Balas de festim - Governo perde CPMF. Fim do mundo é adiado
Por que o governo perdeu a CPMF? Simples: faltaram-lhe votos. E mais ainda, houve a ausência do mais importante: a força de argumentos verdadeiros. Uma derrota sentida, por certo, mais de pouca conseqüência prática para os dias seguintes.
A ameaça de fim do mundo, com a suspensão dos programas sociais e o caos anunciado na saúde - ou melhor, sua ampliação em níveis ainda mais insuportáveis, foi afastada. Não passava de retórica oca, chantagem barata e "luta de classes" de mentirinha, tudo bem ao estilo do presidente-ilusionista.
Conforme informou o jornalista Josias de Souza em seu Blog no UOL, o governo já tem seu plano "B" diante da acachapante derrota por 45 a 34 votos na madrugada de hoje (precisava de 49 senadores a favor da prorrogação). "O governo planeja para o início de 2008 o anúncio da elevação de alíquota de uma série de impostos e contribuições. O pacote deve incluir o aumento de pelo menos quatro impostos que independem de autorização do Congresso Nacional", diz o colunista da Folha, citando fontes governamentais.
Para completar essa verdadeira batalha de Itararé - aquela que foi anunciada e acabou não existindo - o governo selou com a oposição de direita - que de ladra muito, porém não tem os caninos tão afiados assim - um pacto para prorrogar, até 2011, a famigerada Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite o governo manipular até 20% do total da arrecadação federal sem qualquer partilha com Estados e Municípios e sem atender aos princípios constitucionais de gastos mínimos com saúde e educação. Um crime contra o povo brasileiro que prosseguirá por mais quatro anos.
O resto, bem, o resto são tiros de festim, discursos inflamados, caras feias e dentes que rangem, enquanto o sol nasce imponente, em mais uma manhã no Planalto Central.
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