quarta-feira, 24 de março de 2010

Charque side


Há uns três anos, ouvi falar de um projeto do pessoal da banda paraense La Pupuña, que pretendia regravar o histórico álbum The Dark Side of the Moon, dos ingleses do Pink Floyd, mesclado com ritmos regionais. O nome bem humorado do novo disco seria The CHARQUE Side of the Moon - isto mesmo: charque, a nossa popularíssima carne seca, que em terras paraoaras denomina também, de modo chulo, a genitália feminina.

Fiquei louco para ouvir o som, mas passado um tempo, esqueci do assunto. Parecia que a tarefa era praticamente impossível. Havia a necessidade de um contato com os donos dos direitos autorais, para autorização da gravação. Sendo o Pink Floyd uma banda de renome mundial e tendo vivido seus componentes às turras, durante anos, pelo uso do nome da banda, após o vocalista Roger Waters ter-se separado do restante do grupo, achei que nossos conterrâneos nunca conseguiriam o intento.

Em várias visitas por lojas de CDs e sites paraenses, volta e meia ainda procurava algum sinal. Entretanto, nunca mais tinha sabido da empreitada, até que neste último fim de semana, passeando por blogs da terra, descobri que não só o La Pupuña tinha conseguido a autorização para gravar as canções, como tinha encerrado o projeto e lançado o Charque. Melhor ainda: a gravação estava disponível in integrum na internet, de grátis!

Com a capa acima e a mistura impagável de rock progressivo com technomelody, carimbó, siriá, lundu e outros ritmos locais, o La Pupuña fez bonito. Ouçam, abaixo, a regravação de Time, com direito a Vós Sois o Lírio Mimoso, e de The Great Gig in the Sky, com craqueados vocais de cantoras de technobrega.



14 comentários:

Itajaí disse...

Francisco, mataste a minha curiosidade também. Andei atrás do disco uma época, mas depois esqueci. Sensacional!!

Francisco Rocha Junior disse...

Né não, Itajaí? Vou me inteirar com o Val-André como faço um arquivo único pra colocar em um novo post. Ou vou dosar a apresentação das músicas, post a post. Mas vai ter mais "Charque" aqui no Flanar, em breve!

Scylla Lage Neto disse...

Francisco, eu, que nunca havia ouvido falar no projeto, fiquei boquiaberto com o resultado.
Mais charque, please!!!

Itajaí disse...

E a capa?! Um escracho total com aquela atmosfera "cool" do Pink. De fazer qualquer Courbet morrer de inveja. Rsrsrsrs.
O La Pupuña achocolatou a luz prismática do genial The Dark Side of The Moon e demonstrou o liquidificador cultural que é o modernismo.
Espero que lancem o disco no mercado, de forma que superemos as falhas típicas de demo que ouvi em alguns lugares da blogosfera.
Creio que nesse momento é difícil a ficha técnica do disco, mas fiquei curioso em saber quem participou dessa produção.

Renato disse...

Encontrei vários comentarios deste disco na Net,porém no endereço onde estaria a gravação para Download há uma mensagem de que ela foi retirada.
Qual o endereço de qual foi retirado?

Francisco Rocha Junior disse...

Renato,
Tive o mesmo problema: entrei em vários blogs com links para baixar o disco, mas somente o encontrei em um que apontava para o Rapidshare. Sinceramente, não lembro qual era, nem anotei seu endereço. Mas vou liberar as faixas, duas a duas, diariamente. Até semana que vem, você poderá baixá-las aqui no Flanar.

Carlos Barretto  disse...

Olha aí.
A capa e as músicas fazendo "mó sucesso"!!
Hehe

Edyr Augusto disse...

Amigos,
Já tenho a gravação há mais de ano. Não sei como postá-la aqui, mas se me orientarem, o farei. É muito legal. Se me permitirem, a capa é uma maravilha, seja pela composição da foto, seja pelo objeto..
Abs
Edyr

Francisco Rocha Junior disse...

Edyr,
achei o resultado maravilhoso. Vou postar duas faixas por dia, até baixar todo o álbum. Daqui a pouco sai a próxima fornada.
Abs.

André Batista disse...

Nao seria Dark Charque of the Moon, haja vista o charque que se apresenta?

Francisco Rocha Junior disse...

Bem pensado, André!

. disse...

Val, se não estou enganada, o projeto não da band La Pupuña. É do Pio Lobato. Ele reuniu a galera e fez o projeto.

Francisco Rocha Junior disse...

Leiska, "Val", aqui na minha terra, se escreve "Francisco".
O Pio Lobato, do Cravo Carbono, participou de algumas faixas como convidado. A sacada do projeto foi do Luiz Félix, do La Pupuña.

. disse...

Francisco, mais uma fez eu peço perdão pela gafe. Já expliquei no comentário do texto anterior porque te chamei de "Val".

beijoquinhas!!