O carnaval em Salinas definitivamente pode fazer emergir muitas surpresas.
Carapanãs, chuva, sol, praia e nenhum carnaval constituem-se em rotina nesta época do ano na esquina do Oceano Atlântico com o Rio Amazonas.
Na segunda-feira, 15/2, a monotonia do feriado foi quebrada com a presença de um falecido golfinho nas proximidades do Farol Velho, trazido pela maré alta matinal.
O cheiro terrível afastava os veículos, formando uma espécie de isolamento natural, quebrado apenas pelas crianças e por um punhado de curiosos.
Imagem: Scylla Lage Neto
O tempo foi passando e a decomposição de certo aumentando, até que o improvável aconteceu: às 16:30 h, um Homo sapiens sapiens (pero no mucho!), bombeiro, com a ajuda de um colega de coorporação arrastou o cadavérico mamífero para... a maré quase cheia.
Imagem: Scylla Lage Neto
Uma pequena revolução aconteceu na frente do Marujo's: donas de casa, crianças, homens sóbrios e ébrios e outros tipos de banhistas cercaram os bombeiros exigindo uma solução para o caso, com destino mais adequado ao golfinho.
Após muitas idas e vindas, trombadas e discussões, foi optado por retirá-lo da arrebentação e levá-lo de volta para a areia.
Imagem: Scylla Lage Neto
Para tal foi usada a prancha de atendimento a acidentados e o reboque feito por um automóvel particular.
No crepúsculo o outrora brilhante animal encontrava-se largado próximo ao acesso da rua, aguardando por uma enxada ou pela mão divina para ocultá-lo.
Imagem: Scylla Lage Neto
O que aconteceu, eu não sei, mas na terça o golfinho não mais lá estava, nem qualquer sinal dele havia.
Na verdade, poucos se lembravam e alguns simplesmente se recusaram a acreditar na história: "um golfinho no Farol Velho?!... Fala sério!!!".
15 comentários:
Deve ser que nem pangaré de carroceiro quando morre no asfalto. Deve ser sim.
Rssss
Charlie, não deveria haver uma divisão da saúde pública para recolher animais falecidos na via públca? Uma espécie de "carrocinha-rabecão"?
Me lembro, quando dei um passeio por Paris, que o serviço de limpeza urbana, tinha uma máquina cuja função específica era tão somente "chupar" os cocôs dos cachorros de madames. Daí, vc completa o meu raciocínio.
Rssss
Tntos anos indo ao Frol Velho, e não lembro nunca de ter visto um golfinho (morto ou vivo) por lá. As fotos tb estão muito boas...
Eu já vi, e andei sobre, uma tartaruga marinha morta no Atalaia, na década de 80.
Era das velhissimas. Enorme, não enorme não, gigante, cheia de cracas.
Era de manhã cedo, maré secante, ia surfar e a encontramos, semi soterrada. Cavamos e a desenterramos. Foi preciso uns 6 cabras para movimentá-la pra fora do buraco que estava.
O casco se comparava, em tamanho, ao teto de um fusca. Era realmente enorme.
Ainda estava fresquinha, acho que tinha morrido naquela noite mesmo. Tentamos emborc-la...´quem viu! Uns magricelas... não demos nem pro cheira!
Foi atração do dia. Na maré alta de fim de tarde, ainda passei perto, antes de dar a última "caída"... tava podre! argh...
Raul, fui salvo pelo telefone Nokia N95 e sua câmera de 5 megapixels.
Acho que o Barretto anda fazendo escola, pois tenho abandonado o equipamento fotográfico em casa e me apoiado no smartphone para urgências como esta.
Um abraço.
Lafayette, seu relato é importante, pois aponta para a possibilidade de correntes marinhas trazerem animais de porte à região de Salinas.
Um biólogo presente na dita tarde estimou como de 2 semanas o tempo de morte do golfinho, que aparentemente não apresentava lesões traumáticas.
Abs.
Caraca!
E não roubaram o meu N-75!
Rssssss.Val.
Vc precisa tomar uns banhos! Daqueles de sorte no Ver-o-peso.
Rsss
Um banho de loção de PT 550 com gotas do Elite!
Rssss.
RáRáRáRá.
Nem me lembrava mais do nome destes "aparelhos".
Provavelmente a agua de salinas anda tao poluida com lixo deixado pela nossa elite , que nem golfinho e tartarugas sobrevivem.
André, ontem vi rapidamente uma notícia num monitor na loja visão que golfinhos foram resgatados na praia do Crispim.
Talvez tenha a ver com o seu comentário ou mesmo seja algum fenômeno na água.
Abs.
Scylla, tenho um vivência bem forte nas águas de Salinas (Atalaia, Marieta, Ponta do Maçarico).
"Entrei" n'água em Fevereiro de 83. Já surfei em vários lugares, mas, na verdade, 70% foi no Atalaia (e, pra'queles que acham que ali não rola onda, convido-o a 'cair' na 2ª Qiinzena de Março, e Mês de Abril, em frente ao "Minha Deusa e David House", e "um pouco à esquerda, da entrada principal do Atalaia" e não vale 'gelar' rs).
Já vi muita coisa ali (não, definitivamente em nenhuma das oportunidade não estava sob nenhum efeito de 'carburação', não sou "chegado a tais" rsrsrs).
Já estive cercado, mas rodeado mesmo, de botos, muitos botos (quando o Amazonas 'ganha' o mar, a orla paraense vira um 'grande rio', com água doce e morna, daí ele se aventurarem). Com alguns vindo na minha direção e mergulhando meio metro antes e passando labendo minhas pernas, e um, dando uma leve apertada na minha canela, com a boca - nem mordeu, só arranhou um pouco, acho que queria ver qual'era a parada. Não gostou! rsrs
Na verdade (acredito que tal aconteceu ao golfinho), nesta época de ano, com as máres grandes, muita comida vem 'dar à praia', dos manges, rios e igarapé invadidos.
Já vi, como contei aqui, tromba d'água, das porrudas.
Já vi chuva vindo do continente e indo pro mar aberto (um terral dos mais forte que passei. Ao invés de rolar onda, como soi acontecer em terrais, este, destruia-as! E ainda empurrava a gente pro alto mar - não foi uma experiência agradável!)
Já via a maré secante parar com 30%, no máximo, e ficar assim até chegar os 70% da maré enchente (foi um dos dias que mais surfei na minha vida - com relação ao tempo mesmo de várias ondas boas rolando pra surfar!).
Mas, voltando aos animais da fauna marinha.
Já vi, no mercado, um tubarão-martelo de uns 3 metros (e, cara isso é enorme!).
Já vi, no mercado, um tubarão-serrote de, fácil, mais de 3 metros (e, cara, isso é muito enorme de grande! rs)
Já fui atacado, atacado mesmo, por um cardume de sardinhas. O cardume era tão concentrado, que uma área grande da água escureceu - era mês de Outubro). Elas atacavam minhas pernas, e davam salto no meu peito, braço, cabeça. Era um cadurme enorme e me pegou, mais uns outros 15 surfistas (na verdade, estávamos no caminho delas rs).
Já vi, morta na praia, uma Lula ou Povo, grande, mas como estava muito podre, ninguém teve coragem de estica-la. Mas era grande, a contar pelo volume, mesmo que murchado, do corpo-cabeça.
Nunca vi, mas uns amigos viram uma daquelas baleias que encalham, vez por outra por aqui, passando vagarosamente pelo Atalaia.
Acho que, por ser um litoral muito raso, e porque a corrente marinha, a partir do Maranhão, praticamente se afasta do nosso litoral, não temos maiores incidências de animais marinhos de grande porte.
Vez por outra, alguem se aventura "pra ver que águas quentes são essas", e vem dar nestes costados.
Abraço.
Égua, Lafayette, obrigado pelo comentário - falou e disse!
Um abraço.
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