Obama está encrencado. Ao que parece seus adversários chegaram no ponto necessário para quebrar-lhe a imagem pessoal de bom mocismo. A revista Vanity Affair, especializada em moda, traz uma reportagem bombástica, que vai dar panos pra manga. Segundo reportagem, Obama tem um meio irmão queniano, que vive abaixo da linha de pobreza, mantendo-se, portanto, com menos de 1 dólar/dia. A notícia irá provocar danos importantes na campanha do senador democrata, que , vestido com seu terno Armani, terá de explicar a indigência do parente, morador de uma favela na periferia de Nairobi, num barraco miserável de 2 x 3 metros. A reportagem completa está aqui.
15 comentários:
Será mesmo?
Um certo ex-prefeito de Belém encheu a patroa de bufete e nem por isso teve sua imagem pública abalada.
O atual presidente do Brasil tem um irmão que atua como falso lobbista e nem por isso o presidente cai.
Bem, no caso do presidente do Brasil, tem: o irmão lobbista, o filho oportunista, o cumpadre com a filha chantagista (setor aéreo), etc... ;)
Acontece que não existe pecado do lado de baixo do Equador, para o bem e para mal das gentes que nessa região vivem. Como estamos falando de eleitores norte-americanos a coisa é bem diferente. Lá o eleitor médio odeia saber que os seus políticos escondem que fumam maconha; que fazem sexo no salão oval da Casa Branca com a estagiária, enquanto fumam charuto; que é gay; que mantem amante, que assedia de moças a esquilos, etc, etc.
Lá isso pega, e muito, ainda mais em campanhas apertadas como essas. Espere quando o boca de ferro começar a berrar o escândalo na esquina da Walk com a Don't Walk. Rrrsrsrs.
A situação pode se complicar, sim, para Obama. Aqui, não adiantam comparações com a anarquia brasileira. Lembremos que Bill Clinton quase sofreu um processo de impeachment, acusado de perjúrio. E qual foi sua mentira? "Nunca tive nada com essa estagiária feiosa." Nem era um assunto precipuamente de Estado; tinha mais a ver sua vida pessoal. Mas os americanos entenderam que o presidente não podia mentir, em respeito a essa sua condição. Tudo bem que isso foi antes da era George W. Bush.
A comparação com os brasileiros também não é pertinente, na medida em que o irmão de Obama não é nenhum lobista sem vergonha. É uma pessoa miserável, não havendo justificativa para que seu irmão afortunado - que, admito, não tem obrigação de sustentá-lo - nada faça por ele, ao menos lhe oferecendo oportunidades. Você ser rico e ter um irmão pobre é uma coisa; mas ele estar abaixo da linha da pobreza é outra. É essa pessoa que promete cuidar dos americanos?
Confesso que eu mesmo ficaria receoso de votar nele, caso fosse eleitor americano.
Sério Yúdice? Você ficaria receoso em votar no Obama porque ele tem um meio-irmão (o pai do Obama era danado mesmo) pobre e esquecido? COmo é isso mesmo?... Ah, sim, abaixo da linha da pobreza... tá certo.
Então isso quer dizer que você votaria no outro candidato? O tal do "herói de guerra que foi sem nunca ter sido" e com a consciência bem mais tranquila? Legal, legal...
E você Oliver? Perdoa todos os pecados do presidente barbudo sub-equatoriano? Os pecados publicamente conhecidos e tantos outros inconfessáveis? Com que autoridade?
Vejam o que você estão dizendo. Estão condenando o cara porque o pai dele saiu fazendo filho em praticamente cada mulher com a qual ele se relacionou na vida e foi largando a criançada à própria sorte. Agora vocês estão cobrando que o Obama se responsabilize por isso e sustente um cara que ele nem mesmo conhece, é isso?
E olha que vocês também são sub-equatorianos, hein!
Por favor, anônimo (a), não esculhambe a linha lógica do post, impondo argumentação destituída de nexo com o que eu e o Yúdice escrevemos.
Por fim, lembro-lhe que a única autoridade que detenho aqui não é a de perdoar, mas de moderá-lo (la), caso ultrapasse de novo os limites do bom senso.
Prezado Oliver:
Não tive tempo de lhe responder sobre o Passarinho lá embaixo. Sabia sim dos seus conhecimentos, digamos, socialista, até pelo que Passarinho escreveu nos seus dois livros de memórias (fui o anônimo autor da orelha do primeiro, incumbido de redigi-la para a editora que o publicou). A minha surpresa, no caso, voltou-se para os próprios órgãos de (des)informação, notadamente pelo ano, 1968, uma vez que grampearam (no tempo em que grampear era perfurar com grampos)de ouvir falar, de recortar, como se escrevessem um samba do crioulo doido nos prontuários das catacumbas. Daí as demais incoerências contidas nas fichas. Mas estou aqui na correria, como sempre.
E queria aproveitar o espaço para lançar um apelo: quede a Cris Moreno, que é da turma dos blogs? Tinha dela um celular, que liguei, e nada. Não atualiza acho que desde sexta seu blog.
Aconteceu algo com a nossa Cris?
Elias
Oliver, Yúdice, anônimo,
Olha só o que aprontou nosso candidato na recente convenção democrata:
http://cilaschulman.wordpress.com/2008/08/28/obama-selinho-selinho-tchau-tchau/
É, parece que Obama herdou ao pai. O cara é pegador.
Não deixou escapar nem mesmo a Mrs. Biden! :-)
Péra aí que logo, logo ela aparece por aqui, Elias.
Rsss...
Oi, Elias! Obrigado pelos esclarecimentos. Não tive mais notícias da Cris Moreno. A última vez que ela passou por aqui, identificando-se, foi por ocasião do aniversário dela.
Ontem, eu ia escrever um post sobre a bela crônica que publicaste sobre a região central de Belém, a Campina. Infelizmente, a falta de tempo me impossibilitou de fazê-lo.
A propósito, tens alguma notícia biográfica da Maria Simões, a primeira poeta publicada, no Pará, no finalzinho do século XIX?
Ab.
Anônimo,
Sinto muito mas assim não dá. Será bem vindo, mas com outra intenção.
E tome nota: nem eu, ou que eu saiba o Yúdice, somos DAS do governo de Ana Júlia, de Lula ou de outro sob a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores. E, se o fôssemos, nenhuma satisfação teríamos a lhe dar.
Caramba, agora virei DAS do governo?!! Alguém me informe de onde, porque não recebi a grana. Se bem que também não apareci para trabalhar...
É, meu caro Oliver, a internet está cheia desses imbecis que saem pelos blogs só para esculachar os outros. São doentes, meu caro. E os doentes mentais têm por característica a absoluta negação de seu estado e por isso não procuram ajuda.
Só para consignar: eu acompanho as eleições americanas com interesse, por saber que isso respinga no mundo todo. Mas detesto a adoração que a imprensa dá ao tema - p. ex., ontem, o jornal da Globo acompanhando ao vivo o discurso do Obama.
Não voto dos Estados Unidos. Acompanho com muito mais interesse as eleições na minha cidade. Obama não é meu candidato, por razões óbvidas. Mas entre ele e o outro, tenho mais simpatia por ele. Afinal, do outro lado, o termo "reacionário" ganha um significado primitivo.
Mas o que isso tem mesmo a ver com nossa situação profissional?
Em meu comentario (suprimido) ironizei a analise de que Obama seria prejudicado por ter um meio- irmão pobre. Duvidei que eleitor americano tenha o mesmo DNA "solidário-corporativo" que o nosso. Por uma questão cultural: não consideram culpados os que enriquecem.
Me referi ao "açai do grosso" como metáfora de uma cultura local, independente de partidos, que costuma agraciar parentes e amigos com cargos DAS.
Em momento algum eu quiz dizer que era o caso de vocês. Não me interessa polemizar nesse nivel. Inclusive porque nada sei a respeito da vida pessoal de vocês.
Porque reagir como se tivessem sofrido um ataque pessoal?
Por favor leiam de novo o comentario e voltem ao campo das ideias.
Melhorou, anônimo, o tom. Respondo-lhe com o post. E esclareço-lhe em definitivo: o fato remete a uma questão moral, que está acima de ser rico, ser pobre ou remediado. É uma questão de simples indiferença, expressa na forma como Obama descreveu o meio-irmão na quase biografia que publicou: um garoto bonito, de cabeça redonda.
Sinceramente, essa incapacidade de compreender, de ser solidário, de ser menos simpático e mais empático, a nós incomoda. Especialmente quando sabemos que existem cerca de 40 milhões de norte-americanos em situação de pobreza.
E aqui chegamos a uma confluência entre o ético e o ideológico, não raramente incompatíveis, que obrigam a juízos e escolhas. Por fim encerrando, quando uma discussão reúne opiniões formadas, ela é um diálogo de surdos. Como tal, recomenda a prudência que seja encerrada.
Meu caro Oliver:
Sobre a Maria Simões não tenho nenhuma referência, mas, ao sabor das rotações cabalísticas, quando der, vou tentar pesquisar sobre ela.
E a Cris, hein? Já estou preocupado. Nem sinal (inclusive telefônico). Espero que não tenha ocorrido nenhum problema mais grave.
Elias
Meu prezado Elias,
É realmente de preocupar, pois não combina com o jeito dela. Vou conversar no blog e ver se alguém tem notícias.
Vamos aguardar que a cabala nos mostre informações dessa poetisa, sempre tão escassas na história da literatura paraense.
Abs.
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