinou - não tenha demonstrado toda essa capacidade analítica antes do início do governo de Ana Júlia, bem lá atrás. Quem sabe hoje estivéssemos em outra situação, francamente.
Como estamos, ficamos naquela situação em que o General Daltro, nas aulas de Matemática, brincava conosco dizendo que os que sabem a resposta, não devem fazer a pergunta. Assim, fica fácil -cinicamente fácil, ao menos na aparência.
Depois vamos por um ponto final nesse mito que se constrói quanto ao fato das instalações centenárias serem um obstáculo ao desenvolvimento do hospital.
Quem defende a idéia deveria recomendá-la também a Santa Casa de São Paulo, a Santa Casa do Rio de Janeiro e ao Hotel Dieu em Paris. Por essa análise, fecharia o John Hopkins nos EUA e uma boa quantidade de hospitais ingleses.
Recordando John Lennon, eu diria aos filisteus: vamos dar uma chance à saúde no Pará, e parar de fazer média com a vida alheia.

Anônimo disse...

Para o bem e para o mal, o artigo referido é meu. Exprime minhas idéias e transmite as informações que apurei. Há um entrevistado, devidamente citado no texto. Todas as vezes que consultar uma fonte, a identificarei, exceto se ela pedir para permanecer em off. Mas as regras do off são e sempre foram claras para mim: ninguém me faz instrumento de balões de ensaio ou me usa como ventríloquo. Portanto, devem ser discutidas as idéias e informações do texto, não elucubrações e interpretações sobre autor escondido. Quando assino o que escrevo, assumo plena responsabilidade pelo texto, em todos os níveis. Acho que tenho direito a essa marca depois de quase 43 anos de jornalismo. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Itajaí disse...

Lúcio Flávio Pinto:
Para o bem e para o mal, não confunda alhos com bugalhos. O comentário postado não desautoriza o conteúdo do seu texto, que, conforme escrito antes, considero impecável na precisão dos dados técnicos que apresenta. Quanto a interpretação desses mesmos dados, certamente, ela reflete o caráter autoral do texto: é sua, óbvio.
Entretanto, critico, sim, a fonte, que a identidade para mim é destituída de interesse. Na minha opinião, ainda que anônima, ela mostrou-se tão sincera e competente nas informações que lhe prestou, quanto omissa em outro tempos em que teve o privilégio de coligi-las, quando o modelo de atenção à saude nesse Estado já apontava para o desastre hoje vivenciado.
A avaliação de referências de qualquer texto, explícita em bibliografia ou em off, é um direito meu, no exercício da inteligência leitora, e de modo algum conflita com o seu de jornalista.
Cumpre-me, agora, parabenizá-lo por disponibilizar o Jornal Pessoal na rede mundial de computadores. Com a presença dele, o prazer da leitura e o direito de opinião, crítica e informação ficaram sem dúvida mais fortalecidos.
Obrigado pela visita.

Carlos Barretto  disse...

Bem Vindo, Lúcio.

É legal saber que você, mesmo que vez por outra, dá uma passadinha por aqui para assistir nossos "cometimentos".
Não somos e nunca tivemos a pretensão de atuar como jornalistas. Tão somente, expomos a nossa opinião diante dos fatos. Muitos deles, expostos em seu Jornal Pessoal, que tanto orgulha os paraenses.

Abs e volte sempre que puder.

Anônimo disse...

A única pessoa com a qual eu conversei para a matéria sobre a Santa Casa foi o médico Hélio Franco. Nós nos encontramos por acaso na Livraria News Time, no shopping Iguatemi, sentamos e conversamos abertamente. Ninguém mais me forneceu informações. Se o Oliver acha que há alguém por trás do que escrevi, dizia dizer quem ele supõe que seja. Por mera questão de apreço às informações. As minhas, que não são aquelas colocadas entre aspas a partir da entrevista com o ex-presidente da fundação responsável pela Santa Casa, foram obtidas em observação, coleta de dados e arquivo. Esse detalhe é secundário, mas não pode ficar nebuloso, como está. A verdade, neste caso, é clara como a água da fonte. E assim deve continuar. Muito obrigado pelo apoio e o estímulo, que espero continuar a merecer. Por isto mesmo, gostaria que essa pendência se definisse. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Itajaí disse...

Lúcio,
Se os dados são de teu arquivo pessoal, resta-me apenas parabenizá-lo novamente, e dar o assunto por encerrado.
Eu sei o quanto é maçante a busca e análise comparativa desses dados de saúde pública, ainda mais para quem não é da área.
Abs.

Anônimo disse...

Obrigado, Oliver. Garanto que a verdade sobre as fontes é exatamente como eu a apresentei. Nada impede, entretanto, que você a cheque. Se você considera o episódio encerrado, eu também o considero. Para mim, o que interessa é a situação da Santa Casa e de toda saúde pública, em Belém e no Estado. Foi com esse propósito que escrevi sobre o tema. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Itajaí disse...

Certamente, Lúcio. Seus dados são corretos, como disse. Quanto a Santa Casa devemos nos unir para que esse hospital, para o qual já dediquei uma parte expressiva de minhas energias no passado, continue sendo a referência histórica e de saúde pública para o povo paraense. Entretanto, como nós sabemos, a questão é profunda e exige intervenções imediatas no SUS, começando por ordenar a maior das bagunças do setor, que é Belém.
Ab.
Oliver
PS - e como vai a bibliofilia?

Anônimo disse...

Em 2006 ( governo Jatene-PSDB ), morreram 527 recém nascidos, na Sta Casa. Em 2007 ( governo A. Julia-PT ) morreram 494 e nos primeiros 6 meses de 2008, morreram 253 bebês. Esses dados são de domínio público e estão na Sta Casa, para qualquer cidadão que quiser ver. Eu vi. Queria apenas registrar que não houve incremento da mortalidade neonatal, como uma certa imprensa vendida pregou levianamente e sim a continuidade de uma situação, que já era ruim. E não foi só a impensa marrom que foi oportunista, ao explorar fato tão doloroso. Pergunto: Onde estava o sindicato dos médicos e o CRM, quando morreram até mais bebês em 2006? E porque não denunciaram naquela ocasião?

Carlos Barretto  disse...

Esta é uma pergunta que estas entidades, podem, se desejarem, e principalmente, se lerem o Flanar, poderiam responder, anônimo.
Com eles, a palavra.

Abs

Anônimo disse...

Minhya posição foi exatamente esta, porque baseada em dados concretos: a situação, que já era ruim, continua ruim. Independentemente dos problemas da Santa Casa, até hoje não resolvidos, apesar da dedicação heróica de centenas de profissionais que por lá passaram nos últimos anos ou lá ainda permanecem, mas porque a realidade da saúde (ou da doença, dizendo melhor) paraense fora dela se tornou espantosamente crítica, gravíssima. As condições físicas das pessoas que chegam à casa de misericórdia, a única latu senso de Belém, são de chocar qalquer pessoa sensível. E deviam provocar a iniciativa daqueles que ocupam cargos públicos para combater essa situação. Já que elas não têm dado as respostas suficientes ao drama, cabe-nos entrar em cena. Um abraço a todos. Lúcio Flávio Pinto
PS - O apetite pelos livros, caro Oliveir, continua o mesmo: insaciável. Pela voragem da gula e pela insuficiência de meios para satisfazê-la.

Itajaí disse...

RssRss. Lúcio, esse é o mal que nos satisfaz e nos aflige. Tempos bons aqueles em que garimpávamos no Dudú e no Arqueólogo, não poucas vezes concorrendo na disputa. Agora, finanças curtas, ando sossegado.
Abs.

Anônimo disse...

Bons tempos mesmo aqueles, Oliver. A Livraria Econômica acabou, o Dudu se foi depois. Mas ainda se pode continuar a garimpar no mundo dos livros usados. Sonhar é a condição. As finanças encurtaram, mas não o desassossego. Grande abraço. Lúcio Flávio Pinto

Itajaí disse...

Rsrsrs. E seguimos assim desasossegados. Ainda bem. Bom final de semana, Lúcio.